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Ler e escrever, a partir das obras Sangue fresco e O gênio do crime, de João Carlos. Marinho. RESUMO. Este trabalho integra a leitura e a ...
Tipologia: Exercícios
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A Deus, sempre em primeiro lugar, meu Rei, meu amor maior, minha fonte inesgotável de sabedoria, prudência e misericórdia, meu dono, meu tudo. Porque Tuas, por Ti, e para Ti, Senhor, são todas as coisas. Ao meu amado esposo Hewerton, que sempre tem me inspirado a continuar na jornada, com coragem e dedicação, sempre presente para me ajudar. Te amo, e sempre vou te amar. Ao meu Estêvão, meu primogênito, riqueza que Deus me deu, pelas suas palavras de confiança e perseverança, pelas suas orações todas as noites e pela compreensão de esperar alguns momentos para atendê-lo, em virtude dos estudos. Te amo “até o infinito e além”. Ao meu caçula Esdras, por seu sorriso tão contagiante, pelo seu olhar cheio de esperança e também pela compreensão em esperar-me. Também te amo “até o infinito e além”. Aos meus pais, pelo auxílio diário nas tarefas com meus filhos, pelo incentivo ao estudo e pelo amor dedicado a nós. Amo vocês. Ao meu irmão, por fazer parte desse sonho e dessa conquista, pela pessoa que é. Amo você. A minha sogra, pelo carinho e atenção dedicados a mim e minha família. Amamos você.
A Deus, por abrir portas e ajudar-me a passar por elas, sempre com seu amor incondicional e sua fidelidade eterna. Ao meu amado esposo Hewerton, por seu amor, pela dedicação e por lutar comigo nas realizações dos meus sonhos. Aos meus amados filhos pela alegria que me trazem em cada olhar cheio de esperança e expectativa, heranças que Deus me deu. Aos meus pais e irmão por me influenciarem a lutar por meus objetivos e pelo amor sempre dedicado a mim e minha família. Ao meu orientador Ricardo Magalhães Bulhões por contribuir para a realização desse trabalho. Aos professores Dª Eunice Prudenciano de Souza e D José Batista de Sales que com muita atenção leram este trabalho e trouxeram grandes contribuições para a sua finalização. A minha querida amiga Mª Kelly Cristina Costa Martins, pela grande contribuição que me proporcionou o contato com diversos autores citados neste trabalho. À CAPES, por financiar este trabalho. Aos professores do programa de Pós-Graduação em Letras da UFMS, por contribuírem com minha formação acadêmica. Aos amigos que também participaram da realização deste sonho, irmãos de fé pelas orações e aos meus pastores por entenderem minhas ausências nos momentos dedicados a este trabalho.
Ler e escrever, a partir das obras Sangue fresco e O gênio do crime , de João Carlos Marinho
RESUMO
Este trabalho integra a leitura e a produção de textos, a partir das obras Sangue fresco e O gênio do crime , de João Carlos Marinho. A pesquisa se justifica por proporcionar o contato do estudante com o mundo imaginário, porém real na medida em que é visto como aspecto sociocultural. Essa relação pode despertar no estudante o prazer pela leitura não só de pequenos contos, mas também de narrativas longas, o que pode favorecer a formação de leitores e o letramento literário, estimulados por um progressivo amadurecimento do aluno à sua consciência de sujeito-leitor. Para alcançar os objetivos propostos fizemos a priori um estudo bibliográfico que serviu como embasamento teórico e permitiu maior conhecimento do objeto proposto. Para a pesquisa de campo utilizamos como instrumentos de coleta de dados: leituras reflexivas das narrativas policiais citadas acima com alunos do sétimo ano do Ensino Fundamental de uma escola pública de Três Lagoas, um questionário respondido pelos estudantes, comentários orais dos discentes e também textos escritos sobre as obras em análise. Dos dados coletados compomos dois capítulos de análise desse material, um com ênfase em Sangue fresco e outro com destaque em O gênio do crime. A dissertação foi dividida em cinco capítulos, no primeiro, falamos sobre a leitura de literatura na escola, no segundo, refletimos um pouco sobre os valores estéticos, o processo hermenêutico, as personagens, o narrador e os recursos de que se vale nesse processo de experiência estética. O terceiro e o quarto capítulo são resultados do estudo de caso e análise de dados e, por fim, tecemos um diálogo entre a literatura policial e os pontos em comum com Sangue fresco e O gênio do crime.
Palavras-chave: Leitura; produção de textos; narrativas policiais.
Read and write, as of Fresh blood works and the criminal mastermind, João Carlos Marinho
RESUME
This work integrates reading and production of texts, from fresh blood works and the criminal mastermind, João Carlos Marinho. The research is justified for providing student contact with the imaginary world, but real in that it is seen as a socio-cultural aspect. This relationship may awaken in the student the joy of reading not only of short stories, but also of long narratives, which can favor the formation of readers and the literary literacy, stimulated by a progressive maturation of the student to his subject-reader awareness. To achieve the proposed objectives we a priori a bibliographic study that served as theoretical and allowed greater knowledge of the proposed object. For field research we used as data collection instruments: Reflective readings of police narratives mentioned above with students of the seventh grade of elementary school to a public school in Três Lagoas, a questionnaire answered by the students oral feedback from students as well as written texts on the works in question. The data collected compose two chapters analysis of this material, with an emphasis on fresh blood and another with emphasis on the criminal mastermind. The dissertation was divided into five chapters, the first we talked about reading literature in school, in the second, we reflect a little about the aesthetic values, the hermeneutical process, the characters, the narrator and that draws resources on that process aesthetic experience. The third and the fourth chapter are the result of the case study and data analysis and finally weave a dialogue between the police literature and points in common with Fresh blood and Genius crime.
Keywords : Reading; production of texts; police narratives.
Porem, a relação entre literatura e ouvinte perdeu seu caráter comunitário e público durante o período da Renascença, e assim assumiu um aspecto mais individual e particular. Com essa mudança, o Estado não conseguiu mais exercer domínio por meio da literatura e transferiu para a escola o caráter pedagógico (ZILBERMAN, 1990). Assim, a escola deixa de ser um local facultativo e passa a ser obrigatório para a aprendizagem. No entanto, em seu currículo, ainda não apresentava a disciplina Literatura, apesar de ser muito importante para a época; passou a ser incluída somente após a Revolução de 1789:
[...] os franceses introduzem na escola a literatura nacional, que, a partir de então, torna-se objeto da história literária, disciplina que ensaia seus primeiros passos nesse momento e consolida-se algumas décadas depois em toda a Europa para reinar inconteste por muitos anos (ZILBERMAN, 1990, p. 15).
Assim, a literatura na escola passa a envolver propriedades importantes, como a formação linguística e cultural de determinado povo. Até o século XVII, as obras literárias eram escritas e destinadas às crianças e aos adultos, sem distinção. É a partir do século XVIII que se começa a pensar nas duas fases com suas diferenças. Dessa forma, a escola foi se fortalecendo como um sistema educativo e organizado, destinado a oferecer à criança educação e formação. Nesse contexto, a literatura foi escolarizada com forte cunho pedagógico e, ainda hoje, percebemos vestígios dessa pedagogização do texto literário, o grande número de exemplares publicados todos os anos pelo poderoso mercado editorial de literatura infantil comprova isso. No decorrer do tempo, muitas mudanças ocorreram nas famílias, nos costumes dos povos, na educação, na sociedade. A representação da literatura também se acentuou e se expandiu. Por um lado, uma visão escolar da leitura como uma atividade de formação, realizada por meio dos textos literários; por outro, a expansão de um discurso moderno, concebendo o uso de uma literatura democratizada, livre de diretrizes formadoras. Essas transformações pressionaram a escola a modificar muitas das práticas de leitura que nela se desenvolviam, ao surgir um novo contexto de leitura, estudiosos passaram a estimular a escola a mudar os objetivos e as práticas de leitura do livro literário. Porém, ainda hoje, observamos certa resistência ou dificuldade por parte
de uma grande parcela de professores em efetuarem tais mudanças em suas práticas docentes. No mundo contemporâneo, a literatura infantil assume função estética em busca da formação do leitor. A função estética permite ao leitor o prazer de ler, a fuição, a ampliação dos horizontes de expectativas, promovendo ricas experiências de vida por meio da leitura. Por considerarmos a literatura policial rica esteticamente, é que a escolhemos como fundamento da nossa pesquisa. Refletir sobre o significado da literatura policial juvenil no contexto da cultura contemporânea não é uma tarefa fácil, pois trilhamos por caminhos difíceis, cheios de armadilhas. Inúmeros livros, diferentes prosadores, tematizam os problemas do mundo contemporâneo, num ambiente cuja ordem está cada vez mais perturbada por problemas do cotidiano. Sangue Fresco (1982), do escritor e advogado João Carlos Marinho, o mesmo do conhecido romance juvenil “ O Gênio do Crime ” (1969), são narrativas de ação e aventura, comum ao gênero policial, que tem como tema central sequestros e assassinatos de crianças. Com desfecho surpreendente, uma linguagem dinâmica, o romance Sangue Fresco rendeu ao autor o Prêmio Jabuti (1982), o Prêmio APCA (1982) e foi altamente recomendável para jovens pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ- 1982). Matriculados no 7º ano “B” do Ensino Fundamental II, em uma escola pública de Três Lagoas, no ano de 2014, um grupo de 30 alunos leu os textos de Marinho. A abordagem que procuramos fazer está relacionada não só à leitura em si, como também às impressões registradas no papel. Diante disso, busca-se, por meio deste trabalho, considerar a importância da formação do leitor e desenvolver no aluno competências leitoras que interajam dentro da sociedade, e isso só é possível a partir da leitura, interpretação e produção de diferentes textos, com intuito de proporcionar momentos de transformações cognitivas e pragmáticas, para que assim possamos mudar a prática social da educação em nossas salas de aulas. As produções dos alunos serão tomadas como resultado de suas leituras e, com base nelas, poderemos verificar a recepção e o nível de compreensão da obra literária. De maneira específica, objetivamos com esse trabalho:
Para elucidar o propósito desta pesquisa e favorecer um melhor entendimento ao leitor, nós a subdividimos em cinco capítulos que se complementam. O primeiro capítulo, A Leitura de literatura na escola , é composto por quatro itens, neles abordamos alguns pontos sobre a leitura de literatura na escola em geral: falamos sobre as mudanças ocorridas nessa prática ao passar dos anos; abordamos a importância da parceria entre a biblioteca e a escola, e o real sentido da biblioteca escolar; refletimos sobre os processos pertinentes ao letramento literário em nossas salas de aula e, para finalizar, analisamos a prática de leitura literária e as bases que a fundamentam. No segundo capítulo, A estética da recepção: da fundação à própria experiência , iniciamos nossas reflexões a respeito da experiência estética, relacionando- a à teoria da estética da recepção, para isso, dividimos o capítulo em quatro ítens. No primeiro, refletimos sobre o processo hermenêutico e a composição do prazer nessa experiência estética. Na sequência, analisamos as personagens e os valores estéticos, enfatizando aquelas que mais contribuíram esteticamente com os textos Sangue fresco e O gênio do crime. Por fim, analisamos o narrador e os recursos por ele utilizados nesse processo de experiência estética na leitura das duas obras já citadas anteriormente. No capítulo terceiro, Leitura e recepção de Sangue fresco: um levantamento de dados , falamos sobre o enredo de Sangue fresco e uma breve biografia do autor, João Carlos Marinho. Explicitamos, passo a passo, o caminho percorrido para a coleta dos dados obtidos, os pontos que nortearam a análise e as discussões, e os resultados desta coleta. Trazemos o espaço no qual ocorreu nossa pesquisa de campo, a
O quarto capítulo, Leitura e recepção de O gênio do crime: um levantamento de dados , é dividido em três ítens; nele falamos sobre o enredo de O gênio do crime , explicitamos, mais uma vez, o caminho percorrido para a coleta dos dados, os pontos norteadores da análise e das discussões, e os resultados da coleta. No quinto capítulo, A literatura policial e os pontos em comum com Sangue Fresco e O gênio do crime , trilhamos um caminho pela literatura policial e as obras de marinho_._ Refletimos sobre a literatura policial de enigma e também a literatura policial negra , e em seguida, abordamos a literatura policial brasileira. Finalmente, analisamos a relação de João Carlos Marinho com a literatura policial. Por último, tecemos nossas considerações finais.
Ainda que tenhamos optado por simplificar as referências, este texto é formado por um fio de vozes que nos ofereceram suas reflexões e suas práticas de ensino, por meio de todas as leituras efetivadas e trabalho realizado em todo esse tempo dedicado a esta pesquisa.
estudos literários são vistos com duplo pressuposto: servem tanto para ler e escrever quanto para formar culturalmente o indivíduo. Ainda hoje, segundo práticas adotadas por alguns professores, a proposição de leitura de um livro é feita com o intuito de doutrinar os alunos, de induzi- los a ser como a sociedade quer que sejam - seres vulneráveis e dependentes de uma força maior que os manipula e os domina -, ou como pretexto para se ensinar algum conteúdo gramatical, estudo que inviabiliza a fruição de aspectos artísticos da obra literária. Em cenário nacional, tanto no Ensino Fundamental quanto no Médio, também é comum observarmos a leitura de literatura em conformidade com o interesse da criança, do professor e da escola, com abrangência de textos curtos, divertidos e atuais para provocar a curiosidade entre os estudantes. Os textos literários estão cada vez mais restritos, ficam destinados à leitura extraclasse ou a atividades especiais de leitura. Nos livros didáticos, estes cederam espaço a textos de jornais e outros escritos, sob o argumento de que não seriam material adequado como modelo de escrita escolar. Dessa forma, compõem o conteúdo da disciplina de Literatura as crônicas, canções, filmes e outros produtos culturais, com a justificativa de que a imagem e a voz são bem mais interessantes que a escrita. Essa tendência da cultura contemporânea demonstra o desprezo pela fruição da leitura literária na escola, dispensando a mediação da escrita, ou empregando-a secundariamente. De acordo com Zilberman (2008), a preocupação da escola em formar leitores é mínima, já que, em grande parte, trabalha com a ideia de que basta ao aluno conhecer os períodos literários, suas características, principais obras e autores para poder escolher e ler os melhores livros. O que não se leva em consideração é que o aluno já traz uma bagagem de leitura, de certa maneira, “formada”, e é com esse horizonte que o professor se depara, podendo modificá-lo, ampliá-lo ou até mesmo encolhê-lo. Qualquer que seja a situação, é competência do docente ofertar ao aluno momentos de reflexões acerca de si mesmo, a fim de reconhecer seus limites e também seus atributos. É nesse momento que o aluno começa a se identificar como leitor, passa a entender sua formação e torna-se capaz de posicionar-se frente ao caminho que percorreu ou a que foi induzido. Cabe a esse professor mediador conduzir seu aluno à leituras não apenas das linhas, e sim das entrelinhas do texto, levá-lo a um diálogo com o autor, por meio da interpretação das ideias, das personagens, das ações narradas no romance literário. O
leitor não pode posicionar-se como receptor passivo do texto, precisa estabelecer com ele uma relação de troca, de organização e reorganização das ideias, discuti-las consigo mesmo, com o próprio texto, com a turma, com o professor, a fim de aprimorar sua capacidade de conhecimento e de questionar aquilo que passa a conhecer, tornando-se um cidadão mais crítico. Assim, depreende-se que a atividade de leitura se faz pela interação entre sujeitos, pois o leitor constrói o sentido do texto conforme o lê e o compreende, como bem esclarece Antunes (2003):
A atividade da leitura completa a atividade da escrita. É, por isso, uma atividade de interação entre sujeitos e supõe muito mais que a simples decodificação dos sinais gráficos. O leitor, como um dos sujeitos da interação, atua participativamente, buscando recuperar, buscando interpretar e compreender o conteúdo e as intenções pretendidos pelo autor (ANTUNES, 2003, p. 67). Nesta perspectiva, os elementos gráficos funcionam como instruções do autor para que, por meio deles, o leitor possa produzir sentido e compreensão do texto. O que podemos observar é que literatura e escola ainda compõem uma dupla bastante desafinada. Em vista de tais situações, é mister refletirmos acerca da prática de leitura do texto literário no ambiente escolar, pois podemos observar que tem sido realizada, na maioria das vezes, com cunho pedagógico e utilitarista. A esse respeito, Silva (2008) destaca que
[...] o sujeito necessariamente se educa ao fruir ou experimentar textos literários diversos. Entretanto, o mesmo não pode ser dito da relação literária-pedagogia, pois nem todo ensino – principalmente o de cunho formal, escolarizado – facilita a fruição, pelo aluno leitor, de aspectos educativos que podem emanar ou resultar da leitura de textos literários (SILVA, 2008, p. 55). (Grifos do autor)
Não há como negar que, ao trabalhar a literatura de maneira didatizada e utilitarista, o professor não oferece ao aluno a oportunidade de ler o texto na sua essência, vivenciar momentos de fruição e de interagir com a obra, ou seja, ignora a função humanizadora do texto literário. Entretanto, a obra literária, se trabalhada na contramão desse modelo, pode desempenhar outro papel, como esclarece Zilberman:
E, se isto já representou a sujeição da arte ao ensino, podem-se investigar as possibilidades que oferece a contrapartida desse modelo, no qual a didática se submete às virtualidades cognitivas do texto literário. Noutra formulação, é o último que poderá romper as barreiras entre a escola e a coletividade,