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A leishmaniose visceral é uma doença infecciosa causada por protozoários do gênero leishmania, transmitida por mosquitos vetores do gênero lutzomyia. Apresenta diferentes formas clínicas, desde assintomática a grave, e seu diagnóstico é feito com base no quadro clínico e epidemiológico, além de exames laboratoriais. O tratamento inclui medicações como antimoniato de n-metil glucamina e anfotericina b, além de cuidados gerais. Prevenção é feita através do controle químico de mosquitos, vacinação e diagnóstico e tratamento de cães infectados.
O que você vai aprender
Tipologia: Notas de estudo
Compartilhado em 07/11/2022
4.5
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Também conhecida por calazar ou kala-azar, é uma doença infecciosa sistêmica causada por um protozoário do gênero Leishmania, sendo nas Américas, a espécie Leishmania chagasi a responsável pela enfermidade. A transmissão ocorre por um inseto vetor flebotomíneo denominado Lutzomyia longipalpis , popularmente conhecido como “mosquito palha”, “cangalhinha” e “birigui”.
Figura 1: Vetor da Leishmaniose visceral Lutzomyia longipalpis.
(Imagem disponível em < http://www.memorias.ioc.fiocruz.br >)
Devido ao fato de o inseto utilizar matéria orgânica em decomposição para postura dos ovos, quintais com canis, galinheiros e muitas árvores são os locais ideais para criadouro do flebotomíneo vetor. Os reservatórios podem ser raposa, gambá, rato doméstico e cachorro, sendo este o principal elo na cadeia de transmissão.
No Brasil há 90% dos casos de calazar das Américas. É tida como uma das cinco endemias prioritárias para as ações da Organização Mundial de Saúde. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, no período de 1994 a 2013, foram confirmados 1.529 casos da doença, sendo que a incidência de casos diminuiu gradativamente em todas as regionais. Em 2013 foram diagnosticados 42 novos casos de Leishmaniose Visceral em Belo Horizonte.
Ciclo biológico:
Ao fazer repasto sanguíneo em hospedeiro infectado, as fêmeas dos flebotomíneos ingerem sangue com macrófagos e monócitos parasitados. No intestino médio do inseto, as formas amastigotas são liberadas e após divisão se transformam nas formas promastigotas, infectantes para o homem. A transmissão ocorre quando as fêmeas infectadas se alimentam em invertebrados susceptíveis. A saliva do Lutzomyia é inoculada com as formas promastigotas do parasito, que caem na circulação e
migram para os órgãos do sistema retículo endotelial, como fígado, baço, medula óssea e linfonodos, sendo fagocitados pelos macrófagos.
Figura 2: Ciclo de vida da Leishmania.
(Imagem disponível em http://www.cstr.ufcg.edu.br/grad_med_vet/mono2010_1/mono_maurina.pdf)
Quadro clínico:
O período de incubação varia de 3 a 8 meses. A apresentação clínica da doença varia desde quadros assintomáticos, até formas graves da doença. As formas assintomáticas e oligossintomáticas são as mais comuns, sendo o diagnóstico feito por sorologia positiva para leishmaniose.
As formas oligossintomáticas apresentam quadro clínico inespecífico, semelhante a IVAS, parasitoses intestinais ou gastroenterite. São descritas, febre baixa, inapetência, adinamia, astenia, hepatomegalia discreta, perda de peso e algumas vezes esplenomegalia. Essas formas evoluem para a cura espontânea em 75% dos casos. As formas agudas caracterizam-se por febre elevada, diarreia, tosse e hepatoesplenomegalia discreta. Há hipergamaglobulinemia.
É chamado calazar clássico, quando a doença segue curso subagudo ou crônico, apresentando-se com febre insidiosa sem características marcantes, palidez, emagrecimento, adinamia, hepatoesplenomegalia e atrofia da musculatura abdominal. Na ausência de tratamento, a doença progride com sangramentos devido à plaquetopenia e infecções decorrentes da imunossupressão.
Tratamento:
O tratamento inclui cuidados gerais, como uso de analgésicos e antitérmicos, hemotransfusões e antibioticoterapia. A medicação de escolha é o antimoniato de N-metil glucamina, apresentado em ampolas de 5 ml contendo 81 mg de antimônio pentavalente por ml. A dose recomendada é de 20mg/kg/dia de 20 a 40 dias consecutivos, por via intramuscular ou intravenosa. Trata-se de uma droga cardiotóxica, hepatotóxia e nefrotóxica. É contraindicada em gestantes, cardiopatas, pacientes com insuficiência renal e em uso de beta bloqueadores.
Outra droga utilizada é a anfotericina B, podendo ser o desoxicolato ou a anfotericina lipossomal. Para o desoxicolato de anfotericina B posologia recomendada é de 1mg/kg/dia por via intravenosa durante 20 dias consecutivos. Seus efeitos colaterais incluem febre, calafrios, cefaleia, hipotensão, artralgia, mialgia e vômitos, pode ocorrer flebite e comprometimento renal temporário. A anfotericina B lipossomal é mais bem tolerada e a posologia indicada é de 5mg/kg/dia durante 7 dias por via intravenosa.
Os critérios de cura são clínicos e devem ser observados: curva térmica normal, redução da hepatoesplenomegalia e melhora dos parâmetros hematolígicos. A cura é completa com negativação do parasitismo.
Profilaxia:
Proteção contra o vetor transmissor através do uso de repelentes, bem como por meio do controle químico. Além disso, a vacinação e do diagnóstico dos cães infectados, interrompendo a cadeia de transmissão.
Referências:
Imagens: