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Guias e Dicas
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Luz Natural em Arquitetura: Importância, Fatores e Tecnologias Avançadas, Notas de estudo de Artes

Este documento discute os benefícios da luz natural em arquitetura, incluindo melhor qualidade de iluminação, economia de energia e conforto térmico e luminoso. Ele também aborda as configurações de aberturas zenitais, componentes arquitetônicos e estratégias de projeto para melhorar a utilização de luz natural. Além disso, o texto apresenta tecnologias e sistemas avançados para o uso de luz natural em aberturas zenitais e a importância de simulações computacionais para aprimorar o conhecimento dessas tecnologias.

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Havaianas81
Havaianas81 🇧🇷

4.6

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Universidade de Brasília
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Programa de Pesquisa e Pós-graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Dissertação apresentada como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre pelo Curso de
Pós-Graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília.
Juliana Saiter Garrocho
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Cláudia Naves David Amorim
Brasília, 2005
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Universidade de Brasília

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

Programa de Pesquisa e Pós-graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

Dissertação apresentada como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre pelo Curso de

Pós-Graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília.

Juliana Saiter Garrocho

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Cláudia Naves David Amorim

Brasília, 2005

II

JULIANA SAITER GARROCHO

LUZ NATURAL e PROJETO DE ARQUITETURA:

Estratégias para Iluminação Zenital em Centros de Compras

Dissertação apresentada como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre pelo Curso de Pós- Graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília.

Orientadora: Cláudia Naves David Amorim

Brasília, 2005

IV

Ao Lú, com amor.

Aos meus pais, com carinho.

À vovó Ângela (in memorian) com saudades.

V

AGRADECIMENTOS

À profª Cláudia Amorim, pela orientação, apoio e amizade.

À professora Marta Romero pela amizade, compreensão e pela possibilidade que me foi dada

de trabalhar com a luz natural.

Ao Roberto Boldo, pela colaboração em desvendar o Rayfront.

Ao Grego, pela amizade e disponibilidade.

Ao amigo, Zé Carlos, pelo companheirismo e troca de conhecimento.

Ao PROCEL Edifica, do convênio FUB/Eletrobrás pela concessão da bolsa de mestrado

Ao CNPQ pela bolsa de pesquisa fornecida durante o ano de 2003.

À secretaria da PPG-FAU, em especial, o Junior e o João.

Aos profs. Ian Edmonds, Renato Castanheira e Fernando Rutkay pelas informações cedidas.

Ao profº Scarazzato por ter aceitado fazer parte da banca examinadora.

Aos queridos Liza, Marcos, Nina e Aninha pelo carinho de sempre e por toda amizade.

À amiga Darja pela constante solidariedade e amizade.

À amiga Delayse pelo carinho sempre maternal

Aos amigos Paulinha, Valério, Rejane e Ana Price pela torcida incondicional.

Aos queridos Gi, Claúdio, Dani, Gabi e Teteu; Beto, Dri e Luiza e a Kika que mesmo estando

de longe sempre deram muito apoio e carinho.

Ao meu pai (seus gloriosos “jornais”) e à minha mãe, pelo amor, preocupação e dedicação.

Por fim, ao Lú, pelo seu imenso amor, companheirismo e, principalmente paciência durante

esses anos...

  • INTRODUÇÃO ABSTRACT XIV
  • Justificativa
  • Objetivos
  • Estrutura do trabalho
  • CAPÍTULO 01 - CLIMA, LUZ NATURAL E ARQUITETURA
  • 1.1. O CLIMA COMO CONDICIONANTE DE PROJETO
  • 1.1.1 Radiação Solar:
  • 1.1.2 Temperatura
  • 1.1.3 Vento
  • 1.1.4 Umidade
  • 1.2 CARACTERIZAÇÃO DO CLIMA
  • 1.2.1 Clima de Brasília
  • 1.2.2 Zoneamento Bioclimático: estratégias de projeto para Brasília
  • 1.2.3 Brasília: caracterização do céu e disponibilidade de luz natural
  • 1.3 LUZ NATURAL
  • CAPÍTULO 02 - LUZ NATURAL: Conforto Visual , Fontes e Grandezas Físicas
  • 2.2 GRANDEZAS FÍSICAS
  • 2.2.1 Componente Celeste – CC
  • 2.2.2 Componente Refletida Externa - CRE
  • 2.2.3 Componente Refletida Interna - CRI
  • 2.2.4 Fator de luz do dia (DF)
  • 2.2.5 Iluminância ( E )
  • 2.2.6 Luminância (L)
  • 2.2.7 Uniformidade:
  • 2.2.8 Contraste (C)
  • 2.2.9 Ofuscamento
  • 2.3 LUZ NATURAL: fontes
  • 2.3.1 Luz do Sol
  • 2.3.2 Luz do Céu
  • 2.4 FENÔMENOS FÍSICOS DA LUZ
  • 2.4.1 Reflexão, Transmissão e Absorção
  • 2.4.2 Lei do Cosseno
  • 2.4.3 Refração
  • 2.4.4 Difração
  • CAPÍTULO 03 -ILUMINAÇÃO ZENITAL E SUA APLICAÇÃO NA ARQUITETURA
  • 3.1 ILUMINAÇÃO NATURAL E ARQUITETURA
  • 3.2 ILUMINAÇÃO LATERAL VII
  • 3.3 ILUMINAÇÃO ZENITAL
  • 3.3.1 Tipologias de Aberturas Zenitais
  • 3.3.1.1 Lanternin
  • 3.3.1.2 Sheds para Sul
  • 3.3.1.3 Clarabóia
  • 3.3.1.4 Átrio ou Teto de dupla inclinação
  • 3.3.2 Tipologias de edifícios com iluminação zenital
  • 3.3.2.1 Museus – espaços culturais
  • 3.3.2.2 Edifícios de escritórios
  • 3.3.2.3 Edifícios comerciais
  • 3.3.2.3.1 Evolução histórica dos centros de compras
  • 3.3.2.3.2 Tendências atuais
  • 3.3.2.3.3 Centros de compras em Brasília
  • 3.3.3 Conclusão
  • CAPÍTULO 04 -TECNOLOGIAS E SISTEMAS PARA USO DA LUZ NATURAL
  • 4.1 CARACTERÍSTICAS DOS FECHAMENTOS TRANSPARENTES
  • 4.2 MATERIAIS CONVENCIONAIS
  • 4.2.1 Vidros
  • 4.2.1.1 Vidro Comum
  • 4.2.1.2 Vidro Termo - absorvente
  • 4.2.1.3 Vidro Laminado
  • 4.2.1.4 Vidro Refletivo
  • 4.2.2 Acrílico
  • 4.2.3 Policarbonato
  • 4.3 COMPONENTES ARQUITETÔNICOS E SISTEMAS PARA A LUZ NATURAL
  • 4.3.1 Componentes de Condução
  • 4.3.2 Componentes de Passagem
  • 4.3.3 Elementos de Controle
  • 4.4 SISTEMAS AVANÇADOS PARA USO DA LUZ NATURAL
  • 4.4.1 Prateleiras de luz ( light shelf)
  • 4.4.2 Painéis Prismáticos
  • 4.4.3 Laser Cut Panel (LCP)
  • 4.4.4 Zenital Angular Seletivo (LCP)
  • 4.4.4.1 Laser Cut Panel em aberturas zenitais em Brasília: exemplos de aplicação
  • 4.4.4.2 Sistema Laser Cut Panel e as Aberturas Zenitais
  • 4.4.4.2.1 Aberturas Zenitais a 45°, 50° e 55° - Equinócio de Outono e Primavera.
  • 4.4.4.2.2 Aberturas Zenitais a 45°, 50° e 55° - Solstício de Inverno.
  • 4.4.4.2.3 Aberturas Zenitais a 45°, 50° e 55° - Solstício de Verão
  • 4.4.4.2.4 Conclusões do estudo geométrico
  • 4.4.5 Plexiglas Daylight (Inglas Y)
  • 4.4.6 Okasolar
  • CAPÍTULO 05 - ILUMINAÇÃO NATURAL: FERRAMENTAS E METODOLOGIAS VIII
  • 5.1 METOLOGIAS E FERRAMENTAS DISPONÍVEIS
  • 5.1.1 Modelo em escala reduzida
  • 5.1.2 Métodos Manuais: métodos gráficos, analíticos ou matemáticos convencionais.
  • 5.1.3 Simulação Computacional
  • 5.1.4 Programas computacionais estudados e trabalhados
  • 5.1.4.1 3DSOLAR versão 1.2.8 Hochschul
  • 5.1.4.2 RAYFRONT versão 1.04
  • 5.2 PROCEDIMENTO DE ESTUDO
  • 5.2.1 Elaboração do Modelo
  • 5.2.2 Escolha das configurações dos zenitais
  • 5.2.3 Critérios de análise da iluminação natural
  • 5.2.4 Simulações computacionais
  • 5.2.4.1 Condições de contorno
  • CAPITULO 06 - ANÁLISE DOS RESULTADOS E CONCLUSÕES
  • 6.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES
  • 6.1.1 Zenital 1 – Teto de dupla inclinação
  • 6.1.1.1 Vidro incolor
  • 6.1.1.2 Painel Prismático
  • 6.1.1.3 Okasolar
  • 6.1.2 Zenital 2 - Lanternin
  • 6.1.2.1 Vidro incolor
  • 6.1.2.2 Painel Prismático
  • 6.1.2.3 Okasolar
  • 6.1.3 Zenital 3 – Shed para Sul
  • 6.1.3.1 Vidro incolor
  • 6.1.3.2 Painel Prismático
  • 6.1.3.3 Okasolar
  • 6.2 CONCLUSÕES SOBRE OS RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES
  • 6.2.1 Material utilizado nas superfícies iluminantes
  • 6.2.2 Configuração das aberturas zenitais
  • 6.2.3. Utilização do software Rayfront
  • 6.3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
  • 6.4. SUGESTÕES PARA PROSSEGUIMENTO DO ESTUDO
  • REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

X

Figura 4.2 - Corte esquemático da prateleira de luz e seu funcionamento. Figura 4.3 - Exemplo de utilização de prateleira de luz abaixo de aberturas zenitais e seu funcionamento. Figura 4.4 - Esquemas com reflexão e refração da luz incidente num painel prismático. Figura 4.5 - Esquemas com reflexão e refração da luz incidente num painel prismático. Figura 4.6 - Esquemas com reflexão e refração da luz incidente num painel prismático. Figura 4.7 - Laser Cut Panel (LCP), sistema de re-direcionamento da luz natural. Figura 4.8 - Funcionamento do laser cut panel Figura 4.9 - Frações de luz refletida (f) e transmitida (1-f). Figura 4.10 - Fração de luz refletida X inclinação do ângulo de luz incidente em um laser cut panel colocado na vertical. Figura 4.11 - Transparência e amostragem do material. Figura 4.12 - Esquema de posicionamento do laser cut de acordo com a estação do ano. Figura 4.13 - Corte esquemático do laser cut panel fixado na janela com inclinação de 20º. Figura 4.14 - Corte esquemático do laser cut panel fixado na janela com inclinação de 20º. Figura 4.15 - Corte esquemático do laser cut panel fixado na janela com inclinação de 20º. Figura 4.16 - A luz solar direta A é refletida pelo componente enquanto a luz difusa B penetra na edificação. Figura 4.17 - Laser cut panel colocado num zenital invertido – voltado para o interior da edificação. Figura 4.18 - Tentativa de simulação com laser cut panel no programa computacional Rayfront. Figura 4.19 - Equinócios de outono e primavera nos horários de 9h, 12h e 15h para abertura zenital com 45º de inclinação. Figura 4.20 - Equinócios de outono e primavera nos horários de 9h, 12h e 15h para abertura zenital com 50º de inclinação. Figura 4.21 - Equinócios de outono e primavera nos horários de 9h, 12h e 15h para abertura zenital com 55º de inclinação. Figura 4.22 - Solstício de inverno nos horários de 9h, 12h e 15h para abertura zenital com 45º de inclinação. Figura 4.23 - Solstício de inverno nos horários de 9h, 12h e 15h para abertura zenital com 50º de inclinação. Figura 4.24 - Solstício de inverno nos horários de 9h, 12h e 15h para abertura zenital com 55º de inclinação. Figura 4.25 - Solstício de verão nos horários de 9h, 12h e 15h para abertura zenital com 45º de inclinação. Figura 4.26 - Solstício de verão nos horários de 9h, 12h e 15h para abertura zenital com 50º de inclinação. Figura 4.27 - Solstício de verão nos horários de 9h, 12h e 15h para abertura zenital com 55º de inclinação. Figura 4.28 - Plexiglas colocado na parte superior da janela – luz difusa direcionada para o fundo da edificação. Croquis esquemáticos: comportamento da luz nos sistema fixado na vertical e horizontal. Figura 4.29 - Corte esquemático do sistema - fixação entre vidros. Figura 4.30 - Exemplo do Okasolar fixado em aberturas laterais e zenitais com ângulos de incidência solar a 15º, 45º e 60º. Figura 4.31 - Exemplo do Okasolar fixado em aberturas laterais e zenitais com ângulos de incidência solar a 15º, 45º e 60º. Figura 5.1 - Fluxograma de simulação. Figura 5.2 - Janela do Projeto Figura 5.3 - Janela que permite editar as propriedades dos objetos. Figura 5.4 - Visualização da modelagem. Figura 5.5 - Exportação do objeto modelado em 3D e lançamento para o programa Rayfront de simulação da luz natural. Figura 5.6 - Interface de ajuste dos parâmetros geográficos. Figura 5.7 - Seleção do tipo de céu, data e hora. Figura 5.8 - Seleção de materiais. Figura 5.9 - Janela com os parâmetros de simulação. Figura 5.10 - Janela de edição de dados referentes ao plano de medição. Figura 5.11 - Malha de pontos de medições lumínicas.

XI

Figura 5.12 - Fluxograma da metodologia de estudo. Figura 5.13 - Desenho esquemático da planta baixa e perspectiva do modelo elaborado. Figura 5.14 - Zenital 1 (teto de dupla inclinação). Figura 5.15 - Zenital 2 (lanternin). Figura 5.16 - Zenital 3 (shed p/ sul) Figura 5.17 - Imagem sintetizada – human sensitivity. Figura 5.18 - Imagem - greyscale. Figura 5.19 - Imagem – iso contour. Figura 5.20 - Imagem sintetizada – false color Figura 5.21 - Janela do programa DLN com dados de iluminâncias Figura 6.1: 22 de junho - 12h – céu claro. Superfície iluminante simulada com vidro incolor. Figura 6.2: Representação em false color do ambiente em 22 de junho - 12h – céu claro Figura 6.3: 22 de março - 16h – céu parcialmente encoberto Figura 6.4: Valores de iluminância no ambiente em 22 de março - 16h – céu parcialmente encoberto. Figura 6.5: Simulação com o painel prismático na superfície iluminante do teto de dupla inclinação – 23/09 – 12h – céu parcialmente encoberto. Figura 6.6: Simulação com o painel prismático na superfície iluminante do teto de dupla inclinação – 23/09 – 12h – céu parcialmente encoberto. Figura 6.7: Valores de iluminância obtidos no plano de medição para simulações com o software Rayfront Figura 6.8: Zenital 1: 22/12 -12h – céu encoberto Figura 6.9: Zenital 1: 22/12 -12h – céu encoberto Figura 6.10: Zenital 2: 22/06 -16h – céu claro – incidência de luz solar direta no ambiente. Figura 6.11: Zenital 2: 22/06 -16h – céu claro – incidência de luz solar direta no ambiente. Figura 6.12: 22 de junho - 9h céu claro Figura 6.13: 22 de junho - 9h céu claro Figura 6.14: Simulação em 22 de junho - 9h -céu claro com o sistema Okasolar nas superfícies iluminantes. Figura 6.15: Valores de iluminância na simulação do dia 22 de junho - 9h - céu claro lar. Figura 6.16: Simulação do dia 22 de junho - 9h -céu claro com vidro incolor nas superfícies iluminantes. Figura 6.17: Simulação do dia 22 de junho - 9h -céu claro com vidro incolor nas superfícies iluminantes. Figura 6.18: Valores de iluminância no ambiente simulado no dia 23 de setembro - 12h -céu parcialmente encoberto com painel prismático nas superfícies iluminantes. Figura 6.19: Valores de iluminância no ambiente simulado no dia 23 de setembro - 12h -céu parcialmente encoberto com painel prismático nas superfícies iluminantes. Figura 6.20: Simulação - 22 /12 (solstício de verão) - 12h -céu encoberto. Figura 6.21: Simulação - 22 /12 (solstício de verão) - 12h -céu encoberto. Figura 6.22: Valores de iluminância obtidos no plano de medição para simulações com o software Rayfront.

INTRODUÇÃO

A luz natural é uma das fontes de energia mais importantes para o homem desenvolver suas

atividades, pois é ela que proporciona a visão nítida do mundo. Além disso, todo ser vivo

depende da exposição à luz natural para ativar o ciclo de funções fisiológicas.

A luz natural sempre teve um papel importante na arquitetura, do ponto de vista estético e

simbólico, e em relação ao conforto e à iluminação funcional. Pois, a luz natural pode

proporcionar efeitos singulares em um determinado espaço, dando-lhe identidade própria,

criando aspectos cenográficos e características relevantes marcantes.

No entanto, para se projetar com a luz natural garantindo uma iluminação eficiente na

realização de qualquer tarefa proporcionando um ambiente visual agradável, torna-se

necessário conhecer suas vantagens e desvantagens.

Segundo Majoros (1998), dentre os aspectos positivos da luz natural pode-se dizer que a

qualidade da iluminação obtida é melhor, pois a visão humana desenvolveu-se com a luz

natural e a constante mudança da quantidade de luz natural no tempo e espaço é favorável,

pois proporciona efeitos estimulantes no ambiente. Todavia, é necessário também, conhecer

seus inconvenientes, como direcionalidade e altíssima intensidade, pois de acordo com

Amorim (2002c), a maior desvantagem da luz natural é sua imprevisibilidade.

Monitorar a iluminação natural numa edificação existente pode não ser um trabalho fácil;

mas, é importante considerar os instrumentos disponíveis aos arquitetos utilizados para o

maior aproveitamento da luz natural. Dentre os componentes arquitetônicos^1 classificados por

Baker et al (1993) – componente de condução, de passagem e elementos de controle – optou-

se pesquisar o componente de passagem zenital, pelo fato de permitir uma maior

uniformidade de distribuição da luz natural em relação à iluminação lateral, uma vez que, em

geral, segundo Vianna e Gonçalves (2001), as aberturas estão uniformemente distribuídas pela

área de cobertura e têm suas projeções paralelas ao plano de utilização ou de trabalho.

Existem diferentes configurações de aberturas zenitais como modalidade de iluminação

natural para serem utilizadas como solução de projeto favorável na melhoraria da quantidade

e da qualidade de luz no espaço interno. Entretanto, a iluminação zenital é pouco estudada, e

verifica-se uma carência na literatura portuguesa de publicações sobre suas características e

desempenho ambiental, diferentemente da iluminação lateral, que é encontrada em extenso

volume.

Do ponto de vista ambiental, a edificação deve proporcionar ao usuário, acima de tudo, uma

condição mínima de habitabilidade seguida de uma sensação contínua de bem estar. Vale

(^1) Componentes arquitetônicos - têm como função o controle da quantidade e qualidade da luz natural empregada e o papel que vão exercer na arquitetura projetada (BAKER et al, 1993).

2

ressaltar que, com relação aos aspectos de iluminação, conforto térmico e luminoso^2 (subáreas

do conforto ambiental), no projeto arquitetônico devem ser considerados conjuntamente. Esta

visão integrada torna possível também, o bom desempenho energético da arquitetura que,

sendo adequada às necessidades do usuário, resulta, sobretudo, em ambientes mais

confortáveis e eficientes energeticamente.

Nesse sentido, é importante frisar que, para se obter a eficiência energética em uma

edificação, a iluminação natural deve ser projetada em conjunto com o sistema de iluminação

artificial. Pois, através do uso otimizado da luz natural, consegue-se a redução do uso da luz

artificial, de forma que quando a luz natural é suficiente em um determinado ambiente, a luz

artificial pode ser desligada ou diminuída.

No contexto brasileiro^3 , principalmente, a utilização da iluminação natural reflete-se

diretamente na energia gasta em ar condicionado e iluminação artificial. Em grande parte das

cidades brasileiras, como Brasília - cidade foco deste estudo -, por exemplo, a luminosidade

do céu é intensa, anualmente a radiação solar é de 2365,3 horas por ano^4 , o que permite

reduzir bastante o uso da luz artificial na maioria dos edifícios. Podem-se reduzir também os

custos com ar condicionado, pois de acordo com Amorim (2002c), a luz natural produz menos

calor por unidade de iluminação do que a maioria das luzes artificiais, reduzindo, portanto,

também a carga do ar condicionado.

Verifica-se que, atualmente, têm se desenvolvido principalmente na Europa Central, nos

Estados Unidos e Austrália, diversas tecnologias e sistemas avançados^5 , apropriados para

serem empregados no melhor aproveitamento e otimização do uso da luz natural. Esses

sistemas, como por exemplo - os painéis prismáticos, o laser cut panel e o Okasolar -

geralmente, podem ser aplicados tanto em aberturas laterais quanto zenitais, e têm como

principais características bloquear a entrada de luz solar direta e conduzir a luz difusa para o

interior do edifício. E ainda, podem ser utilizados como estratégia de projeto, tanto em novos

edifícios como em reformas, para obter maior conforto ambiental e eficiência energética em

edificações.

(^2) Conforto luminoso (visual) é o principal determinante da necessidade de iluminação em um edifício. É entendido como a existência de um conjunto de condições, num determinado ambiente, no qual o ser humano pode desenvolver suas tarefas visuais com o máximo de precisão visual, com o menor esforço, com menor risco de prejuízos à vista e com reduzidos riscos de acidentes. Estas condições, segundo Lamberts et al ( 1997) estão relacionadas aos requisitos necessários para ocorrência tranqüila do processo visual (visão), podendo ser classificadas como: iluminância suficiente (em atendimento à norma brasileira NB 57); uniformidade de iluminação; ausência de ofuscamento; modelagem dos objetos (as sombras são importantes para definir a forma e posição dos objetos no espaço, quando não há outras referências). (^3) Na Europa, por exemplo, o maior consumo de energia em edifícios não residenciais é a iluminação artificial: quase 50% (AMORIM, 2002d). Desta forma, os maiores propósitos dos projetos arquitetônicos que buscam eficiência energética são a otimização da luz natural, além do aquecimento solar passivo e o resfriamento passivo. (Sistema passivo – sistema que utiliza meios não mecânicos e não elétricos para satisfazer as cargas de aquecimento, iluminação e esfriamento). (^4) Normais Climatológicas de Brasília (1961-1990). INMET. Brasília. DF, 2004. (^5) Um sistema avançado para a luz natural é uma adaptação na janela ou no zenital que tem como objetivo otimizar a quantidade e a distribuição de luz natural. Estes sistemas utilizam a luz do zênite e do céu de maneira eficiente, guiando-a com maior profundidade e uniformidade para o interior dos ambientes (BAKER et a l, 1993).

4

o uso da energia e apontar medidas de utilização mais responsável, considerando não só o

presente momento, mas seu impacto global no futuro.

O crescimento acumulado no consumo de energia elétrica mais alto nos últimos anos é do

setor comercial - cresceu de 70,1%, em 1988, para 89,7%, em 1993 - segundo dados do BEN

  • Balanço Energético Nacional (1999). Os principais fatores que influenciaram o crescimento

deste setor, segundo Lomardo et al (1998), foram: expansão e abertura de novos centros de

compras ( shopping centers^7 ) com forte crescimento do sistema franchising; aumento da

terceirização na economia e uso crescente dos portos marítimos.

De acordo com a ABRASCE, Associação Brasileira de Shopping Centers (1998), os centros

de compras do país consomem cerca de 100,5 GWh/mês, energia suficiente para abastecer

uma cidade de 1 milhão de habitantes; 1 milhão de m^3 /mês de água; 200 mil TR de ar-

condicionado. Além disto, os edifícios não residenciais, em geral, são os que apresentam

maior potencial de economia energética, nos usos finais de iluminação e de ar condicionado.

Os centros de compras, em especial, possuem recursos financeiros para investir em novas

tecnologias para conforto e economia energética.

Pode-se, então, questionar quais as soluções que estão sendo propostas para se amenizar os

impactos causados por este setor e, principalmente, pelas edificações do tipo centros de

compras, consideradas grandes vilãs em termos de consumo energético.

Em edifícios comerciais, analisa Lamberts et al (1997), o uso de ar condicionado decorre,

muitas vezes, da necessidade de aumentar as condições interiores de conforto e,

conseqüentemente, de produtividade. Nestes edifícios, o isolamento do ar exterior pode evitar

a poluição sonora e ambiental, principalmente nos grandes centros urbanos.

Entretanto, através deste estudo, pôde-se identificar nas tipologias de centros de compras,

somente “tímidas” tendências em direção a uma arquitetura sustentável^8. O que se verifica,

tanto no Brasil quanto no exterior, são preocupações com relação a uma maior utilização da

iluminação natural. No exterior, devido às normas e leis que permeiam esta questão e, no

Brasil, pela recente preocupação com o racionamento de energia^9.

(^7) Entende-se como shopping centers , um centro de compras planejado; desenvolvido em um único edifício, ou grupo de edifícios devidamente articulados, contendo lojas de diversos varejistas, com serviços de estacionamento, segurança, manutenção, etc - em comum - pensado como unidade e administrado por um único dono. Na Inglaterra, a nomenclatura shopping centers é usada para designar os distritos comerciais, planejados ou não; enquanto na América é usado para definir o estabelecimento comercial do tipo shopping center voltado, fundamentalmente, para a administração do negócio e marketing comercial. (VARGAS, 2001) (^8) De acordo com Sabatella (2002), a arquitetura sustentável estuda as possibilidades de se efetuar de maneira eficiente as interfaces de um projeto, sejam através da escolha do sítio, utilização de materiais de construção adequados, da orientação da edificação, da eficiência das aberturas, do estudo da ventilação e da insolação, dos ganhos e perdas térmicas, do estudo do microclima e do macroclima, do impacto ambiental, da vegetação e/ou dos aspectos culturais. (^9) O consumo energético de iluminação nesse setor (centros de compras) gira em torno de 49%, segundo Lamberts et al (1997), valor este altíssimo, pois é praticamente a metade do consumo total das edificações. Aproximadamente 34% deste consumo é computado para ar condicionado e o restante para os demais equipamentos, como escadas rolantes e elevadores.

Portanto, como as edificações do tipo centro de compras utilizam basicamente a iluminação

zenital como modalidade de iluminação, devido às suas características arquitetônicas,

pretende-se analisar o desempenho de diferentes tipologias de aberturas zenitais nestes

edifícios, com relação aos aspectos de iluminação, objetivando a otimização do conforto

ambiental e eficiência energética.

JUSTIFICATIVA

No intuito de se racionalizar o uso da energia e apontar medidas de utilização mais

responsável, não só no presente, mas considerando seu impacto global no futuro, passou a

existir uma preocupação mundial em modificar e substituir o comportamento convencional

dos consumidores, característico do padrão produtivo e de consumo massivo.

O uso contínuo de energia é possivelmente o maior impacto ambiental característico de um

edifício, e por isso o projeto energeticamente eficiente deve ser a prioridade máxima. Isto está

relacionado com diversos aspectos, dentre eles, a utilização de fontes renováveis de energia, a

minimização das cargas de resfriamento e a otimização da luz natural.

Se buscamos a criação de uma sociedade ecologicamente sustentável, porque não usarmos

tecnologias que reforcem e ampliem o uso da luz natural? A luz natural oferece enormes

vantagens, e pode ser utilizada como estratégia para obter maior qualidade ambiental e

eficiência energética em edifícios. Dentre os outros pontos positivos (já anteriormente

citados) da luz natural, temos que: a luz natural permite valores mais altos de iluminação, se

comparados à luz elétrica; além disso, a carga térmica gerada pela luz artificial é maior do que

a da luz natural, o que nos climas quentes representa um problema a mais; um bom projeto de

iluminação natural pode fornecer a iluminação necessária durante 80/90% das horas de luz

diária, permitindo uma enorme economia de energia em luz artificial; a luz natural é fornecida

por fonte de energia renovável: é o uso mais evidente da energia solar. (MAJOROS, 1998).

Além disso, tanto a reestruturação ou reabilitação quanto a construção de novos edifícios

oferecem muitas oportunidades para melhorar o desempenho da iluminação natural; inúmeras

intervenções são possíveis, e muitas tecnologias e componentes arquitetônicos para o uso da

luz natural estão disponíveis.

Um grande impasse, é que muitas vezes, os projetistas desconhecem tais tecnologias ou

encontram dificuldades em empregá-las. A disseminação de informações é muito importante

para que a utilização destas estratégias em larga escala possa tornar-se de fato concreta

contribuindo para a sustentabilidade da arquitetura de forma tangível.

Propõe-se a cidade de Brasília como contexto de estudo, devido a várias razões:

primeiramente, observa-se que tanto em prédios públicos quanto em prédios comerciais, de

maneira geral, ocorre a adoção de soluções padronizadas (como as fachadas envidraçadas e

janelas fixas, por exemplo), gerando desperdício energético e desconforto para os usuários;

2. Investigar estratégias de projeto, tais como componentes arquitetônicos ou sistemas

avançados para o uso da luz natural em aberturas zenitais ou em conjunto com as

mesmas, no intuito de encontrar equilíbrio entre a otimização da luz natural e a

artificial, como também a redução da carga térmica no edifício;

3. Pesquisar os softwares de simulação de iluminação existentes, a fim de escolher o

instrumento adequado para realizar as simulações das estratégias projetuais e

tecnológicas escolhidas para os edifícios; fazer uma análise de desempenho do

software escolhido para as situações examinadas;

4. Estudar o painel prismático e o Okasolar, sistemas considerados promissores para o

uso otimizado da luz natural, avaliando seu desempenho com relação ao contexto

climático da cidade de Brasília;

5. Realizar simulações com o software escolhido para as configurações de aberturas

zenitais e componentes e sistemas mais promissores, elaborando recomendações para

o uso dos mesmos e para aberturas zenitais em geral, considerando o clima de Brasília;

6. Realizar uma análise paramétrica^11 das diversas soluções e estratégias de projeto,

utilizando-se a simulação computacional como instrumento de auxílio na melhoria da

iluminação natural desta tipologia de edifício.

ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho estrutura-se em seis capítulos:

Capítulo 01 - Clima, Luz Natural e Arquitetura

Aborda as questões relativas ao clima de maneira geral, e mais especificamente o da cidade de

Brasília, foco do estudo de caso, enfatizando a disponibilidade de luz natural e a

potencialidade da região no uso de sistemas passivos como condicionante de projeto.

Capítulo 02 -Luz Latural: Conforto Visual, Fontes e Grandezas Físicas

Abrange o conforto luminoso e as condições mínimas necessárias para o ser humano poder

desenvolver suas tarefas visuais, descrevendo algumas grandezas físicas e termos

correlacionados com a luz natural e suas fontes.

Capítulo 03 -Iluminação Zenital e sua Aplicação na Arquitetura

Relata o uso da iluminação através de aberturas zenitais, suas principais características e

diferentes tipologias. E enfatiza a constante aplicação da iluminação zenital em tipologias de

centros de compras, através de uma breve descrição de sua arquitetura, características e

tendências atuais.

(^11) Paramétrico - relativo a parâmetro. Todo elemento cuja variação de valor modifica a solução dum problema sem lhe modificar a natureza. (Dicionário Aurélio de Língua Portuguesa)

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Capítulo 04 -Tecnologias e Sistemas para uso da Luz Natural

Descreve as tecnologias e sistemas avançados disponíveis, atualmente, para o uso otimizado

da luz natural no projeto de arquitetura.

Capítulo 05 - Iluminação Natural: Ferramentas e Metodologias

Analisa as ferramentas e metodologias existentes para o cálculo da luz natural. Definição da

simulação computacional como metodologia de trabalho, e descrição desta.

Capítulo 06 - Análise dos Resultados e Conclusões

Desenvolve a análise e conclusão dos resultados obtidos com a simulação computacional de

tecnologias e sistemas avançados para o uso otimizado da luz natural, em superfícies

iluminantes de aberturas zenitais.