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O isoeritrolise neonatal é uma doença que causa anemia hemolítica em potros recém-nascidos, resultante da incompatibilidade entre o tipo sanguíneo do potro e da égua. Este documento relata um caso de isoeritrolise neonatal em um potro que morreu no hospital veterinário da uvv, apresentando edema pulmonar e icterícia. O documento explica a causa da doença, seus sintomas e as medidas de tratamento.
O que você vai aprender
Tipologia: Exercícios
1 / 33
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Kelly Moreira Correia
ISOERITRÓLISE NEONATAL EM POTRO: Relato de caso
Palmas – TO 2019
Kelly Moreira Correia ISOERITRÓLISE NEONATAL EM POTRO: Relato de caso
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) elaborado e apresentado como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Medicina Veterinária pelo Centro Universitário Luterano de Palmas (CEULP/ULBRA). Orientador: Prof. Me. Guilherme Augusto Motta
Palmas – TO 2019
Agradeço primeiramente à Deus, por ter sido meu alicerce nessa caminhada, e me fortalecido a cada passo e me levantado a cada queda. À minha mãe, Idamilde Freitas Moreira, meu maior exemplo de mulher, sem seu apoio essa jornada teria sido apenas um sonho distante. À minha irmã, Kemilly Moreira e a minha sobrinha Ellen Vitória, por estarem do meu lado, pelos momentos de alegria que compartilhamos, vocês são incríveis. As minhas amigas, Ana Paula Amorim, Bárbara Franco, Fabiana Chaves, Luana Duarte, Hitylla Santana por todas as horas de risadas e rolês, por nunca me deixarem só, por aguentar alguns perrengues comigo, pelo apoio e consideração, por fazerem desse caminho um pouco mais fácil, obrigada. À minha família, que sempre me incentivarão a não desistir, que vibraram com as minhas conquistas e me deram suporte nas fases difíceis. À minha banca avaliadora, Prof. Me. Guilherme Augusto, Prof. Dra. Ana Luiza Guimarães e M.V especialista Érycka França, pelas orientações que me guiarão na vida futura e pela profissional que me incentivaram a ser, grata. Aos meus mestre, que percorreram esse caminho comigo e me ensinaram valores morais e éticos, fazendo-me buscar sempre pela melhor versão de mim mesma. À todos que de alguma forma, foram exemplos, incentivadores, críticos construtivos para que hoje eu pudesse dar passos para um futuro que sempre busquei. Muito obrigada!
Correia, Kelly Moreira. 2019. ISOERITRÓLISE NEONATAL EM POTRO: Relato de caso 33 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Curso de Medicina Veterinária, Centro Universitário Luterano de Palmas, Palmas/TO, 2019.
A isoeritrólise neonatal é uma doença que causa anemia hemolítica em potros recém-nascidos, isso ocorre devido à incompatibilidade entre o tipo sanguíneo do potro e da égua. Acomete com mais frequência potros de raças puras e éguas multíparas, é causada quando a égua sensibilizada produz anticorpos contra os antígenos do potro que atua destruindo as hemácias do potro. Os anticorpos produzidos são transferidos ao neonato através do colostro que desencadeiam um quadro de anemia. Os principais sinais clínicos observados são anemia, icterícia, mucosas hipocoradas, redução do reflexo de sucção e hemoglobinúria. Objetivou- se com este trabalho relatar um caso de isoeritrólise neonatal em potro que foi a óbito no Hospital Veterinário Ricardo Alexandre Hippler atendido na Universidade de Vila Velha – ES. O caso ocorre em uma fêmea com 5 dias de vida, quarto de milha, que apresentava frequência cardíaca e respiratória aumentada, temperatura baixa, mucosas ictéricas, na auscultação pulmonar observou-se crepitação sugerindo edema pulmonar, o animal já estava em decúbito e apático. Foi instituído terapia mas não houve sucesso, devido ao estado avançado do animal, evoluindo para óbito. Na necropsia observou-se presença de icterícia generalizada, presença de fluído traqueal, pulmão com acentuado edema e urina vermelho-acastanhado.
Palavras-chave: Colostro. Imunidade. Hipersensibilidade tipo II. Equinos.
Figura 1 - Achados de necrópsia de um potro, fêmea, com 5 dias de vida atendido no Hospital Veterinário da UVV, apresentando mucosa oral ictérica..................... 23 Figura 2 - Achados de necrópsia de um potro, fêmea, com 5 dias de vida atendido no Hospital Veterinário da UVV apresentando fluido espumoso na traquéia indicado pela seta vermelha, evidenciando edema pulmonar e mucosa traqueal ictérica apontada pela seta branca......................................................................................2 4 Figura 3 - Achados de necrópsia de um potro, fêmea, com 5 dias de vida atendido no Hospital Veterinário da UVV, onde a partir da necrópsia foi possível observar presença de edema e hipóstase cadavérica no pulmão indicado pela seta......................................................................................................................... 25 Figura 4 - Achados de necrópsia de um potro, fêmea, com 5 dias de vida atendido no Hospital Veterinário da UVV, hematúria e espuma ictérica..................................................................................................................... 6
AC’s Anticorpos ALT Alanina aminotransferase AST Aspartato aminotransferase Bpm Batimentos por minuto CID Coagulação intravascular disseminada ES Espírito Santo FA Fosfatasse alcalina FC Frequência cardíaca FR Frequência respiratória HV Hospital veterinário IgA Imunoglobulina A IgG Imunoglobulina G IgG’s Imunoglobulinas G IgM Imunoglobulina M IM Intramuscular IN Isoeritrólise neonatal IV Intravenoso Mpm Movimentos por minuto TGI Trato gastrointestinal TR Temperatura retal UVV Universidade de Vila Velha
A isoeritrólise neonatal equina ou anemia hemolítica é uma doença que acomete potros. Segundo Smith (2006), esta doença está presente em 1 a 2% das gestações de éguas. Ela ocorre devido a incompatibilidade sanguínea entre a mãe e o filhote, onde os anticorpos (Ac’s) maternos presentes no colostro causam a destruição dos eritrócitos do potro (ROSSI, 2009).
A formação de anticorpos está diretamente ligada ao desenvolvimento desta doença, essa reação imunomediada desencadeia a hipersensibilidade do tipo II (TIZARD, 2009). Para que isso ocorra, é necessário a exposição ao sangue da égua que contenha antígenos estranhos, podendo ser através da ingestão do colostro, transfusão sanguínea ou contato placentário (CANISSO et al. , 2008).
A placenta dos equinos é classificada como epiteliocorial difusa. Por isso, durante a gestação não ocorre o contato do sangue e anticorpos materno com o feto (ROSSI, 2009). Segundo Smith (2006), após o nascimento os animais não apresentam alterações, os sinais são mais evidentes de 2 a 24 horas após o consumo do colostro, podendo persistir até 6 dias (PRESTES & ALVARENGA, 2006).
Essa doença está presente principalmente nas raças puras, visto que, os animais que apresentam linhagens indefinidas possuem menor incidência da enfermidade. Nos muares, existe diferença antigênica entre o feto e a mãe, assim, a chance de ser acometido é maior (TIZARD, 2014).
Os sinais clínicos comumente observados são cansaço, icterícia, mucosas hipocoradas, caquexia dependendo da gravidade que o animal apresenta, redução do reflexo de sucção, pode apresentar taquicardia, taquipnéia, hemoglobinúria podendo levar a um quadro de sepse em caso de infecção secundária evoluir para óbito (ROSSI, 2009).
O objetivo desse trabalho é relatar caso clínico referente a Isoeritrólise Neonatal em um potro acompanhado no estágio supervisionado, a fim de discutir sobre a doença e seus aspectos clínicos.
Na espécie equina não há transferência de anticorpos de origem materna para o feto durante a gestação, exceto em casos de alterações na placenta (ROSSDALE & RICKETTS, 2002). Após o nascimento, os potros apresentam um sistema imunológico imunocompetente, pois durante a gestação estão presentes em um ambiente estéril onde não ocorre estimulação gênica e consequentemente não desenvolvem resposta imune devido a produção de anticorpos insuficiente (TIZARD, 2014).
3.2 COLOSTRO
A primeira secreção das glândulas mamarias após o parto é chamada de colostro, que além de lubrificar o trato gastrointestinal (TGI), fornece nutrientes, fatores de crescimento e proteção imunológica ao potro. As principais imunoglobulinas encontradas no colostro são as imunoglobulinas A (IgA), imunoglobulinas G (IgG) e Imunoglobulinas M (IgM), sendo as IgG’s as mais predominantes (DAVIDSON & STABENFELDT, 2008).
A imunoglobulina A é secretada por plasmócitos localizados na mucosa e produzida nas paredes do intestino, trato respiratório, sistema urinário, pele e glândulas mamárias, sua principal função é proteção é impedir a invasão microbiana nos respectivos sistemas. Já a imunoglobulina G é produzida pelos plasmócitos no baço, linfócitos e medula óssea, possui função fundamental na resposta imune mediada. A imunoglobulina M é produzida pelos plasmócitos em órgãos linfoides secundários e possui grande importância durante a resposta imune primaria, porém pode ser produzido em resposta secundária (Tizard 2014).
Segundo Tizard (2014), os anticorpos produzidos pela mãe durante sua vida são transmitidas ao potro pelo colostro nas primeiras semanas após o nascimento, caracterizando assim, a imunidade passiva. Visto que, após o nascimento, esses animais são expostos ao ambiente externo e as suas situações adversas, até que o sistema imunológico consiga produzir essas células de forma competente, chamada imunidade ativa.
As imunoglobulinas (Ig’s) maternas produzidas frente aos estímulos antigênicos, são absorvidas e estimulam o sistema imunológico do potro,
estimulando o sistema imunológico do potro a produzir enzimas, macrófagos, neutrófilos, linfócitos e fatores de crescimento estimuladores do desenvolvimento da mucosa intestinal (SELLON et al ., 2006).
A ingestão do colostro deve ser nas primeiras 6 a 12 horas de vida por esse período apresentar a maior taxa de absorção de imunoglobulinas. A imunidade passiva é de grande importância no período que o animal não possui uma resposta imunológica ativa eficiente (GIGUÈRE & POLKES, 2005).
Os animais ingerem o colostro e neste momento da vida seu potencial proteolítico é baixo, devido a inibidores de tripsina colostrais. Sendo assim, as Ig’s chegam intactas ao intestino e sofrerem absorção. (TIZARD, 2009).
3.3 ISOERITRÓLISE NEONATAL
A isoeritrólise neonatal, conhecida como doença hemolítica do recém- nascido, é uma enfermidade frequentemente relatada em humanos, equinos e raramente em cães e gatos. Em bovinos, ocorre após o contato das fêmeas com anaplasmose e babesiose e em suínos ocorre com o uso da vacina para peste suína clássica (FIGHERA & GRAÇA, 2014).
A enfermidade é caracterizada pelo desenvolvimento de reação de hipersensibilidade do tipo II que é uma resposta Citotóxica mediada por anticorpos. Ocorre quando um anticorpo ou imunoglobulinas é produzido em resposta a antígeno presente na membrana celular, resultando em uma resposta imunológica severa. Neste caso, os anticorpos estão presentes no colostro desenvolvendo a incompatibilidade sanguínea materno-fetal, que culmina com uma anemia hemolítica aguda e icterícia, onde a medula não consegue suprir essa perda hematológica, levando a hipóxia sistêmica e por consequência o óbito do animal. (MOURA et al ., 2013).
Na hipersensibilidade, os linfócitos B são sensibilizados após ser exposto a um antígeno estranho. O reticulo endotelial faz a remoção do antígeno presente e consequentemente atua diminuindo a produção de imunoglobulinas, formando
nas hemácias do potro. A partir disso, essas hemácias sofrem lise e liberam hemoglobinas (CANISSO et al. , 2008). Os anticorpos são absorvidos para a corrente sanguínea e ligam-se as membranas das hemácias, produzindo a ruptura da mesma. Grande parte dessas células são removidas e destruídas da circulação intracelularmente, em células do sistema monocítico-macrofágico, especialmente no baço, no fígado e na medula óssea (RADOSTITS et al ., 2002).
Devido à elevada taxa de destruição eritrocitária, a medula óssea não consegue suprir a necessidade do organismo, a reação entre as etapas e os anticorpos é muito rápida. O potro acometido por essa enfermidade mostra-se anêmico e desenvolve hipóxia, em casos mais graves ocorre a coagulação intravascular disseminada (CID) podendo levar o animal a morte (ROSSI, 2009).
É observado esplenomegalia nestes casos que ocorre devido a hemólise das hemácias e a partir desta destruição, são recicladas e absorvidas pelo baço, havendo um acúmulo destas células no seu interior e consequentemente aumento de tamanho (RODOSTITS et al ., 2009). A hepatomegalia também pode estar presente e é causada pelo aumento de produção da bilirrubina provocada pela hemólise e consequentemente a absorção hepática é comprometida, sobrecarregando a capacidade do fígado (CULLEN & BROWN, 2013).
3.4 SINAIS CLÍNICOS
Os sinais são evidentes frequentemente de 2 a 24 horas após o animal ingerir o colostro podendo permanecer por mais tempo, de 5 a 6 dias (PRESTES & ALVARENGA, 2006). Tizard (2014) cita que em alguns animais a doença pode ser apresentada entre 6 a 8 horas, variando entre 14 a 48 horas podendo chegar até 5 dias.
As manifestações clínicas podem ser classificadas em subagudas, agudas, e hiperagudas e só são capazes de se desenvolver após ingerir o colostro (RICHARDSON, 2012). Em casos subagudos os sinais podem não aparecer até 5 dias após o nascimento, nota-se icterícia destacada, palidez e hemoglobinúria discreta. Nos casos agudos, os sinais ocorrem de 2 a 4 dias após o nascimento, apresenta icterícia acentuada, palidez e hemoglobinúria
moderadas. (RADOSTITS et al. , 2002). Já na fase hiperaguda a sintomatologia é desenvolvida em 8 a 36 horas do nascimento, a palidez e hemoglobinúria são visíveis e apresenta icterícia moderada (ROSSI, 2009). Com o desenvolvimento da doença, há dispneia, frequência cardíaca elevada e taquicardia, podendo chegar a 120 batimentos por minuto (bpm). (SMITH, 2006). Após a diminuição da imunidade, pode ser desenvolvida septicemia secundária devido a imunossupressão no animal. Alguns potros podem entrar em choque e morrer antes do aparecimento da icterícia (TIZARD, 2014). Os sinais gerais que são observados consistem em redução do reflexo de sucção, fraqueza, cansaço, palidez de mucosa e icterícia (RADOSTITS et al. , 2002). Os potros podem ser encontrados em decúbito esternal ou lateral e apresenta temperatura retal dentro dos padrões normais (37,5- 39,0 º C) ou relativamente elevada devido à hemólise associada (BECHT, 2009). Não evidencia sinais nervosos, exceto na fase terminal que pode apresentar convulsões ou dispneia (RADOSTITS et al. , 2002). As mortes são muitas vezes decorrentes de falência hepática, lesões cerebrais e septicemia (TIZARD, 2014).
3.5 DIAGNÓSTICO
O diagnóstico de isoeritrólise neonatal pode ser definido através do histórico, análise clínica que observa-se animais fracos nas primeiras horas de vida, palidez de mucosa e em grande maioria a égua é multípara (THOMASSIAN, 2005). Através do hemograma pode ser observado eritropenia. A hemoglobina pode diminuir ou aumentar conforme a evolução e gravidade da doença. Em casos de maior duração pode haver leucocitose e presença de leucócitos nucleados devido à exaustão da medula e consequentemente envio de células jovens. No exame bioquímico do soro sendo, os de escolha fosfatasse alcalina (FA) aspartato aminotransferase (AST) e alanina aminotransferase (ALT), pode apresentar aumento da bilirrubina e hemoglobinúria na urinálise (ROSSI, 2009). De acordo com Smith (2006), quantidades significativas de anticorpos presentes no colostro da égua, com antígenos contra eritrócitos do potro, confirmam o diagnóstico de isoeritrólise. O teste de hemólise é muito utilizado, atua na identificação de aglutinação das hemácias do potro quando expostas ao soro da mãe, ocorrendo a formação do complexo antígeno anticorpo. Já o teste de Coombs
choque do potro. O animal fica sensível a infecções secundárias, nesses casos é recomendado a utilização de antibioticoterapia de amplo espectro de ação como medida preventiva (THOMASIAN, 2005). A transfusão sanguínea é utilizada em casos mais severos amenizando a anemia. É recomendada quando o hematócrito é inferior a 12% e em potros taquicárdicos, taquipnéicos, incapaz de mamar e permanecer em estação. Conforme a condição clínica em que o animal apresenta e da gravidade da anemia, pode ser necessário de 1 a 4 litros de sangue total ou 500 ml de papa de hemácias (RADOSTITS et al ., 2002). Para que esse processo seja feito, é necessário realização de prova de reação cruzada, que é testado as hemácias do doador com o soro do potro e as hemácias do potro com o soro do doador, se não houver reação pode ser feita a transfusão. Não pode ser usado o pai como doador, pois os antígenos que os anticorpos da mãe agiram foram herdados dele (ROSSI, 2009). Os glóbulos vermelhos transfundidos possuem uma meia vida de 2 a 4 dias, portanto, pode ser necessária repetir a transfusão em potros que não apresentam melhora. No entanto, pode ocorrer acúmulo de bilirrubina, uma substância toxica para o potro em casos de repetições de transfusões, podendo ser monitorado através de exames de sangue, avaliando valores de bilirrubina (RICHARDSON, 2012). De acordo Mckinnon & Voss (1993), transfusões de sangue total não são indicada, pois no plasma de égua contém anticorpos que faz destruição dos eritrócitos do potro, sendo o mais utilizado hemácias lavadas. O sangue da doadora é colhido em solução citrato de sódio (10 ml de solução a 3,8% para 90ml de sangue), assim, as hemácias se separam através da remoção do plasma e as células são suspendidas na solução isotônica, fazendo a remoção subsequente da salina e as hemácias são separadas por centrífuga ou sedimentação. O método de sedimentação é menos indicado por ser mais lento e não eliminar totalmente os antígenos do doador (RADOSTITS et al ., 2002). O uso de hemoglobina polimerizada bovina é uma das opções de tratamento mais recente para potros que necessitam de transfusão sanguínea. Consiste em uma substância ultrapura originada da solução de hemoglobina e contendo 13 g/dl de hemoglobina modificada em solução de ringer com lactato. Potros têm sido
tratados com 5 ml/kg de hemoglobina polimerizada bovina e os resultados obtido são bons (PRESTES & ALVARENGA, 2006). O polímero de hemoglobina bovina pode ser armazenado por longos períodos, sendo este de até 36 meses. Porém in vivo , sua meia vida é somente de 30 a 40 horas (ROSSI, 2009). Segundo Tan et al. (2005) , A hemoglobina Polimerizada já foi utilizado em casos de IN e obteve-se bons resultados.
3.8 PROFILAXIA A isoeritrólise neonatal é uma doença que pode ser evitada. Os métodos de prevenção são divididos em duas fases, sendo testes pré-reprodução e pós- reprodução. As éguas que obtiverem resultados negativos para antígenos comumente implicados na isoeritrólise são consideradas de risco, nessa fase pode ser feita análise de tipagem sanguínea entre garanhão e a égua que será coberta, isso evita que o potro herde fatores de grupo sanguíneo contra os quais a mãe irá produzir anticorpos e liberar no colostro (RICHARDSON, 2012). Já na fase pós-reprodução, quando o cruzamento é desconhecido ou incompatível, 30 dias antes do parto o soro da égua deve ser avaliado e se for detectado anticorpos antihemácias, deve ser feita a avaliação do colostro antes de ser ingerido pelo potro (SMITH, 2006).
Para determinar compatibilidade entre hemácias do potro e colostro da égua deve ser realizado teste de aglutinação, onde essas hemácias são diluídas no colostro. A presença de aglutinação 1:16 ou maior é considerada que o potro não deve ingerir o colostro da mãe e sim de uma doadora compatível proveniente do banco de colostro. A égua deve ser ordenhada a cada 2 horas por 3 a 5 dias, após esse período o potro pode voltar a mamar sem que haja absorção de anticorpos (PRESTES & ALVARENGA, 2006).
3.9 PROGNÓSTICO
O prognóstico é caracterizado em reservado a ruim e depende do fator dose- dependente que está associado com o número de anticorpos ingeridos, do grau de anemia e do tempo de aparecimento dos sinais. Em alguns casos os animais vão a óbito antes de ser instituído a terapia de suporte ou transfusão sanguínea (SMITH, 2006).