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Leitura e Produção de Texto em Lingua Espanhola (1), Manuais, Projetos, Pesquisas de Literatura Espanhola

Leitura e Produção de Texto em Lingua Espanhola (1)

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2023

Compartilhado em 20/06/2024

anderson-richard-pereira
anderson-richard-pereira 🇧🇷

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OFICINA DE TEXTO
EM ESPANHOL
Roberta Spessato
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OFICINA DE TEXTO

EM ESPANHOL

Roberta Spessato

Estratégias de coesão e coerência no texto

escrito

APRESENTAÇÃO

A coesão é uma propriedade do discurso em que tanto as regras morfossintáticas de uma língua

quanto às relações semânticas estabelecidas entre as diferentes sentenças, as quais constituem

um texto, intervêm no sentido geral do contexto. Seu objetivo é assegurar a progressão temática,

unindo as diferentes orações que compõem um discurso. Já a coerência é responsável pelo

sentido do texto, ou seja, é baseando-se nela que você é capaz de compreender se um texto é

coerente ou incoerente. Por mais que existam duas abordagens diferentes, a relação delas com o

texto é complementar. Isso quer dizer que não existe um texto bem escrito sem a unidade e a

relação da coesão com a coerência.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você aprenderá quais são as características da coesão e da

coerência no texto escrito e, além disso, compreenderá a sua importância para a concepção de

unidade sequencial, conhecendo estratégias para alcançar a adequação coesa e coerente de um

texto.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

  • Definir coesão e seus mecanismos: referência, deixis, substituição e elipse.
  • Reconhecer casos de coerência e incoerência textual.
  • Aplicar estratégias de coerência e coesão para alcançar a adequação.

INFOGRÁFICO

Um bom texto deve ser a construído de forma compreensível aos olhos do leitor. A coerência

textual é o instrumento que o autor usa, juntamente com a coesão, para conseguir costurar o

texto com o objetivo de dar um sentido completo a ele. Afinal, um texto incoerente não é

eficiente, pois não consegue transmitir sua mensagem ao receptor.

CONTEÚDO DO LIVRO

A coesão é uma propriedade discursiva que se refere ao modo como palavras, frases e suas

partes combinam-se para garantir um desenvolvimento proposicional, formando uma unidade

conceitual, que é o texto escrito. A coerência é responsável pelo sentido do texto, ou seja, é

baseando-se nela que o ser humano é capaz de compreender se um texto é coerente ou

incoerente.

No capítulo Estratégias de coesão e coerência no texto escrito, da obra Oficina de texto em

espanhol , você aprenderá quais são as características da coesão e da coerência no texto escrito e

compreenderá a sua importância para a concepção da unidade sequencial.

Boa leitura.

Estratégias de coesão e

coerência no texto escrito

Objetivos de aprendizagem

Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„ Definir coesão e seus mecanismos: referência, dêixis, substituição e elipse. „ Reconhecer os casos de coerência e incoerência textual. „ Aplicar as estratégias de coerência e coesão para alcançar adequação.

Introdução

A coesão é uma propriedade do discurso em que tanto as regras mor- fossintáticas de uma língua como as relações semânticas estabelecidas entre as diferentes sentenças, as quais constituem um texto, intervêm no sentido geral do contexto. Seu objetivo é assegurar a progressão temática, unindo as diferentes orações que compõem um discurso. A coerência é responsável pelo sentido do texto, ou seja, é com base nela que somos capazes de compreender se um texto é coerente ou incoerente. Por mais que tratemos de duas abordagens diferentes, a relação delas com o texto é complementar. Não existe um texto bem escrito sem a unidade e a relação da coesão com a coerência. Neste capítulo, você aprenderá quais são as características da coesão e da coerência no texto escrito e compreenderá a sua importância para a concepção de unidade sequencial.

Coesão e seus mecanismos

A coesão é uma propriedade discursiva que se refere ao modo como palavras, frases e suas partes se combinam para garantir um desenvolvimento proposi- cional e, assim, formar uma unidade conceitual (texto escrito).

Para Koch (2018, p. 45), a coesão é um fenômeno relacionado ao modo como os elementos linguísticos presentes na superfície do texto se encontram interligados, por meio de recursos também linguísticos, formando sequências veiculadoras de sentido. Portanto, refere-se à maneira como os componentes da estrutura superficial de um texto estão intimamente ligados à sequência do discurso, baseando-se tanto nas regras morfossintáticas de uma língua como nas relações semânticas estabelecidas entre as diferentes sentenças, as quais constituem um texto. Dessa forma, a coesão intervém no sentido geral do contexto. Segundo Antunes (2005), essa propriedade se cria e sinaliza toda espécie de ligação e de laço que dá ao texto uma unidade de sentido ou uma unidade temática. O propósito da coesão é assegurar a progressão temática, com o objetivo de unir as diferentes orações que compõem um discurso, isto é, a coesão de um texto é obtida quando todos os seus elementos estão conectados uns aos outros. Koch (2013, p. 15) complementa afirmando que seu papel é assinalar determinadas relações de sentido entre enunciados ou partes de enunciado, pois é por meio desses mecanismos que se tece o “tecido” do texto. Marcuschi (2012, p. 50) afirma que a coesão faz parte dos princípios cons- titutivos da textualidade, pois organiza a sequência superficial do texto. Além disso, para o autor, a coesão é uma espécie de semântica da sintaxe textual, já que não é regida apenas por uma sequência sintática, mas baseia-se nos padrões formais para dar sentido ao que foi escrito. Portanto, a continuidade textual se dá ao nível de sentido e não ao nível das relações dos constituintes linguísticos. Para Antunes (2005), a função da coesão é promover a continuidade textual de maneira que suas partes sejam interligadas para que o “fio” da unidade textual não se rompa e garanta a sua interpretabilidade. De acordo com Halliday e Hasan (1976, p. 4), a coesão textual é uma definição semântica que aborda as relações de sentido que definem o próprio texto como uma unidade discursiva textual. Para esses autores, a coesão ocorre quando a interpretação de algum elemento no discurso depende do significado de outro. Quer dizer, segundo Halliday e Hasan (1976, p. 4), a coesão é uma relação semântica entre um elemento do texto e outro elemento essencial para a sua interpretação. Assim, é possível afirmar que a coesão é responsável pela organização su- perficial e sequencial do texto e, além disso, cabe a ela entrelaçá-lo e relacionar os seus constituintes, transformando-os em uma unidade discursiva. Para que o processo de coesão ocorra, ela se compõe por alguns mecanismos, como a referência, a dêixis, a substituição e a elipse, conforme você verá a seguir.

2 Estratégias de coesão e coerência no texto escrito

está fora do texto. Koch (2013) também nomeia a referência exofórica como referência situacional. Veja um exemplo:

Nosotros estudiamos las lenguas.

Nosotros pode ser tanto os professores como os alunos que estão em aula ou os alunos que estão fora da sala de aula. É abrangente e depende de indivíduos que estão fora do discurso linguístico. A referência endofórica ocorre quando a relação é estabelecida com uma referência presente no mesmo texto. A referência endofórica pode ter caráter anafórico , ou seja, retoma algo que já foi explicitado no contexto; ou caráter catafórico , referente a algo que ainda será explicitado contextualmente. A referência endofórica anafórica acontece no momento em que uma referência retrospectiva é estabelecida no texto, isto é, quando um termo faz alusão a outro mencionado anteriormente, conforme exemplo a seguir.

El libro que compré ayer es buenísimo.

O pronome relativo que faz uma referência anafórica, pois se refere a el libro. Já a referência endofórica catafórica ocorre quando uma referência prospectiva é estabelecida em um texto, quando o significado de um termo depende de outro que aparece depois, por exemplo:

¿Qué pasa?

Os pronomes interrogativos, em espanhol, fazem uma referência a algo que ainda será dito, ou seja, se referem a uma resposta que está por vir.

Dêixis

A dêixis, por ser um instrumento linguístico responsável pela coesão de forma referencial, é uma forma mais geral de abordar a referência coesiva, é a interpretação da referenciação. Segundo Lyons (1977, p. 636), o termo “dêixis” é usado em linguística para referir a função dos pronomes pessoais e demonstrativos, dos tempos e de uma variedade de formas gramaticais e léxicas que relacionam enunciados com as coordenadas entre o tempo e o espaço do ato de enunciar. Os dêiticos possuem o papel linguístico não apenas de instrumentos re- ferenciais, mas funcionam também no sentido de enriquecer o sentido do

4 Estratégias de coesão e coerência no texto escrito

texto, pois, além de assegurarem a “costura” entre os elementos na superfície textual, fazem referência à situação do emissor em relação ao que já foi dito de forma contextual. Para Kerbrat-Orecchioni (1980, p. 36), dêiticos exercem um papel linguís- tico específico no discurso, os quais utilizam mecanismos constituídos por três tipos de referência: absoluta, relativa ao contexto linguístico e relativa à situação discursiva. A noção de dêixis, nos casos de referências contextuais, se apropria das seguintes terminologias: dêixis indicial (referência relativa à situação de comunicação) e dêixis anafórica (referência ao contexto linguístico). A primeira possui uma característica arbitrária; já a segunda é relativa à situ- ação discursiva. Portanto, a nos referirmos a termos dêiticos na linguística textual, falamos — necessariamente — sobre a referência endofórica ana- fórica (como já visto anteriormente). Dessa forma, a coesão textual retrata apenas a dêixis anafórica.

Substituição

Existem diferentes recursos linguísticos capazes de predicar o mesmo objeto já utilizado no discurso sem utilizar, necessariamente, as mesmas palavras. A substituição de um elemento lexical por outro (ou por uma expressão) equiva- lente é um mecanismo que indica o estabelecimento de uma relação semântica entre o termo substituído e o substituto no texto. O mecanismo da substituição busca evitar a repetição do mesmo ele- mento. Esse recurso coesivo é uma relação de tipo anafórico e, segundo Antunes (2005, p. 86), subdivide-se em substituição lexical e substituição gramatical. A substituição gramatical ocorre quando uma palavra ou sentença é substituída por um elemento linguístico cuja função é servir como substituto desse elemento lexical. É neste mecanismo de coesão que o referente e o substituto são referenciais, conforme demonstrado a seguir.

Fui de viaje con mis amigas. Ellas estaban muy felices. (proforma pronominal). María estudió para la prueba. Sus compañeros de clase hicieron lo mismo. (proforma verbal)

A substituição lexical ocorre com a troca de um elemento por outro de mesmo significado, e implica o uso de uma palavra no lugar de outra que seja textualmente equivalente. Para Antunes (2005), a substituição não representa

Estratégias de coesão e coerência no texto escrito 5

“caracterização situacional”, que não se enquadra nem em sinônimo, nem em hiperônimo ( niña e la hija menor ). Veja a caracterização a seguir.

„ Sinonímia: é relação de similaridade entre duas ou mais palavras. Não há sinônimo perfeito, apenas aproximado. Por exemplo: María dice que ama Juan. Ella afirma que va a casarse con él. „ Hiperonímia: termo geral usado para se referir à realidade nomeada por um termo mais específico (hipônimo). A hiperonímia está ligada à relação que se pode estabelecer entre um nome mais específico a outro mais geral. Por exemplo: A mí me encantan todos los animales (hiperônimo), sin embargo, solo tengo perros y gatos (hipônimo). „ Caracterização situacional: tem por objetivo caracterizar o objeto em questão, porém, de acordo com as particularidades de cada situação. Retoma o referente por meio de sua descrição. Por exemplo: La nieta de mi vecina es una chica muy simpática. Aquella niña rubia va todos los días a visitar su abuela.

De acordo com Halliday e Hasan (1976), a substituição consiste na colo- cação de um item no lugar de outro elemento do texto, ou até mesmo de uma oração inteira. A principal diferença entre a substituição e a referência é que na referência há total identidade referencial entre o item de referência e o item pressuposto, ao passo que na substituição ocorre sempre uma definição. A substituição é usada quando a referência não é idêntica ou quando há, pelo menos, uma nova especificação a ser acrescentada.

Elipse

A elipse é um mecanismo que se manifesta com a supressão de uma informação já compreendida; isto é, o receptor é capaz de inferir a informação implícita sem qualquer problema. É possível dizer que a elipse é uma maneira de substituir um referente por um elemento zero (Ø); por isso, Halliday e Hasan classificam a elipse como uma forma particular de substituição, em que a nomeiam como substituição por zero. De modo geral, na visão de Antunes (2005), a elipse é o resultado da omissão de um termo que pode ser facilmente identificado pelo contexto. Cabe ressaltar que ela serve como um mecanismo de economia e de estilo. Veja o exemplo:

¿Viste la final de la Copa en 2010?

  • Sí.

Estratégias de coesão e coerência no texto escrito 7

Distinção entre texto e discurso De acordo com Huerta (2010), nos referimos a texto e a discurso como se fossem sinônimos, mas, para o autor, eles são diferentes, apesar de carregarem a mesma ideia. Primeiramente, ele os considera mais ou menos sinônimos para fins práticos e intercambiáveis; em seguida, afirma que o "texto" se refere à linguagem escrita e o "discurso" à linguagem oral. Além disso, o autor afirma que o que os diferencia é o texto ser resultado da combinação de elementos linguísticos (vocabulário e gramática) da superfície plana; e o discurso, da combinação de configurações semânticas (conceitos e relações) da estrutura profunda. O principal ponto abordado por Huerta é que o texto é visto como um produto, e o discurso, como um processo.

Fatores de conexão de significado: a coerência

Coerência é a qualidade semântica dos textos que seleciona informações rele- vantes e irrelevantes, mantém a unidade e organiza a estrutura comunicativa de uma maneira específica. De forma menos elaborada, falar que um texto é coerente significa afirmar que ele faz sentido. Antunes (2005) afirma que um texto coerente representa uma unidade de intenção, ou seja, a coerência perpassa a linguística formal, em que se organizam as orações em ordem; ela possui características contextuais, extralinguísticas e pragmáticas, pois depende de fatores não só puramente internos à língua. O que você precisa saber é que um bom texto não possui apenas coesão ou coerência, já que elas são duas propriedades intimamente ligadas à compreen- são e à produção de textos. Contudo, é necessário esclarecer a distinção entre esses dois conceitos. Segundo Antunes (2005, p. 177), não existe uma coesão que exista por si e para si, ela é uma decorrência da própria continuidade exigida pelo texto, que, por sua vez, é exigência da unidade que dá coerência ao texto. Para o autor, a coesão está a serviço da coerência no sentido em que qualquer segmento se interligue no texto para que ele faça sentido. Qualquer texto é uma unidade semântica que consiste em dois planos: um de conteúdo e outro de expressão. O plano de conteúdo se constitui pela organização lógica de ideias ou de proposições, molda-se a estrutura profunda. O plano de expressão é a forma linguística desse pensamento (do plano de conteúdo) previamente organizada. Enquanto a coesão é representada pela forma, ou pelo plano de expressão, a coerência é representada pelo plano de conteúdo, ou seja, a coerência corresponde à estrutura profunda da língua,

8 Estratégias de coesão e coerência no texto escrito

semântica. A coesão auxilia essa metarregra com os seus conectores, os quais são responsáveis pela ligação dos elementos textuais. A coerência, ao contrário da coesão, segundo Marcuschi (2012), é um processo mais global, mais profundo e de maior repercussão por ser a responsável pela formação dos sentidos.

Procedimentos textuais

A continuidade de um texto escrito não se dá apenas na superfície tex- tual, há uma questão de sentido necessária, pois para um texto ser bem escrito não basta ser coeso, deve também ser coerente, ou seja, deve fazer sentido. Antunes (2005, p. 50) afi rma que as relações semânticas textuais se expressam por relações de reiteração, associação e conexão. Essas relações acontecem via alguns procedimentos coesivos, com base em recursos distintos. As relações de reiteração aceitam como procedimentos a repetição e a substituição. Na relação de associação, ocorre a seleção lexical; e, na relação de conexão, ocorre o estabelecimento de relações sintático-semânticas entre termos, orações, períodos e parágrafos.

Relações textuais Procedimentos

  1. Reiteração „ Repetição „ Substituição
  2. Associação „ Seleção lexical
  3. Conexão „ Estabelecimento de relações sintático- -semânticas entre termos

Coesão pela relação de reiteração

A reiteração representa a relação em que os elementos do texto são retoma- dos. Ela ocorre pela repetição e pela referência. A continuidade do texto, segundo Antunes (2005), ocorre por meio da relação que ele vai formando com os seus objetos. Sabemos que a coesão do texto não se limita ao processo

10 Estratégias de coesão e coerência no texto escrito

de tirar e por palavras, pois toda interação verbal é o resultado de uma rede de conhecimentos. Os recursos da repetição se resumem em três: paráfrase, paralelismo e repetição. Os recursos da substituição são substituição gramatical, substi- tuição lexical e elipse. A paráfrase ocorre sempre quando o emissor repete, com outras palavras, o que já foi enunciado anteriormente. Os fragmentos parafrásticos, segundo Antunes (2005, p. 62), são inseridos com: en otras palabras (em outras palavras), en resumen (em resumo), esto es (isto é), es decir (quer dizer), etc. Portanto, é importante lembrar que a paráfrase constitui um recurso reiterativo relevante, pelo fato de reformular algo já dito com o propósito de esclarecer o discurso. O paralelismo é um recurso diretamente ligado à coordenação de elementos sintáticos idênticos, já que unidades se- mânticas similares devem corresponder a estruturas sintáticas de igual valor. O paralelismo sintático ocorre quando há similaridade estrutural entre duas ou mais sequências em prosa ou verso, de modo que há uma correspondência quase exata entre seus constituintes sintáticos.

A ella, como hija de reyes, la entierran en el altar; a él, como hijo de condes, unos pasos más atrás. (Galmés de Fuentes, Álvaro, El Romancero hispánico)

A repetição faz com que a palavra já expressa no discurso reapareça no contexto. Ela não ocorre apenas pelo empobrecimento de vocabulário do emissor, podendo ser utilizada de forma intencional enfática, como ocorre com o texto de Eduardo Galeano, “ Los nadies ”.

Los Nadies Sueñan las pulgas con comprarse un perro y sueñan los nadies con salir de pobres, que algún mágico día llueva de pronto la buena suerte, que llueva a cánta- ros la buena suerte; (...) Los nadies: los hijos de nadie, los dueños de nada. (...) Que no tienen nombre, sino número. Que no figuran en la historia universal, sino en la crónica roja de la prensa local. Los nadies, que cuestan menos que la bala que los mata.

Estratégias de coesão e coerência no texto escrito 11

Como estratégia inicial, é fundamental compreender a função dos co- nectores como subpartes do texto e que eles carregam sentidos e orientam o desencadear discursivo. Para que você compreenda melhor, analise as relações apresentadas nos seguintes exemplos:

„ El piso está mojado, porque ha llovido (relação de causa). „ María no estudió, pero aprobó en matemáticas (relação de oposição). „ Pienso, así que existo (relação de consequência). „ Puedo prestarte mi coche, siempre que lo cuides (relação de condição).

Algumas conjunções importantes para a coesão textual A coesão pela relação se faz com o uso dos conectores e o valor semântico que eles carre- gam. A seguir, temos alguns conectores com as suas ideias seguidas de alguns exemplos: COPULATIVAS (soma ou adição): y (e), ni.

Me vio y me saludó. No tengo perros ni gatos.

DISJUNTIVAS (alternância, separação que pode ser excludente ou não): o (u).

Llevas todo u olvidas algo. No sé si quedarme en casa o salir. O vienes o te quedas.

ADVERSATIVAS (oposição entre os dois elementos unidos): pero, mas, sino, sin embargo, no obstante.

Fuimos a la fiesta, pero no lo pasamos bien. Dijo que vendría, sin embargo no me lo creo.

EXPLICATIVAS (uma frase esclarece o significado da anterior): es decir, esto es, o sea, a saber.

Los gallegos, o sea, los naturales de Galicia. Los puntos cardinales son cuatro, a saber, norte, sur, este y oeste.

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TEMPORAIS (estabelecem uma referência de tempo): mientras, entretanto, en tanto, en cuanto, después que, cuando, antes que.

Cuando salía me encontré a tu hermano en la escalera. Mientras escucho música, repaso. En tanto que le lavan la ropa, hace la compra.

CAUSAIS (expressam causa, motivo, razão que torna possível a realização da oração principal): porque, a causa de que, ya que, puesto que, dado que, pues.

EI suelo está mojado porque ha llovido. Ya que estamos aquí, vamos a tomar algo. Dejamos las maletas en el hotel pues queríamos dar un paseo.

FINAIS (expressam finalidade): para que, a fin de, con el objeto de.

Te he traído una novela para que la leas.

CONDICIONAIS (condição ou hipótese): si, con tal de que, siempre que, a no ser que.

Te dejaré mi coche siempre que no corras. Si me llaman, di que no estoy.

CONCESSIVAS (concessão, trazem uma dificuldade, mas não impedem que a ação seja realizada): aunque, si bien que, por más que, a pesar de, aun cuando, por mucho que.

Aunque hace sol, tengo frio. A pesar de comer mucho, no engorda. Aun cuando no la llamaba, seguía pensando en él.

ILATIVAS (consequência): de modo que, así que, conque, por tanto, por consiguiente, luego.

Mañana es fiesta, por tanto, no hay clase. Ya ha terminado la película, conque vámonos. Pienso luego existo.

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