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A alfabetização e o letramento não são processos independentes, mas sim, interdependentes. Page 34. 33. Contudo, o que é alfabetização? Sobre isto Soares (2005 ...
Tipologia: Notas de estudo
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Monografia apresentada à Faculdade Calafiori de São Sebastião do Paraíso como parte dos requisitos para a obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia. Orientadora: Professora Me. Valéria C. Gimenes Prado.
Eu, Daniela, dedico aos meus queridos pais este trabalho com todo o amor do mundo. Vocês são responsáveis por este momento tão marcante em minha vida. Pela dedicação, pelo amor que me fez mais forte, fazendo entender que sou capaz de ir mais além. A vocês que desde o começo acreditaram, incentivando-me sempre a busca de novos conhecimentos, me dando conselhos, contribuindo para o meu crescimento na vida acadêmica. Esta vitória também é de vocês. Eu, Nayara, dedico à minha querida família que tem me amparado nos momentos bons e ruins de minha vida. Meu muito obrigada.....obrigada por tudo. Vocês são a minha base, o meu alicerce de felicidade.
Eu, Daniela, quero agradecer, em primeiro lugar, a Deus, pela força e coragem durante toda esta longa caminhada. Agradeço também a todos os funcionários e professores que me acompanharam durante a graduação, em especial a Professora Me. Valéria C. Gimenes Prado, responsável pela realização deste trabalho. Agradeço a minha família por cada minuto que estiveram comigo nesses árduos anos. E finalmente a todos os meus amigos que sempre me apoiaram, me fazendo acreditar que amanhã é outro dia. Eu, Nayara, quero agradecer a DEUS por este particular momento de vida em que posso aprender mudando o meu interior para o amor, ainda que na contramão de tantos desamores difundidos, ajudando, desse modo, na melhoria do coletivo e de todo o planeta, transformando-o em nosso paraíso, onde possa haver: paz, alimento, moradia, trabalho, saúde e educação para todos. Aos meus professores e professoras do Curso que estiveram por perto neste período nos momentos de bom e de mau humor, sempre com paciência e ética. A minha orientadora Professora Me. Valéria C. Gimenes Prado pelas correções precisas e apoio nos momentos de desespero......
O presente trabalho tem como objetivo geral mostrar a importância e como trabalhar os jogos e brincadeiras no processo da alfabetização. Os jogos no passado eram vistos como algo que as crianças praticavam nas horas de lazer, de recreação, ou mesmo no final das aulas para cumprimento de horário. As brincadeiras eram realizadas sem objetivo algum, sem planejamento, como se fossem apenas para as crianças se divertirem. Atualmente, essa visão tradicional referente aos jogos e brincadeiras mudou, é praticamente descartada pelos educadores, a não ser por aqueles que ainda acreditam que o lúdico não é importante para o desenvolvimento e a aprendizagem da criança. Já aqueles que veem os jogos e brincadeiras como auxiliares da aprendizagem, trabalham desde muito cedo com as crianças para que quando chegarem no momento da alfabetização se sintam motivadas e aprendam prazerosamente e com mais facilidade. Assim, justifica-se o tema pelo interesse despertado em querer fazer com que o futuro educador reflita e propicie diversas fontes de materiais que circulam no cotidiano das crianças, estes que são muito favoráveis no processo de alfabetização, como jogos e brincadeiras. Os recursos metodológicos a serem utilizados para a pesquisa serão por meio de um levantamento bibliográfico.
Palavras-chave: Jogos. Brincadeiras. Alfabetização. Criança.
O lúdico é um tema que atualmente está sendo muito focado em obras, estudos e pesquisas voltadas a área educacional, graças a estudiosos como Vygotsky que resgatou por meio de suas pesquisas, o verdadeiro valor dos jogos e brincadeiras. Além disso, há uma firme consciência de que os padrões responsáveis pelas ações e comportamento dos adultos de hoje foram pautados em crenças e valores que não são mais suficientes para atender às exigências da modernidade. As principais atividades lúdicas, atualmente conhecidas, já foram praticadas pelo ser humano, em época distante, mas durante um grande período eram vistas como sem importância e de um modo depreciativo. Hoje a utilização do lúdico expandiu-se, jogos e brincadeiras, são utilizados para auxiliar no momento mais importante da criança na escola: a alfabetização. Educadores estão iniciando bem cedo o trabalho com jogos e brincadeiras, e estudiosos têm expandido suas pesquisas com o intuito de saber como utilizá-los cada vez mais e de modo enriquecedor com essas crianças. Assim, o tema despertou o interesse pelo fato de querer fazer com que o futuro educador reflita e propicie diversas fontes de materiais que circulam no cotidiano das crianças, estes que são muito favoráveis no processo de alfabetização, como jogos e brincadeiras divertidas e ricas; visto que muitos educadores privilegiam o livro didático que muitas vezes trazem assuntos não condizentes com a realidade da criança a ser alfabetizada e não valorizam o lúdico, não valorizam o ―seu pensar‖. A escola precisa assegurar a todos os alunos, diariamente, a vivência de práticas reais de leitura e de produção de textos diversificados com base naquilo que eles mais gostam de fazer na faixa etária de 0 a 7 anos, que é brincar. O problema a ser estudado no presente trabalho será: O professor deve proporcionar múltiplas alternativas de interação do aluno com as brincadeiras e jogos diante do processo de alfabetização? Dessa forma, o objetivo geral será mostrar a importância e como trabalhar os jogos e brincadeiras no processo da alfabetização. E como objetivos específicos: apontar o direito da criança de brincar; revelar o que são jogos e brincadeiras e a
função dos mesmos como recursos pedagógicos; destacar a alfabetização e sua importância; mostrar e enfatizar por meio de estudiosos o trabalho com jogos e brincadeiras no processo de alfabetização. A pesquisa será dividida em 3 capítulos:
idade dos indivíduos, não havia o sentimento de infância ou uma representação elaborada dessa fase da vida.
Após tempos, a criança passou a ser observada em suas particularidades. Mas também esse tempo foi bem demorado, como aponta Ariès (1981, p. 23) ao afirmar que, ―a preocupação com a criança encontra-se presente somente a partir do século XIX, tanto no Brasil como em outros lugares do mundo‖. Com a chegada do capitalismo, percebe-se uma crescente preocupação com a infância (CRUZ, 2000). Neste período, as creches tinham como função abrigar as crianças, pois os pais iam para a guerra, enquanto as mães tinham que trabalhar fora para sustentar a família (CRUZ, 2000). Desta forma, as creches possuíam apenas um caráter assistencial, caritativo e de favor as famílias, visando apenas guardar e proteger a criança e atendê-la nas suas necessidades básicas, não havia atividades pedagógicas, não havia jogos e nem brincadeiras com esse intuito. Mas, esse carinho de ―cuidar‖ das crianças se enquadrava somente àquelas crianças, cuja mãe trabalhava, pois àquelas crianças que teriam de trabalhar eram humilhadas, exploradas em fábricas de tecidos, carvoeiros e não tinham a infância protegida. Moura (2000) e Rizzini (2000) confirmam tais dizeres ao atestar que, ―o sonho de infância feliz não parece ter sido vivido pelas crianças operárias da cidade de São Paulo recém-industrializada ou das crianças trabalhadoras do nosso país‖. Apenas no século passado, diante de discursos legais e pedagógicos, que a criança foi descoberta, como sujeito de direitos, sua infância foi respeitada; como mostra Marcílio (2001, p. 1),
(...) o século XX foi o século da valorização, defesa e proteção da criança. Neste século formularam-se os seus direitos básicos, reconhecendo-se com eles, que a criança é um ser humano especial, com características específicas, e que tem direitos próprios.
Entretanto, o direito de brincar teve sua importância primeiramente em legislações estrangeiras, somente depois de algum tempo e de luta dos simpatizantes desse contexto é que no Brasil encontrou seu fundamento dentro do ordenamento jurídico. Os documentos estrangeiros mais destacados na trajetória da concepção atual da criança como possuidora de direitos, são eles: a Declaração sobre os
Direitos da Criança de Genebra em 1924 (DDC), a Declaração sobre os Direitos da Criança em 1959 e a Convenção Internacional dos Direitos da Criança. Esses documentos tem um só compromisso: o direito de a criança ter infância, o direito de brincar. A Declaração Universal dos Direitos da Criança (DUDC), sancionada pelas nações Unidas, em 20 de novembro de 1959, da qual o Brasil é signatário, foi reconhecida para que a criança ―possa ter uma infância feliz....‖. Em seu princípio 4º está estampado que:
A criança tem direito a crescer e criar-se com saúde, alimentação, habitação, recreação e assistência médica adequada, e à mãe devem ser proporcionados cuidados e proteção especiais, incluindo cuidados médicos antes e depois do parto (apud ANTUNES, 2003, p. 43).
Destaca-se também no 7.º princípio:
A criança deve desfrutar plenamente de jogos e brincadeiras, os quais deverão estar dirigidos para a educação; a sociedade e as autoridades públicas se esforçarão para promover o exercício desse direito (apud ANTUNES, 2003, p. 43).
Na década de 80, depois de demasiada luta e pressão de movimentos voltados ao termo infância, a ONU (Organização das Nações Unidas) fundou a Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança (CDC), importante tratado internacional aprovado, ratificada por quase todas as nações do mundo, com exceção dos Estados Unidos e da Somália. A convenção passou a ter vigência em setembro de 1990, mês em que foi ratificada pelo Brasil. O artigo 7º acima comentado foi reconhecido no artigo 31º desta Convenção (ANTUNES, 2003).
1 .Os Estados Partes reconhecem o direito da criança ao descanso e ao lazer, ao divertimento e às atividades recreativas próprias da idade, bem como à livre participação na vida cultural e artística. 2 .Os Estados Partes promoverão oportunidades adequadas para que a criança, em condições de igualdade, participe plenamente da ida cultural, artística, recreativa e de lazer (Artigo 31 - Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança).
A denominada ―Carta do Lazer‖, fixada no Seminário Mundial de Lazer, promovido pela Fundação Van Clé em Bruxelas apresentou que ―considera que
pedagógica para que considere a particularidade das ações da infância e o simples direito que a criança tem de ser ela mesma em nossa sociedade (ALMEIDA, 2003). Mas, algo muito triste e desafiador ocorre em nossa sociedade:
A cada dia mais assistimos a escassez de tempo para o lúdico, em favor de afazeres diários e instrutivos, sendo o brincar visto como algo não sério e leviano: primeiro, faz-se o que é sério, depois é permitido brincar. Isso nos leva a crer que as condições físicas, históricas e sociais se modificam constantemente e acabam influenciando a atividade lúdica e o modo de brincar hoje (CARDOSO, 2006, p. 44).
O brincar deu lugar aos afazeres diários, aos jogos eletrônicos, a um tempo de ―corre, corre‖, e a cada dia está mais escasso em nossa sociedade. Além disso, ainda hoje, muitos professores ainda se baseiam em uma pedagogia tradicional, ou seja, o brincar para eles significa atividades que podem ser oferecidas as crianças logo após o intervalo, como recreação e não como algo capaz de ajudá-las a ter um melhor desenvolvimento, melhor aprendizagem, a facilitar a alfabetização. Assim, esses educadores, pelo fato de agirem tradicionalmente, não possuem consciência de como o brincar faz bem a criança, além de ser um direito dela. No Brasil, o direito da criança a uma educação que respeite seu processo de construção do pensamento por meio do brincar é enunciado em documentos legislativos, tais como a nossa Lei Maior que é a Constituição Federal de 1988, a Declaração dos Direitos Humanos e o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). No artigo 227, do Capítulo 7.º, do Título VIII da Constituição Brasileira de 1988 é instituído o direito da criança à vivência do lúdico:
É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-las a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão (Brasil, 1988).
Aqui ao ser contemplado o ―lazer‖ trata-se do brincar, o brincar que flui naturalmente da criança em atividades como jogos, brincadeiras, brinquedos.
Após a Constituição Federal de 1988, dois anos se passaram e surgiu o Estatuto da Criança e do Adolescente, o ECA que destaca em seu artigo 4º:
É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade, à convivência familiar e comunitária. (Brasil, 1990).
A criança que não tem muitas oportunidades para brincar livremente e que não compartilha com os pais esses momentos de descontração pode apresentar problemas comportamentais no futuro. Segundo a Andi (2013),
(...) dificuldades de expressão e de socialização são alguns deles. Quando brinca, ela desenvolve o pensamento criativo, a coordenação motora, aprende regras de convivência e cooperação, além deexprimir seus medos, desejos eexpectativas. Em outras palavras, garante um crescimento saudável e possibilita a formação de um adulto autônomoeequilibrado.
Portanto, a criança deve brincar com seus pais, irmãos, com seus amigos, colegas de escola, enfim ter uma infância sadia e própria para a idade com brinquedos, brincadeiras, enfim atividades lúdicas que a enriquecerá. Além do artigo 4, há o artigo 16 parágrafo IV da destacada Lei: ―O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos: brincar, praticar esportes e divertir- se.‖ Entretanto, esses direitos estão muito longe de ser uma prioridade para muitas crianças brasileiras, principalmente para as de classes inferiores (CARDOSO, 2006). É importante dizer que todos esses aspectos são conquistas importantes que colocam o brincar como direito da criança e dever do Estado, da família e da sociedade. Para Franco (2008, p. 146),
(...) o que resulta disso é o entendimento do reconhecimento da infância que abarca o processo de descoberta de si e dos outros concedendo ao brincar e aos jogos uma condição indispensável para que ela usufrua de sua liberdade, em termos de agilidade, faz-de- conta e de imaginação. Pelo fato de se reconhecer a criança como
A criança deve ter liberdade, no sentido próprio da palavra, ou seja, fazer o que quer no momento de brincar, ter o seu momento mágico, ter sua autonomia respeitada quando for, por exemplo, ser ―a mãe‖, ―a filhinha‖ na brincadeira de casinha. A criança tem direito ao momento ―não fazer nada‖, o chamado ócio infantil, sem pensar nos estudos, em aulas de inglês, judô, natação, futebol, realização de tarefas escolares; entre outros. Franco (2008, p. 153) destaca que ―a liberdade que as crianças experimentam ao brincar permite-lhe expressar a sua sinceridade e a não-submissão às possíveis formas opressoras do mundo adulto‖. Há inúmeros prejuízos às crianças devido a não brincarem, ou deixarem de brincar; um deles é o amadurecimento precoce, ou seja, as crianças tornam-se adultas rapidamente na fase que deveriam ser simplesmente crianças. A grande quantidade de atividades pode impedir a criança de descobrir um mundo fantástico, um mundo só seu, pois cada criança tem seu ritmo habitual de vida, tem seu tempo para amadurecimento. Portanto, os pais ou responsáveis não devem cortar o momento da criança ser criança, impedir o direito de brincar, obrigando-a a realizar atividades que eles querem, porque não conseguiram quando crianças, ou por colocar o filho (a) como um troféu para os amigos e familiares. Postman (2002, p. 18) explica que ―a ideia infância está sendo esquecida pelo fato de estímulos fazerem com que a criança seja novamente aquele adulto em miniatura da Idade Média‖. Esses estímulos são as crianças cada vez mais se tornarem indivíduos informatizados por meio de celulares, tablets , vídeo games fabulosos, computadores de última geração; a forma de se vestir com acessórios adultos, programação de televisão que os pais assistem, enfim um mundo adulto para uma ―pessoinha‖ que ainda merece um mundo de fantasia, de coisas imaginárias, brincadeiras de rua, como no passado tão vistas, como pega-pega, alerta, pique-esconde, cobra cega, amarelinha, polícia e ladrão, salada de frutas autorama, jogo de botão, peteca, bicicleta, patinete, bola, e que hoje estão praticamente excluídas de nossa sociedade, devido a violência e trânsito extremo. Todas essas brincadeiras de ruas simbolizam o verdadeiro direito de brincar da criança que necessita ser feliz, ser livre. Contudo, brincar não significa somente isso, significa possibilitar a criança compreender o mundo e apreender sobre os conflitos da vida. Portanto, a família, a sociedade e o Estado tem o dever de assegurar a criança o direito de brincar.
Outro aspecto a comentar, como a escassez de espaço físico promovido pelo crescimento da civilização, o qual cria uma barreira diante do ato de brincar (BETTELHEIM, 1989). O planejamento urbano esqueceu-se das praças e jardins, as casas perderam os quintais e transformaram em minúsculos apartamentos, as praças existentes e as ruas tornaram-se violentas, as mães que tomavam conta dos filhos abraçam o mercado de trabalho, e as crianças ficaram com pouco espaço físico para sua ludicidade. Tudo a sua volta não mais contribui para que se exerça o direito da criança simplesmente brincar. De acordo com Tonucci (2005, p.18), ―é preciso dar às crianças condições adequadas, sem pressa, sem controles, sem preocupações, para que possam errar, dizer bobagens, fazer ironias, exatamente como fazemos nós, os adultos‖. É preciso deixar as crianças serem crianças no sentido mais puro por meio do lúdico, da fantasia, sem pressa e de maneira que elas se sintam com liberdade. Bettelheim (1989, p.171) também comenta que, ―as crianças precisam de tempo e tranquilidade para se concentrar nas brincadeiras, e de oportunidade e incentivo para ir em frente por seus próprios meios‖. Por esta razão é muito importante garantir os espaços físicos para que a criança possa brincar com mais destreza, liberdade e segurança. Esses espaços físicos poderiam ser lugares públicos, como parques, praças. Entretanto, esses espaços devem ser bem seguros para que a criança tenha liberdade para brincar, pois é exatamente o que quase sempre impede as crianças de terem o seu direito garantido.
Atualmente, esses espaços tornaram-se para a criança lugares de risco, logo elas ficam enclausuradas em suas salas e quartos, em frente às televisões e computadores diminuindo suas interações, ou quando podem brincar, os espaços se restringem aos shoppings e condomínios, sujeitos às regras. E no que se refere às crianças de classes sociais menos favorecidas, a situação torna-se mais grave, pois além de não terem à disposição estes espaços, são obrigadas a assumirem funções domésticas ou são lançadas ao mercado de trabalho precocemente (GOBBO, 2003, p.79).
Assim, sem esses espaços, as crianças principalmente as que moram nas grandes cidades ficam fechadas a ―sete chaves‖ em casa brincando apenas com brinquedos eletrônicos, computador e assistindo televisão, e consequentemente perdem o momento de fantasiar ou de brincar livre em relação às outras gerações. Gerações estas em que as crianças brincavam em cima das árvores, ficavam