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Baixe livro transtorno de personalidade parte 2 - pag 156-165 e outras Manuais, Projetos, Pesquisas em PDF para Psicologia, somente na Docsity!
156 Beck, Freeman, Davis e cols falou alto, de forma intimidadora: “Eu já fiz isso antes. Não preciso voltar aqui. Me obrigar a fa- zer terapia é uma violação dos meus direitos constitucionais. É ilegal. Você não pode me obri- gara vir”. O terapeuta disse-lhe que, em virtude de ele (o terapeuta) não ser um perito em Consti- tuição, telefonaria para o OC a fim de que Randy fosse mandado para à prisão, até que o tribunal julgasse a questão constitucional. Randy conti- nuou com suas declarações indignadas sobre como o sistema simplesmente estragava a vida de pessoas iguais a ele, incluindo o terapeuta como parte desse sistema. O terapeuta concordou calmamente com a cabeça, aceitou as declarações de Randy e di se: “Por que não conversamos um pouco e ve- mos onde isso vai dar?”. A resposta de Randy foi pedir um esclare- cimento. “Como prisioneiro federal, o que lhe digo é confidencial, certo?” “Sim. Certo.” “Então o que acontece nessas sessões fica entre eu e você?” Nesse ponto, Randy pegou uma revista do bolso da calça e começou a ler. Ele não respon- deu a nenhuma pergunta, sugestão ou comen- tário do terapeuta. Quando o tempo acabou, o terapeuta dis- se: “O nosso tempo acabou por esta semana. Eu estarei esperando você na semana que vem. Qualquer sessão à qual você se atrasar mais de 10 minutos será considerada uma sessão perdi- da, e terei de registrar isso”. Randy saiu sem dizer uma palavra. Ele chegou à sessão seguinte com 10 mi- nutos de atraso. Dessa vez, Wouxe um jornal, que leu silenciosamente durante toda a sessão. Na semana seguinte, o padrão se repetiu. No f- nal da sessão, Randy foi até a porta, virou-se e disse: “Da próxima vez, doutor, traga algum tra- balho para se ocupar”. Na quarta sessão, o terapeuta resolveu ado- tar uma abordagem terapêutica esquemárica. Quando Randy chegou (com 10 minutos de atra- 50) com sua revista, o terapeuta comentou: “Que coisa interessante! Nas duas últimas semanas, fiquei pensando em como você é burro”. Com isso, Randy ergueu os olhos da revis ta e perguntou: “Você está a fim de levar um soco na cara?”. “Não”, respondeu o terapeuta. “Por acaso você se acha estupidamente es- perto?” 'u não disse que eu era esperto, disse que você era burro.” :? E o que me torna burro?” “Bem... as pessoas pagam muito dinheiro para conversar comigo. Você pode fazer isso sem pagar nada. Está vendo todos estes livros na pra teleira? São todos meus. Eu sou um especialista em mudança comportamental, e você é burro demais para usar meus conhecimentos para seus propósitos pessoais. Randy já largara a revista sobre a mesinha e fez a pergunta: “Como eu poderia usar você?” “Bem, você gostaria de mudar o comporta- mento de alguém im”, respondeu. “O da minha namora- da. Ela é uma puta preguiçosa. Eu gostaria que ela cozinhasse para mim e fosse mais interessa- da em fazer sexo.” “Eu precisarei de algumas informações.” A partir disso foi feita uma coleta de dados, com o ostensivo propósito de ajudar Randy a “usar” o terapeuta para mudar a namorada. Randy vivia com Bianca há três anes. Ele era verbalmente abusivo, mas negava qualquer violên cia física, Como parte da coleta de dados, o terapeuta perguntou: “Você dá presentes para ela?” “Como o quê?” “Flores, jóias... você sabe, presentes.” “Sim, no Natal e talvez no aniversário dela.” “O que você pensa que aconteceria se lhe comprasse um presente, sem nenhuma outra razão, além de achar que ela iria gosta: “Você quer dizer, a troco de nada ão, não é a troco de nada. Seriam infor- mações para nos ajudar. Do que ela gostaria? “Ela gosta de flores.” Essa seria a tarefa de casa de Randy. Ele compraria flores para Bianca e avaliaria a res- posta dela. Na semanã tualmente pars a tas. Quando refa de casa, tar. Eu levei flores um jardim a cam com as flores, Elm me perguntons “Eu disses gostaria delas? “Bem, com na cama. Entios quer para O O terapemes aprendeu com A resposta tudo o que presr legal com ela. ss "Quem É mudar?” “O mes DO O leitora aperfeiçoou 0TR cluir que a im serviço de um & Ligando os R aos Comporta Em cada car as distorções: gada: paciente com crenças, que e entam as suas em as seis mitem a elas? aos entou: “Que limas semanas, E burro”. ms olhos da revis- Em de levar um esupidamente es- muito dinheiro fazer isso sem divros na pra- Em especialista E você é burro tos para seus O comporra- minha namora- ES gostaria que mais interessa. formações.” A dados, com o Randy à “usar” o ERÊS amos. Ele era uniquer violên- de dados, o eria se lhe Benhuma outra Ea gostar?” Seriam infor- ela gostaria? de Randy Ei mvaliaria a res- Terapia cognitiva dos transtornos da personalidade 157 Na semana seguinte, Randy apareceu pon- tualmente para à O, sem jornais ou revis- tas. Quando solicitado a relatar como fora a ta refa de casa, Randy disse: “Você não vai acredi- tar. Eu levei flores para ela [ele as roubara de um jardim a caminho de casa). Quando cheguei com as flores, ela ficou muito desconfiada. Ela me perguntou: “Por que isso?” “Eu disse: 'Por nada. Eu só pensei que você gostaria delas ” “Bem, começamos a nos beijar e acabamos nã cama. Então ela me perguntou: “O que você quer para o jantar?” O terapeuta perguntou: “Ok, o que você aprendeu com isso?”. A resposta de Randy foi previsível: “Bem, tudo o que preciso fazer para convencêla é ser legal com ela. Isso funciona com todo o mundo?”. “Quem é o próximo que você gostaria de mudar?” “O meu OC (oficial da condicional)” O leitor talvez conclua que o terapeuta aperfeiçoou o TPAS de Randy. Ou podemos con- cluir que a intervenção utilizou a patologia, à serviço de um funcionamento mais efetivo. Ligando os Pensamentos Distorcidos aos Comportamentos Desadaptativos Em cada área-problema convém identifi- car as distorções cognitivas que podem estar li- gadas aos comportamentos problemáticos. Um paciente com TPAS costuma ter uma série de crenças, que estão a serviço dele mesmo e ori- entam as suas ações. Elas fregúenremente inclu- em as seis crênças seguintes, embora não se li- mitem a elas: 1. Justificação. “Querer alguma coisa ou querer evitar alguma coisa justifica as mi- nhas ações.” 2. Pensar é acreditar: “Os meus pensamen- tos e sentimentos são totalmente exatos, simplesmente porque me ocorrem.” 3. Infalibilidade pessoal. “Ew sempre faço boas escolhas.” 4. Os sentimentos se constituem em fatos. “Eu sei que estou certo, porque sinto que o que eu faço está certo.” A impotência dos outros. “O que os ou tros pensam é irrelevante para as minhas decisões, a menos que eles controlem di- retamente as minhas consequências ime- diatas.” 6. Consegiiências de baixo impacto. “Conse- quências indesejáveis não vão me acon tecer ou não terão imporrância para mim.” a Assim, Os pensamentos automáticos e as reações do paciente anti-social são freguente- mente distorcidos por crenças que estão a semi- ço dele mesmo, enfatizam satisfações pessoais imediatas e minimizam futuras consequências. À crença subjacente de que estão sempre certos torna improvável que eles questionem as pró- prias ações. Os pacientes podem variar no grau de confiança ou desconfiança que sentem em relação aos outros, mas é improvável que bus- quem orientação ou conselho sobre qualquer curso de ação. Uma pessoa com TPAS que quer alguma coisa vai pegá-la, sem sequer compre- ender as possíveis consequências ou manifestar preocupação com possíveis consegiiências. Por exemplo, o terapeuta notou que esta- vam desaparecendo revistas de sua sala de es- pera e desconfiou de Randy, seu paciente com TEAS. Ele verificou quais revistas estavam na sala de espera, antes de Randy chegar para a sua ses- . Depois da sessão, as revistas tinham sumi- do. Indagado sobre as revistas desaparecidas, Randy a princípio, negou vigorosamente ter algo aver com aquilo. Então ele mudou, dizendo que talvez as tivesse levado inadvertidamente. Mas, raciocinou ele, as revistas estavam lá para os pacient como paciente, ele estava justifica- do ao levar a “sua” revista para ler em casa. As- sim, os comportamentos das pessoas com TPAS tendem a eliciar respostas negativas nos outros —e Randy não percebeu, nem se preocupou com o fato de que estava roubando de alguém que tentava ajudá-lo. to de ha- Ectivas, con- E frustração, Bencial, adia- D cognitiva. emocio- quase in- cia, sem de um esfor- ps de incên- Eapaz de to- de danos a si Entos. O se- andas de tu- embora, em que jamais ser engolido temporária muito im- a angústia. que os esfor- Eimente, mas que o esfor- Eimente des- Bm um efeito Er afirmações icas? Res- doras, por BD exato com- as para Terapia cognitiva dos transtornos da personalidade 159 O comportamento impulsivo fregiente- mente é uma maneira de satisfazer a grande necessidade de excitação do indivíduo, como não seria possível de uma forma socialmente mais aceitável. A raiva e as ações impulsivas têm de ser espelhadas para o paciente, de modo gentil, mas direto. O paciente pode funcionar com res- postas “viscerais”, E o terapeuta pode oferecer uma alternativa mais sistemática e científica de testar as vantagens e as desvantagens do com- portamento. Em vez de um padrão constante de comportamento estímulo-resposta, o paciente pode aprender a (1) prestar atenção a deixas internas emocionais e cognitivas, (2) avaliar sua percepção, (3) decidir se vale a pena responder, (4) identificar possíveis respostas, (5) escolher uma resposta e (6) responder. Automonitoramento e Motivação Funcional O comportamento de um indivíduo com TPAS pode parecer ao mesmo tempo um fracas- so, em termos morais, e sem nenhum propósito funcional. Podemos imaginar que até Carl Rogers teria uma tremenda dificuldade em manter uma consideração positiva incondicional, diante da conduta de certos TPAS. No entanto, é impor- tante separar a pessoa do seu comporramento, ensinar o paciente a observar suas ações e exa- minar as várias funções ou recompensas, associa- das a uma cadeia de comportamentos. Por exem- plo, o paciente pode expressar preocupação com as “necessidades” do terapeuta e oferecer aju- da. Randy, o paciente encaminhado pelo tribu- nal, comentou na sessão que notara no estacio: namento o carro velho e cansado de guerra do terapeuta, Ele achava que o seu terapeuta deve- ria ter um carro muito melhor. Internamente, o terapeuta concordava. Seu carro tinha nove anos, estava em más condições e talvez não passasse pela próxima inspeção, sem uma série de con- sertos caros. Tendo adquirido recentemente uma nova casa, o terapeuta estava sem dinheiro para comprar um carro novo. Randy, então, sugeriu que conseguiria qual- quer carro que o terapeuta quisesse, com os pa- péis de registro apropriados. Tudo o que o terapeuta precisaria fazer era “dizer sim” e esse seria 0 “segredo deles”. O terapeuta, é claro, re- cusou e examinou a motivação dessa oferta. Ele não pôde deixar de pensar, a caminho de casa, como seria bom um carro novo. Randy, todavia, não se beneficiaria terapeuticamente com uma troca dessas, pois era meramente uma tentativa de obter poder e influência, por meio de seus meios anti-sociais típicos. Os pacientes com TPAS, geralmente, não refletem e não percebem as diferentes funções que têm os seus padrões de comportamento. Eles precisam, primeiro, compreender o valor de aprender a ouvir a si mesmos, lidar com o des- conforto que a introspecção pode trazer e de- senvolver as habilidades para examinar o que estão pensando e sentindo. Eles precisam ser ensinados a sintonizar com seu diálogo interno, suas respostas emocionais e seus comportamen- tos automáticos. Para muitos pacientes, isso en- volve o tema da sobrevivência. Esse tema pode- ria incluir comportamentos de dependência, apego, sedução ou evitação. O fato de o pacien- te passar a compreender seus comportamentos não significa, necessariamente, que ele escolhe- rá substituí-los por outros mais adaptativos. Se isso fosse verdade, a terapia seria um processo bem mais simples. A habilidade de introspecção ou a consciência pessoal é uma habilidade sofis- ticada. A introdução e o desenvolvimento dessa habilidade pode ser, em si e por si mesma, um objetivo razoável da terapia. Ampliando q Base de Atribuições e Avaliações No processo de ajudar pacientes com TPAS a testarem atribuições, avaliações e as escolhas associadas, O objetivo global é ampliar seu le- que de interesses, do estritamente pessoal à cons- ciência de domínios mais interpessoais, se pos- sível. Começamos com uma ampla hierarquia, baseada em teorias de desenvolvimento moral e cognitivo. Os passos precisam ser graduais, de acordo com a maneira problemática de pensar e agir do indivíduo. No nível mais baixo da hie- rarquia, O paciente só pensa em termos de inte- resse pessoal, e suas escolhas visam obter re- BEnDO op woje E Sagõpal Eu sagõdo sy aanunsoId RE sojuaures seujoaso Bpeist > seu o amsos v So UCS 0v5e] DogÍenaIs Esso goid-opdenais Duaned epeo PRO IpOlU Jos pe las opod ES “Opritoa = snb ap vuas Em E nojouroo BpSenais eun » mooquosa é E Ouro; > net nos ap BP oj-oudatos o r|2c] 122 doeu “sonno sESsop seio mpundos vu 12p “pnaj-puendb RA ELI op 12) assosmb anb enuas anb o PEISOjDIUOPO E Ensaid eaeIso o 104 E Sen ou epa saissod ap ou papas oprenb JERIUI [eos E seyjoasa sa Ea, Ep png Bpod emadeso) ES sen urg E no sopejon meb juuos e sou =P Wa pus “SPUjODsa ap ogunfuos um uro sopei -mrLoysa ogs seuiajgord solno 'sajuaptd so SDAPTLOSUOS SDYjOISG Opuazos “SOQUIE TIRÁ OLIQILISHES D [oapIsa SIE OJUAWIEUONE[I UN PIRd PUMmquaLOS Oss1 anbuod à SEOssSd SE IREI ap Joujauw eiaueu eum mastro anbiod “e|-ENSnIf ap 294 wo “eperom -BU E JoZBISHES BIRÁ OdiOjSa UM 1922] eIapod ap “orduiaxo 10] "ozeId OBuo] E sajoremw sem Upnhasuoa too “ojuamemodioo nas op soadse OLIOS tISSE “SOMINUL SasSDIOJUI SO SIEUI 1EIOJ euapod aja Pau OHa2191 ON “app otunonez O 128 EHapod ,orenb anb o opuep sw grenun -uoa epa a “opuenb uia 234 ap “Zio] E-odeg, suas -PIUEA SENS JDNUBUI CIPÓ EpeIOUIEU Ep opipad Wnd]E E Jopua)e ELIOpod 9/3 ajusujeuotstoo “ojd -USXO 10d "SOIDUTE SO[osop NO sassazaaui sojad “epratuy BISUBIL ap “openuanTu! tos puapod [EDOS-NUE tuasof assa “jaaru opungos ox “Epp soy -MoLUDIAS SOp atom Muapuadapu “senxos sof -Bsap soudoId so OpUDZBJSHES SpejuoA E oumur ENUDS DS D[g 'SIBNXOS SEOJDA] SEpeutuLIDap op sofosap snas SOL Ioplisie ap no oquatetopepos O Jepungosde Wa Ejop asssuojur op Jopuodsea ap ORÍUMUI PLINQUOU EYUO OgU Wand! 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Susan concebera à filha mais velha, Candy, durante um breve rela- cionamento com o $r. R., mas não lhe contara da gravidez, nem o informara da existência da filha até Candy estar com quase três anos de ida- de. O comportamento impulsivo é irresponsável de Susan fez com que perdesse a custódia das filhas, por negligência na prestação cuidados. Na época do contato inicial da terapia, Susan estava vivendo em uma cidade a mais de 240 quilômetros de distância dos R. Há alguns meses, ela viajava uma vez por mês para visitar a filha caçula, Carol, e passava a noite na casa da mãe. Ela também queria recomeçar as visitas a Candy, de modo que concordou com a sugestão do Sr e da Sra. R. de fazer terapia. Nos anos anteriores, Susan visitara Candy muito esporadicamente, chegando a ficar um ano sem contatar a filha. Na época do tratamento, os direitos de visita de Susan estavam restritos à supervisão e à apreciação dos pais que tinham a custódia. Inicialmente, Susan foi cordial, mas tam- bém defensiva e ressentida pelas circunstâncias da terapia. Ela concordou, com relutância, em realizar 0 Inventário Multifásico de Personalida- de de Minesota (MMPD, que produziu um perfil válido, caracterizado por defensividade e raiva, com um pico de elevação na escala 4 (Desvio Psicopático). Depois de entrevistar Candy e Susan, se- paradamente, e observá-las brincando juntas, O terapeuta percebeu interesse interpessoal e co- operação entre elas. Susan demonstrava, por seus esforços para aumentar as visitas, um cres- cente interesse em desempenhar um papel na vida da filha. Os R. relataram que ela se com- portava apropriadamente quando estava com Candy, prestando atenção a ela, brincando com ela e, aparentemente, não abusando da filha, nem a negligenciando. Susan afirmava que es- tava estudando administração há vários meses & que vinha mantendo um relacionamento român- tico há mais de seis meses — evidências de uma maior estabilidade na vida, embora em um perio- do relativamente recente, Com base nessa informação, o terapeuta concordou em trabalhar com Susan em sua ten- tativa de se aproximar de Candy. O terapeuta informou Susan de que sua história e testes psi cológicos indicavam que ela sofria de um TPAS, sendo explicado como um transtorno de julga- mento e comportamento, no estilo de vida que resultava em consequências negativas para Susan, assim como para outras pessoas, como Candy. Os objetivos estabelecidos por ambos na terapia cognitiva eram os de ajudar Susan a ter maior acesso à filha, desde que isso não provo- casse nenhum declínio no ajustamento global de Candy Candy respondeu positivamente aos con- tatos com Susan, mas sentia ciúme da meia-irmã Carol, pois esta participava de mais atividades com à mãe. Candy tinha dificuldade em se des- pedir no final do horário de visitação, e ficava mal-humorada e desobediente logo depois das visitas da mãe, quando esta ia passar a noite com Carol. Candy tinha de voltar para a casa dos R. Pelo relato desses, o comportamento de Candy também parecia pior na metade do mês, quan- de ela começava a temer que a mãe não voltas- se para vê-la A intervenção de exame das escolhas com Susan focalizou as visitas à Candy, assim como outras preocupações específicas que havia no manejo das filhas. A Figura 8.1 apresenta um exemplo do exercício de exame das escolhas de Susan. Nesse exercício, Susan listou sua reação imediata, “automáti situação de visitação, além de outras possíveis reações que discutiu com o terapeuta. Por meio da discussão de exa- me das escolhas, Susan conseguiu perceber que possuia certa capacidade de influenciar o futuro das visitas à Candy. Ela decidiu que expressar seu ressentimento pelo que acreditava ser injus- to nos limites de visitação não seria, provavel- mente, tão eferivo para atingir seu objetivo, pois estava tentando desenvolver um relacionamen- to de “boa-fé” com os R. O terapeuta a ajudou a definir alguns passos que auxiliariam na “boa- fé”, em esforços graduais para ampliar seus pri- vilégios com Candy. Problema Visitação. Os Ri. uma sentença da dando-lhes o minhas visitas 8 Eles só me dei por quatro horas deles. S = 10 sar um tempo a minha filha. Ss FIGURA 8.1 O) “Problema” à A avaliação “E cada escolha, em No decomes ses, os privilégias taram grad pia em um Cama com Candy, T tas aumentou Bs podia passar & com a filha, & ras sozinha a filha na cassa Susan que desejava, dagem com é! cão entre Susan ça do terapeuta ção. Os R. Terapia cognitiva dos transtornos da personalidade 163 O terapeuta nem sua ten- O terapeuta e testes psi- «de um TPAS, o de julga- ão de vida que gativas para pessoas, como por ambos na Susan a ter so não provo- o global de ente aos con- atividades em se des- » € ficava depois das a noite com Es a casa dos R. Bão de Candy do mês, quan- não voltas- escolhas com assim como me havia no presenta um escolhas de sua reação ade visitação, que discutiu musão de exa- perceber que Ciar o futuro mae expressar lava ser injus- provavel- mbjetivo, pois pelacionamen- a a ajudou a T Problema Escolha Vantagens Desvantagens | Visitação. Os R. possuem | Dizer aos R. que se fodam. uma sentença do tribunal | E = 40 dando-lhes o controle das minhas visitas a Candy. Eles só me deixam vê-la. | por quatro horas, na cs | deles Desistir é parar com as visitas. = 20 Simplesmente pegar Candy na escola. E = 25 Aproveitar o rempo que temos juntas e peslir que seja aumen- tado gradualmente. E = 50 Os R. não confiam em mim. | Tentar convencer 0 R. de que Eles acham que não sou eu não sou uma mãe má. | tuma boa mãe. Eu quero pas-| E = 40 sar um tempo sozinha com a minha filha. 8 = 0 Exigir que os R. me diem mais tempo com Candy. E=20 Manter 0 plano de pedido de aumento gradual da li |endade com Candy; lidar |com a arimde negativa deles. JE=70 Eu me sentiria melhor O tiro pode sair pela | culatra é aumentar ainda 'ácil. Incômodo minimo. Pode acabar sendo o melhor a fazer. Não É o que realmente quero. | Pode magoar Candy. Eu me vingo dos Re ganho um tempo com Candy. Posso ser presa Candy pode ficar assustada. Nenhuma grande confronta- ção. Progresso lento. Candy | quer ficar comigo agora | Os R. podem acreditar em | Um pé no saco. Eu não te- mim e me dar mais liberdade. | nho que pedir permissão para ver a minha própria filha. s que eu tenho | Não vai mudar a cabeça sentir melhor | dura deles. Pode dificultar as coisas. Pode se resolver de pe. MUITO devagar, mas acho quenas maneiras muito em | que consigo lidar com isso. breve. Me permite uma chan | ce de mostrar aos R. a minha boa fé. | FIGURA 8.1 O exercicio de revisão das escolhas de Susan. A avaliação “5 = “Problema” indica a satisfação da paciente com A avaliação “E = “na coluna de “Escolha” im cada escolha, em uma escala de O a 100. No decorrer de aproximadamente oito me- ses, os privilégios de Susan com Candy aumen- taram gradualmente, de ir dirigindo para a tera- pia em um carró separado, a almoçar sozinha com Candy, depois da terapia; o tempo das visi- tas aumentou, de quatro para oiro horas, e ela podia passar a metade das oito horas sozinha com a filha, e depois a maior parte das oito ho- ras sozinha: finalmente, pôde passar a noite com a filha na casa da avó materna. Susan solicitou nos R. todos os privilégios que desejava, depois de ter praticado sua abor- dagem com o terapeuta. Inicialmente, à negocia- ção entre Susan e os R. foi realizada na presen- ça do terapeuta, a fim de facilitar a comunica- ção. Os R. explicaram suas reservas, às quais - ” na coluna de os faros da situação, em uma escala de O a 100. dica a estimativa da paciente da efetividade de Susan tentou responder de maneira trangiiliza- dora, não-hostil, conforme praticara com o terapeuta. Mas quando ela perdeu à controle e foi hostil, os R. recuaram e se recusaram, tem- porariamente, a ampliar os privilégios. Isso foi útil, pois mostrou à Susan como a sua atitude impedia que ela conseguisse o que queria. O terapeuta ajudou, espelhando para Susan a sua raiva e concentrando-se na abordagem sistemá- tica. O terapeuta teve o cuidado de não interfe- rir e trangi ros R., defendendo Susan; ele trabalhou com Susan para ajudá-la a manter suas prioridades em mente e examinar a efetividade de seu comportamento. Candy apresentou melhoras gerais de hu mor € ficou mais cooperativa em casa e na esco- a possibilidade do que com modo de como para ambos os EsÊs meses, sem sa melhora sig- ser muito mais os comporta- s, se O pacien- gões emocio- entar à apren- jo. Assim, É s potenci Mende a respon- definir como ivo ou priori- suas escolhas. Es, como a par- dos para a D sempre que Da grupos de D com caurela, ser tentados a almente mais mão tivesse re- mesma forma, ESET quantas ve- mentir, enga- Bmodar, violar ira, romper a Ésso lhe trará Terapia cognitiva dos transtornos da personalidade 165 maior vantagens pessoais. Mas os exemplos de caso descritos neste capítulo ilustram como a terapia cognitiva pode ter um impacto positivo sobre o curso de vida de uma pessoa anti-social. O funcionamento ótimo pode continuar sendo um objetivo irrealista no tratamento, mas me- lhoras no comportamento pró-social trarão be- nefícios óbvios para a estabilidade do paciente e 9 bem-estar das pessoas significarivas para ele, assim como para a sociedade em geral.