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TCC - 2014 - Pedagogia Tema: LEITURA TRANSFORMADORA: O DESAFIO DA FORMAÇÃO DO SUJEITO LEITOR.
Tipologia: Teses (TCC)
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Trabalho apresentado como exigência parcial para conclusão do curso de Pedagogia a Distância da Universidade Metodista de São Paulo sob a orientação do(a) Prof.(a). Me. Edson Fasano. Santos 2012
Por que é tão difícil transformar o sujeito em leitor? Partindo deste questionamento, o presente artigo pretende enfatizar a importância da leitura como ferramenta que transforma o cidadão no seu contexto social, possibilitando a interação com diversas áreas do saber. Para tanto, revimos diversas obras e autores, como concepções de Martins (1982), Freire (1989), MEC (1994) e BRASIL (1997), que contribuíram com a transformação do sujeito, em face da leitura, como instrumento de inclusão, elementar para a vida. Pretendemos desta forma, convidá-los a refletir conosco sobre a leitura enquanto prática social e, juntos desvendar os desafios encontrados no processo da aquisição da leitura desde a mais tenra idade, frente à nova juventude da era digital e aos docentes despreparados para abordar tão relevante assunto. Concluímos que o preparo do professor é o fator incisivo e de extrema influência na provocação ao hábito da leitura dos educandos, tornando-o peça constituinte e fundamental ao processo de formação do leitor pleno. Palavras-chave: leitura; transformação; inclusão.
Muito tem se falado sobre o legado que nós, sujeitos integrantes da área da educação, deixaremos para as futuras gerações. Há projetos que circulam no Senado Brasileiro que muito se discute, porém pouco se faz sobre o processo de aquisição do gosto pela leitura proveniente nas escolas. Estudos têm mostrado a eficácia da leitura para produção de conhecimento mais amplo em todos os campos da nossa sociedade, tornando-nos capazes de opinar e divergir de assuntos de interesse geral. A leitura sem sombra de dúvida é capaz de nos transportar para diversos lugares, pois possibilita conhecermos várias partes do mundo, hábitos, culturas, economia, política entre vários outros, sem sair do seu próprio espaço, apenas com o saber ler e a seleção apropriada dos objetos de leitura, como, por exemplo, os livros. Com o avanço tecnológico e o fenômeno da globalização esse veículo aproximou ainda mais, os educandos em relação ao conhecimento. Desde a mais tenra idade devemos ter acesso aos livros. É notório que a criança que escuta dos pais desde pequenas, histórias para dormir, consegue dominar com maior facilidade a linguagem oral. Por meio destas historinhas, ocorre uma interação da criança com o ambiente, onde ela se enxerga como sujeito participativo dos acontecimentos, ampliando desta forma o seu desenvolvimento afetivo, cognitivo e social. Nesse trabalho, vamos expor os desafios encontrados por docentes em despertar o hábito da leitura nos discentes, ressaltando a importância da organização do espaço e o cuidado com a seleção dos textos. Exporemos também, o analfabetismo funcional como indicador da incompetência leitora e a relevância da
evidenciam que o preparo dos docentes influencia diretamente na formação do sujeito leitor e transformador da sociedade.
mero prazer, mais a possibilidade de adquirir novos conhecimentos, viajar por novos lugares, conhecer novas culturas, adotando novos hábitos e posturas frente aos problemas do cotidiano, assim contribuindo para a transformação e a formação do cidadão leitor. Acreditamos ser a leitura um hábito que deve ser incentivado pelas famílias, escola e sociedade como um todo. O acesso aos livros é tão importante, quanto todas as outras necessidades que temos em nossas vidas. Somente o conhecimento contextualizado com a prática gera conhecimento. Nesse contexto, decidimos discutir a dificuldade dos docentes em ministrar o processo de aprendizado da leitura e, principalmente a essência de formar um leitor. Se não há proximidade do sujeito com objeto, a apropriação dos instrumentos e elementos que influenciam na aquisição da leitura, muito provavelmente, teremos cidadãos desmotivados e desinteressados pelo ato de ler. Portanto, o preparo dos docentes e o contexto cultural são fatores determinantes na formação do sujeito leitor e transformador da sociedade. A pesquisa está fundamentada em teóricos influentes como Freire (1989), que contribui para uma proposta pedagógica libertadora, Guiar (2001), Martins (1982), entre outros. Baseamo-nos também, em nossas experiências vivenciadas nos estágios e na prática profissional dos integrantes como metodologia. No livro Era uma vez... na escola_._ Formando educadores para formar leitores GUIAR (Formato Editorial, 2001), concebe que a maturidade do sujeito leitor ocorre por meio de incitações decorrentes de sua inserção em sociedade, coexistente com a cultura que convive desde o nascimento, até todas as fases do seu processo de escolarização. Paulo Freire, autor de vários livros que revolucionaram as práticas pedagógicas, no livro A importância do ato de ler (Cortez, 1989), nos proporciona entender que a leitura nos convida a refletir sobre o meio no qual estamos inseridos, seja na dimensão cultural, econômica ou política, onde somos os principais autores das transformações. [...] a leitura da palavra é sempre precedida da leitura do mundo. E aprender a ler, a escrever, alfabetizar-se é, antes de mais nada, aprender a ler mundo, aprender a compreender o seu contexto, não numa manipulação mecânica de palavras, mas numa relação dinâmica que vincula linguagem e realidade. (p.7).
Encontramos em MARTINS (1982) a mesma ideologia de Paulo Freire, no que diz respeito à prática formalista e mecânica da educação bancária, infelizmente ainda encontrada nos dias atuais. Em seu livro O que é Leitura? (Brasiliense, 1982), faz uma ressalva sobre a capacidade que temos de absorver, nos adaptar ou adquirir uma visão mais crítica acerca do mundo, por meio das nossas experiências nos diferentes tipos de leitura. A autora faz ainda, uma dura critica aos autores dos livros didáticos, enfatizando que: Esses textos condensados, supostamente digeríveis, dão a ilusão de tornar seus usuários aptos a conhecer, apreciar e até ensinar as mais diferentes disciplinas. Na verdade, resultam em manuais da ignorância; mais inibem do que estimulam o gosto de ler. Elaborados de modo a transmitir uma visão de mundo conservadora, repressiva, tais livros estão repletos de falsas verdades, a serviço de ideologias autoritárias, mesmo quando mascarados a recursos formais ou temáticos atuais e não conservadores. (p.25-26) O artigo foi estruturado da seguinte forma: iniciou com a importância da transformação do sujeito em leitor, ressaltando o contexto escolar. Em seguida, o imaginário infantil na aquisição da leitura. Posteriormente, a importância do espaço como elemento de incentivo, após a incapacidade de entendimento marcada pelo analfabetismo funcional e, por último, o despreparo dos educadores. Tudo isso com o propósito de contribuir para a superação da transformação do sujeito em leitor pleno. A leitura é a chave para abrir as portas de vários rumos, como o da imaginação, da concretização, dos sonhos, da sabedoria, do lazer, das oportunidades, da constituição do ser humano como ser crítico, reflexivo, dialógico e deliberativo. Possibilita o entendimento do mundo e contribui para uma ascensão que ninguém pode furtar: a ascensão intelectual, na qual devemos ter orgulho de tê- la. Nesse momento, convidamos a todos, a refletir sobre a nossa pesquisa que contribui para a transformação do sujeito, associado ao hábito e prazer da leitura. E AGORA PROFESSOR, O QUE VAMOS LER? Uma boa leitura inserida no conteúdo escolar tende a provocar mudanças radicais de comportamento. O aluno se torna mais comunicativo, sendo capaz de sentir neste hábito mais do que um mero prazer. Adquiri novos saberes, conhece a
Para Teberosky e Colomer (2008) a organização do tempo e espaço escolar, deve contemplar atividades que tenham por finalidade implícita o manuseio de livros, para o educando folhear, ler e compartilhar, externando sua opinião e aprendizagens em murais, dramatizações e manifestações artísticas que possam assim traduzir o impacto afetivo e cognitivo da experiência obtida. Desde o começo, na prática democrática e critica, leitura do mundo e a leitura da palavra estão dinamicamente juntas. O comando da leitura e da escrita se dá a partir de palavras e de temas significativos à experiência comum dos alfabetizandos e não de palavras e temas apenas ligados à experiência do educador. (FREIRE, 1989, p.18). O educador não deve deixar escapar toda e qualquer oportunidade de oferecer uma leitura prazerosa ao educando, de forma que aos poucos ele se desvencilhe do temor que sente quando uma determinada disciplina exigir dele uma maior quantidade de textos para serem lidos. Quem sabe com advento dessa superação ele consiga formalizar essa pergunta: E agora professor, o que vamos ler? O IMAGINÁRIO INFANTIL NA AQUISIÇÃO DA LEITURA O processo de aquisição da leitura tem início mesmo antes que a criança atinja a idade escolar. Martins (1982, p.17) enfatiza que o leitor existe mesmo antes de saber a definição das palavras. Configurou-se no transcorrer dos experimentos obtidos ao longo de sua existência, desde os mais rudimentares e subjetivos aos que tiveram origem na influência mútua entre a sociedade e a cultura na qual o sujeito está inserido. Nesse sentido, o livro infantil tem caráter indispensável na formação do sujeito leitor. Eles exercem um fascínio ímpar, misturando magia com fatos cotidianos, onde as crianças podem construir, por meio dessas histórias, sua visão de mundo tal como ele se apresenta. Em seu conteúdo existe sempre um valor moral embutido, onde o aluno pode reconhecer, no desenrolar da leitura que tais valores são imprescindíveis nas relações sociais. De acordo com RCNEI: A leitura de histórias é um momento em que a criança pode conhecer a forma de viver, pensar, agir e o universo de valores, costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares
que não o seu. A partir daí ela pode estabelecer relações com a sua forma de pensar e o modo de ser do grupo social ao qual pertence. [...] (1998, p.143) Neste sentido, a escola deve privilegiar o momento para leitura, oportunizando ao educando o contato com os livros, para que ao manuseá-los, ele sinta uma curiosidade a respeito do conteúdo. Para Martins (1982, p. 34), nessa situação, o papel do educador não teria necessariamente o objetivo de ensinar a leitura, mas dar chance para que o aluno alcance o próprio aprendizado, de acordo com seu interesse, seu imaginário, sua necessidade em confrontar os fatos reais. Ao libertar os alunos para que leiam, mesmo "sem entender tudo", o professor estará lançando-os ao verdadeiro universo da literatura. Afinal, o bom livro, o clássico literário, é justamente o livro que propicia inúmeras leituras. É aquele cujo significado sempre nos foge um pouco e cujo mistério nunca seremos realmente capazes de solucionar. (MEC, 1996, p.50) Os contatos iniciais, segundo Martins (1982), proporcionam que a criança descubra no livro algo tão bom quanto seu melhor brinquedo. Oportunizam momentos ímpares: especiais, mágicos, prazerosos, enfim, inesquecíveis. Ainda [...] “motivam-na para a concretização maior do ato de ler o texto escrito a partir do processo de alfabetização, gerando a promessa de autonomia para saciar a curiosidade pelo desconhecido e para renovar emoções vividas”. (p.43) O livro, esse objeto inerte, contendo estranhos sinais, quem sabe imagens coloridas, atrai pelo formato e pela facilidade de manuseio; pela facilidade de abri-lo, decifrar seu mistério e ele revelar – através da combinação rítmica, sonora e visual dos sinais- uma história de encantamento, de imprevistos, de alegria e apreensões. E esse jogo com o universo escondido num livro vai estimulando na criança a descoberta e aprimoramento da linguagem, desenvolvendo sua capacidade de comunicação com o mundo. (Martins, p.43) Dentro deste contexto, é necessário que todos os educandos tenham nos contos infantis um referencial teórico, para que dentro da sua abordagem significativa, ele reconheça as semelhanças e diferenças das situações sociais que vivencia e, construa, a partir da ressignificação dos fatos apresentados na leitura, sua própria identidade. O ESPAÇO E A LEITURA A leitura inserida na prática escolar tem o poder de transformar o sujeito. Esse
formação do sujeito leitor que adquire nessas atividades o estímulo ao olhar sensível construindo uma nova visão de mundo. O professor é o maior responsável pelo desenvolvimento do hábito da leitura, no qual não pode estar limitado apenas aos espaços formais. Na própria sala de aula, por leituras mediadas pelo professor, elaboração de textos teatrais e saraus de música ou poesias, o momento deve ser especial e envolvente, oportunizando assim a motivação do aluno a uma prática constante dessa rotina. O processo para aquisição da leitura em todos os âmbitos, não se dá do dia para a noite, é gradual e embasada em estímulos e incentivos. Dentro dessa perspectiva, o espaço é um dos fatores fundamentais para a formação leitora. ANALFABETISMO FUNCIONAL: CAPACIDADE DEFICITÁRIA DE LEITURA Analfabetismo funcional, alfabetismo nível rudimentar ou iletrismo são termos sinônimos que definem a incompetência leitora. Simbolizam sujeitos que não conseguem interpretar textos medianos ou longos, incapacidade de relacionar informações e refletir sobre a informação textual. Nesse sentido, a escola deve garantir aos seus educandos a competência leitora que resulta na transformação do sujeito para o aprendizado, o lazer, a construção do conhecimento, assim como a formação cidadã crítica, autônoma e reflexiva. Analfabetismo funcional segundo o Dicionário Interativo da Educação Brasileira: Termo que se refere ao tipo de instrução em que a pessoa sabe ler e escrever, mas é incapaz de interpretar o que lê e de usar a leitura e a escrita em atividades cotidianas. Ou seja, o analfabeto funcional não consegue extrair sentido das palavras nem colocar idéias no papel por meio do sistema de escrita, como acontece com quem realmente foi alfabetizado. No Brasil, o analfabetismo funcional é atribuído às pessoas com mais de 20 anos que não completaram quatro anos de estudo formal. Mas a noção de analfabetismo funcional varia de acordo com o país. [...] O conceito de analfabetismo funcional foi criado na década de 30, nos Estados Unidos, e posteriormente passou a ser utilizado pela UNESCO para se referir às pessoas que, apesar de saberem ler e escrever formalmente, por exemplo, não conseguem compor e redigir corretamente uma pequena carta solicitando um emprego. Segundo a Declaração Mundial sobre Educação para Todos, mais de 960 milhões de adultos são analfabetos, sendo que mais de um terço dos adultos do mundo não têm acesso ao conhecimento impresso, às novas habilidades e tecnologias, que poderiam melhorar a qualidade de vida e ajudá-los a perceber e a adaptar-se às mudanças sociais e culturais. Na declaração, o analfabetismo funcional é considerado um problema significativo em todos os países industrializados ou em desenvolvimento. [...] (DIEB, 2002)
Ler, em muitas fases do processo de escolarização é quase que uma tortura psicológica para os jovens imediatistas, que enxergam na leitura uma atividade maçante, que requer muita concentração. Os textos escolares, em sua grande maioria, são apenas decorados, sem que sejam absorvidos e o conteúdo internalizado e, como consequência, não conseguem socializar os resultados de algo que não foi compreendido. Ater-se a algo desprovido de movimento, que não ocorre com agilidade e não oferece respostas imediatas, nessa era digital, com trocas tão rápidas de informação, para o jovem é quase inviável. Sua comunicação nas redes, um dialeto de símbolos, códigos e monossílabos, tornou-se uma língua quase secreta, que vem refletindo na produção de textos escolares cada vez mais empobrecidos. “Formar leitores é tarefa complexa que desafia professores, bibliotecários e educadores em geral, especialmente nesta época tão dominada pelos meios de comunicação em massa, sobretudo pela televisão”. (GUIAR, 2001, p.134). Dentro da perspectiva de amenizar, uma vez que erradicar o analfabetismo funcional demandaria esforços de todas as partes engajadas em oferecer uma educação de qualidade, seja no ensino público ou privado, é preciso que haja um melhor preparo do docente, pautado em que não é possível ensinar hábitos que não se possua. De acordo com a MEC, em face de um aprendizado para a vida: Ensinar a ler é levar o aluno a reconhecer a necessidade de aprender a ler tudo o que já foi escrito, desde o letreiro do ônibus aos nomes das ruas, dos bancos e das casas comerciais, leituras fundamentais para a sua sobrevivência e orientação numa civilização construída a partir da língua escrita. Ler o jornal que vai relacioná-lo minimamente com o mundo lá fora; ler os poemas, que vão dar concretude, qualificar e expandir os limites de seus sentimentos; ler narrativas, que vão organizar sua relação com a complexidade da sua vida social; ler as leis e os regulamentos que regem a sua cidadania; e, ler os ensaios que apelam à sua racionalidade e a desenvolvem. (MEC, 2006, p.161) No intuito de exercer plenamente sua docência ajustada em valores essenciais para a constituição do sujeito, o docente terá maiores chances de obter sucesso em formar leitores plenos, se ele dominar inteiramente o que pretende ensinar, ou seja, o hábito da leitura.
desenvolver suas atividades, assim desperdiçando um bom referencial de trabalho. O professor leitor é outro elemento relevante na aquisição da leitura do aluno, pois além de ser exemplo para os educandos, possibilita a seleção de textos mais apropriados às crianças, respeitando a faixa etária. Proporciona a integração do aluno com o professor, resultando no sucesso das escolhas dos textos que serão mais interessantes e significativos as crianças. O professor deve estabelecer uma relação afetiva com seus alunos, a fim de conhecê-los melhor, considerando o seu conhecimento prévio, na busca de escolhas mais assertivas no desenvolvimento das atividades aplicadas em suas aulas. Textos seletivos, de acordo com a realidade do educando, ajudam na constituição do leitor competente que, lê fluentemente, interpreta as palavras e sentenças, analisa o contexto, estando em plena dialogicidade com o texto proposto. Cabe ao educador, por meio da intervenção pedagógica, promover a realização de aprendizagens com o maior grau de significado possível, uma vez que esta nunca é absoluta — sempre é possível estabelecer alguma relação entre o que se pretende conhecer e as possibilidades de observação, reflexão e informação que o sujeito já possui. (Brasil, 1997, p. 35). Os déficits citados são frutos do sistema capitalista que enaltece a desigualdade de oportunidades, de classes, de sociedade e economia que contribui para a formação precária e deficiente de vários docentes. Os problemas políticos, econômicos e sociais são fatores que não podem ser ignorados, pois tem sua parcela de contribuição nesse fenômeno da incompetência do ensino educacional. A ineficiência na docência, por formação limitada e déficit cultural, acabam comprometendo diretamente o ensino-aprendizado das crianças em séries iniciais. A formação do leitor pleno resulta na ampliação da visão de mundo, insere o sujeito na cultura letrada e o torna um leitor transformador. CONSIDERAÇÕES FINAIS Esse artigo investigou as possíveis causas da incompetência leitora, perpassando por diversos subsídios essenciais e relevantes para a formação do sujeito leitor pleno, como a influência do espaço, a seleção dos textos apropriados a cada faixa etária, a falta de estímulo ao imaginário infantil e a desvantagem da
incompreensão dos textos, tornando sujeitos cerceados aos limites da educação e a ascensão intelectual. Consideramos que a principal causa desse problema estava embasada no despreparo dos docentes, visto que no contexto escolar o professor é responsável pela mediação do conhecimento, de forma a apresenta-los da melhor maneira possível, corroborando a contextualização do ensino de acordo com a realidade do educando. É claro, que não é uma tarefa fácil, pois influenciar nos hábitos de outras pessoas depende de um poder de persuasão que nem todos estão preparados a executar. Assim, os educadores precisam dispor de argumentos e subsídios convincentes que enfatizem e estimulem o hábito de ler. A formação do professor não pode ser simplista, porquanto durante toda a sua vivência e atuação profissional é exigido um conhecimento específico e intelectual muito complexo, que deve ser construído diariamente. Por lidar com pessoas com diferentes realidades e com tendência a serem influenciadas, sua capacidade profissional e humanística deve estar continuamente voltada à formação do sujeito nos mais diversos âmbitos, como social, político, econômico e cultural, para que ele possa atuar com competência. Nessa perspectiva, a leitura é um elemento indispensável para a formação do cidadão, a qual dará estrutura para argumentar, refletir, deliberar e planejar ações que contribuam para a transformação do coletivo, em prol de uma sociedade mais justa e igualitária, que não privilegie classes, visando efetivamente oportunizar a todos uma educação de qualidade, superando assim as intenções reais e ocultas do sistema capitalista. Esse artigo demonstrou alguns elementos importantes que influenciam no processo da aquisição da leitura e, um deles, é o espaço físico. Concebemos que um espaço colorido, organizado, confortável, agradável, aconchegante, materiais de fácil acesso, bem iluminado, mobiliário convidativo, são alguns meios que estimulam e aproximam os educandos ao hábito da leitura, estabelecendo um momento de relaxamento, ludicidade e tranquilidade, essenciais para essa prática. Concluímos que a proficiência leitora é algo muito distante da realidade dos nossos educandos, que são seduzidos por brinquedos tecnológicos lançados todos os dias no mercado. Seu uso envolve muito mais o agir do que o pensar, tornando cada vez menor o contato dessa juventude com os livros, os quais são vistos como algo chato ou “careta”.
oportunidade de criar uma atmosfera de curiosidade, que leve o educando a desvendar os mistérios ocultos no ato da leitura. Essa defasagem leitora do professor, que muitas vezes teve uma formação bancária e reprodutora, encontra uma enorme lacuna entre os objetivos propostos nos documentos oficiais, como o RCNs e PCNs, e o resultado que se pretende obter em sala de aula. Muitos docentes não utilizam esses documentos, mostrando assim, a falta de instrução e ou conhecimento sobre esses referenciais. Com sua visão meramente conteudista, terá evidentemente dificuldades para formar leitores plenos, capazes de se comunicar em qualquer situação da vida pessoal ou profissional, oralmente ou por escrito, nos mais variados padrões de linguagem. A deficiência leitora por parte dos docentes reflete diretamente na escolha dos textos abordados em sala de aula, nos quais oferecem pouco ou nenhum grau de significado ao aprendizado. Não provocam, não desafiam, não estimulam o raciocínio, não ampliam os caminhos passíveis de serem explorados. Embora pouco se perceba em relação aos interesses das autoridades e órgãos públicos no que se refere a imprescindível atuação do educador, constatamos que é uma ocupação bastante complexa, exigindo por parte dele muita dedicação, formação contínua, conhecimento específico, crescimento humano e intelectual, indo muito além do que a maioria das pessoas pensam. Esses profissionais não transmitem apenas o conhecimento, mas influenciam diretamente na formação dos educandos como cidadãos significativos e transformadores da sociedade. Sabemos que existem vários outros fatores que não foram citados no artigo, mas que também contribuem para o insucesso do trabalho docente em prol da proficiência leitora, como falta de estrutura física, salários baixos, precárias condições de trabalho, ausência de políticas públicas mais eficazes, entre vários outros. Todo professor deve se conscientizar de que temos a responsabilidade de minimizar a situação atual referente ao problema da formação leitora, buscando dentro do contexto atual, possibilidades efetivas de superação das dificuldades presentes. Acreditamos na relevância do nosso trabalho, por sabermos que o ato de ler é um instrumento intimamente ligado à construção da cidadania. A leitura nos remete ao conhecimento, a sabedoria, a liberdade de idealizar e refletir sobre os mais variados assuntos, oferece a livre capacidade de analisar, fazer escolhas e
oportuniza conhecer novos lugares e outras culturas. Nessa conjuntura, docentes pesquisadores, com boa formação acadêmica, abertos a novas propostas e prontos a atualizações, certamente contribuirão para a transformação na formação do leitor pleno, resultando em um valioso tesouro intelectual e cultural consentido a toda sociedade. REFERÊNCIAS BARCO, Frieda L. Morales; FICHTNER, Marília Papaléo; RÊGO, Zília L.G. Era uma vez...na escola. In: AGUIAR, Vera Teixeira de (Coord.). Formando educadores para formar leitores. 4ª Ed. Belo Horizonte: Formato Editorial, 2001. Série educador em formação. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação à Distância. Cadernos da TV Escola: Livros etc... Brasília (DF). 1996. 61p. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação a Distância. Práticas de leitura e escrita. Brasília (DF), 2006, 180 p. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Introdução aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília (DF), 1997, v.I; il. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília (DF). 1998, 3v.: il. FREIRE, Paulo. A Importância do Ato de Ler - em três artigos que se completam. 23ª ed. São Paulo: Autores Associados, Cortez, 1989. 4ª Coleção: Polêmicas do Nosso Tempo. MARTINS, Maria Helena. O que é leitura? São Paulo: Brasiliense, l982. Coleção Primeiros Passos. MENEGHETI, Marinês Lopes Fernandes. Políticas públicas voltadas para a formação do leitor: o projeto hora da leitura. 2007. 148f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo. MENEZES, Ebenezer Takuno de; SANTOS, Thais Helena dos."Analfabetismo funcional" (verbete). Dicionário Interativo da Educação Brasileira - EducaBrasil. São Paulo: Midiamix Editora, 2002, http://www.educabrasil.com.br/eb/dic/dicionario.asp? id=132, visitado em 7/10/2012. TEBEROSKY, Ana; COLOMER, Tereza. Aprender a ler e escrever. Porto Alegre: Artemed, 2003.