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J. R. Ward
NA SOMBRA DO DRAGÃO
Um romance da Irmandade da Adaga Negra
Volume II
Tradução
Maria Margarida Malcato
V afastou o cabelo preto para trás. As tatuagens na sua têmpora esquerda apareceram e voltaram a desaparecer.
- Precisas do Escalade^1 esta noite?
- Sim, obrigado. Butch enfiou os pés descalços nuns mocassins Gucci.
- Vais ter com a Marissa? Butch assentiu com a cabeça.
- Preciso de saber. De uma maneira ou de outra. E tinha o pressentimento de que seria da outra maneira.
- É uma boa fêmea. Era bem verdade, razão pela qual provavelmente não respondia aos seus telefonemas. Ex-polícias amantes de uísque não eram exactamente o que as mulheres procuravam, humanas ou vampiras. E o facto de ele não fazer o género dela também não ajudava.
- Bem, chui, o Rhage e eu estaremos no One Eye. Vem ter connosco depois... Uma pancada forte, como se alguém estivesse a bater na porta energi- camente, fê-los virar a cabeça. V puxou a toalha para cima.
- Bolas, o aviador vai ter de aprender a tocar à campainha.
- Tenta tu falar com ele. A mim não me ouve.
- O Rhage não ouve ninguém. V atravessou o corredor a correr. À medida que as batidas ficavam mais escassas, Butch dirigiu-se à sua imensa colecção de gravatas. Escolheu uma Brioni azul-clara, baixou o colarinho e fez passar a seda pelo pescoço. Enquanto se encaminhava para a sala de estar, conseguiu ouvir Rhage e V a falarem por cima da música RU still down? de 2Pac. Butch teve de rir. Bolas, a sua vida levara-o a muitos lugares, muitos deles horrendos, contudo, nunca pensara que viria a morar com seis guer- reiros vampiros. Ou estar na linha da frente da luta deles para proteger a sua quase extinta e escondida espécie. Sem saber como, acabara a perten- cer à Irmandade da Adaga Negra. E ele, Vishous e Rhage eram um trio fantástico.
J. R. WARD
(^1) SUV americano pertencente à marca Cadillac. (N. da T.)
Rhage vivia na mansão do outro lado do pátio com o resto da Irmandade, mas o grupo encontrava-se junto à entrada. O Fosso, como era conhecido o sítio, era um hotel de cinco estrelas comparado com as espeluncas em que Butch vivera. Ele e V tinham dois quartos, duas casas de banho, uma cozinha e uma sala de estar decorada num estilo pós-moderno, acolhedor e a lembrar as residências estudantis: um par de sofás de pele, um ecrã plasma de alta defi- nição, matraquilhos e sacos de ginástica espalhados por todo o lado. Quando entrou na sala principal, Butch observou a indumentária de Rhage: uma gabardina de cabedal preta caía-lhe dos ombros até aos torno- zelos e uma camisola de mangas cavas preta estava enfiada por dentro das calças de cabedal. Umas enormes botas aumentavam-no mais alguns centí- metros. Resumindo, o vampiro estava impecável e lindo. Até para um com- provadíssimo heterossexual como Butch. O filho da mãe desafiava as leis da física por ser tão atraente. O seu cabelo loiro tinha um corte curto na parte de trás e mais comprido à frente. Os olhos verde-azulados eram da cor do mar das Bahamas. Aquele rosto fazia com que o Brad Pitt parecesse um candidato ao programa Doutor Preciso de Ajuda. Mas não era um menino da mamã, apesar de ser encantador. Algo sombrio e letal pairava por detrás daquela aparência vistosa e isso percebia- -se logo ao olhar para ele. Dava a impressão de ser um tipo que sorria enquanto resolvia o assunto à porrada.
- Que se passa, Hollywood? – perguntou Butch. Rhage sorriu, revelando um par de esplêndidos caninos.
- Temos de ir, chui.
- Bolas, vampiro, não te bastou já a noite passada? Aquela ruiva pare- cia coisa séria. E a irmã também.
- Tu conheces-me. Estou sempre com fome. Com efeito, felizmente para Rhage havia um interminável número de mulheres que ficavam mais do que felizes por poderem satisfazer as neces- sidades dele. E Deus sabia como ele as tinha. Não bebia. Não fumava. No entanto, andava no meio das mulheres como ninguém. E Butch não conhe- cia propriamente muitos meninos de coro. Rhage olhou para V.
- Vai-te vestir, meu. A não ser que estejas a pensar ir para o One Eye de toalha…
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- Vá lá, estou muito curioso. Estás a guardar-te para alguém? – Como se fez silêncio, o vampiro riu suavemente. – Eu conheço-a? Butch estreitou os olhos, pensando que talvez a conversa acabasse se ele não respondesse. Ou talvez não. Quando Rhage começava, nunca ter- minava até achar que já tinha dito tudo. Falava da mesma forma que matava. Rhage abanou a cabeça, desgostoso.
- Ela não te quer?
- Hoje à noite saberemos. Butch verificou o dinheiro que tinha. Dezasseis anos como detec- tive de homicídios não lhe haviam enchido propriamente os bolsos. Agora que estava com a Irmandade tinha tantas verdinhas que não conseguia gastá-las.
- Tens sorte, chui. Butch olhou para o lado.
- Quando percebeste?
- Sempre quis saber como seria organizar a vida com uma fêmea que valesse a pena. Butch riu-se. O tipo era um deus do sexo, uma lenda erótica da sua raça. V contara que as histórias sobre Rhage eram passadas de pai para filho quando chegava a altura. A ideia de que ele pudesse estar a considerar algo como o casamento era absurda.
- Muito bem, Hollywood, qual é a piada? Vá lá, diz-me. Rhage encolheu os ombros e olhou para o lado. Caramba, o tipo esti- vera a falar a sério.
- Ouve, não quis...
- Não, tudo bem. O sorriso reapareceu, mas os olhos não tinham expressão. Ele deam- bulou até ao cesto dos papéis e deitou o pauzinho do chupa-chupa no lixo.
- Agora podemos ir? Estou farto de esperar por vocês.
Mary Luce estacionou na garagem, desligou o Civic e olhou para as pás da neve penduradas à sua frente. Estava cansada, apesar de o dia não ter sido muito extenuante. Atender o telefone e arquivar documentos num escritó-
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rio de advogados não era cansativo, nem física nem psiquicamente. Logo, não devia estar exausta. No entanto, talvez o problema fosse esse. Não se sentia motivada, por isso, estava com falta de energia. Seria altura de voltar para os seus meninos? Afinal, era para isso que fora treinada. Era o que amava. O que a preenchia. Trabalhar com os seus pacientes autistas e ajudá-los a encontrar formas de comunicarem trouxera- -lhe todo o tipo de recompensas, tanto pessoais como profissionais. E os dois anos sabáticos não tinham sido uma opção sua. Talvez devesse telefo- nar para o centro e ver se eles tinham uma vaga. Mesmo que não tivessem, ela podia fazer voluntariado até surgir qualquer coisa. Sim, no dia seguinte faria isso. Não havia razão para esperar. Mary pegou na mala e saiu do carro. Assim que a porta da garagem fechou, deu a volta à casa e recolheu o correio. Folheando as contas, parou para sentir a noite fria de Outubro com o nariz. As narinas humedeceram. Há cerca de um mês, o Outono levara consigo os últimos vestígios de Verão e a mudança de estação chegara com uma frente fria proveniente do Canadá. Mary adorava o Outono. E o Norte do estado de Nova Iorque fazia- -lhe justiça. Caldwell, Nova Iorque, a cidade onde nascera, e onde prova- velmente morreria, ficava a mais de uma hora de Manhattan, pelo que era considerada já a norte do estado. Dividida ao meio pelo rio Hudson, o Caldie, como era conhecido pelos nativos, era uma cidade média americana. Com zonas ricas, pobres, sujas, normais, Wal-Marts, Targets e McDonalds, três hospitais, duas universidades e uma estátua de bronze de Geroge Washington no parque. Mary inclinou a cabeça para trás e olhou para as estrelas, pensando que nunca lhe ocorreria partir. Se era por lealdade ou por falta de imaginação, já não sabia dizer. Talvez fosse por causa da sua casa, pensou enquanto se dirigia para a porta principal. O que fora um antigo celeiro estava situado na extremidade de uma antiga propriedade rural e ela fizera a proposta para o comprar quinze minutos depois de lá ter ido com um agente imobiliário. Lá dentro, os espaços eram aconchegantes e pequenos. Era… lindo. Essa fora a razão pela qual a adquirira há quatro anos, logo após a morte da mãe. Nessa altura precisara de algo bonito e de uma completa mudança de cenário. O seu celeiro era tudo o que a casa onde passara a
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– M
as que raio lhe vamos dizer? Estará aqui dentro de vinte minutos! O Sr. O respondeu ao dramatismo do colega com um olhar abor- recido e pensou que, se o idiota do minguante continuasse a saltitar daquela forma, poderia decerto candidatar-se ao lugar de boneco saltitante. Bolas, o Sr. E era teimoso. A razão pela qual o responsável o trouxera para a Sociedade dos Minguantes continuava a ser um mistério. O homem não tinha motivação. Não tinha poder de concentração. E não tinha estô- mago para o novo rumo que a guerra contra os vampiros tomara.
- Que vamos…
- Nós não lhe vamos dizer nada – disse O olhando em redor da cave. Facas, navalhas e martelos encontravam-se amontoados no aparador baratucho do canto. Havia poças de sangue por todo o lado, menos debaixo da mesa, onde devia haver. E misturado com o vermelho do sangue havia outro algo negro e brilhante, graças às feridas abertas de E.
- Mas o vampiro escapou antes de nos dar qualquer informação!
- Obrigado pela novidade. Os dois mal tinham começado a trabalhar no macho quando O saiu num pedido de ajuda. Quando regressou, E perdera o controlo sobre o vam- piro, que o golpeara várias vezes, e encontrava-se a um canto, a esvair-se em sangue. O idiota do chefe ia ficar muito zangado e, embora O o desprezasse, ele e o Sr. X tinham um pensamento em comum: o descuido era para os falhados. O olhou para E, que cambaleava de um lado para o outro, e encon- trou nos seus movimentos desajeitados a solução para um problema ime-
Capítulo 2
diato e para um problema de longa duração. Quando O sorriu, E, o tolo, pareceu aliviado.
- Não te preocupes com nada – murmurou O. – Dir-lhe-ei que puse- mos o corpo lá fora e que o deixámos ao sol na floresta. Não há problema.
- Vais falar com ele?
- Claro, pá. É melhor ires embora. Ele vai ficar muito chateado. Ele assentiu e correu em direcção à porta.
- Até logo. Pois, até logo para ti também, filho da puta , pensou O enquanto come- çava a limpar a cave. A pequena casa repugnante onde se encontravam a tra- balhar passava completamente despercebida na rua, metida entre uma fachada desgastada, que em tempos fora um restaurante de churrascos, e uma pen- são arruinada. Aquela parte da cidade, uma mistura entre residências mise- ráveis e antros comerciais, era perfeita para eles. Naquela zona, as pessoas não saíam depois de anoitecer; os disparos de pistolas eram tão comuns como os alarmes dos carros e ninguém fazia nada se ouvisse uma pessoa gritar uma ou duas vezes. Entrar e sair dali também era fácil. Graças aos «pesos pesados» do bairro, todas as luzes da rua estavam destruídas e o brilho ambiente dos edi- fícios era insignificante. Como vantagem adicional, a casa tinha uma entrada exterior que dava para a cave. Assim, sair e entrar com um cadáver às cos- tas não era problema. Mesmo que alguém visse alguma coisa, não demora- ria nada a esquecer a questão. O que também não era nenhuma surpresa para o bairro. O lixo branco encontrava sempre uma forma de acabar na sepultura. A seguir à violência doméstica e à cerveja em excesso, morrer era provavelmente a sua aptidão principal. O pegou numa faca e limpou o sangue negro de E que estava na lâmina. A cave não era muito grande e tinha um tecto baixo, contudo, havia espaço para a velha mesa, que usavam para trabalhar, e para o aparador velho, onde guardavam os instrumentos. Ainda assim, O achava que aquela não era a divisão certa. Era impossível manter um vampiro ali com segurança, o que significava que tinham perdido uma importante ferramenta de persuasão. O tempo desgastava as faculdades físicas e psíquicas. Quando devidamente usado, o passar dos dias tinha tanto poder como qualquer outra coisa que pudesse partir um osso.
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- Se eu tiver autorização para fazer o que desejo com o responsável, sim. O Sr. X riu-se.
- Imagino o que fará. O esperou, olhando para a cabeça do afiado cinzel na mão do Sr. X enquanto este passeava pela sala.
- Juntei-o com o homem errado, não foi? – murmurou o Sr. X, apa- nhando um par de algemas do chão. Deixou-as cair sobre o aparador. – Pensei que o senhor E estaria ao seu nível. Não esteve. Fico contente que tenha vindo até mim antes de discipliná-lo. Ambos sabemos que gosta de traba- lhar sozinho. E o quanto isso me chateia. O Sr. X olhou por cima do ombro, observando O com um olhar fixo e sem expressão.
- Perante tudo isto, e principalmente pelo facto de ter vindo ter comigo antes de fazer o que quer que fosse, poderá ficar com o senhor E.
- Quero fazê-lo em público.
- Perante o seu esquadrão?
- E outros.
- Está a tentar provar alguma coisa a alguém?
- Estou a tentar elevar o nível. O Sr. X sorriu friamente.
- Você é um filho da mãe pequeno e arrogante, não é?
- Sou tão alto como o senhor. De repente, O não se conseguiu mover. O Sr. X já o atingira antes com aquela merda paralisante, pelo que, desta vez, não foi uma surpresa. No entanto, o homem ainda tinha o cinzel na mão e aproximava-se dele. O lutou contra a paralisia, mas não se conseguiu libertar. O Sr. X incli- nou-se de maneira a que o seu peito tocasse no de O. Este sentiu algo roçar- -lhe o rabo.
- Divirta-se, filho – murmurou o homem ao seu ouvido. – Mas lem- bre-se, tenha você a altura que tiver, nunca chegará aos meus calcanhares. Até logo. O homem saiu rapidamente da cave. A porta do andar de cima abriu- -se e fechou-se. Assim que O se conseguiu mexer, meteu a mão no bolso de trás das calças. O Sr. X pusera lá o cinzel.
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Rhage saiu do Escalade e examinou a escuridão em redor do One Eye, espe- rando que dois ou três minguantes lhes saltassem em cima. Não contava ter sorte. Ele e Vishous tinham andado à caça durante horas, sem sucesso. Nem sequer um avistamento. Era muito estranho. E, para alguém como Rhage, que dependia da luta por motivos pessoais, era também muito frustrante. Como tudo, a guerra entre a Sociedade dos Minguantes e os vampi- ros era cíclica e, actualmente, estava num momento calmo. O que fazia sen- tido. Em Julho, a Irmandade da Adaga Negra atacara o centro de recrutamento local da Sociedade, juntamente com dez dos seus melhores homens. Era claro que os minguantes andavam a fazer um reconhecimento do terreno. Graças a Deus, havia outras formas de dar a volta à sua frustração. Olhou para o crescente ninho de depravação que era agora o lugar de des- canso e lazer da Irmandade. O One Eye encontrava-se numa ponta da cidade, por isso as pessoas que o frequentavam eram motards e tipos que trabalha- vam na construção civil; tipos duros que cediam rapidamente à brutalidade, ao invés da suave persuasão. O bar era vulgar. Um rés-do-chão construído com um anel de asfalto em redor. Camiões, sedãs americanos e Harleys encon- travam-se estacionados lá fora. Das janelas diminutas podia ver-se os anún- cios das cervejas brilhando em tons de vermelho, azul e amarelo, o logótipo da Coors , Bud Light e Michelob. Aqueles meninos não bebiam Coronas nem Heinekens. Assim que fechou a porta do carro, sentiu o corpo zunir, a pele a fazer- -lhe comichão e os músculos grossos a contraírem-se. Esticou os braços, ten- tanto aliviar-se. Não ficou surpreendido ao não sentir qualquer melhoria. A maldição pesava-lhe no corpo, levando-o para um território perigoso. Se não encontrasse rapidamente algum tipo de libertação, teria problemas sérios. Muito obrigado, Virgem Escrivã. Já era mau o suficiente ter nascido com um grande poder físico, mas receber um presente de força que nunca apreciara ou entendera era ainda pior. Mas depois chateara a mulher mítica que detinha o domínio da sua raça. Ela tivera o maior prazer em colocar outra camada de merda na pilha com que ele já nascera. Se não se libertasse da cólera de maneira regular, tornava-se mortífero.
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- Quem é ela, V? Uma de nós?
- Marissa.
- A Marissa? A antiga shellan do Wrath? – Rhage abanou a cabeça.
- Vá lá, meu, preciso de pormenores. V, tens de me contar.
- Não o provoco com isto. E tu também não devias provocar.
- Não tens curiosidade? V não respondeu enquanto se dirigiam para a entrada do bar.
- Ah, é verdade. Já sabes, não é? – comentou Rhage. – Já sabes o que vai acontecer. V limitou-se a encolher os ombros quando alcançou a porta. Rhage colocou a mão sobre a madeira, impedindo-o.
- Ouve, V, costumas sonhar comigo? Já viste o meu futuro? Vishous virou a cabeça. Na brilhante luz de néon de um anúncio da Coors , o seu olho esquerdo, à volta do qual tinha algumas tatuagens, ficou negro. A pupila dilatou até não se ver a íris nem a esclera, até não existir nada a não ser um buraco. Era como olhar para o infinito. Ou para o Vápido quando se morria.
- Queres realmente saber? – perguntou o irmão. Rhage retirou a mão.
- Só me preocupa uma coisa. Viverei o suficiente para escapar à minha maldição? Sabes, ter um pouco de calma? A porta abriu-se de repente, mostrando um homem bêbado que cam- baleava como um camião com a direcção partida. O tipo dirigiu-se para os arbustos, vomitou e caiu sobre o asfalto de barriga para baixo. «A morte é uma forma segura de encontrar a paz», pensou Rhage. E toda a gente morria. Até os vampiros. Um dia. Não voltou a olhar para os olhos do irmão_._
- Esquece, V. Não quero saber. Ele já fora amaldiçoado, tendo pela frente mais noventa e um anos antes da sua libertação. Noventa e um anos, oito meses e quatro dias até o castigo acabar e o monstro dentro de si não formar mais parte dele. Porque haveria de querer saber que não viveria tempo suficiente para se libertar da maldita coisa?
- Rhage.
- Diz?
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- Digo-te apenas isto. O teu destino está a chegar. E ela chegará depressa. Rhage riu-se.
- Ai, sim? Como é a fêmea? Prefiro-as…
- É uma virgem. Rhage sentiu um calafrio descer-lhe pela coluna e atingindo-lhe o rabo.
- Estás a brincar, não estás?
- Olha para o meu olho. Achas que estou a brincar? V fez uma pausa por uns instantes, abrindo depois a porta que liber- tou o cheiro a cerveja e a corpos humanos e a batida de uma antiga canção dos Guns N’Roses. Assim que entraram, Rhage resmungou:
- És mesmo estranho, meu. A sério que és.
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