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Resumo detalhado sobre intubação orotraqueal, associado com as doses das medicações mais utilizadas, procedimento de intubação e manejo de via aérea difícil, com base no Tratado de Emergência da USP!
Tipologia: Resumos
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Não perca as partes importantes!
1. Paciente consegue proteger a via aérea? Pacientes sem reflexos de proteção da via aérea -> maior risco de aspiração, e maior dificuldade na manutenção de ventilação adequada. ● Piora neurológica, com ↓ nível de consciência; produção de roncos e acúmulo de secreções na orofaringe -> sinal tardio da incapacidade de proteção da via aérea ● NÃO testar reflexo de vômito Fonação clara e desimpedida, deglutição espontânea (testar oferecendo 10 mL de água filtrada para o paciente) -> evidência de controle adequado da musculatura respiratória 2. Há falha na ventilação ou na oxigenação? Pacientes que protegem a via aérea mas não conseguem ventilar (fazer troca gasosa adequada) podem ter indicação de intubação -> pacientes com obstrução da via aérea por corpo estranho (OVACE), doenças neuromusculares ( miastenia gravis ), ou doenças que afetem a troca gasosa no parênquima pulmonar (COVID-19, SDRA, DPOC, asma ou doenças intersticiais pulmonares). ● Principais indicadores de falha ventilatória: estridor, dispneia, batimento de asa nasal ou de fúrcula e respiração superficial. ● Pacientes taquipneicos que desenvolvem eupneia ou bradipnéia, no contexto de piora da doença -> fadiga respiratória (paciente com asma grave) ● Não aguardar alterações de exames laboratoriais (acidose respiratória ou hipoxemia) no contexto de doença aguda 3. Qual a evolução clínica esperada do paciente? Quando realizar IOT precoce: ● Pacientes com choque circulatório, doenças mais específicas (lesão expansiva cervical ou doença neurológica grave), anafilaxia e queimadura de face -> evitar o risco da deterioração anatômica e perda da proteção da via aérea ● Pacientes graves que serão transportados ● Pacientes que necessitam de sedação profunda ou grandes doses de analgésicos para controle da agitação ou estado de mal epiléptico -> garantir perviedade da via aérea
Avaliar tais preditores em TODOS os pacientes que terão via aérea manipulada Pacientes de via aérea difícil -> USG point-of-care (POCUS) + marcação anatômica da membrana cricotireóidea ANTES do procedimento
1. Laringoscopia difícil (mnemônico LEMON): ● L - look externally: avaliação subjetiva de potenciais dificuldades a serem encontradas durante a laringoscopia (alterações anatômicas, sangramento, obesidade etc). ● E - Evaluate: avaliação 3-3-2 -> abertura oral deve ser ≥ 3 dedos, distância mento-hioide de 3 dedos, distância do osso hioide a tireoide de 2 dedos (levando em conta o tamanho do dedo do paciente)
● M - Mallampati: relação entre abertura oral, tamanho da língua e tamanho da orofaringe do paciente -> dividido em 4 categorias (III e IV mais relacionadas a falhas de intubação) -> uso dessa avaliação é difícil no DE.
● O - Obstruction: obstrução visualizada ou indicada por voz abafada, estridor, dispneia e salivação excessiva ● N - Neck mobility: possibilidade de mobilização cervical -> pacientes com restrição extrínseca (colar cervical) ou intrínseca (doenças reumatológicas, por exemplo) têm maior dificuldade à laringoscopia direta.
2. Ventilação bolsa-válvula-máscara difícil (mnemônico ROMAN): ● R - Restriction/Radiation: radioterapia cervical recente ou doenças que aumentem a resistência ou reduzam a complacência pulmonar (asma, DPOC, pneumonia ou SDRA) ● O - Obstruction/Obesity: IMC > 26, abscessos, tumores, laringoespasmo, angioedema e apneia obstrutiva do sono. ● M - Mask seal, Mallampati, Male: sondas oro ou nasogástricas, barba, sexo masculino, Mallampati III ou IV -> uso de filme adesivo transparente (usados como fixadores de acessos venosos) sobre a barba pode melhorar parcialmente a dificuldade. ● A - Age: idade > 55 anos. ● N - No teeth : ausência de dentes dificulta o selo adequado da máscara -> remediada com o posicionamento de gaze entre as gengivas. 3. Dificuldade de posicionamento de dispositivo extraglótico (mnemônico RODS): ● R - Restriction: equivalente à restrição citada no mnemônico ROMAN -> restrição de abertura oral e de mobilidade cervical também está relacionada com maior dificuldade de ventilação e posicionamento. ● O - Obstruction/Obesity: quando há obstrução da via aérea, o selo da máscara laríngea com a via aérea pode não ser suficiente para gerar pressão que seja capaz de superar a resistência da via aérea. ● D - Distorted airway: alterações na anatomia da via aérea podem fazer com que não haja selo adequado da máscara laríngea, impedindo a ventilação. ● S - Short thyromental distance: posicionamento da língua em pacientes com distância tireomentoniana ou mento-hioide curta pode dificultar a inserção do dispositivo extraglótico. 4. Cricotireoidostomia difícil (mnemônico SMART): ● S - Surgery: alteração de anatomia, tecido fibrótico de cirurgias prévias ou manipulação recente podem dificultar a localização anatômica correta e o procedimento em si. ● M - Mass: tumores sólidos, bócio, hematomas e abscessos cervicais dificultam a identificação correta dos marcos anatômicos necessários para o procedimento. ● A - Anatomy: pescoço curto, excesso de tecido subcutâneo, enfisema subcutâneo ou infecção local podem dificultar a localização anatômica. ● R - Radiation: radiação local pode dificultar o procedimento em decorrência da aderência dos planos e fibrose locais. ● T - Tumor: tumores cervicais ou da via aérea podem complicar o procedimento tanto pela alteração anatômica quanto por sangramento durante o procedimento. 5. Via aérea difícil fisiológica (mnemônico CRASH): ● C - Consumption increase (aumento do consumo de oxigênio): pacientes com sepse, SDRA, tireotoxicose, gestantes e crianças têm consumo periférico de O2 aumentado -> rápida dessaturação no período de apneia. Tratamento: otimização da pré-oxigenação e uso de oxigenação apneica. ● R - Right ventricular failure (insuficiência ventricular direita – IVD): pacientes com embolia pulmonar, por exemplo. Tratamento: otimização da pré-oxigenação, vasodilatadores pulmonares inalatórios, escolha de medicações sedativas menos cardiodepressoras e uso precoce de vasopressores. ● A - Acidosis (acidose metabólica): intubação e ventilação mecânica -> perda da alcalose respiratória compensatória em pacientes com acidose metabólica (cetoacidose diabética, choque e sepse). Tratamento: corrigir acidose metabólica previamente, minimizar o tempo de apneia, considerar intubação acordado, manter volume minuto alto. ○ 60 segundos de apneia -> ↓ de pH em 0,15 e ↑ de PaCO2 em 12,5 mmHg. ● S - Saturation (saturação): pacientes hipoxêmicos (hipoxemia refratária). Tratamento: otimizar pré-oxigenação (uso de VNI, CNAF), considerar intubação acordado. ● H - Hipotension (hipotensão): otimizar hemodinâmica com reposição volêmica ou uso de vasopressores.
Utilizar medicação sedativa e bloqueador neuromuscular no paciente devidamente pré-oxigenado e com hemodinâmica otimizada -> taxa de sucesso de 99% quando usada corretamente -> cerca de 12% de complicações (dentes quebrados, intubação pulmonar seletiva, vazamento de balonete, intubação esofágica, aspiração, pneumotórax e PCR).
1. Preparação:
● Pacientes obesos: uso de uma rampa torácica auxilia no posicionamento (elevar o tórax do paciente até que seja possível posicionar a cabeça adequadamente -> usar lençóis dispostos em formato de rampa desde a cintura escapular até o occipício).
6. Passagem e posicionamento do tubo:
Pacientes em que a condição de base permita e que tenham sido devidamente pré-oxigenados podem receber mais do que uma tentativa de intubação (aconselhamos o máximo de 2 tentativas). Caso a oximetria de pulso fique < 93%, deve-se interromper o procedimento para ventilar o paciente e evitar hipoxemia.
7. Pós-intubação:
Sedativos: Dose deve ser calculada com base no peso atual do paciente -> ressalvas: uso de propofol e pacientes com obesidade grau III (IMC > 40 kg/m²) em uso de etomidato e quetamina = utilizar o peso ajustado (cálculo a seguir) ● Peso ajustado = peso ideal + [0,4 × (peso atual – peso ideal)]
1. Etomidato:
**4. Midazolam:
Bloqueador neuromuscular em infusão contínua: Não deve ser usado em todos os pacientes após a intubação -> uso baseado em avaliação clínica seriada do paciente e fundamentada na patologia de base
**1. Rocurônio:
Consiste no uso de um sedativo previamente à pré-oxigenação com o intuito de otimizar a pré-oxigenação antes do ato da laringoscopia.
Indicação: pacientes com controle da via aérea e drive respiratório, porém com dificuldade de pré-oxigenação por agitação. ● Também é vantajosa por evitar a distensão gástrica secundária à ventilação com dispositivo bolsa-válvula-máscara em pacientes hipoxêmicos mesmo após pré-oxigenação clássica.
Passo a passo: preparar todo o material necessário antes do início do procedimento + sedativo em pacientes muito agitados e hipoxêmicos ● Posição ideal: decúbito horizontal com a cabeceira elevada a 30°. ○ Casos de trauma (sem possibilidade de mobilização da coluna vertebral): realizar a posição de Trendelenburg reversa na mesma angulação. ● Droga de escolha: quetamina, em dose de 1 mg/kg -> infusão feita em 60 segundos para que não ocorra apneia temporária ○ Dose adicional de 0,5 mg/kg caso o estado dissociativo desejado não seja alçado ● Droga alternativa: dexmedetomedina com infusão de 1 μg/kg durante 10 minutos. ● Instalação de máscara não reinalante em flush rate ou máscara de ventilação não invasiva (VNI) após a sedação ○ Outra opção: uso do dispositivo bolsa-válvula-máscara ajustado hermeticamente na face do paciente com o uso de duas mãos. ○ Se VNI como método de escolha: pode-se usar um gerador de fluxo com máscara de CPAP, mas sempre que disponível, deve-se usar o ventilador mecânico com os seguintes ajustes iniciais: ■ Modo espontâneo. ■ FiO2 100%. ■ PEEP 5-15 cmH2O. ● Manter pré-oxigenação por 3 minutos após o paciente alcançar SpO2 > 95% (objetivo de saturar os tecidos com O2) ● Prosseguir com os passos habituais da SRI -> sugere-se manutenção da oxigenação apneica durante o procedimento
Ocorre quando há falha na estratégia planejada para estabelecer a via aérea e se exige tomada de decisão imediata sobre a técnica de resgate adequada à situação. ● Falha em manter SatO2 > 93% durante ou após tentar a laringoscopia. ● Falha em três tentativas de intubação orotraqueal.
Apresentações da falha da via aérea: ● Não intuba, porém ventila -> há tempo para reavaliar a técnica utilizada e modificá-la para nova tentativa. ● Não intuba e não ventila -> apresentação mais grave -> tomar conduta imediata para obter a via aérea avançada ○ Pode-se tentar o uso de dispositivo extraglótico (máscara laríngea, por exemplo) simultaneamente ao preparo do material de cricotireoidostomia (já deve estar disponível à beira do leito)
Cricotireoidostomia cirúrgica: Técnica utiliza materiais não regularmente disponíveis nas emergências brasileiras (dilatador de Trousseau e gancho traqueal) ● Falta de dilatador e disponibilidade do gancho traqueal: incisão laterolateral simultaneamente da pele e da membrana cricotireoide -> posiciona-se o gancho na posição cefálica da incisão e a traciona -> passagem de tubo de cricotireoidostomia ou tubo endotraqueal de diâmetro interno 6 mm pela incisão -> acesso à via aérea. ● Sem disponibilidade de material específico para via aérea cirúrgica: incisão laterolateral na pele e na membrana cricotireoide -> posicionar um bougie na incisão feita -> retirar a lâmina da incisão -> deslizar tubo endotraqueal de diâmetro 6 mm pelo bougie
Cricotiroidostomia por técnica de Seldinger: Equivalente à técnica de Seldinger para acesso venoso profundo, tornando-a a técnica de escolha para aqueles sem familiaridade com a técnica cirúrgica. Necessita de material específico para ser realizada.
Cricotiroidostomia por punção: Sem restrição etária. ● Utiliza-se dispositivo de cateter sobre agulha 14G (Jelco ou Abocath) para puncionar a membrana cricotireóidea. ● Pode-se adaptar o conector de bolsa-válvula-máscara de um tubo endotraqueal 3.0 ao cateter e ventilar com bolsa-válvula-máscara ou ventilar por dispositivo de jato (pouco disponível no Brasil). ● Válvula de pressão da bolsa deve estar fechada (altas pressões necessárias para que haja fluxo pelo diminuto lúmen do cateter).
Não intuba, mas ventila: tentar outros equipamentos + otimizar a sedação do paciente e o bloqueio neuromuscular
Bougie (introdutor traqueal): Uso do bougie quando a visualização da glote corresponde à classificação de Cormack-Lehane 3 ↑ em até 30% as taxas de sucesso.
Confirma-se o posicionamento ideal do bougie pela sensação tátil dos anéis traqueais à passagem ou pela parada de progressão após introdução de aproximadamente ⅔ do dispositivo. Na falta de ambos os indicadores de posicionamento, deve-se inferir que o introdutor não está posicionado na traqueia. ● Pode haver dificuldade na progressão do tubo endotraqueal após passagem do bougie e recomenda-se retrair o tubo em 1 cm, girá-lo 90° em sentido anti-horário e então continuar a progressão.
Laringoscopia indireta Consiste no uso de dispositivos ópticos para facilitar a visualização da glote ( Airtraq -> uso individual e descartável / disponível em vários tamanhos e alimentado por baterias AAA). ● Há uma canaleta lateral que auxilia no posicionamento correto do tubo quando a glote é visualizada.