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Guias e Dicas
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Lipidose Hepática Felina, Esquemas de Clínica médica

Lipidose Hepática Felina - do diagnóstico ao tratamento

Tipologia: Esquemas

2025

À venda por 28/06/2025

carol-santinelo
carol-santinelo 🇧🇷

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O que é?
- É uma doença que acomete somente os gatos e é
caracterizada pelo acúmulo de gordura (triglicerídeos)
em 80% ou mais dos hepatócitos
- Acontece quando o paciente se encontra em anorexia
ou hiporexia há dois dias ou mais
Por que somente gatos?
- Os felinos são animais estritamente carnívoros, o que
significa que precisam de muita proteína. Na ausência
dessas proteínas, o organismo começa a quebrar a
gordura (processo chamado de lipólise) para
transformar em energia, mas o transporte dessa gordura
não acompanha o processo de quebra! Isso leva a um
acúmulo da gordura no organismo
- O acúmulo dos triglicerídeos leva também a um quadro
de inflamação sistêmica e resistência à insulina
- Um fígado gorduroso à nível macro e microscópico,
sequencialmente nas imagens 1 e 2 (Fonte: CEDUS e
UFRGS Patologia)
Fatores de risco
- Pacientes obesos
- Causas primárias de anorexia (mudanças ambientais,
estresse, mudança de manejo etc)
- Causas secundárias de anorexia (causadas por outra
doença instalada, dor, etc)
- Alimentação forçada! Faz com que o paciente se
estresse muito e crie aversão ao alimento!
Manifestações e Alterações Clínicas mais comuns
- Anorexia; perda de peso; icterícia hepática; diarreia;
êmese e/ou náusea; hiperglicemia (fase inicial) ou
hipoglicemia (fase tardia fígado entrando em
insuficiência); ventroflexão cervical por hipocalemia
(pode ter outros distúrbios eletrolíticos); desidratação;
hipoalbuminemia e diminuição de outras substâncias
indicadoras de lesão hepática
Diagnóstico
- Clínico (alterações laboratoriais + histórico + avaliação
do paciente)
- US: visualização de esteatose hepática
- Definitivo: citologia ou biópsia hepática (inviável na
grande maioria dos casos)
TRATAMENTO muito importante
1) Estabilização inicial do paciente: correção da
desidratação, dos distúrbios eletrolíticos e dos sinais
clínicos, como o vômito
2) Está estável? Iniciar alimentação nas primeiras 24h de
admissão. Não há indicação de alimentar paciente
instável (hipocalêmico, desidratado)!
3) Alimentação: como deve ser feita?
- tubo nasoesofágico: número 8, de preferência
- tubo esofágico: durabilidade maior, até 3 meses
- pensar em oferecer suporte nutricional à longo prazo,
pelo menos 3 a 8 semanas
- cálculo da necessidade energética em repouso (NER)
NER = PC^0,75 X 70 = calorias/dia
- oferecer gradativamente: 1º dia: 33% da NER; 2º dia:
66% da NER; 3º dia em diante 100% da NER (isso evita a
síndrome da realimentação, que pode levar ao óbito)
Obs.: ingestão hídrica 1mL = 1kcal
- Alimentações ideias: Convalescence Vet Fórmula ou
A/D Hills (Recovery não atende as especificações)
- Posologia: Inicialmente 12ml/kg vez, 6 a 8 x ao dia.
Após adaptação do paciente, podemos administrar
15ml/kg/vez 6 a 8x ao dia sempre em 10-15 minutos
4) Não é indicado o uso de nenhum tipo de estimulante
de apetite! Somente a alimentação pode parar a lipólise!
5) Quando tirar a sonda? Quando o paciente apresentar
normofagia por pelo menos 1 a 2 semanas seguidas

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O que é?

  • É uma doença que acomete somente os gatos e é caracterizada pelo acúmulo de gordura (triglicerídeos) em 80% ou mais dos hepatócitos
  • Acontece quando o paciente se encontra em anorexia ou hiporexia há dois dias ou mais Por que somente gatos?
  • Os felinos são animais estritamente carnívoros, o que significa que precisam de muita proteína. Na ausência dessas proteínas, o organismo começa a quebrar a gordura (processo chamado de lipólise) para transformar em energia, mas o transporte dessa gordura não acompanha o processo de quebra! Isso leva a um acúmulo da gordura no organismo
  • O acúmulo dos triglicerídeos leva também a um quadro de inflamação sistêmica e resistência à insulina
  • Um fígado gorduroso à nível macro e microscópico, sequencialmente nas imagens 1 e 2 (Fonte: CEDUS e UFRGS – Patologia) Fatores de risco
  • Pacientes obesos
  • Causas primárias de anorexia (mudanças ambientais, estresse, mudança de manejo etc)
  • Causas secundárias de anorexia (causadas por outra doença instalada, dor, etc)
  • Alimentação forçada! Faz com que o paciente se estresse muito e crie aversão ao alimento! Manifestações e Alterações Clínicas – mais comuns
  • Anorexia; perda de peso; icterícia hepática; diarreia; êmese e/ou náusea; hiperglicemia (fase inicial) ou hipoglicemia (fase tardia – fígado entrando em insuficiência); ventroflexão cervical por hipocalemia (pode ter outros distúrbios eletrolíticos); desidratação; hipoalbuminemia e diminuição de outras substâncias indicadoras de lesão hepática Diagnóstico
  • Clínico (alterações laboratoriais + histórico + avaliação do paciente)
  • US: visualização de esteatose hepática
  • Definitivo: citologia ou biópsia hepática (inviável na grande maioria dos casos) TRATAMENTO – muito importante
  1. Estabilização inicial do paciente: correção da desidratação, dos distúrbios eletrolíticos e dos sinais clínicos, como o vômito
  2. Está estável? Iniciar alimentação nas primeiras 24h de admissão. Não há indicação de alimentar paciente instável (hipocalêmico, desidratado)!
  3. Alimentação: como deve ser feita?
  • tubo nasoesofágico: número 8, de preferência
  • tubo esofágico: durabilidade maior, até 3 meses
  • pensar em oferecer suporte nutricional à longo prazo, pelo menos 3 a 8 semanas
  • cálculo da necessidade energética em repouso (NER) NER = PC^0,75 X 70 = calorias/dia
  • oferecer gradativamente: 1º dia: 33% da NER; 2º dia: 66% da NER; 3º dia em diante 100% da NER (isso evita a síndrome da realimentação, que pode levar ao óbito) Obs.: ingestão hídrica 1mL = 1kcal
  • Alimentações ideias: Convalescence Vet Fórmula ou A/D Hills (Recovery não atende as especificações)
  • Posologia: Inicialmente 12ml/kg vez, 6 a 8 x ao dia. Após adaptação do paciente, podemos administrar 15ml/kg/vez 6 a 8x ao dia sempre em 10-15 minutos
  1. Não é indicado o uso de nenhum tipo de estimulante de apetite! Somente a alimentação pode parar a lipólise! 5 ) Quando tirar a sonda? Quando o paciente apresentar normofagia por pelo menos 1 a 2 semanas seguidas