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Implicações para a Criação de Empresas: Etapas e Considerações, Notas de estudo de Inovação

Este documento aborda as etapas e considerações importantes para a construção de uma solução empresarial, desde a detenção do know-how até à competitividade na mercado. Além disso, discute sobre a importância de desenvolver a capacidade de atenção para gerar novas ideias, estruturar e organizar um negócio, selecionar a forma jurídica adequada, obter financiamento e gerir custos. O texto também apresenta informações sobre a importância de espaço para armazenamento, taxas de atividades, financiamento alheio e diferentes formas de gestão de tesouraria.

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

usuário desconhecido
usuário desconhecido 🇧🇷

4.5

(402)

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MANUAL
2016
DO EMPREENDEDOR
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MANUAL

DO EMPREENDEDOR

Índice

  • Índice
  • Introdução
  • 1 O EMPREENDEDOR................................................................................................................
    • 1.1 Motivação para ser empreendedor
      • 1.1.1 Motivação ou motivo
      • 1.1.2 Motivações para empreender
    • 1.2 Competências do empreendedor
      • 1.2.1 Competências pessoais
      • 1.2.2 Competências relacionais......................................................................................
      • 1.2.3 Competências de conhecimento
      • 1.2.4 Competências técnicas
    • 1.3 Análise de Competências
  • 2 A IDEIA
    • 2.1 Validação da ideia
      • 2.1.1 Avaliação da viabilidade de uma ideia
      • 2.1.2 Viabilidade Técnica..............................................................................................
      • 2.1.3 Viabilidade económica
    • 2.2 Ideia e Inovação
      • 2.2.1 A inovação em Portugal
      • 2.2.2 Tipos de inovação
      • 2.2.3 Importância da inovação
      • 2.2.4 Objetos da inovação
      • 2.2.5 O papel da inovação na criação de valor.............................................................
    • 2.3 Ideia e Propriedade industrial
      • 2.3.1 A importância da propriedade industrial
      • 2.3.2 Vantagens da proteção
    • Tipos/Fontes de ideias
  • 3 MODELO DE NEGÓCIO
    • 3.1 Definições e considerações prévias
    • 3.2 Modelo “Canvas”
    • 3.3 O Modelos de Negócio de cada um
    • 3.4 Apresentação da ideia / modelo de negócio / projeto empresarial
      • 3.4.1 Pitch da ideia/modelo/projeto
      • 3.4.2 Tópicos para apresentação pitch
      • 3.4.3 Cuidados na utilização do pitch
      • 3.4.4 Elaboração do pitch
      • Proposta de apresentação detalhada
  • 4 PLANO DE NEGÓCIOS
    • 4.1 O Plano de Negócios
    • 4.2 Um Bom Plano de Negócios
    • 4.3 Objetivos do Plano de Negócios..................................................................................
    • 4.4 Os principais tipos de Planos de Negócios
    • 4.5 Estrutura de Base do Plano de Negócios
  • 5 A CRIAÇÃO DA EMPRESA.....................................................................................................
    • 5.1 Forma jurídica
      • 5.1.1 Opções de uma só pessoa
      • 5.1.2 Opções com mais de uma pessoa
    • 5.2 Arranque da empresa..................................................................................................
      • 5.2.1 Constituição da empresa
      • 5.2.2 Apoios
      • 5.2.3 O Investimento Inicial..........................................................................................
      • 5.2.4 A localização
    • 5.3 Contratação de Recursos Humanos
    • 5.4 Obrigações fiscais
      • 5.4.1 O TOC – Técnico Oficial de Contas
      • 5.4.2 Os impostos
  • 6 PARCERIAS ESTRATÉGICAS / NETWORKING
    • 6.1 Conceito de networking
    • 6.2 Importância empresarial do networking
    • 6.3 O Networking na prática
    • 6.4 Plataformas de Networking
  • 7 FONTES DE FINANCIAMENTO..............................................................................................
    • 7.1 Investimentos Iniciais
      • 7.1.1 Os Investimentos Iniciais
      • 7.1.2 Fundo de Maneio
    • 7.2 As Fontes de Financiamento
      • 7.2.1 Financiamento Próprio
        • 7.2.1.1 Família e Amigos.................................................................................................
        • 7.2.1.2 Capital Social
        • 7.2.1.3 Reinvestir Lucros
      • 7.2.2 Financiamento Alheio..........................................................................................
        • 7.2.2.1 Formas Tradicionais de Financiamento
          • 7.2.2.1.1 Empréstimo Bancário
          • 7.2.2.1.2 Contas Correntes Caucionadas
          • 7.2.2.1.3 Descobertos bancários autorizados
          • 7.2.2.1.4 Leasing
          • 7.2.2.1.5 Aluguer de Longa Duração (ALD)........................................................
          • 7.2.2.1.6 Factoring e Renting
        • 7.2.2.2 Formas Alternativas de Financiamento..............................................................
          • 7.2.2.2.1 Prémios e Concursos Empresariais
          • 7.2.2.2.2 Microcrédito
            • 7.2.2.2.2.1 Microcrédito – Associação Nacional de Direito ao Crédito
            • 7.2.2.2.2.2 Microcrédito - FINICIA
            • 7.2.2.2.2.3 Microcrédito – Linhas protocoladas com os Bancos
            • 7.2.2.2.2.4 Microcrédito - Microfinanciamento Municipal
          • 7.2.2.2.3 Garantia Mútua
            • 7.2.2.2.3.1 Garantias a Empréstimos
            • 7.2.2.2.3.2 Protocolos com Instituições Financeiras e Linhas Garantidas
          • 7.2.2.2.4 O Crowdfunding..................................................................................
          • 7.2.2.2.5 Business Angels
          • 7.2.2.2.6 Capital de risco
    • 7.3 Sistemas de incentivos
      • 7.3.1 Enquadramento...................................................................................................
      • 7.3.2 Tipos de Incentivos
      • 7.3.3 Aceder aos sistemas de incentivos......................................................................
  • 8 INTERNACIONALIZAÇÃO......................................................................................................
    • 8.1 Motivações para iniciar a internacionalização de um negócio
    • 8.2 Validação do mercado
      • 8.2.1 Análise do ambiente conjuntural
    • 8.3 Modelos de internacionalização
      • 8.3.1 Negócios em plataformas online
      • 8.3.2 Criação de subsidiárias
      • 8.3.3 Exportação com abordagem direta do mercado
      • 8.3.4 Colaboração com outras empresas
    • 8.4 Repartição de custos nas trocas com mercados internacionais
    • 8.5 Condições de pagamento em comércio internacional
      • 8.5.1 Decisões relativas aos pagamentos em comércio internacional
  • 9 Infraestruturas de Apoio e Promoção do Empreendedorismo
    • 9.1 IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação
    • 9.2 Listagem das Infraestruturas
      • 9.2.1 Facilitação/networking
        • 9.2.1.1 BIC – Business and Innovation Centre
        • 9.2.1.2 ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários..........................................
      • 9.2.2 Qualificação/capacitação
        • 9.2.2.1 Escolas Tecnológicas...........................................................................................
        • 9.2.2.2 Centros Tecnológicos
        • 9.2.2.3 Institutos de Novas Tecnologias
        • 9.2.2.4 Centros de Transferência de Tecnologia
        • 9.2.2.5 Parques Tecnológicos
      • 9.2.3 Desenvolvimento/financiamento........................................................................
        • 9.2.3.1 CACE - Centro de Apoio à Criação de Empresas.................................................
        • 9.2.3.2 Ninhos de Empresas
        • 9.2.3.3 Aceleradores.......................................................................................................
        • 9.2.3.4 Centros de Incubação e Incubadoras
        • 9.2.3.5 Associações de Business Angels
        • 9.2.3.6 Sociedades de Capital de Risco (SCR)

1 O EMPREENDEDOR

Um homem nunca sabe aquilo de que é capaz até que o tenta fazer.” – Charles Dickens.

Qualquer pessoa, em algum momento da sua vida, pode encontrar uma oportunidade ou necessidade de criação de negócio. A capacidade de agarrar essa oportunidade e transformá-la num negócio lucrativo, depende de um conjunto de fatores, explicados no seguimento deste capítulo.

É essencial que se perceba que todos na vida têm diferentes competências, motivações, motivos, realidades e características que lhes são inatas. Cabe a cada um trabalhar, com o melhor de si, para criar valor.

Acresce que um empreendedor não deve ser um talentoso super-homem que reúna em si próprio todas as competências necessárias para o desenvolvimento de um projeto empresarial, ou que crie, desenvolva e consolide um negócio lucrativo sozinho. Hoje em dia as competências necessárias para o sucesso devem ser conjugadas, tendo origem nos diferentes empreendedores\promotores do projeto, na equipa ou em recursos humanos a contratar. O trabalho em equipa permite uma maior complementaridade de competências que o empreendedor, isoladamente, muito dificilmente consegue colmatar, proporcionando, por outro lado, o enriquecimento do projeto com outros perspetivas e partilha de risco.

1.1 Motivação para ser empreendedor

1.1.1 Motivação ou motivo

Existe uma diferença clara entre motivações e motivos que levam as pessoas a trabalhar para um dado fim. Muitas vezes, trabalhar por motivos não leva aos melhores resultados.

Uma motivação é sempre associada ao lado mais positivo da vontade. Esta desperta a curiosidade, a vontade, a criatividade e a capacidade de trabalho. Não quer dizer que não existam motivações negativas.

Os motivos podem ser bons ou maus. Geralmente, fazer alguma coisa por um motivo, tem sempre associada alguma responsabilidade e algum peso. Muitas vezes, são tidos como obrigações. Desta forma, associados a estímulos mais negativos que positivos, não contribuem para que a pessoa dê o melhor de si.

1.1.2 Motivações para empreender

Algumas das motivações encontradas num empreendedor, são as seguintes:  A ambição de mudar, de aceitar desafios , e correr o risco de insucesso;  A resiliência e autoconfiança, fundamentais, quando, repetidas vezes, os resultados não são os esperados;  O sentido de oportunidade, que permite detetar a possibilidade de um novo avanço;  A criatividade , capacidade de inovação e disponibilidade para aprender continuamente, fundamentais para encontrar soluções;  O espírito de equipa e capacidade de liderança permitem motivar os colaboradores a persistirem na busca do sucesso;  Saber que cada pequeno avanço é um passo no caminho da solução.

1.2 Competências do empreendedor

Perante uma ideia de negócio é importante enumerar as competências transversais ao ato de empreender e específicas do negócio que está a ser desenvolvido.

Podemos organizar as competências de um empreendedor em 4 grandes dimensões:

o Competências pessoais o Competências relacionais o Competências conhecimentos o Competências técnicas

1.2.1 Competências pessoais

Resultam da formação pessoal, da personalidade, das atitudes, etc. Compreendem o empreendedor enquanto pessoa. Esta dimensão será fundamental para determinar o posicionamento do empreendedor perante o mercado.

Honestidade A imagem de credibilidade do empreendedor, é um ponto-chave para que os consumidores, os financiadores e os stakeholders em geral, o aceitem como parceiro de negócios.

Capacidade de enfrentar riscos; Ambição; espírito de iniciativa; criatividade.

Apresentação pessoal A imagem do empreendedor é essencial para garantir a aceitação do mercado. A apresentação pessoal tem uma quota-parte importante na criação desta imagem. Quando se refere uma boa apresentação pessoal, não se pressupõe uma atitude formal, mas uma atitude adequada a cada situação, transmitindo sempre uma imagem cuidada.

1.2.2 Competências relacionais

Nesta dimensão o empreendedor deve ser capaz de conciliar a capacidade de empatia com a projeção.

Empatia Capacidade de compreender os outros.  Projeção Capacidade de se focar nos objetivos.  Capacidade de Interação (mercado, empresa, colegas...) Mantendo o foco nos objetivos e resultados, ser capaz de interagir produtivamente com o seu grupo de trabalho e com os interlocutores do mercado. Ser capaz de obter resultados, trabalhando com um grupo.

1.2.3 Competências de conhecimento

Esta dimensão agrega o conjunto de conhecimentos, a que habitualmente se chama know- how.

Muitos destes conhecimentos são resultantes da formação académica do empreendedor ou de um esforço autónomo de pesquisa e estudo.

Conhecimentos de Gestão Empresarial Quando transforma uma ideia num negócio, o empreendedor está perante um quadro empresarial que precisa de gerir com atitude profissional. Como principal responsável pelo sucesso do negócio, o empreendedor necessita de um boa formação nas diversas disciplinas de Gestão Empresarial.

Conhecimentos de Gestão de Marketing Os conhecimentos de Gestão de Marketing merecem uma referência especial.

Pelo papel que desempenham no diagnóstico de mercado, na definição de uma visão estratégica para a empresa e no estabelecer de um plano de marketing que operacionalize a atividade da empresa de forma sustentada, estes são de uma importância extrema.

Conhecimento de Gestão da Comunicação A Comunicação, sendo um elemento chave da gestão de marketing, tem um papel importante na ligação da empresa ao mercado. A correta gestão das interações com o mercado é fundamental para garantir o sucesso da empresa.

1.2.4 Competências técnicas

Aplicação dos conhecimentos de marketing Para além de ter conhecimentos de marketing, o empreendedor deve ser capaz de aplicar esses conhecimentos no desenvolvimento de um plano operacional coerente.  Gestão por objetivos Estabelecer objetivos ambiciosos e realistas é uma base fundamental para a motivação da equipa, para o planeamento coerente das atividades e para a avaliação do progresso do negócio.

Planeamento, Organização e método Uma empresa que está na fase de arranque, vai enfrentar dificuldades e seguramente escassez de recursos. De modo a minimizar estes problemas e a maximizar as hipóteses de sucesso, é fundamental um bom planeamento das fases de implementação e das diversas atividades, bem como uma boa organização das tarefas.

Gestão do tempo As organizações têm hoje a noção de que o tempo é escasso. Mais importante que isso, tempo é dinheiro. Numa empresa com recursos limitados, é imperativo não desperdiçar tempo, otimizando as atividades e garantindo o cumprimento dos prazos planeados.  Gestão da informação “Gerir é tomar decisões com base em informação”. Na gestão empresarial, a informação e a sua gestão são fundamentais. A informação é o alicerce das boas decisões de gestão.

Competências de conhecimento ___Conhecimento de Gestão Empresarial ___Conhecimentos de Gestão de Marketing ___Conhecimentos de Gestão da Comunicação

Competências técnicas ___Aplicação dos conhecimentos de marketing ___Gestão por objetivos ___Planeamento, organização e método ___Gestão do tempo ___Gestão da informação ___Competências técnicas para realizar o produto ou serviço, ___Fluência em línguas estrangeiras ___Inglês ___Francês ___Espanhol ___Outra____________ ___Utilização de meios informáticos ___ Office ____________ ___Outro____________

Uma vez identificadas as competências em falta e existindo a possibilidade de trabalhar em equipa, procure complementar as suas competências com as competências dos seus colaboradores.

Estabeleça um plano de formação para si e para os seus colaboradores, com vista à aquisição das competências ainda por adquirir.

Pode elaborar, ou preencher uma tabela como a que se apresenta.

Tabela 1 – Análise de Competências

O EMPREENDEDOR Boas práticas

Avaliação de competências do empreendedor

Perante o inventário de competências elaborado o empreendedor deve fazer a sua autoavaliação e verificar o seu estado de preparação para avançar com o desenvolvimento de negócio.

Aquisição de competências

Após a autoavaliação o empreendedor deve analisar as competências em falta que são chave para o desenvolvimento com sucesso do seu negócio e verificar se pode adquirir essas competências em tempo útil ao desenvolvimento do projeto ou se alternativamente consegue encontrar colaboração de terceiros para ultrapassar essas limitações.

Plano de formação

Relativamente às competências que pretende adquirir, o empreendedor deve elaborar um plano de formação com prioridades, calendário de formação, entidades formadoras e custos associados.

2.1.2 Viabilidade Técnica

Viabilidade de executar a ideia ou solução pensada, do ponto de vista de know-how e recursos técnicos disponíveis. Implica:

 Confirmar a detenção ou disponibilidade do know-how para construir a solução;  Descrever detalhadamente o processo de construção da solução;  Confirmar a existência e acessibilidade dos equipamentos capazes de construir a solução;  Confirmar a existência e acessibilidade das instalações necessárias à implementação do projeto;  Confirmar a existência de empresas que podem participar na produção industrial;  Confirmar que a solução tem capacidade de competir com as soluções concorrentes;  Verificar pontos fortes e fracos da solução em comparação com a concorrência.

2.1.3 Viabilidade económica

A ideia ou solução pensada constitui-se como oportunidade de negócio?

As oportunidades de negócio resultam de necessidades não satisfeitas ou que podem ser satisfeitas de uma forma diferente e melhorada, relativamente às soluções existentes.

O objetivo é garantir que existe mercado para a solução, que o mercado está disponível para aderir à solução e que tem dimensão para viabilizar o projeto economicamente.

Apesar de, numa fase inicial, não ser geralmente viável o empreendedor fazer ou encomendar um estudo de mercado, pode sempre fazer uma amostragem limitada de utilização e receber feedback sobre a aceitação da ideia e alterações a introduzir. Os amigos, os professores são alguns exemplos de utilizadores que podem dar feedback sobre a ideia.

Os diferentes tipos de oportunidades de mercado: Novos produtos Identificação de uma solução para uma necessidade não satisfeita, à qual corresponde um mercado suficientemente amplo e com apetência de compra.

Produtos melhorados Já existem soluções de negócio semelhantes, que têm boa aceitação de mercado, mas foram identificados alguns benefícios/vantagens que o mercado valoriza. Introdução de uma solução, que garante, pelo menos temporariamente, vantagens competitivas. Produtos “complementares” Oportunidades de negócio, quando é lançado um novo produto ou um produto melhorado, introduzindo outros produtos que os complementem.

2.2 Ideia e Inovação

2.2.1 A inovação em Portugal

Os portugueses são conhecidos como criativos, por vezes pouco inovadores. Mas temos alguns créditos. Dois casos bem conhecidos:

Telemóvel pré-pago. Contribuiu, num dado momento, para a generalização do uso do telemóvel é uma inovação que se espalhou pelo mundo.

Via Verde – as autoestradas são uma excelente solução, mas ficar, no princípio e no fim do trajeto, na fila de pagamento, retirava parte da vantagem oferecida. A Via Verde resolveu este problema.

Noção de Inovação

No livro “União da inovação-guia de bolso sobre uma iniciativa da Europa 2020”, a Comissão Europeia cita: “Inovação é a capacidade de os indivíduos, as empresas e nações inteiras criarem, de forma contínua, o futuro que desejam” John Kao, “Innovation Nation” (2007)

Na mesma publicação acrescenta: “A inovação tem a ver com a criação de: Produtos, Marketing, Processos e Organizações novos, ou consideravelmente melhorados, que acrescentam valor aos mercados, aos governos e à sociedade.”^1

(^1) Comissão Europeia - União da inovação-guia de bolso sobre uma iniciativa da “Europa 2020”, Luxemburgo, 2013 ISBN 978-92-79-28667-

Nem sempre é consensual a classificação de uma inovação como incremental ou radical. Podemos assumir que a fotografia digital alterou profundamente a fotografia, os equipamentos, suportes e processos, mas alguém poderia sempre argumentar que se trata de uma evolução da fotografia e que, apesar da grande alteração, será uma inovação incremental.

2.2.3 Importância da inovação

Os clientes baseiam as suas opções de compra na perceção de valor, dos produtos e serviços que lhe são apresentados. A noção de valor surge como a relação entre os benefícios que o produto ou serviço lhes oferece e o preço que lhes é pedido. Assim, uma empresa, para garantir vantagens competitivas, deve ser capaz de apresentar produtos, serviços novos ou com benefícios que superem os concorrentes ou, em alternativa, produtos semelhantes a preços inferiores.

2.2.4 Objetos da inovação

A inovação está geralmente associada a produtos, mas ela pode também ocorrer ao nível da tecnologia, dos processos, dos serviços, da gestão e da comercialização.

O exemplo da Amazon demonstra que a inovação não se restringe à introdução ou modificação de produtos. A inovação pode consistir numa alteração de processos ou do serviço / modelo de negócio.

Exemplos:

Quando precisamos de algum dinheiro, já não vamos ao balcão do nosso banco, naquele horário bem curto, que era usual. Agora a qualquer hora, quase em qualquer lugar, vamos a uma “caixa” numa qualquer parede e temos o dinheiro, chamamos-lhe “Multibanco”.

Henry Ford decidiu fazer um automóvel com o mesmo modelo na mesma cor, Ford T preto, para otimizar a produção e conseguir um preço de venda mais acessível. A robotização permitiu alterar o processo de produção, mantendo ou reduzindo os custos e permitindo diversificar a oferta sem que os custos de produção associados se tornem incomportáveis.

2.2.5 O papel da inovação na criação de valor

Criação de produtos novos Criação de soluções novas, ainda não presentes no mercado, que respondem a necessidades identificadas.

Exemplos: O email, é uma inovação radical, que tornou o fax obsoleto, permitindo a transmissão de textos e documentos editáveis pelo recetor, folhas de cálculo, desenhos, etc.

O GPS veio responder de forma inovadora à nossa necessidade de orientação, sobretudo em locais que não nos são familiares.

Melhoria de soluções existentes Melhoria da nossa oferta, adicionando benefícios únicos e que diferenciam a nossa oferta da concorrência.

Exemplos: O ABS é uma melhoria do sistema de travagem, que evita o bloqueia das rodas, aumentando a segurança da travagem (poder-se-á, mais uma vez, questionar se é uma solução radicalmente nova ou uma melhoria incremental)

Melhoria dos processos Melhoria dos processos que permitem apresentar soluções, mais vantajosas e/ou com preços mais competitivos.

Exemplos: O sistema de check-in na internet, adotado na aviação comercial, torna o embarque mais rápido e permite reduzir custos, contribuindo para possibilitar a prática de preços mais competitivos.

Novas necessidades resultado de alteração de hábitos de consumo As alterações das variáveis da envolvente conjuntural, demográficas, legislativas, sociais, económicas ou políticas podem provocar alterações de hábitos de compra, gerando oportunidades de negócio.

Exemplos: A intensificação de voos de operadoras low cost para Lisboa e Porto aumentou o fluxo turístico e gerou oportunidades adicionais na restauração, hotelaria, e na procura de soluções de transporte, nomeadamente para visitar as cidades.