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Tipologia: Notas de aula
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Referências :
- Infecções do Trato Urinário: Diagnóstico. In: ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA; CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Projeto Diretrizes. Jun. 2004. Disponível em:. Acesso em: 09 Jan. 2015. -LO, Denise Swei et al. Infecção urinária comunitária: etiologia segundo idade e sexo. J. Bras. Nefrol., São Paulo , v. 35, n. 2, June 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101- -Tratado de Pediatria. -Patogênese da infecção urinária,de Ana Isabel Soares de Matos. -Nefrolitíase : Abordagem urológica, Autoria: Sociedade Brasileira de Urologia Sociedade Brasileira de Medicina da Família e Comunide,2011. https://amb.org.br/files/ans/nefrolitiase-abordagem_urologica.pdf -Nefrolitíase USP.
É uma infeção das estruturas do aparelho urinário (do rim ao meato uretral) causada por colonização bacteriana da urina. A infecção urinária pode comprometer somente o trato urinário baixo, o que especifica o diagnóstico de cistite, ou afetar simultaneamente o trato urinário inferior e o superior; neste caso, utiliza-se a terminologia infecção urinária alta, também denominada pielonefrite. A infecção urinária baixa ou cistite pode ser sintomática ou não (bacteriúria assintomática). A ITU também pode ser classificada de acordo com a anatomia e funcionalidade do sistema urinário,sendo preservado (complicada) ou não (não complicada).
A infecção que ocorre num trato urinário anatômico e funcionalmente normal um hospedeiro saudável é considerado uma infecção não complicada as infecções complicadas são aquelas que ocorrem num sistema urinário com anormalidades estruturais ou funcionais no indivíduo comprometido e as que são causadas por microorganismos de grande virulência.As ITU complicadas são associadas a algumas condições como: causas obstrutivas (hipertrofia prostática benigna, litíase, estenose da junção uretero-piélica), alterações anatomofuncionais (bexiga neurogênica, refluxo vesicoureteral, nefrocalcinose, divertículos vesicais) e a presença de sonda vesical de demora, cateter duplo J ou derivações ileais. Doenças sistêmicas do hospedeiro, como insuficiência renal crônica, diabetes mellitus e transplante renal, também recebem a classificação de ITU complicada. A infecção do trato urinário pode ser ainda classificada quanto à relação com outras infecções urinárias em Itu primária ou e itu recorrente.A itu recorrente caracteriza-se pela existência de dois ou mais episódios de infecção urinária sintomática no período de 6 meses. Também é importante definir os conceitos de bacteriúria assintomática e piúria.A bacteriúria assintomática é definida como a eliminação de bactérias na urina de indivíduos assintomáticos com urocultura positiva para determinados microrganismos. A piúria é a presença de glóbulos brancos na urina e normalmente indica uma resposta inflamatória do urotélio a um processo infeccioso.
freqüente de sexo anal não protegido e também nos indivíduos com prepúcio intacto. Nos indivíduos com o vírus HIV, a infecção, por si só, é um fator de risco para ITU, aumentado em relação direta com a queda dos níveis dos linfócitos CD4+16(B). Nos hospitalizados submetidos à cateterismo, a presença de sistema de drenagem de urina aberto resulta em bacteriúria em 100% dos casos, após quatro dias. Já naqueles com sistema de drenagem de urina fechado, a bacteriúria irá ocorrer em 5% a 10% dos casos, por dia de manutenção do cateter. Note-se que a ITU adquirida em hospital é considerada a principal causa de bacteremia por bacilos Gram-negativos. As ITU adquiridas em hospital são as nosocomiais mais freqüentes em todo o mundo, representando cerca de 50% do total das infecções adquiridas em hospitais gerais e, em custo, 14% do valor total dispendido com as infecções nosocomiais.
Os agentes etiológicos mais freqüentemente envolvidos com ITU adquirida na comunidade são, em ordem de freqüência: a Escherichia coli, o Staphylococcus saprophyticus, espécies de Proteus e de Klebsiella e o Enterococcus faecalis. A E. coli, sozinha, responsabiliza-se por 70% a 85% das infecções do trato urinário adquiridas na comunidade e por 50% a 60% em pacientes idosos admitidos em instituições. Contudo, quando a ITU é adquirida no hospital, em paciente internado, os agentes etiológicos estão diversificados, predominando as enterobactérias, com redução na freqüência de E. coli (embora ainda permaneça habitualmente como a primeira causa), e um crescimento de Proteus sp, Pseudomonas aeruginosa, Klebsiella sp., Enterobacter sp., Enterococcus faecalis e de fungos, com destaque para Candida sp. P. mirabilis está relacionado a 24% das ITU em homens e Stap. saprophyticus importante patógeno em mulheres ITU relativa ao coito.
A ascendência de bactérias pela uretra é o mecanismo mais importante na patogenia da ITU, especialmente quanto às enterobactérias como E. coli.
O trato urinário apresenta os seus próprios mecanismos de defesa contra as infecções urinárias dos quais se destacam os seguintes:
manose ou à proteína de Tamm-Horsfall, e tipo II, ou ou manose-resistentes, que se ligam ao digalactosídeo P, determinante de grupo sangüíneo importante na susceptibilidade populacional à infecção manose-resistentes, que se ligam ao digalactosídeo P, determinante de grupo sangüíneo importante na susceptibilidade populacional à infecção. -Condições predisponentes do hospedeiro Gênero e atividade sexual A uretra feminina é particularmente susceptível à colonização por bacilos gram-negativos devido a sua proximidade com o ânus, seu tamanho mais curto, de aproximadamente 4 cm, e sua terminação próxima ao intróito vaginal. A atividade sexual pode introduzir a bactéria na bexiga e é freqüentemente relacionada ao início de sintomas de cistite. O uso de geléia espermicida altera dramaticamente o pH e a flora do intróito vaginal e está associado ao aumento da colonização por E. coli e da incidência de cistites. Em homens, prostatite e obstrução uretral por hipertrofia prostática são fatores que predispõe a bacteriúria. O intercurso anal também está associado a maior probabilidade de cistite em homens. Gravidez Infecções do trato urinário são detectadas em 5 a 10% das grávidas. A maioria das infecções é inicialmente assintomática, mas cerca de um quarto a metade dessas evoluem para infecção sintomática se não tratada. Há também maior risco de desenvolvimento de pielonefrite. Os principais fatores que predispõem a grávida à ITU são a modificação da posição da bexiga, o aumento da capacidade vesical devido à redução do tônus vesical, o relaxamento da musculatura lisa da bexiga e do ureter e a dilatação do ureter e da pelve renal, que facilitam o refluxo vesicoureteral. Obstrução do trato urinário Qualquer fator que interfira com o fluxo urinário, como litíase, tumor, estenose ou hipertrofia prostática, pode resultar em estase urinária, aumento da proliferação bacteriana e distensão vesical. Infecções de
repetição podem ocasionar lesão renal permanente e, portanto, a obstrução deve ser sempre submetida a investigação para determinar a necessidade de correção cirúrgica. Bexiga neurogênica A disfunção neuromotora da bexiga que ocorre em lesões da medula espinal, tabes dorsalis, esclerose múltipla, diabetes mellitus e outras doenças, está freqüentemente associada à presença de ITU. A estase urinária e o uso de catéteres de drenagem intermitente favorecem a contaminação do trato urinário. Além disso, a freqüente imobilização desses pacientes predispõe a aumento da reabsorção óssea, hipercalciúria, nefrolitíase e associação com obstrução e infecções de repetição. Refluxo vesicoureteral A presença de refluxo de urina da bexiga para o ureter e, algumas vezes, para a pelve renal, pode ocorrer durante episódios de infecção urinária, principalmente em crianças. Alterações da junção vesicoureteral podem facilitar esse refluxo durante a micção. Em pacientes com sinais de cicatrizes renais, é importante a realização de cistouretrografia miccional retrógrada para o diagnóstico de refluxo. Cateterização urinária A utilização de sondas vesicais de demora predispõe à bacteriúria, geralmente assintomática. A presença de leucocitúria não apresenta boa correlação com ITU nesses pacientes. Algumas bactérias produzem uma matriz de polissacárideo que as envolve e as protege das defesas do hospedeiro, além de conferir resistência a alguns antibióticos. Dessa forma, é recomendada a troca de catéteres pelo menos a cada 21 dias. O risco de bacteremia por microorganismos gram-negativos nesses pacientes é aumentado e proporcional ao tempo de cateterização.
O quadro clínico das ITU é bastante variável, mas geralmente os principais sinais e sintomas podem sugerir seu espectro clínico. 1)Cistite: também denominada infecção de trato urinário baixo :
os pacientes com quadro clínico de ITU devem ter seu diagnóstico confirmado por meio da análise da urina e da cultura, com exceção de mulheres jovens com leucocitúria confirmada por fitas reagentes ou análise de sedimento urinário, nas quais normalmente não é necessária a realização de culturas. As indicações de cultura urinária em mulheres jovens são: sintomas atípicos, suspeita de infecção complicada, falência terapêutica inicial e sintomas que recorrem em menos de um mês após o tratamento de uma ITU. **Devo pedir para todos pcts a urocultura e o EAS ou apenas para ITU recorrente, na presença de complicações associadas ou na vigência de falha do tratamento inicial ??
Amostra de urina O método padrão de referência para o diagnóstico de ITU é a coleta de amostra de urina estéril, por intermédio da aspiração suprapúbica da bexiga em indivíduos normais. Entretanto, esse método não é aplicado na prática clínica, e a urina é normalmente coletada após micção natural, devendo-se levar em consideração, em sua análise, a provável contaminação por microorganismos que geralmente colonizam a uretra. Algumas medidas para reduzir o grau de contaminação por bactérias são: desinfecção do meato uretral e mucosa adjacente com solução anti-séptica não espumosa (essa região deve ser posteriormente seca com gaze ou swab estéril para evitar a mistura do anti-séptico com a urina); redução do contato do jato urinário com a mucosa, afastando os pequenos e grandes lábios em mulheres e retraindo o prepúcio em homens não circuncidados, e utilização do jato médio urinário, descartando a urina do jato inicial, que carrega os contaminantes uretrais. A sensibilidade da cultura urinária é maior com a coleta da primeira urina da manhã, que é mais concentrada e contém mais bactérias devido ao tempo para sua multiplicação. A amostra urinária deve ser enviada ao laboratório imediatamente após sua coleta, para evitar que as bactérias continuem proliferando, o que levaria a uma falsa elevação
na contagem de colônias. Caso esse envio não possa ser imediato, preconiza-se que o frasco com a amostra deva ser armazenado no refrigerador a 4oC, para evitar o crescimento bacteriano durante a refrigeração e permitir sua proliferação em meio de cultura no dia seguinte. Deve-se atentar que o resfriamento da amostra pode alterar os leucócitos presentes na urina e afetar a análise do sedimento urinário. 1)EAS (exame analítico de sedimentoscopia) : A análise da urina passa por 3 etapas : exame físico,exame químico e exame sedimentar. ● Exame físico : é avaliado o volume obtido,aspecto visual e coloração da urina. -Volume ideal = 40 ml -Aspecto visual = turva? Límpida? -Coloração = variável -Odor -Densidade = 1005- ● Exame químico : é necessária a utilização de uma fita reagente que vai ser inserida na urina para a identificação de alguns elementos. -Ph -Densidade -Glicose -Corpos cetônicos -Leucócitos -Bilirrubina -Urobilinogênio -Nitrito -Hemácias
3)Gram de gotas : Identifica a presença de bactérias e sua coloração pelo Gram. A presença de Gram negativos sugere fortemente o diagnóstico. O resultado é rápido, porém não oferece o agente específico tampouco o tratamento 4)Antibiograma : Vai ser o exame que vai me mostrar a qual atb o paciente é sensível e a qual ele é resistente.
3)Bacteriúria assintomática : Nesses casos,devemos pesquisar e tratar pacientes que sejam :
A apresentação clínica da ITU varia de acordo com o grupo etário e com a localização da infecção. Outros fatores influenciam as manifestações clínicas, como estado nutricional, presença de alterações anatômicas do trato urinário, número de infecções anteriores e o intervalo de tempo do último episódio infeccioso. O quadro clínico pode variar de febre isolada ou alterações do hábito miccional até pielonefrite aguda, podendo culminar com quadro de urossepse (especialmente em lactentes). Em recém-nascidos, apresenta-se geralmente como um quadro séptico, com manifestações inespecíficas como insuficiente ganho de peso, anorexia, vômitos, dificuldade de sucção, irritabilidade, hipoatividade, convulsões, pele acinzentada e hipotermia. Pode apresentar-se com um quadro menos agudo, predominando a recusa
alimentar, vômitos ocasionais, palidez cutânea e icterícia. Nesse grupo etário, há alta probabilidade de bacteriemia, sugerindo via hematogênica de disseminação bacteriana, com alta frequência de mortalidade (cerca de 10%) em virtude da disseminação do processo infeccioso. Nos lactentes, a febre é a principal manifestação, muitas vezes o único sinal de ITU. Pode ocorrer hiporexia, vômitos, dor abdominal e ganho pondero estatural insatisfatório. Raramente há sinais ou sintomas ligados ao trato urinário, como polaciúria, gotejamento urinário, disúria, urina com odor fétido, dor abdominal ou lombar. Nos pré-escolares e escolares, a febre é também um sinal frequente associado aos sinais e sintomas relacionados ao trato urinário. Os quadros com maior acometimento do estado geral, adinamia, calafrios, dor abdominal e nos flancos sugerem pielonefrite aguda. Sintomas como enurese, urgência, polaciúria, disúria, incontinência e/ou retenção urinária com urina fétida e turva podem corresponder a um quadro de cistite. A presença de disúria nem sempre corresponde a um quadro de ITU, podendo ser determinada por balanopostites e vulvovaginites. Nos adolescentes, a sintomatologia mais comum compreende disúria, polaciúria e dor à micção, podendo ocorrer também urgência miccional, hematúria e febre.
-Diagnóstico Clínico : O exame físico deve ser completo, incluindo o crescimento pondero estatural e o desenvolvimento neuropsicomotor. A percussão lombar (punho-percussão) pode evidenciar forte reação dolorosa (Giordano positivo). A palpação abdominal das lojas renais pode demonstrar aumento do volume renal (hidronefrose). A persistência de bexiga palpável após a micção sugere processo obstrutivo ou disfunção do trato urinário inferior. É importante a observação do jato urinário para avaliar a continuidade, o volume e a força de expulsão. Esse achado sugere obstrução baixa: disfunção do trato urinário inferior em ambos os sexos ou válvula de uretra posterior nos meninos. O exame da genitália externa avalia a aparência e a localização do meato da uretra, o hímen e a sinéquia de pequenos lábios nas meninas, e estreitamentos do prepúcio que dificultam ou impedem a exposição do