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Um estudo realizado no rio vieira, localizado em montes claros-mg, que objetivou avaliar a qualidade ambiental das águas do rio através do uso de bioindicadores ambientais referentes à fauna de macroinvertebrados bentônicos e do protocolo de avaliação rápida de rios (par). Os resultados indicaram que a qualidade ambiental do rio decresce a partir do trecho a, caindo bruscamente nos pontos de amostragem localizados na área urbana de montes claros. As piores pontuações foram atribuídas aos pontos localizados na área urbana e à jusante da urbanização, onde as faunas aquáticas apresentaram baixas taxas de tolerância à poluição. O documento também discute as causas da degradação ambiental do rio, incluindo ações antropogênicas e a influência da agricultura e pecuária.
O que você vai aprender
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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21, 22 E 23 DE SETEMBRO DE 2016 MACROINVERTEBRADOS BENTÔNICOS COMO INDICADORES DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DO RIO VIEIRA, MONTES CLAROS, MG Ozanan de Almeida Dias (1); Fernanda Silva Aguiar (2); Guilherme Antunes de Souza (3) (1) (^) Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMAD/MG, Gestor Ambiental. Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. ozanan.dias@meioambiente.mg.gov.br. (38) 3224-7500. Avenida José Corrêa Machado, 900, Ibituruna, Montes Claros, Minas Gerais, CEP 39401-832. (2)^ Faculdades Santo Agostinho
21, 22 E 23 DE SETEMBRO DE 2016 From the results of the protocol, it is clear that the lowest scores, ranking the segments analyzed as changed or affected, were attributed to the points located in the urban area and downstream of urbanization. In the evaluation of biomarkers were identified 4319 individuals in a group of 12 taxons being the predominant order of Diptera and the Pulmonata (gastropod), a characteristic group of polluted environments with large amounts of organic matter. The results presented by these methods allowed an integrated view of the studied ecosystem, bringing important information about the ecological integrity and water quality of the studied water resources. Keywords : Bioindicators. Rivers. Rapid assessment. Environmental diagnosis. Introdução O extenso desenvolvimento econômico, concomitantemente com elevado crescimento populacional, às custas do avanço das atividades industriais e da agricultura irrigada, resultou num grande aumento do consumo hídrico no Brasil (SILVA et al., 2014). Em contrapartida, as ações antropogênicas vêm causando diversos danos às coleções hídricas, através do lançamento de esgotos domésticos, efluentes industriais e resíduos sólidos nos corpos d’água, tornado esse recurso natural escasso em padrões de qualidade. As poluições das águas acarretam consequências negativas, interferindo nas estruturas físicas, químicas e biológicas do ecossistema aquático, afetando a sua qualidade ambiental (HEPP et al ., 2007). Portanto, torna-se relevante diagnosticar e avaliar a qualidade ambiental dos rios, objetivando organizar ações que visem reverter ou mitigar os impactos ambientais degradadores do recurso hídrico. Tradicionalmente o diagnóstico da saúde ambiental de um rio é realizado através de análises físico-químicas e microbiológicas da água. Contudo, essas metodologias retratam a situação momentânea do ecossistema. Nesse sentido, tem- se estudado procedimentos rápidos e seguros para diagnosticar a qualidade das águas superficiais (VARGAS e JUNIOR, 2012). Comenta Pimenta et al. (2009) que o uso dos macroinvertebrados bentônicos, como bioindicadores ambientais, em conjunto com métodos tradicionais de análises, vem mostrando-se eficiente para o diagnóstico ambiental dos recursos hídricos. Os bioindicadores são espécies cuja presença, diversidade e abundância indicam a magnitude dos impactos ambientais em um ecossistema aquático. Sua utilização permite a avaliação integrada dos efeitos ecológicos causados por múltiplas fontes de poluição (CALLISTO et al., 2004). Como os recursos hídricos estão expostos a inúmeros estressores, a biota aquática reage a essas perturbações naturais ou antrópicas (BUSS et al., 2003). Essas espécies podem diversificar desde complexas e inúmeras (organismos próprios de águas limpas e intolerantes à poluição), a comunidades simples e de baixa diversidade (organismos capazes de viver em águas contaminadas), tendo alterações de acordo com o impacto da poluição (PIMENTA et al., 2009).
21, 22 E 23 DE SETEMBRO DE 2016 macroinvertebrados bentônicos, bem como a aplicação de um Protocolo de Avaliação Rápida de Rios – PAR. As amostragens foram realizadas nos dias 26 e 27 de setembro de 2015, na estação seca, em um período de estiagem prolongada no Norte de Minas. O PAR utilizado, modificado da proposta original de Hannaford et al. (1997) e da Agência de Proteção Ambiental de Ohio (EUA) EPA (1987), foi proposto por Callisto et al. (2001). O protocolo é constituído de um Checklist de duas partes, formando um conjunto de 22 parâmetros. Cada parâmetro pode receber pontuação de 0 a 4 na primeira etapa e de 0 a 5 na segunda etapa (Tabela 1). Tabela 1. Parâmetros do Protocolo de Avaliação Rápida de Rios – PAR. PÂRAMETROS Primeira etapa do PAR Segunda etapa do PAR 1 Tipo de ocupação das margens do corpo d'água (principal atividade) 11 Tipo de fundo (habitats) 2 Erosão próxima e/ou nas margens e assoreamento em seu leito 1 2 Extensão de rápidos 3 Alterações antrópicas 1 3 Frequência de rápidos 4 Cobertura vegetal no leito 1 4 Tipos de substrato 5 Odor da água 1 5 Deposição de lama 6 Oleosidade da água 1 6 Depósitos sedimentares 7 Transparência da água 1 7 Alterações no canal do rio 8 Odor do sedimento (fundo) 1 8 Características do fluxo das águas 9 Oleosidade do fundo 1 9 Presença de mata ciliar 1 0 Tipos de fundo 2 0 Estabilidade das margens 2 1 Extensão de mata ciliar 2 2 Presença de plantas aquáticas Fonte: Adaptado de Callisto et al_._ (2001). Com base nos valores atribuídos a cada um dos parâmetros obtém-se a pontuação final (Tabela 2), classificando os trechos estudados conforme a sua situação ambiental (VARGAS e JUNIOR, 2012). Tabela 2. Intervalos de pontuação para cada situação ambiental do curso d'água. Pontuação Situação Ambiental 0 — 40 Impactado 41 — 61 Alterado
21, 22 E 23 DE SETEMBRO DE 2016 61 — 100 Natural Fonte: Callisto et al_._ (2001). Junto à aplicação do PAR, foi realizada a coleta dos macroinvertebrados bentônicos. As espécies encontradas foram separadas em três grupos: organismos sensíveis ou intolerantes (Trichoptera, Plecoptera, Ephemeroptera), organismos tolerantes (Coleoptera, Heteroptera, Odonata) e organismos resistentes (Diptera, Oligochaeta) (CALLISTO et al., 2004). Além disso, adotou-se também como subsídio para a análise, o Valor de Tolerância à Poluição – VTP de cada organismo (MOTA et al., 2014). Nesse último método, a fauna aquática de acordo com o seu comportamento diante da qualidade das águas, é pontuada de 0 a 10, classificando as espécies em intolerantes à poluição (VTP de 0 a 3), tolerantes à moderada poluição (VTP de 4 a 5) e alta tolerância à poluição (VTP 6 a 10). Para as amostras dos macroinvertebrados bentônicos, aplicou-se a metodologia mencionada por Merritt e Cummins (1996), utilizando-se um amostrador tipo Surber de área 0,1 m² com malha de 250 μm. Em cada ponto de amostragem foram realizadas duas coletas, uma na margem esquerda e outra na margem direita, perfazendo um total de 14 amostras. Os organismos coletados foram fixados em álcool a 70% em frascos plásticos transparentes de 300 mL etiquetados e enumerados conforme os pontos de coleta. Os frascos com os macroinvertebrados foram encaminhados para o Laboratório de Ecologia e Controle Biológico de Insetos do Departamento de Biologia Geral da Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES, campus Montes Claros - MG, para serem identificados por especialistas. Resultados e Discussão Os resultados do PAR (Figura 2) nos sete trechos estudados indicam que a qualidade ambiental do rio Vieira decresce a partir do trecho A, caindo bruscamente nos pontos de amostragem localizados na área urbana de Montes Claros. O curso d’água após percorrer a malha urbana, consegue alcançar melhora em suas condições ambientais somente nos trechos F e G.
21, 22 E 23 DE SETEMBRO DE 2016 de viver em condições anóxias por várias horas, além de serem espécies detritívoras, ou seja, se alimentam de matéria orgânica, o que favorece a sua proliferação em ambientes poluídos. Tabela 3. Distribuição dos invertebrados bentônicos e valor de tolerância à poluição. Táxons A1 A2 B1 B2 C1 C2 D1 D2 E1 E2 F1 F2 G1 G2 VTP* Ephemeroptera Leptophlebiidae 28 2 - - - - - - - - - - - - N* Diptera Chironomidae 16 3 962 2475 49 172 2 3 - 12 224 196 21 27 7 Coleoptera Elmidae 1 - - - - - - - - - - - - - 4 Dytiscidae - - - - - - - - - - - - - 1 N Gyrinidae - - - - - - - - - - - 1 4 7 N Odanata Aeshnidae 2 - - - - - - - - - - - - - N Libellulidae 2 - - - - - - - - - - - - - N Gomphidae 7 5 - - - - - - - - - - - - 4 Perilestidae 1 1 - - - - - - - - - - - - N Annelidea Oligochaeta^1 2 -^ -^ -^ -^ -^ -^ -^ -^ -^ -^ -^ -^8 Empididae - - - - - 6 5 1 - - - - - - N Pulmonata Gastrópode 7 - 37 23 11 - 1 - - - - 5 2 1 7 Abundância 65 13 999 2498 60 178 8 4 0 12 224 202 27 36 Riqueza 9 5 2 2 2 2 3 3 0 1 1 3 3 4 VTP - valor de tolerância à poluição. VTP = 0 a 3 não tolerantes à poluição; VTP = 4 a 5 tolerantes à moderada poluição; VTP = 6 a 10 muito tolerantes à poluição. N – Não foi possível identificar o VTP. Os Gastropodas representam 1,85% dos macroinvertebrados, correspondem a segunda maior abundância, com 80 indivíduos coletados. O maior número de gastrópodes foi encontrado nos pontos B e C, localizados na área urbana, onde o recurso hídrico recebe maior contribuição de poluentes advindos do lançamento de efluentes domésticos e industriais. Os moluscos obtiveram VTP igual a 7, comentam Callisto et al. (2004) que os Gastropodas são classificados como tolerante à poluição, mas também podem ser encontrados em ambientes despoluídos, porém são predominantes em águas com altas cargas orgânicas. O trecho A, localizado a montante da área urbanizada, apresentou maior diversidade de macroinvertebrados, além disso, foi o único local onde foram coletadas espécies da família Ephemeropta, insetos aquáticos intolerantes à poluição. Portanto, isso confirma uma situação ambiental melhor do rio Vieira à montante da urbanização, sendo essa afirmativa corroborada pelos resultados do Protocolo de Avaliação Rápida de Rios. Os pontos D e E, esses apresentaram poucos indivíduos das ordens Pulmonata e Diptera, apesar de serem respectivamente macroinvertebrados tolerantes e extremamente resistentes à poluição ambiental. O substrato de fundo nos pontos D e E apresentavam-se predominantemente arenosos, com poucos folhiços, além disso, as águas estavam mais profundas e as correntes mais rápidas. No estudo desenvolvido por Bueno et al. (2003), o substrato arenoso limitou a
21, 22 E 23 DE SETEMBRO DE 2016 distribuição de algumas famílias, devido à escassez de refúgio e disponibilidade de alimento. O ponto G teve uma pequena melhoria, tendo em vista número reduzido de táxons de Diptera e Gastropoda encontrados. No entanto as condições ambientais do curso d’água ainda não continuam favoráveis para existência de bioindicadores intolerantes a poluição ambiental. Essa informação adverte que a poluição do rio ocasionada pela área urbana é tão marcante que se perpetua até a sua foz, impossibilitando a estruturação de comunidades bióticas menos resistentes. Conclusões A aplicação das metodologias, Protocolo de Avaliação Rápida de Rios - PAR e bioindicadores ambientais, foram satisfatórios para a investigação dos efeitos da urbanização sobre a qualidade ambiental do rio Vieira. Os resultados intercalados permitiram uma análise integrada das condições ambientais do ecossistema estudado, trazendo importantes informações a respeito do estado ecológico e do padrão de qualidade das águas do recurso hídrico estudado. O período de estiagem prolongada no Norte de Minas foi determinante para os resultados encontrados no PAR e principalmente no levantamento de macroinvertebrados. Recomenda-se que seja realizada uma nova campanha de amostragens na estação chuvosa, integrada com análises físico-químicas e microbiológicas, comparando com os resultados encontrados no presente trabalho, contribuindo dessa forma para um diagnóstico mais integrado sobre a influência da urbanização de Montes Claros na qualidade ambiental do rio. A partir dos resultados encontrados, verifica-se a necessidade de adotar medidas que visem mitigar ou eliminar a degradação ambiental do rio Vieira, a começar pela gestão integrada dos recursos hídricos. Essa ação abrangeria diversos temas, como a criação de políticas públicas, planejamento territorial urbano, projetos de educação ambiental e outras iniciativas voltadas à preservação e conservação ambiental das bacias hidrográficas de Montes Claros. Referências BORGES, L. Qualidade da água do rio Vieira sob a influência da área urbana de Montes Claros, MG. 2007. 85p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) - Universidade Federal de Uberlândia. BISPO, P.C.; OLIVEIRA, L.G.; CRISC, V.C.; SILVA, M.M. A pluviosidade como fator de alteração da entomofauna bentônica (Ephemeroptera, Plecoptera e Trichoptera) em córregos do Planalto Central do Brasil. Acta Limnol. Bras., Rio Claro, v.13, n.2, p.1-9, 2001. BUSS, D.F.; BAPTISTA, D.F.; NESSIMIAN, J.L. Bases conceituais para a aplicação de biomonitoramento em programas de avaliação da qualidade da água de rios. Cadernos de Saúde Pública (FIOCRUZ), Rio de Janeiro, v.19, n.2, p.465-473, 2003.
21, 22 E 23 DE SETEMBRO DE 2016 VARGAS, J.R.A.; JÚNIOR, P.D.F. Aplicação de um Protocolo de Avaliação Rápida na caracterização da qualidade ambiental de duas microbacias do Rio Guandu, Afonso Cláudio, ES. RBRH – Revista Brasileira de Recursos Hídricos, Porto Alegre, v.17, n.1, p.161-168,