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Inventário de Avaliação Pediátrica de Incapacidade (PEDI ..., Notas de estudo de Diagnóstico

Inventário de Avaliação Pediátrica de Incapacidade (PEDI): aplicabilidade no diagnóstico de transtorno invasivo do desenvolvimento e retardo mental.

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Ronaldinho890
Ronaldinho890 🇧🇷

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Med Reabil 2010; 29(1); 9-12 9
ARTIGO ORIGINAL
Data de recebimento: 28/10/2009
Data da aprovação: 07/01/2010
1. Terapeuta Ocupacional clínica da Asso-
ciação para Valorização de Pessoas com
Deficiência (AVAPE), na Unidade Clínica
de São Bernardo do Campo, especialista em
saúde mental na infância e na adolescência
pela Faculdade de Ciências da Saúde de São
Paulo.
2. Psicóloga clínica, Gerente de Unidade da
AVAPE no Programa de Reabilitação Profis-
sional da Zona Sul, especialista em terapia
cognitivo comportamental pelo Instituto de
Psicologia da Universidade de São Paulo
(IPUSP).
3. Fonoaudióloga clínica da AVAPE, na Uni-
dade Clínica de São Bernardo do Campo.
4. Assessor Clínico da AVAPE, Diretor do
Serviço de Reabilitação da Santa Casa de
São Paulo.
5. Assessor Clínico da AVAPE, Médico Psi-
quiatra assistente do Serviço de Psiquiatria
do Hospital do Servidor Público Estadual
– SP.
6. Psiquiatra, Doutor em Psicologia pela
PUC – SP, Professor livre docente pela
FMUSP, Professor associado do Instituto
de Psicologia da Universidade de São Paulo
(IPUSP).
Inventário de Avaliação Pediátrica de Incapacidade (PEDI):
aplicabilidade no diagnóstico de transtorno invasivo do
desenvolvimento e retardo mental
Pediatric Evaluation of Disability Inventory (PEDI): applicability in the diagnosis of pervasive
development disorder and mental retardation
Roseli PAicheco1, JuliAnnA Di MAtteo2, siMone cucolicchio3, cláuDio GoMes4, MARcio FAlcão siMone5, FRAncisco BAPtistA AssuMPção JR6
Resumo
O objetivo da pesquisa foi verificar
através do Inventário de Avaliação Pediá-
trica de Incapacidade (PEDI), diferenças
no desempenho funcional e a necessida-
de de auxílio do cuidador em 61 crianças,
sendo 34 com transtorno invasivo do de-
senvolvimento e 27 com retardo mental,
com médias de idade 8,06 e 8,12 respec-
tivamente, todos diagnosticados previa-
mente por equipe multidisciplinar, atra-
vés das escalas ATA, CARS e Vineland.
Os dados obtidos foram analisados
estatisticamente, através do programa
Bioestat 5.0, realizando test t para com-
paração de médias, o qual não eviden-
ciou diferenças significativas no desem-
penho e na necessidade de auxílio do
cuidador, exceto no item mobilidade de
habilidades funcionais.
Palavras-chave: Retardo mental/
diagnóstico, Transtorno autistico/diag-
nóstico, Transtornos globais do desen-
volvimento infantil, Avaliação da defici-
ência, Escalas de graduação psiquiátrica
Abstract
The goal of this research is to verify
through Pediatric Evaluation of Disa-
bility Inventory (PEDI), differences in
performance and the need of aid from
the caregiver of 61 children, being 34 of
them with pervasive development disor-
der and 27 with mental retardation, the
average of their age is between 8,06 and
8,12 respectively, all previously diagno-
sed by a multidisciplinary team, through
the scales ATA, CARS and Vineland.
The collected date were statistically
analyzed by the program Bioestat 5.0,
and T Tests were made to compare the
averages, which showed no significant
differences in performance and the need
of aid from the caregiver, except for item
mobility of functional abilities.
Key-words: Mental retardation /
diagnosis; Autistic disorder/diagnosis;
Child development disorders, pervasive;
Disability evaluation; Psychiatric status
rating scales
Introdução
Autismo é uma síndrome compor-
tamental de etiologias múltiplas e dis-
túrbios do desenvolvimento, caracteri-
zados por déficits na interação social,
observados através da inabilidade em
relacionar-se com o outro, usualmente
combinado a déficits na linguagem e no
relacionamento(1).
Características do autismo também
são encontradas em outros transtornos
do desenvolvimento. Em decorrência,
foi descrito um “continum autístico”
que varia de acordo com o grau de com-
prometimento cognitivo(2). Existe uma
grande relação com a deficiência men-
tal e esta associação chega até 2/3 dos
casos(3).
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A RTIGO ORIGINAL

Data de recebimento: 28/10/ Data da aprovação: 07/01/

  1. Terapeuta Ocupacional clínica da Asso- ciação para Valorização de Pessoas com Deficiência (AVAPE), na Unidade Clínica de São Bernardo do Campo, especialista em saúde mental na infância e na adolescência pela Faculdade de Ciências da Saúde de São Paulo.
  2. Psicóloga clínica, Gerente de Unidade da AVAPE no Programa de Reabilitação Profis- sional da Zona Sul, especialista em terapia cognitivo comportamental pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IPUSP).
  3. Fonoaudióloga clínica da AVAPE, na Uni- dade Clínica de São Bernardo do Campo.
  4. Assessor Clínico da AVAPE, Diretor do Serviço de Reabilitação da Santa Casa de São Paulo.
  5. Assessor Clínico da AVAPE, Médico Psi- quiatra assistente do Serviço de Psiquiatria do Hospital do Servidor Público Estadual
  • SP.
  1. Psiquiatra, Doutor em Psicologia pela PUC – SP, Professor livre docente pela FMUSP, Professor associado do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IPUSP).

Inventário de Avaliação Pediátrica de Incapacidade (PEDI):

aplicabilidade no diagnóstico de transtorno invasivo do

desenvolvimento e retardo mental

Pediatric Evaluation of Disability Inventory (PEDI): applicability in the diagnosis of pervasive

development disorder and mental retardation

Roseli PAicheco^1 , JuliAnnA Di MAtteo^2 , siMone cucolicchio^3 , cláuDio GoMes^4 , MARcio FAlcão siMone^5 , FRAncisco BAPtistA AssuMPção JR^6

Resumo

O objetivo da pesquisa foi verificar através do Inventário de Avaliação Pediá- trica de Incapacidade (PEDI), diferenças no desempenho funcional e a necessida- de de auxílio do cuidador em 61 crianças, sendo 34 com transtorno invasivo do de- senvolvimento e 27 com retardo mental, com médias de idade 8,06 e 8,12 respec- tivamente, todos diagnosticados previa- mente por equipe multidisciplinar, atra- vés das escalas ATA, CARS e Vineland. Os dados obtidos foram analisados estatisticamente, através do programa Bioestat 5.0, realizando test t para com- paração de médias, o qual não eviden- ciou diferenças significativas no desem- penho e na necessidade de auxílio do cuidador, exceto no item mobilidade de habilidades funcionais. Palavras-chave: Retardo mental/ diagnóstico, Transtorno autistico/diag- nóstico, Transtornos globais do desen- volvimento infantil, Avaliação da defici- ência, Escalas de graduação psiquiátrica

Abstract

The goal of this research is to verify through Pediatric Evaluation of Disa- bility Inventory (PEDI), differences in performance and the need of aid from the caregiver of 61 children, being 34 of them with pervasive development disor- der and 27 with mental retardation, the average of their age is between 8,06 and 8,12 respectively, all previously diagno- sed by a multidisciplinary team, through the scales ATA, CARS and Vineland. The collected date were statistically analyzed by the program Bioestat 5.0, and T Tests were made to compare the averages, which showed no significant differences in performance and the need of aid from the caregiver, except for item mobility of functional abilities. Key-words: Mental retardation / diagnosis; Autistic disorder/diagnosis; Child development disorders, pervasive; Disability evaluation; Psychiatric status rating scales

Introdução

Autismo é uma síndrome compor- tamental de etiologias múltiplas e dis- túrbios do desenvolvimento, caracteri- zados por déficits na interação social, observados através da inabilidade em relacionar-se com o outro, usualmente combinado a déficits na linguagem e no relacionamento(1). Características do autismo também são encontradas em outros transtornos do desenvolvimento. Em decorrência, foi descrito um “continum autístico” que varia de acordo com o grau de com- prometimento cognitivo(2). Existe uma grande relação com a deficiência men- tal e esta associação chega até 2/3 dos casos(3).

Paicheco R, Di Matteo J, Cucolicchio S, Gomes C, Simone MF, Assumpção Jr FB O diagnóstico de retardo mental (RM) pode variar de acordo com as influências que o indivíduo sofre do meio no qual foi estruturado, por isso é um quadro clínico de difícil precisão (4). Está relacionado ao funcionamento adaptativo, que se refere ao modo como o indivíduo enfrenta com eficiência, as exigências do dia – a – dia e o grau em que atinge os critérios de independência pessoal esperados quando comparados aos demais de sua idade, bagagem só- cio-cultural e contexto comunitário (5). Exceto em alguns casos genéticos, que já são conhecidos e sabe-se que ine- rente a eles está o Retardo Mental, estes diagnósticos só são definidos após os primeiros anos de vida, depois das famí- lias observarem atrasos no desenvolvi- mento, dificuldades em realizar algumas tarefas ou alterações no comportamento, ou ainda quando creches e escolas refe- rem tais situações, pois nesta fase inicial da vida, espera-se um desenvolvimento contínuo, que favoreça a diminuição da dependência materna e/ou cuidador, o que muitas vezes não ocorre. O conceito de independência refere-se a desasso- ciação de um ser em relação a outro, do qual dependia ou era por ele dominado. Seria o estado de quem ou do que tem liberdade ou autonomia. Devido à dificuldade que pacien- tes com Transtornos Invasivos ou com Retardo Mental tem em responder aos testes psicométricos (6), e sabendo que alguns quadros psiquiátricos são carac- terizados por alterações perceptivas e cognitivas específicas (atenção, memó- ria, planejamento) que prejudicam seu desempenho, o uso de escalas e inventá- rios é de suma importância para se ava- liar o nível funcional e adaptativo. Assim, o objetivo desta pesquisa foi verificar, através do Inventário de Avalia- ção Pediátrica de Incapacidade (PEDI) (7), se existem diferenças no desempenho funcional e na necessidade de auxílio do cuidador em crianças diagnosticadas com Transtornos Invasivos de Desenvol- vimento e com Retardo Mental.

Procedimentos metodológicos

Foram avaliados 61 sujeitos, 27 apresentando retardo mental com idade média de 8,12 ± 1,37 anos, e 34 com Transtornos Invasivos de Desenvolvi- mento com idade média de 8,06 ± 1, anos, entre os meses de abril e maio de 2008, todos inseridos em programas de reabilitação diferenciados, há mais de 2 anos, na Unidade Clínica AVAPE de São Bernardo do Campo. Os participantes foram diagnostica- dos previamente por equipe multidis- ciplinar, sendo avaliados clinicamente e através das escalas ATA(8)^ e CARS(9) , específicas para autismo, e Vineland, visando avaliação de desenvolvimento. A escala Vineland é de fácil aplica- ção e por isso muito utilizada em popu- lação com retardo mental. Avalia o nível funcional da criança em quatro áreas, a saber, comunicação, atividades de vida diária, socialização e habilidades moto- ras mensurando um quociente de desen- volvimento (10). O PEDI é um instrumento de ava- liação infantil, que possui o objetivo de fornecer uma descrição detalhada do desempenho funcional da criança, docu- mentando suas mudanças longitudinais em três áreas funcionais: autocuidado, mobilidade e função social. Fornece também, dados acerca do quão inde- pendente o paciente é ou se precisa da intervenção de cuidadores, bem como se utiliza alguma modificação no ambiente para facilitar seu desempenho(7). Geral- mente é um teste aplicado em crianças com incapacidades/dificuldades físi- cas(7), porém já se encontram na literatu- ra, pesquisas com aplicação em crianças com retardo mental(11). Foi traduzido e adaptado no Brasil, do original norte-americano “Pediatric Evaluation of Disability Inventory” (12) seguindo todos os critérios e procedi- mentos descritos na literatura, que in- cluíram as etapas de tradução, adaptação cultural e desenvolvimento de normas brasileiras, sendo realizado pelos Depar- tamentos de Terapia Ocupacional e de Fisioterapia da Universidade Federal de Minas Gerais. Seus dados normativos, que constituíram a amostra de padroni- zação brasileira, foram obtidos através de 276 crianças da Região Metropolita- na de Belo Horizonte (7). É um questionário aplicado através de entrevista com o cuidador, pelo jul- gamento clínico de alguns terapeutas ou educadores que estejam familiarizados com a criança ou através de observação direta durante a execução das tarefas. Deve se considerar que a entrevista re- trata seu desempenho em casa, e a ava- liação em consultório pode ser diferente uma vez que a criança pode reagir, inti- midada, a um ambiente estranho. O teste consiste em três partes, sen- do:

  • Parte I - retrata a funcionalidade da criança em ambiente doméstico, corres- pondendo a realização de atividades e tarefas cotidianas, em três áreas: auto- cuidado (73 itens), mobilidade (59 itens) e função social (65 itens);
  • Parte II – retrata a quantidade de ajuda fornecida pelo cuidador, infor- mando sobre a independência da crian- ça, na realização de 20 tarefas funcio- nais nas mesmas áreas de autocuidado (8 itens), mobilidade (7 itens) e função social (5 itens).
  • Parte III - verifica se a criança uti- liza alguma modificação no ambiente, que facilite sua execução/desempenho, em uma escala nominal que inclui qua- tro categorias: nenhuma, centrada na criança (utilizadas por crianças com desenvolvimento normal, como redu- tor de vaso, utensílios de plástico, entre outros), de reabilitação (para necessida- des especiais, adaptações) ou extensiva (para mudanças arquitetônicas). Para cada item da Parte I é atribuído escore 1 se a criança for capaz de exe- cutar a atividade funcional, ou o escore 0 se não for capaz, sendo o escore total , de cada área, obtido através da somató- ria de pontos. Na Parte II, cada item é pontuado em uma escala ordinal, que varia de 5 (se a criança desempenhar a tarefa de forma independente, sem qualquer ajuda) a 0 (se necessitar de assistência total, sendo completamente dependente no desem- penho da tarefa funcional). Os escores intermediários descrevem as quanti- dades variadas de ajuda fornecida, tais como supervisão (escore 4), assistência mínima (escore3), assistência moderada (escore 2) ou assistência máxima (esco- re 1), sendo necessário conhecer os cri- térios definidos para pontuação de cada item, segundo o manual e os escores de cada área também somados.

Paicheco R, Di Matteo J, Cucolicchio S, Gomes C, Simone MF, Assumpção Jr FB

  1. Sparrow SS, Balla DA, Ciccheti DV. Vine- land Adaptative Behaviour Scales. Mines- sota; American Guidance Service; 1984.
  2. Mancini MC, Silva PC, Gonçalves SCM, Medeiros S. Comparação do desempenho funcional de crianças portadoras de Sindro- me de Down e desenvolvimento normal aos 2 e 5 anos de idade. Arq Neuropsiquiatr. 2003; 61:409-15.
  3. Haley S M, Coster WJ, Ludlow LH, Hal- tiwanger JT, Andrellos PJ. Pediatric Evalu- ation of Disability Inventory: Development, Standardization, and Administration Ma- nual, Version 1.0. Boston , MA : Trustees of Boston University , Health and Disabili- ty Research Institute; 1992.
  4. Ayres M, Ayres Jr M, Ayres DL, Santos AS. Bioestat 5.0. Aplicações estatísticas das áreas das ciências biológicas e médicas. Belém; Sociedade Civil Mamiraua; 2007. 364p. Instituição onde o trabalho foi realizado: Unidade Clínica de São Bernardo do Campo da AVAPE – Associação para Valorização de Pesso- as com Deficiência. Endereço para correspondência: Roseli Paicheco. Av. José Fornari, 1777 – São Bernardo do Campo – SP – (11) 4127-9333.