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Guias e Dicas
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Introdução às Máquinas Hidráulicas, Notas de aula de Máquinas

mecânica é promovida pela turbinas hidráulicas, por isso denominadas de máquinas motrizes, que aproveitam a energia potencial e/ou cinética da água e ...

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Lula_85
Lula_85 🇧🇷

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS
DEPARTAMENTO DE HIDRÁULICA E SANEAMENTO
Introdução às Máquinas Hidráulicas
WOODROW NELSON LOPES ROMA
SÃO CARLOS
2020
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS

DEPARTAMENTO DE HIDRÁULICA E SANEAMENTO

Introdução às Máquinas Hidráulicas

WOODROW NELSON LOPES ROMA

SÃO CARLOS

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS

DEPARTAMENTO DE HIDRÁULICA E SANEAMENTO

INTRODUÇÃO ÀS MÁQIDNAS IDDRÁULICAS

Woodrow N.L. Roma

ENTRADA DE ÁGUA

SÃO CARLOS

ABRIL 2001

local Onde^ se^ lê·^ leia-se:

Pg. 79 (Q~> H 1 ) = (71,484, 18,285) (Q 1 ; H 1 ) = (71,484; 18,285)

i linha

Pg. 98,2 par

4' li.rilia

as equações 6.5 e 6.6 envolvendo ... as equações 6.6a e 6.6b envolvendo ...

Pg98 Nsinc~putil

(6.5)

Po V22 p3 V32 (^) (6.6a) Equação 6.5 nsp^ =^ -=-+-+Zz =-+-+Z3 +M2- HS/4 u y^ 2g^ y^ 2g Pg.98 (^) I (6.6) (6.6b)

Equação 6.

Pg. 4 o parágrafo

Substituindo na equação 6.6 obtem-se Substituindo na equação 6.6b obtém-se

Pg.98 Da combinação das equações 6.5 e Da combinação das equações 6.6a e 6.

Última linha 6.8vem, vem, p~ 121 n-{'" *o 5 linha -3--- D=3^ nu*^ Q

O*N ~11 Qn^ *^ N

Máquinas Hidráulicas

PREFÁCIO

Este texto, de cunho didático, trata da transformação de energia entre suas formas hidráulica e mecânica

utilizando os conceitos e as equações da Mecânica dos Fluidos. A transformação da energia mecânica em

energia hidráulica é função das bombas hidráulicas de fluxo, BHF, que comunicam energia ao fluido

permitindo o seu escoamento através de tubulações. Por sua vez a transformação da energia hidráulica em

mecânica é promovida pela turbinas hidráulicas, por isso denominadas de máquinas motrizes, que aproveitam

a energia potencial e/ou cinética da água e liberam energia mecânica, usualmente de rotação, com finalidades

diversas.

O estudo das Máquinas Hidráulicas envolve, basicamente, o conceito de transporte de energia, aplicado

às tubulações e aos sistemas de movimentação dos fluidos através delas. Assim, este texto é iniciado por um

capítulo sobre as equações básicas da Mecânica dos Fluidos e sobre os escoamentos em condutos forçados,

com aplicações dirigidas aos sistemas de conversão de energia representados pelas Máquinas Hidráulicas. A

seguir são apresentados os aspectos gerais das bombas hidráulicas, sua classificação e aplicação, a escolha

de bombas e sua aplicação nas estações elevatórias. Os conceitos de otimização dos sistemas de bombeamento

são apresentados através dos conceitos de semelhança hidrodinâmica e da análise do fenômeno da cavitação

em bombas. Na seqüência são apresentados os conceitos básicos dos aproveitamentos hidrelétricos, com

breve discussão sobre recursos hídricos, hidrologia e rudimentos de hidrometria, preparando o leitor para a

introdução das Turbinas Hidráulicas, sua classificação e aplicação. São, a seguir, apresentados dados para

auxiliar no anteprojeto de turbinas hidráulicas, um estudo das curvas características e a operação de turbinas.

São contemplados também os ensaios em modelos reduzidos e a escolha de turbinas a partir de informações

dos fabricantes. Prossegue-se com informações sobre microcentrais hidrelétricas, a instalação das máquinas

motrizes e geradores, os reguladores de velocidade, os tipos de casa de máquinas, as instalações elétricas

básicas e os principais dispositivos de proteção.

As informações contidas neste texto foram abordadas de forma didática, buscando tomá-lo uma

ferramenta útil para o aprendizado em um curso de Engenharia. Para informações técnicas mais detalhadas

recomendamos a pesquisa bibliográfica apresentada no final de cada capítulo.

W.N.L. Roma

Máquinas Hidráulicas

6 Noções de Ante-projeto de Aproveitamento Hidrelétrico 89

Aproveitamento hidrelétrico. Condições Hidrológicas Motorização do

Aproveitamento. Os Geradores elétricos. As turbinas Hidráulicas.

Cavitação. O Rendimento nas Turbinas de Reação. Dimensões dos Rotores

de Reação. O Rendimento nas Turbinas de Ação. Dimensões das Rotores

Pelton.

Curvas Características de Thrbin.as (^111)

Ensaio de Turbinas. Descrição das Curvas Características Operação das

Turbinas. Escolha de Turbinas.

CAPÍTULO 1

EQUAÇÕES BÁSICAS

Os escoamentos dos fluidos e sua interação com os mecanismos de promoção e controle dos

escoamentos são regidos pelas leis da Mecânica aplicadas aos meios contínuos originando a disciplina

conhecida como Mecânica dos Fluidos. O estudo dos fluidos é, classicamente, realizado segundo o método

de Euler, que usa o conceito de Volume de Controle, VC, um volume do espaço tomado para estudo. O

estudo dos escoamentos é feito pela aplicação das equações da Mecânica clássica ao fluido que atravessa o

VC, segundo a Transformação de Reynolds que define a variação de uma grandeza que age sobre um

sistema em função do escoamento através do VC que o contém. Assim obtém-se equações, em formulação

integral, da quantidade de movimento e da energia, que junto com a equação da continuidade permite

resolver a grande parte dos problemas fluidodinâmicos.

CONCEITOS GERAIS

Sistema: Sistema é uma porção do fluido, tomado para estudo, de massa constante e individualizada,

sobre o qual são aplicadas as leis da Mecânica. O conceito de sistema é usado em situações nas quais o

fluido é confinado, e nas aplicações do método de Lagrange.

Volume de Controle: Volume de Controle, VC, é um volume tomado no espaço, delimitado por uma

superfície, SC, que é atravessado pelo fluido. As leis da Mecânica são aplicadas ao fluido que preenche o VC

naquele instante de tempo e que, diferentemente do sistema, pode ter sua massa variável. O VC pode ser fixo

ou móvel, de volume constante ou variável. Por suas características o Volume de Controle é a escolha natural

para aplicação do método de Euler e tem grande aplicação nos problemas que envolvem os escoamentos

ligados às máquinas hidráulicas.

Vazão: Vazão Q é o volume de fluido que atravessa uma superfície, fixa no espaço, na unidade de

tempo. A vazão é quantificada em termos de unidade de volume dividido pela unidade de tempo, dando

origem à unidade de vazão. As unidades de vazão mais usadas são :

s

, etc

min

Nota-se a presença de unidades de vazão não pertencentes a um sistema de unidades coerente, no

Sistema Internacional, SI, por exemplo a unidade coerente é o [m 3 /s], uma unidade que é pouco usada, na

prática, por apresentar números fracionários nas vazões usuais. É freqüente a utilização de [m^3 /h], uma das

unidades mais usadas pêlos fabricantes de máquinas hidráulicas.

o--'-m^ 1/ra^171 ·ai^ =- d11lve

b.t llt dt

a massa que atravessa a superfície do VC., dividido pelo intervalo de tempo b.t dispendido na operação é a definição da descarga através da superfície, então a equação 1.8 pode ser escrita como:

onde:

-f pV.dA-f pV.dÃ=!!_f pdvol

SE SS dt Ve

SE é a área de entrada do VC

SS é a área de saída do VC

SC é a área total do Volume de Controle, SC=SE+SS.

v é o vetor velocidade, e

dA é o vetor diferencial de área, perpendicular à superfície e orientado para fora do VC.

A soma de integrais de mesmo integrando é calculada através da integral do integrando, com o limite de integração dado pela soma dos limites de cada integral, produzindo a equação 1.10, que é a equação da continuidade em formulação integraL

f pV.dA+- -^ -^ d^ f pdvol=O se dt ve 1.

Se o escoamento é em regime permanente, o segundo termo da equação L 10 é nulo, e equação da continuidade é simplificada para a equação 1.11. Se, ainda, o fluido for incompressível, a massa específica é constante podendo ser eliminada da equação l.ll, resultando a equação 1.12.

f se pV.dA^ =O 1.

f (^) se V.dA=O 1.

Esta última equação tem grande aplicação nos sistemas hidráulicos, e pode ser traduzida como uma equação da conservação da vazão, isto é, a vazão que entra em um sistema é igual à que sai. Este conceito pode ser bem entendido através do exemplo de aplicação a seguir.

Hidráulicas

Exemplo de aplicação

1 -Um escoamento de água atravessa uma tubulação de diâmetro D, de comprimento L, Figura 1.1. Determine a relação das vazões, e das velocidades médias V, e V,, na entrada da tubulação e na saída.

rL) F (21 F,

f (^) A2 V.dÃ+J^ Al V.dÃ^ =o^ ou^ IA2^ V.dA-f^ Al V.dA^ =o

Solução:

Considerando escoamento em regime permanente e. como a água é um fluido incompressível, da equação L 12 vem

Como a velocidade média é uma constante na área, ela sai da integral fornecendo:

V 111 1A 1 = V 111 2A2 portanto

Qj = º ou como A 1 = A 2 então

vm1 = vm

EQUAÇÃO DA CONSERVAÇÃO DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO

A equação da conservação da quantidade de movimento é a aplicação da segunda lei de Newton a um

volume de controle. A segunda lei de Newton é aplicada ao sistema que coincide com o volume de controle

naquele instante, e através da transformação de Reynolds fornece uma forma de interligar a resultante das

forças sobre o VC com o escoamento que o atravessa. A equação resultante é a relação vetorial apresentada

na equação 1.13.

_""'F= f p v (v.dÃ)+!!f p v dvol ft se dt vc 1.

A equação L 13 é aplicada as máquinas hidráulicas relacionando força e escoamento. A equação da

Conservação do Momento da Quantidade de Movimento é obtida multiplicando-se vetorialmente a equação

1.13 pelo vetor posição , e relaciona o escoamento com a resultante dos momentos aplicados no VC. A

equação da Conservação do Momento da Quantidade de Movimento constitui-se na base teórica do estudo

dos rotores, e é apresentada na equação L 14.

Máquinas Hidráulicas

EQUAÇÃO DA ENERGIA

A equação de transferência da energia, aplicada aos escoamentos, é usada para o entendimento da conversão da energia que o fluido possui em outra forma mais adequada à utilização. A equação de conservação da energia em um volume de controle, obtida com auxílio da transformação de Reynolds, é apresentada na equação 1.15.

0-W^..^ = f^ p.e. V (-^ ·dA -)^ +- d^ f p.e.dvol

  • se dt ve 1.

Da Primeira Lei da Termodinâmica tem-se que, para um sistema, a variação de sua energia por unidade de tempo é igual ao calor introduzido menos o trabalho retirado do sistema, no mesmo intervalo de tempo. Como o trabalho por unidade de tempo, ou potência, pode ser separado em potência mecânica e potência produzida pelas forças de pressão, e ainda, a potência devido às forças de pressão pode ser agrupada com a integral de superfície, obtém-se:

Q-Wm =f (^) _se p(e+!..)(v-dA)+!:.fp dt ve p.e.dvol 1.

onde o símbolo e representa a soma das energias específicas presentes no escoamento, no caso são consideradas

a energia cinética, a energia potencial e a energia interna, todas por unidade de massa. Para escoamentos em regime permanente a derivada no tempo é nula e a equação 1.16 é simplificada para:

Na equação 1.17, o primeiro membro representa as ações externas sobre o VC com Q positivo para

calor introduzido e W positivo para trabalho retirado do VC. O segundo membro representa o conjunto de

energias contido no fluido, mais o trabalho das forças de pressão sobre a superfície do V C.

As aplicações da equação da energia são muito importantes no estudo das máquinas, principalmente no cálculo de canalizações. A aplicação da equação entre duas seções de uma tubulação fornece a equação de Bernoulli generalizada, uma forma simplificada da equação da energia e com uso altamente disseminado. Supondo o escoamento interno a um duto cilíndrico de diâmetro D, com velocidade média V, conforme figura 1.3, a aplicação da equação 1.17 entre as seções 1 e 2, é dada por:

.. f (v

2 Q-Wm = Alp 2+gH+u+p^ p)(- V·dA^ _)^ + f Alp^ (vz2+gH+u+p^ p)(- V·dA^ _)

Como a tubulação é continua, não há introdução de trabalho mecânico através da fronteira do Volume de Controle, e com a consideração de escoamento adiabático,

pode ser afirmado que Q = W = O , e ainda,

como a massa específica é constante, que

Q 1 = Q 2 • A equação 1.18 pode, então, ser

simplificada fornecendo:

Figura 1.3- Escoamento em tubulação. aplicação da Equação da Energia aos valores médios

ou

O termo final da equação 1.19 mede a diferença da energia interna entre as seções 1 e 2, e em conseqüência da Segunda Lei da Termodinâmica, como a variação de temperatura da água devido ao atrito pode ser desprezada, pode ser considerado igual à energia dissipada por atrito pelo escoamento, sendo portanto uma medida das perdas de energia no conduto. Como a energia cinética depende da equação da continuidade, e a energia potencial depende do posicionamento da tubulação, a perda de energia é traduzida por variação na pressão, assim o aquele termo será representado por 6.p ou 6.h, dependendo das unidades em uso para a equação. A equação 1.20, conhecida como Equação de Bernoulli generalizada, é o resultado da aplicação da equação da energia aos escoamentos confinados, e modificada para uso das grandezas expressas em II\uo O termo 6.hP representa a perda de energia (perda de pressão ou perda de carga) entre as seções consideradas do conduto.

v:z R V:2 R

- 1 -+H +-^1 =....l:+H_ +____?:_+M

2g l pg 2g? pg p 1.

O primeiro termo representa a energia cinética e é denominado de pressão dinâmica, o segundo termo é a energia potencial ou pressão de posição, e o terceiro termo é a pressão estática do escoamento. A soma das três parcelas é denominada pressão total.

Exemplos de aplicação

3- Uma máquina introduz trabalho em um escoamento através de uma tubulação que liga dois reservatórios. O desnível entre os reservatórios é L1H. Se a vazão a ser transportada do reservatório inferior para o superior é Q, e a perda de carga (energia) Llhv na tubulação é dada por Ll= K. Q'. onde K é uma constante, determine a potência necessária para promover a vazão desejada

Pelo VC adotado tem-se V 1 =V 1 , P 1 =P 1 = P arm' que tornam a equação 1.18 em

W = ( Hg -1:1hP ) pQ

ou

= ( Hg - K.Qz) pQ

Note que neste caso, onde retira-se potência do escoamento, a perda de carga é negativa, fornecendo

um desnível útil menor que o desnível geométrico.

ESCOAMENTOS EM DUTOS SOB-PRESSÃO

Introdução - O transporte de fluídos entre dois pontos é, em geral, feito através de condutos projetados

para esta finalidade. Esses condutos podem ser abertos para a atmosfera recebendo o nome de canais e

destinados principalmente ao transporte de água, ou condutos fechados onde a pressão é maior que a

atmosférica, denominados dutos sob pressão. Os escoamentos em dutos sob pressão são característicos nos

escoamentos provocados por bombas hidráulicas e serão o objetivo principal deste capítulo.

Perda de Carga - O escoamento interno em tubulações sofre forte influência das paredes,

dissipando energia devido ao atrito viscoso das partículas fluídas. As partículas em contato com a parede

adquirem a velocidade da parede, e passam a influir nas partículas vizinhas através da viscosidade e da

turbulência, dissipando energia. Essa dissipação de energia provoca um abaixamento da pressão total do

fluido ao longo do escoamento que é denominada de Perda de Carga. A perda de carga que ocorre nos

escoamentos sob pressão tem duas causas distintas: a primeira é a parede dos dutos retilíneos, que causa

uma perda de pressão distribuída ao longo do comprimento do tubo, fazendo com que a pressão total vá

diminuindo gradativamente ao longo do comprimento e por isso é denominada de Perda de Carga

Distribuída; a segunda causa de perda de carga é constituída pelos acessórios de canalização, isto é, as

diversas peças necessárias para a montagem da tubulação e para o controle do fluxo do escoamento, que

provocam variação brusca da velocidade, em módulo ou direção, intensificando a perda de energia nos

pontos onde estão localizadas, sendo por isso conhecidas como Perdas de Carga Localizadas.

Perda de Carga Distribuída. - A perda de carga distribuída como o próprio nome indica ocorre ao

longo dos trechos retos de tubulação devido ao atrito viscoso. Esta perda de carga depende do diâmetro D e

do comprimento L do tubo; da rugosidade e da parede; das propriedades do fluido, a massa específica p e a

viscosidade J..t; e da velocidade V do escoamento. A rugosidade da parede depende do material de fabricação

do tubo bem como do seu estado de conservação. De maneira geral um tubo usado apresenta uma rugosidade

maior que um tubo novo. A tabela 1.1 apresenta valores da rugosidade para alguns tipos de tubos mais

comuns, incluindo a condição de uso para alguns tipos.

Dentre as propriedades do fluido, a viscosidade é a mais importante na dissipação de energia. Alem

de ser proporcional à perda de carga, sua relação com as forças de inércia do escoamento fornece um

número adimensional, o número de Reynolds, Re, que é o parâmetro que indica o regime do escoamento.

Para tubulações de seção circular, o número de Reynolds é calculado conforme a equação 1.21, e é admitido

o valor 2300 como o limite de transição entre o escoamento laminar e o turbulento. A viscosidade cinemática

da água varia com a temperatura, mas na prática, para água fria, é usado o valor referente à temperatura de

20°C, que vale: v 20 = 1,007.10·^6 m 2 /s.

Re= V.D

v

Hidráulicas

A perda de carga é estimada a pa.rtir de fórmulas empíricas obtidas por análise de regressão para

aproximar dados experimentais, ou de fórmulas teóricas corrigidas por coeficientes experimentais. As

equações mais usadas para o cálculo da perda são: a equação de Hazen-WiHiams, empírica, e a equação de

Darcy-Weisbach, obtida teoricamente a partir da análise dimensionaL

A equação de Hazen-Williams, que traz bons resultados para diâmetros maiores que 50mm, tem sua forma

mostrada na equação 1.22. Ela apresenta um coeficiente experimental denotado por C, que assume valores

entre 70 e 140 crescendo à medida que o tubo fica mais liso. Na tabela 2 são apresentados os valores do

coeficiente C para os tubos mais usados atualmente.

TABELA! - Rugosidade Absoluta e de Tubos Comerciais

Rugosidade l'vf.ATERIAL Absoluta (mm) Aço comercial novo 0, Aço laminado novo 0,04^ a^ 0, Aço soldado novo 0,05 a 0, Aço soldado limpo, usado 0,15 a 0, Aço soldado moderadamente oxidado 0, Aço soldado revestido de cimento centrifugado 0,

Aço laminado revestido de asfalto I^ 0,

Aço rebitado novo la Aço rebitado em uso 6 Aço ou ferro galvanizado 0, Ferro forjado 0, F erro fundido novo 0,25 a 0, Ferro fundido com leve oxidação 0, Ferro fundido velho 3a F erro fundido centrifugado 0, Ferro fundido com cimento centrifugado (uso) 0, Ferro fundido com revestimento asfáltico 0,12 a 0, F erro fundido oxidado 1 a 1, Cimento amianto novo 0, Concreto centrifugado novo 0, Concreto armado liso, vários anos de servico 0,20 a 0, Concreto com acabamento normal la Concreto pretendido Freyssinet 0, Cobre, latão, aço revestido de epoxi, PVC, 0,

As unidades utilizadas nessa fórmula são o [m] para a perda de carga, o comprimento e o diâmetro; e

[m 3 /s] para a vazão. Como equação empírica a preocupação com a homogeneidade dimensional fica embutida

no coeficiente C

Máquinas Hidráulicas

A fórmula de Swamee e Jain, apresentada na equação 1.25, alia grande simplicidade a uma ótima

aproximação nos regimes de escoamento normalmente encontrados nas instalações de Máquinas Hidráulicas.

C

  • 1, 1 -[r (^6 5, 7^4 )]

2

n 3, 7 D + Re o.^9

Perda de Carga Localizada. - A perda localizada ocorre sempre que um acessório é inserido na tubulação,

seja para promover a junção de dois tubos, ou para mudar a direção do escoamento, ou ainda para controlar

a vazão. Nos acessórios, alterações na organização das linhas de corrente provocam perdas adicionais, que

ocorrem na posição onde ele se encontra. Devido a este caráter localizado da ocorrência da perda de carga ela

é considerada concentrada no ponto provocando uma queda acentuada da pressão no curto espaço

compreendido pelo acessório. O cálculo da perda localizada depende de coeficientes experimentais,

estabelecidos com o auxílio da Análise Dimensional, medidos a partir de uma amostra estatística retirada de

uma partida de fabricação dos acessórios. A perda no acessório pode ser quantificada por dois critérios

distintos, mas intimamente relacionados.

1- Comprimento Equivalente. É definido como um comprimento de tubulação, l eq, que causa a mesma

perda de carga que o acessório. Os comprimentos equivalentes dos acessórios presentes na tubulação são

adicionados ao comprimento físico da tubulação fornecendo um comprimento equivalente, Leq·

Matematicamente o comprimento equivalente pode ser calculado pela expressão da equação 1.26.

Este comprimento equivalente permite tratar o sistema de transporte de líquido como se fosse um

único conduto retilíneo. Nessa condição a perda de carga total do sistema pode ser avaliada pela equação

1.24, onde o comprimento L é substituído pelo comprimento equivalente Leq·

O comprimento equivalente de cada tipo de acessório é determinado experimentalmente, e o valor

obtido é válido somente para o tubo usado no ensaio. Para uso em tubos diferentes os valores devem ser

corrigidos em função das características do novo tubo.

2- Coeficiente de Perda em Função da Carga Cinética: O acessório tem sua perda de carga

localizada calculada através do produto de um coeficiente característico pela carga cinética que o atravessa.

Cada tipo de acessório tem um coeficiente de perda de carga característico, normalmente indicado pela letra

K.

A perda causada pelo acessório, em ~ 0 , é calculada pela expressão mostrada na equação 1.27.

Tabela 3 - Coeficiente K para Acessórios de Tubulação Escolhidos

Descrição Esquema^ K

ENTRADAS de condutos

-=1L

Nonnal ~

'"il_

de Borda ~

0,78 a 1,

Convergente 0,

~

SAÍDAS de condutos (^) J

~^1

Livre ___lh:;:-

Afogada (^1)

Curvas

r~

raio longo 0,25 a 0,

raio longo, 45°

cotovelo 0,9 a 1,

cotovelo, 45° @ 0,

Tês

passagem direta nw·^ 0,

passagem lateral 1,

passagem bilateral T 1,

Registros

de Gaveta, aberto

de Globo, aberto

de Ângulo, aberto

Diversos

alargamento gradual

a 0,

luvas

a~

junção 0,

bucha de redução

I 0,

cnvo

-9- I

Válvula de retenção 2,

Válvula de pé w ' 1,