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como entregue por
XCIII = 418
a
DCLXVI
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[ — I — ]
- Had! A manifestação de Nuit.
- O desvelar da companhia do céu.
- Todo homem e toda mulher é uma estrela.
- Todo número é infinito; não existe diferença.
- Ajuda-me, ó senhor guerreiro de Thebas, em meu desvelar perante as Crianças dos homens!
- Sê tu Hadit, meu centro secreto, meu coração & minha língua!
- Contemplai! Isto é revelado por Aiwass, o mini- stro de Hoor-paar-kraat.
- O Khabs está no Khu, não o Khu no Khabs.
- Venerai pois o Khabs, e contemplai minha luz vertida sobre vós!
- Que meus servidores sejam poucos & secretos: eles deverão reger os muitos & os conhecidos.
- São estes tolos que os homens adoram; seus Deu- ses & seus homens são ambos tolos.
- Saí pois, ó crianças, sob as estrelas, & tomai vossa fartura de amor!
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- Com o Deus & o Adorador eu nada sou: eles não me vêem. Eles estão como que sobre a terra; eu sou Céu, e não há outro Deus além de mim, e meu senhor Hadit.
- Agora, portanto, eu sou conhecida de vós pelo meu nome Nuit e dele por um nome secreto que eu irei lhe dar quando por fim ele me conhecer. Visto que eu sou o Infinito Espaço e as Infinitas Estrelas de lá, fazei isto vós também. Nada prendeis! Que no meio de vós não exista diferença feita entre uma coisa qualquer & qualquer outra coisa; pois disto vem dor.
- Mas aquele eficaz nisto, seja ele o chefe de tudo!
- Eu sou Nuit, e minha palavra é seis e cinqüenta.
- Dividi, somai, multiplicai e compreendei!
- Então disse o profeta e escravo da mais bela: Quem sou eu, e o que deverá ser o sinal? Assim ela lhe respondeu curvando-se para baixo, uma suave chama de azul, tudo tocando, tudo pene- trando, suas adoráveis mãos sobre a terra negra, & seu flexível corpo arqueado por amor, e seus macios pés não ferindo as pequenas flores: Tu o sabes! E o sinal deverá ser meu êxtase, a con- sciência da continuidade da existência, a onipre- sença de meu corpo.
- Então o sacerdote respondeu & disse para a Rain- ha do Espaço, beijando suas adoráveis sobrancel- has, e o orvalho de sua luz banhando seu corpo
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inteiro em um perfume adocicado de suor: Ó Nuit, única contínua do Céu, que seja sempre as- sim; que os homens não falem de Ti como Uma mas como Nenhuma; e que eles não falem de Ti de modo algum visto que Tu és contínua.
- Nenhuma, sussurrou a luz, lânguida & encantada, das estrelas, e dois.
- Pois eu estou dividida por causa do amor, pela chance de união.
- Esta é a criação do mundo, que a dor de divisão é como nada, e a alegria da dissolução tudo.
- Por estes tolos dos homens e suas angústias não te interesses de modo algum! Eles sentem pouco; o que é , é equilibrado por fracas alegrias; mas vós sois meus escolhidos.
- Obedecei meu profeta! Ide até os ordálios de meu conhecimento! Procurai-me apenas! Então as ale- grias de meu amor irão vos redimir de toda dor. Isto assim é: Eu o juro pela abóbada de meu cor- po pelo meu sagrado coração e língua, por tudo o que eu posso dar, por tudo o que eu desejo de to- dos vós.
- Então o sacerdote caiu em um profundo transe ou desmaiou, & disse para a Rainha do Céu; Escreve para nós os ordálios; escreve para nós os rituais; escreve para nós a lei!
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- Deixai aquele estado de multiplicidade limitado e repugnante. Então com teu todo; tu não tens di- reito senão fazer a tua vontade.
- Faze isso, e nenhum outro deverá dizer não.
- Pois vontade pura, aliviada de objetivo, livre do desejo de resultado, é de todo modo perfeita.
- O Perfeito e o Perfeito são um Perfeito e não dois, não, são nenhum!
- Nada é uma chave secreta desta lei. Sessenta e um os Judeus a chamam; eu a chamo oito, oitenta, quatrocentos & dezoito.
- Mas eles têm a metade: uni por tua arte de modo que tudo desapareça.
- Meu profeta é um tolo com seu um, um, um; não são eles o Boi, e nenhum pelo Livro?
- Ab-rogados estão todos os rituais, todos os or- dálios, todas as palavras e sinais. Ra-Hoor-Khuit tomou seu assento ao Leste no Equinócio dos Deuses, e que Asar seja com Isa, os quais também são um. Mas eles não são de mim. Que Asar seja o adorador, Isa o sofredor; Hoor em seu secreto nome e esplendor é o senhor iniciando.
- Existe uma palavra a dizer sobre a obra Hierofân- tica. Contemplai! Existem três ordálios em um, e isto pode ser dado em três caminhos. O bruto de- ve passar através do fogo, que o delicado seja ex-
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perimentado em intelecto, e os sublimes escolhi- dos no altíssimo. Assim, vós tendes estrela & estrela, sistema & sistema; que nenhum conheça bem o outro!
- Existem quatro portões para um palácio; o assoal- ho deste palácio é de prata e ouro; lapis lazuli & jaspe estão ali, e todas raras fragrâncias; jasmim & rosa, e os emblemas da morte. Que ele adentre separadamente ou de uma só vez os quatro por- tões; que ele se mantenha sobre o assoalho do palácio. Não irá ele afundar? Amn. Oh! guerreiro, se teu servo afundar? Mas existem meios e meios. Sede graciosos portanto: vesti-vos todos com finos trajes; comei ricas comidas e bebei doces vinhos e vinhos que espumam! Também, tomai vossa far- tura e vontade de amor como vós quiserdes, quando, onde e com quem vós quiserdes! Mas sempre para mim!
- Se isto não estiver correto, se vós confundis as marcas do espaço, dizendo: Elas são uma; ou di- zendo, Elas são muitas; se o ritual não for sempre para mim: então esperai os terríveis julgamentos de Ra-Hoor-Khuit!
- Isto deverá regenerar o mundo, o pequeno mundo minha irmã, meu coração & minha língua para quem eu envio este beijo. Além disso, ó escriba e profeta, embora tu sejas dos príncipes, isto não deverá te aliviar nem te absolver. Mas êxtase seja teu e alegria da terra; sempre A mim! A mim!
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- Meu incenso é de resinosas madeiras & gomas, e não existe sangue aí: por causa do meu cabelo as árvores da Eternidade.
- Meu número é 11, como todos os números deles que são de nós. A Estrela de Cinco pontas com um Círculo no Meio, & o círculo é Vermelho. Minha cor é negra para o cego, mas o azul & ouro são vistos pelo que vê. Além disso eu tenho uma secreta glória para os que me amam.
- Mas amar-me é melhor que todas as coisas: se sob as estrelas noturnas no deserto tu presentemente queimas meu incenso perante mim, invocando- me com um coração puro, e a chama da Serpente aí dentro, tu deverás vir a deitar um pouco em meu seio. Por um beijo tu então estarás querendo tudo dar, mas aquele que der uma partícula de pó deverá tudo perder nesta hora. Vós devereis reunir bens e provisões de mulheres e especiarias; vós devereis trajar ricas jóias, vós devereis exceder as nações da terra em esplendor & orgulho; mas sempre no amor de mim, e então devereis vós vir para a minha alegria. Eu vos ordeno seriamente a vir ante mim num robe único e cobertos com um rico adorno na cabeça. Eu vos amo! Eu anseio por vós! Pálido ou púrpura, velado ou voluptuoso, eu que sou toda prazer e púrpura, e embriagues do sentido mais profundo, vos desejo. Colocai as asas e despertai o esplendor enrodilhado dentro de vós: vinde até mim!
- Em todos os meus encontros convosco deverá a sacerdotisa dizer — e seus olhos deverão arder
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com desejo enquanto ela se mantém nua e re- gosijante em meu templo secreto — A mim! A mim! chamando para fora a chama dos corações de todos em seu cântico de amor.
- Cantai a arrebatadora canção de amor a mim! Queimai perfumes a mim! Trajai jóias a mim! Be- bei a mim, pois eu vos amo! Eu vos amo!
- Eu sou a filha de pálpebras azuis do Pôr do sol; eu sou o brilho nu do voluptuoso céu noturno.
- A mim! A mim!
- A Manifestação de Nuit está por um fim.
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- Lembrai-vos todos vós que a existência é puro gozo; que todos os amargores são como que som- bras; eles passam e se vão mas existe aquilo que permanece.
- Ó profeta! tu tens má vontade em aprender esta escrita.
- Eu vejo que tu odeias a mão e a pena; mas eu sou mais forte.
- Por causa de mim em Ti que tu não conhecias.
- por que? Por que tu eras o conhecedor, e mim.
- Que agora possa existir um velar deste santuário: agora que a luz devore homens e os engula com cegueira!
- Pois eu sou perfeito sendo não; e meu número é nove pelos tolos; mas com o justo eu sou oito, e um em oito: Que é vital, pois eu sou nenhum de fato. A Imperatriz & o Rei não são de mim; pois existe um segredo mais além.
- Eu sou A Imperatriz & o Hierofante. Logo onze, como minha noiva é onze.
- Ouvi a mim, vós povo de lamentação! Os amargores dos pesares e das dores São deixados para o morto e o morrendo, Às pessoas que não me conhecem como sendo.
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- Estes estão mortos, estes sem valor, eles não sen- tem. Nós não somos pelos pobres & tristes: os lordes da terra são nossos parentes.
- Haverá um Deus de viver num cão? Não! Mas os mais elevados são de nós. Eles deverão se regozi- jar, nossos escolhidos: aqueles amargurados não são de nós.
- Beleza & força, gargalhada sobressaltada e langor delicioso, força e fogo, são de nós.
- Nós não temos nada com o proscrito e o desaju- stado: que eles morram em sua miséria. Pois eles não sentem. Compaixão é o vício dos reis: pisai sobre o miserável e o fraco: esta é a lei do forte: esta é a nossa lei e a alegria do mundo. Não pen- ses, ó rei, sobre aquela mentira: Que Tu Deves Morrer: em verdade tu não deverás morrer, mas viver. Agora possa isto ser entendido: se o corpo do Rei dissolve, ele deverá permanecer em puro êxtase para sempre. Nuit! Hadit Ra-Hoor-Khuit! O Sol, Força & Visão, Luz; estes são para os ser- vos da Estrela & da Serpente.
- Eu sou a Serpente que dá Conhecimento e Delícia e glória brilhante, e agito os corações de homens com embriaguez. Para me adorar tomai vinho e drogas estranhas das quais eu direi ao meu profe- ta, & embebedai-vos daquilo! Estas não deverão te ferir de modo algum. Isto é uma mentira, esta to- lice contra ti. A exposição da inocência é uma mentira. Sê forte, ó homem! desejai, usufrui de todas as coisas de sentido e arrebatamento: não
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Porquê, e lá ele deverá perecer com os cães da Razão.
- Agora uma maldição sobre Porquê e seus paren- tes.
- Possa Porquê ser amaldiçoado para sempre!
- Se a Vontade pára e grita Porquê, invocando Por- quê, então a Vontade pára & nada faz.
- Se o Poder pergunta porquê, então o Poder é fraqueza.
- Também a razão é uma mentira; pois existe um fator infinito & desconhecido; & todas as palavras deles são artifícios.
- Basta de Porquê! Seja ele danado para um cão!
- Mas vós, ó meu povo, levantai-vos & acordai!
- Que os rituais sejam corretamente executados com alegria & beleza!
- Existem rituais dos elementos e as festas das estações.
- Uma festa para a primeira noite do Profeta e sua Noiva.
- Uma festa para os três dias da escritura do Livro da Lei.
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- Uma festa para Tahuti e a criança do Profeta — secreta, Ó Profeta!
- Uma festa para o Supremo Ritual, e uma festa para o Equinócio dos Deuses.
- Uma festa para o fogo e uma festa para a água; uma festa para a vida e uma festa ainda maior pa- ra a morte!
- Uma festa todo dia em vossos corações, na alegria do meu arrebatamento!
- Uma festa toda noite para Nu, e o prazer do máximo deleite!
- Sim! festejai! rejubilai-vos! não há temor daqui por diante. Existe a dissolução, e o êxtase eterno nos beijos de Nu.
- Existe morte para os cães.
- Tu falhas? Estás arrependido? Existe medo em teu coração?
- Onde eu sou estes não são.
- Não te apiedes dos caídos! Eu nunca os conheci. Eu não sou para eles. Eu não consolo: eu odeio o consolado & o consolador.
- Eu sou único & conquistador. Eu não sou dos escravos que perecem. Sejam eles danados & mortos! Amen. (isto é dos 4: existe um quinto que
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- Tu deverás obter a ordem & o valor do Alfabeto Inglês; tu deverás encontrar novos símbolos para atribuir a eles.
- Debandai! vós zombadores; mesmo que ainda vós gargalheis em minha honra, vós não devereis gar- galhar longamente, então quando vós estiverdes tristes sabei que eu vos abandonei.
- Aquele que é correto deverá permanecer correto; aquele que é imundo deverá permanecer imundo.
- Sim! não cogiteis de mudança: vós devereis ser como sois, & não outro. Portanto os reis da terra deverão ser Reis para sempre: os escravos ser- virão. Não existe nenhum que deverá ser derru- bado ou erguido: tudo é como sempre foi. No entanto existem aqueles mascarados servos meus: pode ser que aquele mendigo acolá seja um Rei. Um Rei pode escolher seus trajes como ele quiser: não existe teste certo: mas um mendigo não pode esconder sua pobreza.
- Portanto cuidado! Amai todos, para que não haja porventura um Rei encoberto. Tu dizes assim? Tolo! Se ele for um Rei, tu não poderás feri-lo.
- Portanto, golpeai duro & baixo, e para o inferno com eles, mestre!
- Existe um luz diante de teus olhos, ó profeta, uma luz indesejada, a mais desejável.
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- Eu estou erguido em teu coração; e os beijos das estrelas chovem forte sobre teu corpo.
- Tu estás exausto na voluptuosa plenitude da in- spiração; a expiração é mais doce que a morte, mais rápida e risonha que uma carícia do próprio verme do Inferno.
- Oh! tu estás sobrepujado: nós estamos sobre ti; nosso deleite esta todo sobre ti: salve! salve: pro- feta de Nu! profeta de Had! Profeta de Ra-Hoor- Khu! Agora regozija-te! agora vem em nosso esplendor & arrebatamento. Vem em nossa paz apaixonada, & escreve palavras doces para os Reis!
- Eu sou o Mestre: tu és o Único Sagrado Escolhi- do.
- Escreve, & encontra êxtase na escrita! Trabalha, & sê nossa cama no trabalho! Freme com a alegria de vida & morte! Ah, tua morte deverá ser adorável: quem isto vir deverá ficar feliz. Tua morte deverá ser o selo da promessa de nosso amor de eras. Vinde! ergue teu coração & regozi- ja-te! Nós somos um; nós somos nenhum.
- Segura! Segura! Agüenta em teu arrebatamento; não caias no desfalecer dos excelentes beijos!
- Mais firme! Sustenta a ti mesmo! Levanta a tua cabeça! não respires tão fundo — morre!
- Ah! Ah! Que sinto eu? Está a palavra exaurida?