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Leucemia: Tipos, Diagnóstico e Tratamento, Notas de estudo de Hematologia

Este documento fornece uma visão abrangente sobre a leucemia, incluindo sua definição, fisiopatologia, tipos (leucemia aguda e crônica), diagnóstico e tratamento. Ele abrange os principais aspectos da doença, como a proliferação de células imaturas (blastos) na leucemia aguda, a acumulação de células maduras na leucemia crônica, os sintomas clínicos, os exames laboratoriais necessários para o diagnóstico e as abordagens terapêuticas específicas para cada tipo de leucemia. O documento também destaca as complicações associadas, como a síndrome de lise tumoral, e a importância do tratamento de suporte. Com uma descrição detalhada e informações relevantes, este documento pode ser uma valiosa ferramenta de estudo e referência para profissionais da saúde, estudantes de medicina e áreas afins, bem como para pacientes e familiares interessados em compreender melhor essa doença hematológica complexa.

Tipologia: Notas de estudo

2024

À venda por 24/08/2024

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Leucemia
Definição
Tumor que tem origem na medula
provocando acúmulo de células brancas.
Fisiopatologia
Acontece uma mutação genética dentro
da medula óssea que leva à expressão
de proto-oncogenes que leva à
multiplicação celular excessiva
Leucemia.
Na Leucemia Aguda ocorre o acúmulo de
células progenitoras imaturas, “bebês”,
(blastos) que ainda não têm nenhuma
utilidade.
Na Leucemia Crônica ocorre o acúmulo
de células maduras que possuem
certa função, portanto é uma doença
que se com uma progressão mais
arrastada.
LEUCEMIA AGUDA
A proliferação de blastos (clone
leucêmico) pode ocasionar febre.
Esses blastos de tanto se multiplicarem
acabam ocupando muito espaço na
medula, não deixando lugar para a
hematopoiese acontecer, por isso pode
ocorrer um quadro de pancitopenia.
Esses blastos se multiplicando na
medula ocupam tanto espaço que
podem ocasionar dores ósseas.
Chega um momento em que eles
ganham a circulação em um processo
denominado leucemização. Nesse
momento, o paciente pode apresentar
leucocitose por blastos, ou seja, tem
uma quantidade muito elevada de
leucócitos, porém com uma alta
porcentagem de blastos. PRESENÇA DE
BLASTO NA CIRCULAÇÃO NÃO É
NORMAL!
Além disso, devido à alta quantidade de
blastos o sangue pode se tornar muito
viscoso (leucostase) ocasionando
cefaleia, dispneia...
Esses blastos, em um dado momento,
podem começar a infiltrar outros tecidos
como o fígado(hepatomegalia), o baço
(esplenomegalia), a pele (leucemia
cútis), SNC, gengiva, órbita, linfonodo
(linfonodomegalia), testículo...
Aumento de blastos + pancitopenia +
infiltração tecidual
Diagnóstico: 20% de blastos na
medula óssea.
Como enxergar a medula óssea?
Biópsia – Fragmento do osso
Mielograma – Aspirado de medula
Leucemia Mieloide Aguda
Idade: Adultos
Clínica clássica de uma leucemia aguda:
Astenia (anemia), febre (leucopenia),
petéquias e equimose (plaquetopenia).
Leucostase, infiltração
(hepatoesplenomegalia, pele...)
Clínica mais específica:
Depende do subtipo
Cloroma (lesão na órbita ocular)
M2 (mais comum).
Coagulação intravascular
disseminada (CIVD) M3 (leucemia
pró-mielocítica aguda/tto: ATRA.
Hiperplasia gengival – M4 e M5.
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Leucemia

Definição

Tumor que tem origem na medula provocando acúmulo de células brancas.

Fisiopatologia

Acontece uma mutação genética dentro da medula óssea que leva à expressão de proto-oncogenes que leva à multiplicação celular excessiva  Leucemia. Na Leucemia Aguda ocorre o acúmulo de células progenitoras imaturas, “bebês”, (blastos) que ainda não têm nenhuma utilidade. Na Leucemia Crônica ocorre o acúmulo de células maduras que já possuem certa função, portanto é uma doença que se dá com uma progressão mais arrastada.

LEUCEMIA AGUDA

A proliferação de blastos (clone leucêmico) pode ocasionar febre. Esses blastos de tanto se multiplicarem acabam ocupando muito espaço na medula, não deixando lugar para a hematopoiese acontecer, por isso pode ocorrer um quadro de pancitopenia. Esses blastos se multiplicando na medula ocupam tanto espaço que podem ocasionar dores ósseas. Chega um momento em que eles ganham a circulação em um processo denominado leucemização. Nesse momento, o paciente pode apresentar leucocitose por blastos, ou seja, tem uma quantidade muito elevada de leucócitos, porém com uma alta porcentagem de blastos. PRESENÇA DE

BLASTO NA CIRCULAÇÃO NÃO É

NORMAL!

Além disso, devido à alta quantidade de blastos o sangue pode se tornar muito viscoso (leucostase) ocasionando cefaleia, dispneia... Esses blastos, em um dado momento, podem começar a infiltrar outros tecidos como o fígado(hepatomegalia), o baço (esplenomegalia), a pele (leucemia cútis), SNC, gengiva, órbita, linfonodo (linfonodomegalia), testículo... Aumento de blastos + pancitopenia + infiltração tecidual Diagnóstico: ≥ 20% de blastos na medula óssea. Como enxergar a medula óssea?  Biópsia – Fragmento do osso  Mielograma – Aspirado de medula

Leucemia Mieloide Aguda

Idade: Adultos Clínica clássica de uma leucemia aguda: Astenia (anemia), febre (leucopenia), petéquias e equimose (plaquetopenia). Leucostase, infiltração (hepatoesplenomegalia, pele...) Clínica mais específica: Depende do subtipo Cloroma (lesão na órbita ocular) – M2 (mais comum). Coagulação intravascular disseminada (CIVD) – M3 (leucemia pró-mielocítica aguda/tto: ATRA. Hiperplasia gengival – M4 e M5.

Diagnóstico Quantidade ≥ 20% de blastos na medula óssea. Blasto mieloide Morfologia (bastonete de Auer), citoquímica (mieloperoxidase), imunofenotipagem (CD 34, CD 33, CD 14, CD 13), citogenética (FISH ou cariótipo). Tratamento específico Quimioterapia M3 – Ácido transretinoico (ATRA) Tratamento de suporte (pancitopenia) Anemia: manter Hb ≥ 6 -7 (8 – 9 no cardiopata) – 1 concentrado de hemácias (CHA) aumenta em 1,0 a Hb. Plaquetopenia: Avaliar transfusão (1U/10Kg)  < 10.000/mm^3 : sempre  < 20.000/mm^3 : se febre ou infecção  < 50.000/mm^3 : se sangramento ativo Leucopenia (RISCO Neutropenia febril!) Paciente que tem processo infeccioso, o qual não conseguimos identificar a localização devido à deficiência de neutrófilos. Neutrófilos < 500/mm^3 (segmento e bastão) + 1 pico ≥ 38,3ºC ou ≥ 38ºC por mais de 1h 1) Cultura + ATB (anti-pseudomonas): Cefepime Colher culturas antes de iniciar ATB (urina, sangue, respiratório...) 2) Caso haja possibilidade de infecção por gram +, fazer, junto com Cefepime, a vancomicina (pele, cateter, pulmão, baixa PA) 3) Sem melhora em 4 – 7 dias: + Antifúngico ISSO EM SITUAÇÃO DE INTERNAÇÃO! Pode-se passar tratamento ambulatorial se:  Expectativa de neutropenia < 7 dias (neutropenia ocasionada pelo quimioterápico e não pela doença em si)  Sem disfunção orgânica  Sem manifestação gastrointestinal Ciprofloxacina + Amoxicilina/clavulanato Síndrome de lise tumoral 1) Liberação de K+ - Hipercalemia (alteração mais grave) 2) Liberação de fosfato – Hiperfosfatemia, hipocalcemia e risco de nefropatia Prevenção: Hidratação! 3) Liberação de ácido nucleico – Hiperuricemia e risco de nefropatia Prevenção: alopurinol, rasburicase, hidratação!

Leucemia Linfocítica Aguda

Idade: Crianças (câncer mais comum da infância) Os cânceres da linhagem linfoide, em sua maioria, são dos linfócitos B. Existe de linfócitos T, porém são mais raros. A LLA da linhagem B pode ser subdividida em 3 tipos: L1, L2 e L3. A LLA da linhagem T não tem subdivisão, é simplesmente LLA da linhagem T.  L1 – Variante da Infância  L2 – Adulto  L3 – Burkitt-like Clínica clássica de uma leucemia aguda:

Fosfatase leucocitária baixa  Isso diferencia da reação leucemoide.  A reação leucemoide é quando, por alguma outra causa (que não seja leucemia), ocorre uma leucocitose importante, como na pancreatite aguda ou hepatite alcoólica, por exemplo.  Na reação leucemoide, os níveis de fosfatase leucocitária estão aumentados porque essa enzima tem sua atividade aumentada quando os leucócitos são produzidos para o sistema imune. Por isso, na LMC os níveis dessa enzima estarão baixos, uma vez que os leucócitos estão se multiplicando por uma alteração neoplásica e não por um recrutamento do sistema imune. Síndrome de leucostase Trombocitose Esplenomegalia de grande monta Diagnóstico Medula óssea ou sangue periférico  Gene BCR/ABL  Cromossomo Philadelfia Evolução Fase crônica O paciente pode conviver anos com a doença, o risco se dá quando, por algum motivo se tem uma mutação adicional na medula óssea que leva à agudização da LMC. Isso é chamado de crise blástica. Tratamento Inibir a tirosina quinase (Imatinibe – Gleevec) Transplante de medula óssea

Leucemia Linfocítica Crônica

Idade: Normalmente idosos. Acúmulo de linhagem linfoide adulta (Linfócito B – CD 5). Os linfócitos B precisam continuar se diferenciando para formar os plasmócitos, que são as células produtoras e anticorpos. Os linfócitos B com esse tipo de mutação sofre um bloqueio e não consegue se diferenciar nos plasmócitos. Com isso, a fisiopatologia ocorre em um paciente idoso incapaz de produzir anticorpos, por isso o paciente pode apresentar infecções de repetição. Clínica e laboratório Linfocitose Hipogamaglobulinemia – Infecções frequentes Linfonodomegalia Casos graves: anemia e plaquetopenia Diagnóstico Sangue periférico  Linfocitose > 5.  Linfócitos B CD5 (+) – citometria de fluxo Estadiamento Tratamento

LLC em estágio inicial e assintomático não trata! Casos mais graves: Pesquisa de mutações, como IGHV, TP53, del(17p), para decisão terapêutica. Ibrutinibe, venetoclax, clorambucil, fludarabina.