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Saiba como as raízes latinas formam palavras atuais em português. Este documento explica as regras de formação de palavras em latim, incluindo a pronúncia latina e o vocabulário básico. Aprenda a identificar as raízes, prefixos e sufixos de palavras latinas e portuguesas.
Tipologia: Esquemas
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE ARTES E LETRAS
CURSO DE GRADUAÇÃO DE LETRAS/PORTUGUÊS
2º Semestre
LETRAS/PORTUGUÊS
Presidente da República Federativa do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva
Ministério da Educação Fernando Haddad Ministro do Estado da Educação Ronaldo Mota Secretário de Educação Superior Carlos Eduardo Bielschowsky Secretário da Educação a Distância
Universidade Federal de Santa Maria Clóvis Silva Lima Reitor Felipe Martins Muller Vice-Reitor João Manoel Espina Rossés Chefe de Gabinete do Reitor André Luis Kieling Ries Pró-Reitor de Administração José Francisco Silva Dias Pró-Reitor de Assuntos Estudantis João Rodolfo Amaral Flores Pró-Reitor de Extensão Jorge Luiz da Cunha Pró-Reitor de Graduação Charles Jacques Prade Pró-Reitor de Planejamento Helio Leães Hey Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa João Pillar Pacheco de Campos Pró-Reitor de Recursos Humanos Fernando Bordin da Rocha Diretor do CPD
Coordenação de Educação a Distância Cleuza Maria Maximino Carvalho Alonso Coordenadora de EaD Roseclea Duarte Medina Vice-Coordenadora de EaD Roberto Cassol Coordenador de Pólos José Orion Martins Ribeiro Gestão Financeira
Centro de Artes e Letras Edemur Casanova Diretor do Centro Artes e Letras Ceres Helena Ziegler Bevilaqua Coordenadora do Curso de Graduação em Letras/Português a Distância
Elaboração do Conteúdo Leila Teresinha Maraschin Professor pesquisador/conteudista
Introdução à história do Latim
Nesta aula serão abordados os seguintes itens: introdução à história do latim, as variantes clássica e popular da língua latina e a divisão da história de Roma.
O objetivo é apresentar um panorama geral sobre o início da civilização romana como forma de introduzir o estudo do latim.
Apesar de hoje o latim ser considerado língua "morta", ainda há muitos cultivadores deste idioma, em todos os continentes. Em várias cidades, existem associações culturais e círculos de pessoas que se encontram para estudar e até mesmo falar o latim. Navegando na internet, podemos encontrar muitos sites e diversos mailing-lists em que o latim é a língua veicular. Isso ocorre porque o latim foi uma língua viva, muito prestigiada na sociedade da Itália e da Europa antiga e medieval, na cultura e na igreja católica durante séculos. Para os falantes de línguas eslavas e germânicas, o latim é um meio de lhes facilitar o acesso às línguas neolatinas e, conseqüentemente, a comunicação com os países da Europa Ocidental.
Às margens do Rio Tibre, onde hoje é cidade de Roma, capital italiana, havia, aproximadamente no ano 1.000 antes de Cristo, um pequeno povoado formado por agricultores e pastores vindos da Grécia e de alguns lugares da Itália. Esses grupos se fixaram ali e foram se organizando aos poucos. Em combates contra tribos vizinhas, eles se tornaram vencedores e foram expandindo seu domínio, inicialmente na península itálica e depois fora dela. Em alguns séculos, eles conquistaram territórios imensos e formaram o grande império romano. A mitologia e a história se confundem nos primórdios de Roma. Quem saberia ao certo o que aconteceu?
Foto do rio Tibre e Roma atual.
Os antigos romanos diziam que sua cidade tinha sido fundada por Rômulo. Esse mito tem raízes na lendária Tróia, de onde o herói Enéias partiu, após a destruição da cidade, com o propósito de fundar uma nova civilização no Itália. Auxiliado pelos deuses, depois de navegar e vencer os perigos do mar, Enéias chega à terra do rei Latinus, que lhe dá a filha em casamento. Dos descendentes de Enéias teriam surgido as famílias que deram origem ao povo romano. A região central da Itália, que se chama Lácio (Latium), vem do nome do seu rei, Latinus, de onde também se originou o nome da língua que estamos estudando, o latim.
Segundo a mitologia, os gêmeos Rômulo e Remo eram filhos de Marte, o deus da guerra, e de uma sacerdotisa romana chamada Réa Sílvia. Logo ao nascerem, os meninos foram jogados por seu tio-avô no rio Tibre, em um cestinho, para que não herdassem o trono de Alba Longa. Encontrados por uma loba, que os amamentou, foram adotados por um casal de pastores. Quando cresceram, retornaram à cidade natal de Alba Longa e ganharam terras para fundar uma nova povoação. Quando estavam construindo as bases da cidade, os irmãos brigaram e Rômulo então matou Remo, depois fundou a cidade que se chamou Roma, por causa do seu nome.
A imagem da loba amamentando os gêmeos representa, ainda hoje, em algumas cidades italianas, as origens da civilização romana.
Segundo os historiadores, porém, a fundação de Roma resultou da união de três grupos que foram habitar a região da península itálica: gregos, etruscos e italiotas. Esses povos viviam da agricultura e de atividades pastoris. Sua sociedade era formada por patrícios (proprietários de terras) e plebeus (comerciantes, artesãos e pequenos proprietários). O sistema político era a monarquia, sob o governo de um rei de origem patrícia. Esse período teria durado de 753 a.C. a 509 a.C.
De 509 a.C. a 27 a.C., Roma viveu seu período republicano, em que o senado ganhou maior poder político. Os senadores, de origem patrícia, cuidavam das finanças públicas, da administração e da política externa, enquanto os cônsules e os tribunos da plebe exerciam as atividades executivas.
Após dominar toda a Itália, os romanos conquistaram outros territórios. Com um exército bem estruturado, venceram os cartagineses nas Guerras Púnicas (norte da África, no século III a.C). Essa vitória lhes garantiu o domínio no Mar Mediterrâneo.
Roma estendeu suas conquistas para muitas regiões importantes, como a Grécia, o Egito, a Macedônia, a Gália, a Germânia, a Síria e a Palestina. (ver mapas no site da aula 1). Estava formado o império romano do ocidente, que durou de 27 a.C. até 476. Durante esse período, das grandes conquistas, o latim, língua dos romanos, também se expandiu, dominou outras línguas e delas sofreu influências.
Quando o poder de Roma se enfraqueceu e o império começou a se fragmentar, o latim popular, já bastante modificado, originou novas línguas, dentre as principais estão o francês, o italiano, o espanhol, o português e o romeno.
(Cheguei, vi, venci. Julius Caesar)
A história de Roma se divide, cronologicamente, em três períodos, cada um deles marcado por determinados acontecimentos e características que podem ajudar-nos a compreender melhor a nossa própria história, nossos costumes e tradições. Nesta aula, daremos maior ênfase ao império, pois é nesse período que a língua e a cultura dos romanos chega ao ponto alto de seu desenvolvimento e se expande por quase todo o mundo conhecido até então.
Você, estudante do latim, está também participando do grupo privilegiado daqueles que têm a oportunidade de conhecer a história de sua civilização. Conhecendo-a, você certamente vai também se tornar mais crítico, vai fazer suas próprias reflexões e emitir suas opiniões a respeito de diversos aspectos que iremos discutir ao longo deste curso. Não precisamos imitar nossos antepassados, e, sim, conhecê-los para não repetirmos seus erros.
A divisão da história de Roma
Monarquia - o tempo dos reis
O primeiro período da história de Roma denomina-se Monarquia e apresenta mais lendas e relatos míticos do que história propriamente. Nele, conta-se que a cidade de Roma teria sido fundada por Rômulo, seu primeiro rei, e que, durante mais de duzentos anos, outros seis reis sucederam-no. Nessa época, os romanos, além de vencerem os primeiros combates contra seus vizinhos, também constituíram seu exército, dominaram a região do Lácio e edificaram algumas de suas construções, como muralhas e templos religiosos.
Os principais inimigos dos romanos eram os Etruscos, um povo que vivia entre o norte e o centro da Itália. Ainda hoje se conservam algumas ruínas de construções etruscas, o que prova a existência da civilização deles na Itália.
Segundo as lendas dos romanos, os últimos três reis que governaram Roma eram de origem etrusca. Quando, por volta do ano 500 a.C., o rei Tarquínio foi expulso pelos romanos, deu-se o fim da Monarquia e o posterior estabelecimento da República.
República - o governo dos cônsules
No período republicano, os romanos organizaram o poder e criaram as magistraturas, compostas de encarregados da administração da cidade. Dois magistrados superiores, chamados cônsules, assumiram o governo que antes era do rei. Os cônsules eram as autoridades mais altas, eleitos pela aristocracia, ficavam acima do senado e das forças armadas. A república romana foi marcada por muitos combates entre os romanos e outros povos. Dentre todos, os que mais se destacaram foram os cartagineses, também chamados de "punos", por isso estas lutas ficaram conhecidas como "guerras púnicas". Cartago, uma poderosa cidade situada no norte da África, era tida pelos romanos como uma grande ameaça, porque competia com eles. Em 146 a.C., depois de lutarem por mais de cem anos contra os cartagineses, os romanos finalmente conseguiram destruir Cartago e expandir seu domínio na região do mar Mediterrâneo.
Durante a república, também ocorreram vários conflitos sociais devido às desigualdades entre os romanos. Os plebeus, menos favorecidos, lutavam contra os patrícios, mais beneficiados, pela igualdade de direitos. No final do período republicano, Caio Júlio César tomou o poder e governou Roma até que foi assassinado pelos próprios companheiros. César e também Sila, que o antecedeu, realizaram algumas construções importantes para a urbanização de Roma.
Durante governo de Augusto, o latim se tornou uma língua altamente sistematizada e enriquecida, na qual foram escritas as mais importantes obras da literatura latina, como a "Eneida", de Virgílio, muitas poesias de Horácio, Ovídio e Catulo.
Essa intensa produção literária fez do latim uma língua estudada por todos aqueles que tinham acesso aos bens culturais, durante muitos séculos. Ainda hoje, muitos buscam conhecer essas obras e usufruir de sua leitura na língua original em que foram escritas, o latim clássico.
Fontes: GIORDANI, Mário Curtis. História de Roma. Petrópolis: Vozes, 1968. Roma Antiga. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki
Nesta aula serão abordados os seguintes itens: Introdução à língua latina - aspectos fundamentais.
O objetivo é oferecer ao aluno noções básicas sobre a escrita latina e o sistema da língua.
Material de Apoio: gramáticas de latim, fichas disponíveis no Arquivo.
Atividades: exercícios de identificação das classes de palavras; participação no Fórum tira- dúvidas.
Como se escreve em latim? Será que existe certo ou errado na pronúncia do latim? De onde vem o nosso alfabeto?
Talvez você já tenha feito essas e outras perguntas, não é mesmo? Ótimo, pois a curiosidade é sempre um bom começo para aprendermos coisas novas.
Observe este pequeno texto, depois reflita sobre o que você entendeu:
E então, há alguma semelhança com o português?
Observe: com as raízes das palavras do texto latino, podemos formar estas e muitas outras palavras atuais da língua portuguesa: salvação, discípulo, egocentrismo, magistrado, gratidão, privilégio, docente, linguagem, latinismo, romanização, imaginário, monumento, legenda, vitalidade, quotidiano, população...
Ao longo de nossos encontros, você irá pouco a pouco se familiarizar com o latim.
Verba volant scripta manent****.
(As palavras voam, os escritos permanecem. Provérbio latino )
Agora, iniciaremos o estudo da língua latina por um de seus aspectos fundamentais: seu sistema de escrita. Afinal, quando o latim surgiu, há muitos séculos atrás, não havia gravadores de som e nenhum outro equipamento que pudesse registrar a fala das pessoas. A escrita, então, tinha uma importância enorme para os romanos, tanto que eles acreditavam que ela era uma obra divina, dada aos homens pelos deuses. Através dos sinais gráficos, eles poderiam transmitir às gerações futuras as leis e os princípios de sua civilização.
O alfabeto
Os romanos chamavam o conjunto de suas letras de "alfabetum". O nome se refere às letras gregas "alfa" (a) e "beta" (b)
O alfabeto latino teria sido criado cerca de 700 anos antes de Cristo, baseado no alfabeto etrusco, que, por sua vez, derivava do grego. Os romanos adotaram vinte e uma das vinte e seis letras etruscas originais. Mais tarde, para transcrever empréstimos da língua grega, incorporaram as letras Y e Z, ficando com 23 letras:
A B C D E F G H I K L M N O P Q R S T V X Y Z
As letras minúsculas foram criadas bem mais tarde, pelos copistas medievais.
O alfabeto latino se disseminou pelo mundo e atualmente é usado no ocidente composto por 26 letras:
A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z
O alfabeto da língua portuguesa é o mesmo latino, com exceção das letras de origem anglo-germânica k, y e w.
A maioria das letras latinas são pronunciadas como em português, exceto algumas, como veremos nas pronúncias a seguir:
I. Pronúncia restaurada ou clássica
Foi reconstituída através de pesquisas fonéticas e propõe reproduzir a pronúncias das elites de Roma no período clássico (106 - 43 a.C.) , do latim literário. Hoje é usada nas academias e nos congressos de estudos clássicos. Apresenta as seguintes características:
O c tem sempre som de k: Cicero = [Kíkero]
O g tem sempre som de g: gigas = [guigas]; gens = [guens]
O g tem som de j antes de e e de i: gigas = [jígass]
A sílaba ti, precedida de vogal, tem som de ssi: oratio = [orássio]; só conserva o som de ti quando precedida de s, t e x: ostium, Attius, mixtio
O u maiúsculo é igual ao v e é pronunciado como consoante: Victoria
O ditongo ae pronuncia-se é: caelum = [ssélum]
O ditongo oe pronuncia-se ê: poena = [pêna]
O y tem som normal de i
O j se consonantiza
O m e o n podem nasalizar as vogais precedentes
O s intervocálico se sonoriza
As vogais latinas podem ser breves ou longas (levam o dobro de tempo das breves para serem pronunciadas). Essa propriedade das vogais denomina-se QUANTIDADE.
Não há acentos gráficos nas palavras latinas. Para facilitar a leitura, convencionou-se marcar, nos livros didáticos, a vogal da penúltima sílaba com os sinais:
Macro, gr. macrón = longo ( ¯ ), vogal longa, para assinalar uma paroxítona: magīstra
Braquia, gr. braquêia = breve ( ˘ ), vogal breve, para assinalar uma proparoxítona: agricŏla
Em palavras com mais de duas sílabas, a sílaba tônica recai:
Em regra geral, uma vogal é breve quando seguida de outra vogal (mulier = [muliér]), e longa quando seguida de duas consoantes (ancilla = [ancílla]).
Quando a penúltima sílaba é breve, o acento recua e tem-se uma proparoxítona; se a penúltima é longa, o acento cai sobre ela e tem-se uma paroxítona. Não existem palavras oxítonas no latim, exceto monossílabos tônicos: lex, nox; Palavras dissílabas sempre serão paroxítonas: arbor [ár-bor]; herba [ér-ba].
PONTUAÇÃO
Não havia pontuação gráfica na escrita latina. A pontuação que hoje existe nos textos literários é didática e foi colocada mais tarde para facilitar a leitura, por isso pode
apresentar diferenças de acordo com o país onde os textos são editados. Há também textos em que as palavras não são separadas (scriptio continua), como o primeiro verso da Eneida:
ARMAVIRUMQUECANOTROIAEQUIPRIMUSABORIS (Canto as armas e o herói que das praias de Tróia primeiramente...).
O ponto nos textos latinos também pode estar indicando uma abreviação: T. LIVIUS = Titus Livius; ou usado para separar palavras, grupos ou frases.
AS CATEGORIAS GRAMATICAIS - PALAVRAS VARIÁVEIS E INVARIÁVEIS
A língua latina divide-se em oito categorias ou classes gramaticais:
Partes variáveis (que se flexionam ou modificam):
Partes invariáveis (que não se modificam):
Obs.: Os numerais são considerados por muitos gramáticos como uma classe intermediária, porque alguns (unus, -a, -um; duo, duae, duo; tres, tria) se modificam e outros são invariáveis.
Você pode visualizar todos os numerais latinos na tabela disponível no Arquivo.
Entre no Fórum para tirar suas dúvidas e dar-nos as suas contribuições!
Observe o texto "Pueri in circo". Depois, com o auxílio da tradução, encontre uma palavra latina de cada classe para preencher os espaços:
Adjetivo ___________ Advérbio __________ Conjunção _________ Interjeição __________ Numeral ___________ Preposição _________ Pronome __________ Substantivo ________ Verbo ____________
Nesta aula serão abordados os seguintes itens: sistema nominal latino, desinências casuais e declinações dos nomes.
O objetivo é oferecer ao aluno as características fundamentais dos substantivos latinos.
Material de Apoio: tabela das declinações e casos, fichas disponíveis no Arquivo.
Atividades: exercícios de flexão nominal; participação no Fórum tira-dúvidas.
Sistema nominal, desinências casuais e declinações... Você deve estar achando esses nomes todos muito pouco familiares, não é?
Mas não se assuste. Logo você vai aprender a flexão das palavras do latim, verá como elas se dividem e se modificam para exercerem suas funções dentro de uma sentença. Aos poucos você vai ver que o latim é muito interessante e nem é tão difícil como parece.
Veja, os substantivos e os adjetivos apresentam as seguintes variações principais:
Exemplo: na expressão libr i magistr ae (os livros da professora), temos libr- e magistr -, que são as raízes, depois - i e - ae, que são terminações.
As terminações são chamadas também de desinências, porque designam, ou indicam, o gênero, o número e a função sintática da palavra.
Tomando a raiz de uma palavra, podemos construir várias outras palavras derivadas, acrescentando desinências, ou também prefixos e sufixos.
Na língua portuguesa, a maioria das palavras se formaram a partir de raízes do latim. Por exemplo, estudante vem da raiz do verbo studere , que em latim quer dizer esforçar- se. Por isso, o estudante é aquele que se esforça, não é verdade?
As palavras latinas variam também em gênero e número. São três os gêneros, masculino, feminino e neutro. O gênero neutro (ne uter = nem um, nem outro) era usado para designar elementos que não eram nem femininos, nem masculinos, tais como os metais, alguns objetos e algumas palavras que indicavam lugares, ações instituições, etc. O dicionário sempre indica o gênero das palavras, portanto, você não precisa memorizar nada por enquanto.
Desinências casuais
As desinências que você acabou de ver não constituem novidade, pois elas estão presentes também nas palavras do português. Em latim, porém, há outro tipo especial de terminação que colocamos nas palavras, é a chamada desinência casual. Casu , em latim, quer dizer queda , caído. Assim, toda vez que uma palavra sai do seu estado de dicionário e assume uma ou mais funções sintáticas, ela sofre uma queda no seu final e à sua raiz se coloca outra terminação. No português não há esse tipo de desinência, porque a sintaxe da nossa língua sofreu uma grande mudança, que já ocorria também no latim vulgar. Então, para compreender a noção de caso do latim, você precisa saber as funções sintáticas dos termos em português, como sujeito, objetos, complementos, adjuntos adverbiais, etc.
LATIM PORTUGUÊS CASO FUNÇÃO SINTÁTICA Casa est parva A casa é pequena Nominativo Sujeito, predicativo Janua casae est aperta A porta da casa está aberta
Genitivo Adjunto adnominal restritivo ou de posse Silvana ornat casam Silvana enfeita a casa
Acusativo Objeto direto
Puella donat rosas casae
A menina dá rosas para a casa
Dativo Objeto indireto
Marcia laborat in casa (^) Márcia trabalha em casa
Ablativo Adjunto adverbial
O, casa , pulchra es! Ó, casa , és bonita!
Vocativo vocativo
terceira, você já poderá entender muitos aspectos do latim; poderá, inclusive, ler e trabalhar com alguns textos.
Para visualizar as declinações, utilizamos uma tabela com as terminações das palavras em cada caso, no singular e no plural. Essa tabela está disponível para você consultar sempre que sentir necessidade.
Nesta aula serão abordados alguns aspectos morfossintáticos da língua latina.
O objetivo é oferecer ao aluno instrumentos para a análise das diferenças estruturais entre o latim e o português.
Material de Apoio: gramáticas de língua portuguesa e de latim.
Atividades: participação no Fórum tira-dúvidas.
Agora, você vai conhecer a principal diferença estrutural entre o latim e o português. Vamos ver por que a morfologia e a sintaxe, no latim, só funcionam perfeitamente quando estão unidas.
POR QUE MORFOSSINTAXE?
Morfologia é a parte da gramática que estuda a forma das palavras, suas alterações internas, como mudança de gênero, número, etc... No latim, como você viu na aula anterior, as palavras se modificam também para indicar caso. Essa indicação de caso, porém, só tem sentido se a palavra estiver exercendo alguma função dentro de um contexto maior, que chamamos frase ou oração. O modo como as palavras se organizam dentro da frase, cada uma com sua função específica, denomina-se sintaxe (do grego: syntaxis = construção). Como no latim a forma das palavras é que determina a função das mesmas, não é possível separar a morfologia e a sintaxe.
O que é SINTETISMO E ANALITISMO?
Observe:
MAGISTER DAT LIBR UM HISTORI AE DISCIPUL O.
O PROFESSOR DÁ UM LIVRO DE HISTÓRIA AO ALUNO
Você viu quantos elementos a mais foram usados no português para a tradução da frase?
O latim não apresenta artigos e utiliza preposições em poucas circunstâncias. É uma língua resumida, por isso é dita sintética; o português, por sua vez, é uma língua analítica, porque necessita de mais palavras para expressar a mesma mensagem do latim.
Agora observe:
COLUMB A ALB A VIDET FORMIC AM NIGR AM.
COLUMB A NIGR AM ALB A FORMIC AM VIDET.
FORMIC AM COLUMB A ALB A VIDET NIGR AM.
ALB A COLUMB A FORMIC AM VIDET NIGR AM.
FORMIC AM NIGR AM COLUMB A ALB A VIDET.
FORMIC AM ALB A VIDET NIGR AM COLUMB A.
A única tradução adequada para o português é:
A POMBA BRANCA VÊ A FORMIGA PRETA.
A sintaxe do latim é mais livre do que a do português, porque a função de cada termo é indicada pela terminação das palavras e não pela ordem das mesmas.
Eis a grande diferença que você pode perceber entre o latim e o português: no latim, a sílaba final das palavras é que se modifica para indicar a função sintática dos termos na frase; no português, é preciso haver uma ordem entre os termos para sabermos quem é quem. Essa ordem, em geral, é SUJEITO + VERBO + OBJETO; por isso, diz-se-que o português é uma língua SVO. Imagine se não houvesse esta regra na nossa sintaxe!
Veja, na seguinte frase, como é impossível manter o significado se a ordem for alterada:
Antônia visita Lúcia. Se invertermos, fica: Lúcia visita Antônia.
Em latim, o significado (quem faz a visita e quem a recebe) permanece exatamente o mesmo, independentemente da seqüência dos termos:
Antonia visitat Luciam = Luciam visitat Antonia = Antonia Luciam visitat = Luciam Antonia visitat = visitat Antonia Luciam = visitat Luciam Antonia
Observe, ainda, as variações da palavra terra nas frases abaixo:
TERR A ROTUNDA EST – A TERRA É REDONDA
AGRICOLA ARAT TERR AM – O AGRICULTOR ARA A TERRA
NOS HABITAMUS IN TERR A – NÓS MORAMOS NA TERRA
AGRICOLA VIDET FRUCTUS TERR AE - O AGRICULTOR VÊ OS FRUTOS DA TERRA
A parte final das palavras, que se modifica, é chamada desinência ou terminação casual. Caso é a forma que a palavra apresenta para indicar a sua função sintática (sujeito, adjuntos, complementos). Declinar um nome é apresentá-lo em seus diversos