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Este manual fornece diretrizes detalhadas para o tratamento de infecções causadas por bactérias gram positivas e gram negativas, incluindo informações sobre os principais antibióticos utilizados, dosagens, vias de administração e considerações importantes para o tratamento eficaz. Diferentes tipos de infecções, como infecções urinárias, pneumonia e infecções de pele e partes moles, e destaca a importância da escolha adequada do antibiótico com base no perfil de sensibilidade do microrganismo.
Tipologia: Resumos
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Não perca as partes importantes!
Belo Horizonte - MG
Diretoria Assistencial - DIRASS Gerência de Diretrizes Assistenciais - GDA Coordenação de Segurança Assistencial - CSA
Érika Cristina Fernandes Chamon Coordenadora da Equipe de Segurança Assistencial
Flávio de Souza Lima Médico Infectologista
Lucinéia Maria de Queiroz Carvalhais Ramos Diretora Assistencial
Marianna Karolina de Carvalho Costa Acadêmica de Enfermagem
Lucinéia Maria de Queiroz Carvalhais Ramos Diretora Assistencial
Ana Carolina Amaral de Castro Haddad Gerente de Diretrizes Assistenciais
A prevalência das doenças e condições crônicas, aliada ao perfil demográfico de envelhecimento da população brasileira e à violência urbana e do trânsito, torna cada vez mais comum a perda de capacidade funcional. Esses fatores impactam diretamente nas altas taxas de permanência nos leitos de urgência, unidades de terapia intensiva (UTI), leitos de unidades de acidente vascular encefálico (AVE) e leitos de internação nos hospitais de urgência da Rede de Urgência e Emergência. Durante a pandemia de COVID-19, as doenças infectocontagiosas também tiveram um impacto significativo, aumentando a demanda por serviços hospitalares especializados em reabilitação para atender pacientes pós-evento agudo que perderam parcial ou totalmente a funcionalidade durante a internação nas unidades de terapia intensiva. A inexistência de serviços especializados em reabilitação hospitalar em regime intensivo em uma Macrorregião de Saúde tem efeitos desorganizadores na Rede de Urgência Emergência, como a superlotação das urgências, médias de permanências elevadas em leitos de internação e aumento de internações sociais muitas vezes judicializadas. Além disso, a ausência de serviços hospitalares voltados para a reabilitação integral e intensiva das pessoas com deficiência implica em maior risco de intercorrências, eventos adversos e complicações clínicas, funcionais e sociais, contribuindo para o agravamento do nível de deficiência do paciente e da taxa de mortalidade para esse perfil de paciente. O Ministério da Saúde, atento a essa realidade, publicou em 07 de dezembro de 2012, a Portaria GM/MS Nº 2809 que normatiza os serviços hospitalares de reabilitação em forma de Unidades de Cuidados Prolongados (UCP) e Hospitais de Cuidados Prolongados (HCP) que se constituem em uma estratégia de cuidado intermediária entre os cuidados hospitalares de caráter agudo e crônico reagudizado e a atenção básica, inclusive a atenção domiciliar, prévia ao retorno do usuário ao domicílio.
A implantação das Unidades de Cuidados Prolongados na Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (FHEMIG) iniciou-se com uma capacitação promovida no Estado de Minas Gerais pelo Ministério da Saúde, no período de abril a novembro de 2017. Como produto desse projeto a Diretoria Assistencial da FHEMIG apresentou oficialmente ao Ministério da Saúde, ao final do curso, uma proposta de habilitação da Casa de Saúde São Francisco de Assis, em Bambuí, como projeto piloto de habilitação de Minas Gerais. Com o sucesso da implantação da UCP em Bambuí, a FHEMIG iniciou um processo de estruturação das demais Casas de Saúde, do Hospital Cristiano Machado e do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena para atuarem como UCP. Essa habilitação se completou em 2022.
Atualmente as unidades assistenciais da FHEMIG possuem 180 leitos de cuidados prolongados, 15 leitos de transição tipo I, 17 leitos de transição tipo II e 06 salas multiuso de reabilitação tipo I, estando distribuídos na seguinte configuração:
Casa de Saúde São Francisco de Assis:
Casa de Saúde Santa Izabel:
Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena.
Hospital Cristiano Machado:
Casa de Saúde Padre Damião:
Casa de Saúde Santa Fé.
Essa mudança de perfil de sensibilidade microbiana se tornou um desafio e alterações de rotinas e fluxos de controle de infecção e prevenção de disseminação de microrganismos intra hospitalares se fizeram necessárias.
Nesse contexto de mudança, foi necessária a elaboração de material de fácil consulta para os profissionais da assistência, com informações de antibioticoterapia para esse perfil microbiológico mais resistente.
O objetivo desse guia é servir como uma ferramenta de consulta rápida para a equipe assistencial, orientando a antibioticoterapia mais adequada para os microrganismos multirresistentes isolados nos sítios infecciosos mais prevalentes. As doses recomendadas são para indivíduos adultos com função renal preservada. A antibioticoterapia deve, sempre que possível, ser guiada pelos resultados de culturas.
o Glicopeptídeos: Vancomicina e Teicoplanina. São bactericidas e provocam lise osmótica ao prejudicar a síntese da parede celular bacteriana impedindo a ligação entre os peptidoglicanos. o Lipopeptídeo: Daptomicina. É bactericida. Leva a distorções na membrana celular bacteriana com consequente deslocamento de proteínas importantes para a formação da parede celular e perda de potássio. o Oxazolidinona: Linezolida. Bacteriostático. Inibe síntese proteica bacteriana.
Outras classes de antimicrobianos podem ser utilizadas a depender do perfil de sensibilidade e, geralmente, são utilizadas em esquemas combinados com o objetivo de sinergismo entre drogas.
(Fonte: Autoria própria)
1.2. ENTEROCOCCUS
Essa classificação auxilia na escolha de antibioticoterapia empírica, desde que o perfil de sensibilidade do serviço seja conhecido, enquanto o resultado final do antibiograma ainda não está disponível.
Os Gram Negativos são os principais agentes etiológicos da maioria das infecções nosocomiais, principalmente em pacientes com passagem pela terapia intensiva. O uso de antibióticos, algumas vezes de forma inadequada, leva ao surgimento de cepas cada vez mais resistentes e o fenômeno da multirresistência já é comum em vários serviços de saúde. Em 2017, a Organização Mundial de Saúde publicou uma lista de bactérias de enfrentamento prioritário das quais os Gram Negativos (Acinetobacter baumannii resistente a carbapenêmicos, Pseudomonas aeruginosa resistente a carbapenêmicos e Enterobactérias resistentes a cefalosporina de terceira geração e/ou carbapenêmicos) são considerados como críticos e estão na prioridade máxima de controle.
Principais enterobactérias encontradas em infecções nosocomiais:
o Klebsiella spp o Escherichia coli o Enterobacter spp o Proteus spp. o Serratia spp o Morganella spp o Citrobacter spp o Providencia spp
Os antibióticos de primeira linha para o tratamento das Enterobactérias multissenssíveis são os β-lactâmicos:
o Amoxicilina 500mg 8/8h o Amoxicilina clavulanato: 500mg 8/8h ou 875mg 12/12h VO para infecções leves ou moderadas em pacientes com boa absorção intestinal. 1g IV 8/8h para infecções graves. o Piperacilina tazobactam 4,5g IV 8/8h (nos casos em que há possibilidade de Pseudomonas a dose é de 4,5g 6/6h) o Ceftriaxona 1g IV 12/12h (2g IV 12/12h em casos de infecção de sistema nervoso central).
As cefalosporinas de terceira geração (ceftriaxona, cefotaxima e ceftazidima) podem induzir a produção de β -lactamases de espectro estendido (ESBL), principalmente em tratamentos prolongados. A ESBL é produzida a partir da transcrição de um gen plasmidial de fácil transferência entre espécies bacterianas. Pode ser inativada através da adição de inibidores de β-lactamase (clavulanato, tazobactam). Caso o microrganismo expresse a ESBL, não é recomendável a utilização de cefalosporinas ou penicilinas, mesmo com inibidores de β-lactamase para o tratamento dos casos de infecção grave devido ao risco aumentado de falência no tratamento. Nesses casos, a antibioticoterapia adequada deve ser com o uso dos carbapenêmicos.
O mecanismo de resistência ampC é caracterizado pelo desenvolvimento de resistência a β-lactâmicos no decorrer do tratamento, principalmente em tratamentos prolongados. Esse mecanismo é de difícil detecção no antibiograma, por isso é importante se reconhecer as bactérias que mais expressam esse mecanismo de resistência e evitar o uso de β-lactâmicos nos casos graves. As principais espécies produtoras de ampC são:
o Enterobacter cloacae o Klebsiella aerogenes o Citrobacter freundii
Tratamento de infecções provocadas por Enterobactérias produtoras de ESBL ou ampC:
o Infecção urinária baixa (cistite): Nitrofurantoína 100mg VO 6/6h Sulfametoxazol 800mg/ Trimetoprim 160mg VO 12/12h Amicacina 15mg/kg IV em dose única Gentamicina 5mg/kg em dose única Fosfomicina 3g em dose única (somente nos casos com isolamento de Escherichia coli) o Infecção urinária complicada (pielonefrite): Ciprofloxacim 400mg IV 12/12h ou 500mg VO 12/12h (casos leves a moderados) Ertapenem 1g IV 24/24h (casos graves) Meropenem 1g 8/8h (casos graves). O meropenem pode ser usado, mas sempre se deve avaliar o descalonamento para o ertapenem, que tem um espectro de ação mais direcionado para as Enterobactérias. o Infecção em sítios não urinários: Ertapenem 1g IV 24/24h Meropenem 1g IV 8/8h. Em caso de infecção de sistema nervoso central, não é indicado o uso do Ertapenem e o Meropenem deve ser usado na dose de 2g 8/8h.
As Carbapenemases são enzimas com a capacidade de hidrólise de carbapenêmicos. São divididas entre serino-β-lactamases (KPC, IMI e OXA) e metalo-β-lactamases (NDM). A carbapenemase mais comum é a KPC, que pode ser produzida por qualquer enterobactéria. Outra carbapenemase importante e para a qual a notificação é obrigatória é a NDM. A diferenciação entre as carbapenemases é feita por biologia molecular. Existem alguns testes de imunocromatografia que auxiliam na diferenciação entre as principais carbapenemases (KPC e NDM).
Os antibióticos indicados para o tratamento de Enterobactérias produtoras de carbapenemase são:
o Infecção urinária baixa (cistite): Ciprofloxacim 500mg VO 12/12h (avaliar sensibilidade) Sulfametoxazol 800mg/ Trimetoprim 160mg VO 12/12h (avaliar sensibilidade) Nitrofurantoína 100mg VO 6/6h Amicacina 15mg/kg IV em dose única Gentamicina 5mg/kg em dose única Fosfomicina 3g em dose única (somente nos casos com isolamento de Escherichia coli)
2.2.2. STENOTROPHOMONAS MALTOPHILIA o Infecção leve: Sulfametoxazol/Trimetoprim – 8 a 12mg de Trimetoprim/kg dividido em 8/8h ou 12/12h. Levofloxacim 750mg 24/24h Tigeciclina 200mg IV dose de ataque seguido por 100mg 12/12h.
o Infecção grave: Usar terapia combinada:
2.2.3. ACINETOBACTER BAUMANNII
Coordenação de Segurança Assistencial - CSA Gerência de Diretrizes Assistenciais - GDA Diretoria Assistencial - DIRASS