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Relatos de Casos de Lesões Periorbitárias: Análise de Traumas Superior e Médio da Face, Notas de aula de Traumatologia

Quatro casos de traumas faciais que comprometem o terço superior e médio, onde é observada a presença de desordens em tecido duro e mole, como hematomas periorbitários, hemorragia subconjunctival e podem indicar a localização de lesões ósseas. O documento também discute a importância de avaliar pacientes com traumas faciais por uma equipe multidisciplinar devido a possíveis lesões do sistema estomatognático e oftalmológico.

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Aldair85
Aldair85 🇧🇷

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LESÕES PERIORBITÁRIAS. RELATOS DE CASOS CLÍNICOS
PERIORBITARY LESIONS. REPORT OF CASES
_________________________________________________________________________________________
A avaliação das lesões oftálmicas cabe ao médico oftalmologista3,4,12, porém nos traumas faciais o Cirurgião Buco-
Maxilo-Facial é o que primeiro avalia o paciente. Nas injúrias da face que comprometem o terço superior e médio,
podemos observar desordens em tecido duro e mole, como hematomas periorbitários, hemorragia subconjuntival,
podem nortear a localização da lesão óssea presente.
UNITERMOS: Lesões oftalmológicas; Traumas do terço superior da face; Traumas do terço médio da face.
Rev. Cir. Traumat. Buco-Maxilo-Facial,
v.2, n.2, p. 47-50, jul/dez - 2002
Carlos Augusto LAGO*
Michelly CAUAS**
Diogo BRAINER***
Milton LOBO***
LAGO, C.A.; CAUAS, M.; BRAINER, D.; LOBO, M. - Lesões periorbitárias. relatos de casos clínicos. Rev.
Cir. Traumat. Buco - Maxilo-Facial, v.2, n.2, p. 47-50, jul/dez - 2002
*Professor Adjunto da Disciplina de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial da FOP-UPE. Mestre em Cirurgia pela Faculdade de Odontologia de
Pernambuco - FOP/UPE
** Residente de Cirurgia e Traumatologia do Hospital da Restauração - HR
***Alunos do curso de graduação da Faculdade de Odontologia de Pernambuco - FOP/UPE
INTRODUÇÃO
O traumatismo facial é considerado um
problema tipicamente de jovens da área urbana
8,9,12, como também está relacionado a acidentes
automobilísticos, acidentes desportivos ,agressões
físicas , acidentes domésticos e trabalhistas8,9.
Nestes traumas podemos ter danos aos tecidos
duros e moles, causando traumas por vezes
irreversíveis2,8,9. Acrescido a este, temos um
aumento do número de agressões faciais por
projéteis de arma de fogo (PAF) devido à facilidade
do acesso ao material bélico e jogos de guerra8,9,13.
Os traumas faciais podem apresentar
alterações clínicas imediatas, como hemorragia
grave, oculorréia, hematomas, equimose,
lacerações, ulcerações 3,5,6,10,11,14, além das formas
mais tardias como o granuloma piogênico 5
localizado em camada subconjuntival, paralisias
faciais, dores crônicas na cabeça e a própria
cegueira2 .Com respeito às injúrias do tecido ósseo,
podemos ter desde fraturas nasais, nasoor-
bitoetmoidais e do complexo zigomático-maxilar 8,9.
Assim, pacientes com traumas faciais que
comprometam esta região devem ser avaliados por
uma equipe multidisciplinar, pois podemos estar
diante de lesões do sistema estomatognático e
oftalmológico.
OBJETIVOS DO TRABALHO
CASO 1: Paciente E. A. V., gênero
masculino, 18 anos de idade, vítima de acidente
motociclístico, deu entrada no serviço de
emergência do Hospital da Restauração do Recife,
no dia 20/10/2002, apresentando à inspeção
escoriações múltiplas em face, com equimose e
edema periorbitário do lado direito. À palpação
não foram detectados sinais de crepitação óssea
na face. Segundo parecer do oftalmologista do
plantão, o paciente apresentava edema de
pálpebra direita, hemorragia subconjuntival direita,
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LESÕES PERIORBITÁRIAS. RELATOS DE CASOS CLÍNICOS

PERIORBITARY LESIONS. REPORT OF CASES

_________________________________________________________________________________________

A avaliação das lesões oftálmicas cabe ao médico oftalmologista3,4,12, porém nos traumas faciais o Cirurgião Buco- Maxilo-Facial é o que primeiro avalia o paciente. Nas injúrias da face que comprometem o terço superior e médio, podemos observar desordens em tecido duro e mole, como hematomas periorbitários, hemorragia subconjuntival, podem nortear a localização da lesão óssea presente.

UNITERMOS: Lesões oftalmológicas; Traumas do terço superior da face; Traumas do terço médio da face.

Rev. Cir. Traumat. Buco-Maxilo-Facial, v.2, n.2, p. 47-50, jul/dez - 2002

Carlos Augusto LAGO Michelly CAUAS* Diogo BRAINER*** Milton LOBO*****

LAGO, C.A.; CAUAS, M.; BRAINER, D.; LOBO, M. - Lesões periorbitárias. relatos de casos clínicos. Rev. Cir. Traumat. Buco - Maxilo-Facial, v.2, n.2, p. 47-50, jul/dez - 2002

*Professor Adjunto da Disciplina de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial da FOP-UPE. Mestre em Cirurgia pela Faculdade de Odontologia dePernambuco - FOP/UPE ** Residente de Cirurgia e Traumatologia do Hospital da Restauração - HR ***Alunos do curso de graduação da Faculdade de Odontologia de Pernambuco - FOP/UPE

INTRODUÇÃO

O traumatismo facial é considerado um problema tipicamente de jovens da área urbana 8,9,12, como também está relacionado a acidentes

automobilísticos, acidentes desportivos ,agressões físicas , acidentes domésticos e trabalhistas 8,^. Nestes traumas podemos ter danos aos tecidos duros e moles, causando traumas por vezes irreversíveis 2,8,9^. Acrescido a este, temos um aumento do número de agressões faciais por projéteis de arma de fogo (PAF) devido à facilidade do acesso ao material bélico e jogos de guerra8,9,13. Os traumas faciais podem apresentar alterações clínicas imediatas, como hemorragia grave, oculorréia, hematomas, equimose, lacerações, ulcerações 3,5,6,10,11,14, além das formas mais tardias como o granuloma piogênico 5 localizado em camada subconjuntival, paralisias faciais, dores crônicas na cabeça e a própria cegueira 2 .Com respeito às injúrias do tecido ósseo,

podemos ter desde fraturas nasais, nasoor- bitoetmoidais e do complexo zigomático-maxilar 8,9. Assim, pacientes com traumas faciais que comprometam esta região devem ser avaliados por uma equipe multidisciplinar, pois podemos estar diante de lesões do sistema estomatognático e oftalmológico.

OBJETIVOS DO TRABALHO CASO 1: Paciente E. A. V., gênero masculino, 18 anos de idade, vítima de acidente motociclístico, deu entrada no serviço de emergência do Hospital da Restauração do Recife, no dia 20/10/2002, apresentando à inspeção escoriações múltiplas em face, com equimose e edema periorbitário do lado direito. À palpação não foram detectados sinais de crepitação óssea na face. Segundo parecer do oftalmologista do plantão, o paciente apresentava edema de pálpebra direita, hemorragia subconjuntival direita,

Cir. Traumat. Buco - Maxilo-Facial, v.2, n.2, p. 47-50, jul/dez - 2002

pupilas regulares e córneas transparentes. Na avaliação da tomografia computadorizada em corte coronal e de radiografias simples (AP e Waters), não houve imagens sugestivas de fraturas dos ossos da face. CASO 2: Paciente B. S. C., gênero feminino, 94 anos de idade, vítima de queda da própria altura, deu entrada no serviço de emergência do Hospital da Restauração do Recife no dia 22/10/ 2002, apresentando à inspeção hematoma periorbitário direito, e à palpação não havia sinais de crepitação da face, isso comprovado ao exame radiográfico. O parecer oftalmológico demonstrou que havia no olho direito uma hemorragia subconjuntival; no mais, pálpebras e pupilas regulares e córneas transparentes. CASO 3: Paciente J. R. C., gênero masculino, 40 anos de idade, vítima de agressão física há aproximadamente oito dias, deu entrada no serviço de emergência do Hospital da Restauração do Recife no dia 22/10/2002, com história de ter sido atendido neste serviço há oito dias, relatando ter recebido prescrição para casa de antibioticoterapia, por apresentar fratura dos ossos próprios do nariz e ferida em pirâmide nasal. Foi tratado conjuntamente com a equipe de Cirurgia Buco-Maxilo-Facial que optou como conduta a cirurgia a nível ambulatorial, porém o paciente não fez uso do medicamento, e retornou ao serviço apresentando edema orbitário bilateral com fechamento da fenda palpebral direita, tendo sido avaliado novamente pelo Buco-Maxilo que manteve conduta, ou seja, cirurgia em nível ambulatorial. O oftalmologista avaliou o estado do paciente, dando o diagnóstico de celulite orbitária bilateral, o qual prescreveu a antibioticoterapia juntamente com um antiinflamatório não esteroidal (AINE). CASO 4: Paciente B.L.S., gênero masculino,

49 anos de idade, vítima de acidente automobilístico, deu entrada no serviço de emergência do Hospital da Restauração do Recife no dia 20/10/2002, com hipótese diagnóstica de fratura complexa da mandíbula. À inspeção, foi verificado ferida extensa na região submandibular e mentoniana direita, ferida lácero contusa em área geniana direita e hemorragia subconjuntival do olho direito. No exame radiográfico, foi observada imagem sugestiva de fratura complexa da mandíbula. No pós-operatório, o paciente, além da hemorragia sub-conjuntival direita, queixou-se de “arranhadura” no globo ocular e lacrimejamento constante. Segundo parecer oftalmológico, o paciente apresentava ressecamento da córnea, provavelmente pela exposição durante o trans-operatório por longo tempo acrescido da contaminação por solução anti- séptica, pois o paciente não apresentava esta lesão no pré-operatório.

DISCUSSÃO O fato de hoje existir uma obrigatoriedade, na lei do trânsito, do uso de capacete, das campanhas de prevenção contra acidentes, do próprio respeito aos limites de velocidade foram fatores concomitantes para a preservação do arcabouço ósseo do paciente (ver figura 1 ). Os acidentes motociclísticos encontram-se junto com os automobilísticos como os maiores causadores dos traumas faciais 8,^. Com o avanço da tecnologia médica na melhoria dos níveis de vida, a população está numa situação, que fora, passadamente, avisada por estudos e poucos acreditaram o aumento no número de pessoas com idade avançada. Isto nos requer uma reavaliação de estudos, pois como já é sabido, o indivíduo mais idoso tem uma fisiologia diferente da nossa, ou seja, responde aos

Cir. Traumat. Buco - Maxilo-Facial, v.2, n.2, p. 47-50, jul/dez - 2002

The evaluation of ophtalmics lesions is done by the ophthalmologist, but the face trauma is the first disorder to be analysed. In face trauma, we can observe disorder in bone and soft skin, like periorbitary hematoma, haemorrhage sub-conjunctival, can guide a present localisation of the bone fracture. By the way, in this study was evaluated the principals orbitary lesions associated

UNITERMS: ophtalmic lesions; superior trauma face; middle trauma face.

LAGO, C.A.; CAUAS, M.; BRAINER, D.; LOBO, M. - Periorbitary lesion. Report of cases. Rev. Cir. Traumat. Buco - Maxilo-Facial, v.2, n.2, p. 47-50, jul/dez - 2002

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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