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Este documento explora a relação entre arte e moda, analisando como os movimentos artísticos do futurismo, surrealismo, pós-modernismo e pop art influenciaram a criação de estilistas na moda. O texto aborda a definição de moda, sua relação com a arte e os principais estilistas que se inspiraram em obras de arte.
Tipologia: Notas de estudo
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Florianópolis 2019
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do título de Arte, Moda e suas possíveis relações: Futurismo, Surrealismo, Arte Contemporânea e Pop Art
Orientador: Prof. Roberto Forlin Pereira, Ms.
Florianópolis 2019
Dedico este trabalho a minha mãe, que desde sempre esteve ao meu lado, me apoiando e incentivando diante de todas as minhas escolhas.
Agradeço em primeiro lugar a minha mãe Karina, por sempre exigir e se empenhar para que eu estudasse em colégios com alto padrão de ensino e ao meu pai Marcos que sempre apoiou as exigências dela. A minha vó Vera, que esteve ao meu lado a todo momento, se dedicando a me ensinar e principalmente me acalmar. Ao meu segundo pai Alexandre, que confia em mim e no meu potencial como aluna e profissional. Agradeço a todos (as) os professores (as) que passaram pela minha vida acadêmica, mas principalmente três que com certeza fizeram a diferença e que eu levarei para sempre em meu coração: tia Gislene, Ana Rita e, minha professora do curso de moda Liliane. Por último, mas não menos importante, agradeço ao meu orientador Roberto Forlin que com muita paciência me guiou e me tranquilizou para que enfim eu finalizasse meu Trabalho de Conclusão de Curso.
Este trabalho teve como enfoque determinar as possíveis relações entre a arte e a moda, analisando essa possibilidade de acordo com alguns períodos específicos que se fizeram presentes nessas duas esferas. No decorrer deste, será discutido sobre a moda e a moda conceitual trazendo seus modos de expressão. A arte e seus manifestos no Futurismo, Surrealismo, Pós- Modernismo, Pop Art e como esses movimentos foram traduzidos na moda, questionando se ainda nos dias atuais ocorre inspirações de alguns estilistas para com as obras de arte, na hora de suas criações.
Palavras-chave: Moda. Arte. Manifestos Artísticos.
This work, aimed to determine the possible relations between art and fashion, analyzing this possibility according to some criteria that may causebsome effects on these two variables. During this, it will be discussed about fashion and cenceptual fashion, presenting their modes of expression. Art and its manifestos in Futurism, Surrealism, Postmodernism, Pop Art and how these movements were translated into fashion, questioning even nowadays there are inspirations of some designers towards Works of art at the time of their creations.
Keywords: Fashion. Art. Artistic Manifestos.
De acordo com Baldini (2006), a moda é o amadurecimento da confirmação do “eu”, da valorização social do indivíduo e da sua personalidade. Assim, concluímos que a moda vai muito além de tudo aquilo que engloba aparência, ela é reconhecida e manifestada também como estilo de vida, particularizando a identidade do indivíduo e seus modos de expressão. Dentro desta, existe outro ponto considerável e bem significativo para aqueles que vivem essa realidade: a moda conceitual. Ela é utilizada pelos estilistas como forma de comunicação, onde eles expressão suas ideias e o conceito que estão propondo. Sua apresentação ao público é apresentada por grandes produções, tudo isso para reforçar ainda mais o que o criador da coleção quer demonstrar para seus espectadores.
(...) até mesmo em relação as peças comerciais podemos verificar estratégias conceituais para a valorização das peças da coleção, como um catálogo, um outdoor, ou até mesmo um desfile, cujos stylists, trilha sonora, iluminação e cenário são colocados para criar uma imagem da marca. (RUIZ, 2016, p.128) Na arte, o seu criador, além de exprimir sentimentos em suas obras, ele também tem como objetivo causar emoções e sensações ao público. E é aí que se reconhece o início de uma relação entre a arte e a moda. De acordo com Bender (1967) a moda e a arte estavam começando a se tornar um hábito, já que entre ambas houve um cruzamento inevitável nas manifestações populares. Com isso, no decorrer deste estudo, será discutido sobre a arte e a moda e se há uma relação entre elas. Trazendo o Futurismo, Surrealismo, Arte Contemporânea e Pop Art, como movimentos que tiveram influência nesses dois âmbitos. O Futurismo é um movimento que tentava se desvincular do passado com o objetivo de uma resposta sobre o futuro, utilizando da evolução tecnológica. Seu principal destaque na moda foi Paco Rabanne o qual trouxe propostas diferenciadas para suas coleções. “A louca coleção metálica de Paco Rabanne em 1967 levara a moda quase-era-espacial e toda a fase mais radical da moda ao seu limite.” (LAVER, 2006, p.268).
O surrealismo foi imposto por André Breton, que tinha como objetivo o estimular os artistas a criarem de acordo com suas imaginações, sem o controle do consciente. Salvador Dali, que foi um grande destaque como artista e trouxe para a moda o chamado “Smoking Afrodisíaco”. “Salvador Dali (1904-1989) foi um dos principais artistas desse movimento, criando o Paletó de Smoking Afrodisíaco uma revolução no entendimento da relação entre arte e moda.” (MARTINS, 2010, p.6) A Arte Contemporânea trouxe a ausência de valores e regras para as obras, junto com a mistura do real e do imaginário e a liberdade de expressão dos artistas. Na moda ela teve grandes influências, como Jeanne-Claude e Christo com vestido da noiva, Arthur Bispo Rosário com seus trajes usando lençóis, panos de chão os quais ele os bordava. Nazareth Pacheco também foi protagonista desse período e criou um vestido de cristal. Mas, o destaque vai para Yves Saint Laurent, o qual trouxe Mondrian como inspiração para uma de suas criações:
“(...) Yves Saint-Laurent, que havia lançado em 1958 a linha trapézio, agora, nos anos de 1960 abriu sua própria maison com idéias também inovadoras em suas criações, especialmente o tubinho com desenho do pintor Mondian (...)” (BRAGA, 2005, p.87-88)
Já no Pop Art, se encontrará como realce as linguagens figurativas como forma de expressão dos artistas desse movimento. “A pop art traz, em reação ao expressionismo abstrato, o retorno da figuração que vem dos quadrinhos, da publicidade, da televisão ou de revistas.” (MULLER, 2000, p.12).
De acordo com Lipovetsky (1989) a moda é uma estrutura social a qual está centrada no hoje, no atual e ela sempre precisa mudar. Isto é, o ser humano vive uma constante evolução e dentro desta vem a transformação e adaptação da moda de acordo com as novas estratégias de vida. E na arte não seria diferente, já que ambas demonstram ideias, emoção, razão na hora da criação,
universos distintos. Sorcinelli (2008) alega que foi o período da Pop Art, com a linguagem das histórias em quadrinhos, com a fotografia, o design, a comunicação em massa e a publicidade, abriu um diálogo e estabeleceu uma horizontalidade entre as artes e a produção visual e gráfica dos fenômenos de consumo. Assim, ele completa que a o vocabulário da moda começou a utilizar a linguagem da arte. Muller (2000) enxergava uma relação diferente entre a moda e a arte, e então ele declara:
“As afinidades observadas visualmente correspondem a atitudes bem diferenciadas: repensar a vida por meio do vestuário, rever o sistema da moda, criar sinergias arte-moda para imprimir alma à indústria, enfim, empregar o vestuário como suporte da expressão artística.” (MULLER, 2000, p.04)
Ou seja, com a afirmação de Muller, começa a surgir um vestígio de que pode haver um vínculo entre ambas, onde a moda usufrui de alguns elementos da arte, trazendo mais significado e expressão ao mundo do vestir. Desta forma e de um modo geral, o projeto trará a comparação entre moda e arte e se há ou não uma relação entre essas duas, destacando alguns períodos como o Futurismo, Surrealismo, Pós-Modernismo e Pop Art. Esses foram movimentos artísticos os quais tiveram grande destaque na criação de muitos estilistas. Será verificado também se ainda há manifestações dessas épocas na moda/marcas dos dias atuais.
1.3 OBJETIVOS
1.3.1 Objetivo Geral
Analisar a influência da arte na moda e suas relações com destaque nos períodos do Futurismo, Surrealismo, Pós-Modernismo e Pop Art.
1.3.2 Objetivos específicos
Definir moda, moda conceitual e seus modos de expressão; Pesquisar a influência da arte na moda e suas possíveis relações;
Caracterizar os períodos do Futurismo, Surrealismo, Pós-Modernismo e Pop Art; Verificar a relação entre a moda e arte no Futurismo, Surrealismo, Arte Contemporânea e Pop Art na moda dos dias atuais.
“Ao analisar um fato, o conhecimento científico não apenas trata de explicá-lo, mas também busca descobrir suas relações com outros fatos e explicá-los” (GALLIANO, 1986, p. 26). Desta forma, a metodologia é capaz de possibilitar um entendimento e uma exploração do mundo através do conhecimento. Assim, a metodologia tem como finalidade esclarecer uma ideia baseada na verificação de uma ou mais possibilidades. Para Ciribelli (2003), pesquisa científica pode ser definida como um conjunto de etapas e instrumentos pelo qual o pesquisador científico, direciona seu projeto de trabalho com critérios de caráter científico, para alcançar dados que suportam ou não sua teoria inicial. O pesquisador deve escolher métodos e instrumentos que irá utilizar afim da obtenção de resultados válidos. Assim, de acordo com Rodrigues (2007), os métodos de pesquisa utilizados com mais frequência adotados para coleta de dados são: técnica de elaboração e avaliação de entrevistas, questionário com perguntas abertas/fechadas/múltipla escolhas, observação, formulários, sendo assim escolhido pelo pesquisador de acordo com o tipo de pesquisa que estará sendo realizada. Existem seis tipos diferentes de pesquisa científica, são elas: exploratória, experimental, acadêmica, empírica, campo, laboratorial e teórica. Para Fontelles (2009), a pesquisa bibliográfica tem a finalidade de integrar o pesquisador com as particularidades do tema indicado, fazendo com que ele tenha conhecimentos aprofundados do trabalho que está sendo realizado, instigando a reflexão e relacionando os resultados de acordo com diferentes autores. Ele completa dizendo que em segundo lugar, assume a função de inserir o leitor no mundo científico do tema em questão, demonstrando os sucessos e fracassos alcançados com temas semelhantes. Em terceiro lugar, ele mostra que o pesquisador está atualizado com as últimas discussões na área de pesquisa.
Um ser humano, ao se vestir, seleciona peças as quais apresentam algumas particularidades, de acordo com a necessidade deste. Pode ser por funcionalidade, obrigação, prazer, gosto e entre outros. Essa escolha tem a intenção de expressar quem é o indivíduo e como ele quer ser percebido diante da sociedade. Desta forma Baldini afirma “(...) a moda é fruto do amadurecimento da afirmação do eu, da valorização social do indivíduo, da sua personalidade.” (BALDINI, 2006, p.34). É nesse momento que as pessoas exibem seus gostos, classe social, trabalho, estilo e afins, e tudo isso com o intuito de serem inseridos em determinados grupos, aos quais eles desejam. E então Stefani (2005, p.7), diz “Vestir o corpo sempre foi um dos meios pelos quais o ser humano produz significação.” e então Lipovetsky (1989) complementa que a moda é rainha do aspecto exterior, pois é um instrumento privilegiado da expressão da singularidade pessoal. Contudo, a moda é um plano que sofre intervenções históricas, econômicas e políticas se diferenciando diante do desenvolvimento ocorridos em cada época. Assim, segundo Rigueiral (2002) o conceito de moda aparece no final da Idade Média e no começo do Renascimento, pois foi nesse período que ocorreram mudanças socioculturais e econômicas relevantes, como o aumento das trocas comerciais, a prosperidade das cortes ao norte da Itália e a emergência da noção do indivíduo.. A moda está em seu ápice, acompanhando uma sociedade que tem como ênfase a efemeridade, e ela diante de tantas mudanças, acompanha o ser humano e suas transformações. “As roupas dançam nos cabides e depois envolvem os corpos humanos num balé que aproxima, afasta e recria todos os dias para embalar nosso modo de vida em direção ao futuro.” (GARCIA e MIRANDA, 2005, p.14) Moda, apesar de nos remeter a ideia de roupa/tecido, ela está associada também a todo um conjunto de coisas - bolsa, sapato, acessórios, maquiagens, cabelo, unha - que juntas formam a expressividade. Desta forma Stefani (2005) considera, que moda não é apenas vestir e sim um conjunto de informações que orientam costumes e comportamentos que variam com o tempo e com a sociedade.
Todo estilista traz em suas coleções um conceito, porém isso não significa que ele tenha desenvolvido uma moda conceitual. De acordo com Ruiz (2016), as coleções comerciais apresentam um conceito que um estilista procura levar do tema abordado (as vezes sendo mais de um), extrair a ideia desses e transmitir para a coleção que será vendida nas lojas. Referente a moda conceitual, literalmente dita, ele afirma “(...) podemos nos valer da experiência do campo das artes.” (RUIZ, 2016, p. 128). Ou seja, há uma conexão entre essas duas, desenvolvendo entre elas um grande e extenso interesse mútuo. A moda conceitual é traduzida nas passarelas de modo mais específico do que apenas o “vestir”, além disso há uma competição entre os concorrentes, os quais lutam para ver quem lança primeiro um diferencial, e qual deles se tornará uma tendência. Nos desfiles, o conforto e a funcionalidade não são temas abordados, assim como Ruiz (2016, p. 128) declara: “(...) a mensagem não é passada pela funcionalidade, pois o impacto emocional é provocado a partir da expressividade.”. Sendo assim, o estilista, ao criar uma roupa, tem o intuito causar no público/plateia sentimentos profusos, como a indignação, admiração, fascinação e entre outros. Contudo, essa moda não tem a finalidade da criação de materiais prazerosos diante do olhar de um consumidor, ela acima de tudo preza pela inovação e provocação. E é exatamente isso que Alexandre McQueen diz ao analisar o início de sua carreira: “Meus desfiles eram provocantes por uma razão: a necessidade de fazer notar.” (JOORY, 2004, p. 111) e ele continua “Você pode não gostar do que eu faço, mas ao menos o que eu faço leva você a pensar.” (JOORY, 2004, p. 111). Conclui-se então que o principal significado de uma coleção conceitual, é levar a quem assiste uma reflexão. Ao elaborar uma moda com tanto conceito, as palavras chaves desta é a criação de peças inusitadas, afrontosas e expressivas que transmitem sentimentos e levam a moda em uma posição de arte. Segundo Ruiz (2016), o diálogo entre moda e arte vem de acordo com a sua produção, uma vez que a coleção foi toda idealizada e confeccionada de forma artesanal e diz também que a extravagância e exuberância das coleções conceituais elevam a moda a uma ligação com a arte.