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Introdução ao pensamento filosófico, Notas de estudo de Informática

Introdução ao pensamento filosófico

Tipologia: Notas de estudo

Antes de 2010

Compartilhado em 15/12/2009

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cleydson-da-silva-2 🇧🇷

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1
No século 5 a.C. Atenas vivia o auge de um regime de
governo no qual os homens livres decidiam os interesses comuns a todos
os cidadãos. Em outras palavras, eles determinavam, em discussões
públicas, como a cidade devia ser administrada. Era considerado cidadão
o homem que possuísse alguma propriedade (uma casa, pelo menos), que
tivesse escravos, e que não fosse estrangeiro. Ou seja, nem todos
participavam das decisões públicas; as mulheres, por exemplo, eram
excluídas. Esse regime de governo era a democracia ateniense, que,
embora não garantisse os mesmos direitos para todas as pessoas,
representou uma importante mudança no modo de ver o mundo, pois
tinha como fundamento a idéia de que o homem tem soberania sobre seu
destino. No mesmo período se deu o auge da produção de um
gênero de teatro conhecido como tragédia. Esse gênero dramático
tematizava acontecimentos terríveis, muitas vezes míticos, e tinha a
intenção de mostrar as conseqüências de atos imorais e passionais dos
homens.
DCH 150 (Filosofia e Ética) – TEXTO 2
Professor: Roberto D´arte
E-mail: dch150@yahoo.com.br
O PANORAMA HISTÓRICO DA FILOSOFIA
1- Os Sofistas
Em Atenas a
ágora, isto é,
a praça
pública, é o
símbolo da
democracia:
ali se
decidem os
assuntos de
toda a pólis
(cidade).
Mas, para
isso, os
cidadãos
precisam
saber falar
bem.
2
A tragédia também era uma reflexão sobre o conflito entre
a liberdade individual e o destino, tema que incomodava os cidadãos da
democracia: afinal de contas, até que ponto eles teriam poder sobre suas
vidas? Como exemplo temos a história de Édipo Rei, escrita por Sófocles
(497?-406 a.C.); baseada num mito, narra como Édipo veio
inadvertidamente a assassinar seu pai e se casar com sua mãe, Jocasta, e as
punições que o destino reservou para ele, sua família e sua cidade por
causa desses crimes.
As propostas que os cidadãos atenienses defendiam
publicamente eram feitas por meio de discursos proferidos na ágora. Para
obter a aprovação da maioria, esses pronunciamentos deveriam conter
argumentos sólidos e persuasivos: falar bem e de modo convincente era
considerado, portanto, um dom muito valioso. Por isso havia cidadãos
que procuravam aperfeiçoar sua habilidade de discursar a fim de melhor
convencer os outros.
A necessidade de se expressar bem, juntamente com a
importância que foi dada ao indivíduo, naquele período concebido como
o senhor de seu destino, favoreceu o surgimento de uni grupo de filósofos
chamados sofistas, que dominavam a arte da oratória, isto é, o uso
habilidoso da palavra. Esses filósofos eram originários de diferentes
cidades e viajavam pelas póleis governadas da mesma forma democrática,
especialmente Atenas, onde discursavam em público e ensinavam sua arte
em troca de pagamento.
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1 No século 5 a.C. Atenas vivia o auge de um regime de governo no qual os homens livres decidiam os interesses comuns a todosos^ cidadãos.

Em^ outras

palavras,

eles^ determinavam,

em discussões

públicas, como a cidade devia ser administrada. Era considerado cidadãoo homem que possuísse alguma propriedade (uma casa, pelo menos), quetivesse^

escravos,

e^ que não^ fosse

estrangeiro.

Ou^ seja,

nem^ todos

participavam das decisões públicas; as mulheres, por exemplo, eramexcluídas. Esse regime de governo era a democracia ateniense, que,embora não^ garantisse

os^ mesmos

direitos

para^ todas^ as

pessoas,

representou uma importante mudança no modo de ver o mundo, poistinha como fundamento a idéia de que o homem tem soberania sobre seudestino.

No mesmo período se deu o auge da produção de um gênero^

de^ teatro

conhecido

como^

tragédia.

Esse^

gênero^

dramático

tematizava

acontecimentos

terríveis,

muitas

vezes^

míticos,

e^ tinha

a

DCH 150 (Filosofia e Ética) – TEXTO 2 intenção de mostrar as conseqüências de atos imorais e passionais doshomens.

Professor: Roberto D´arteE-mail: dch150@yahoo.com.br

O PANORAMA HISTÓRICO DA FILOSOFIA 1- Os Sofistas

Em Atenas aágora, isto é,a praçapública, é osímbolo dademocracia:ali sedecidem osassuntos detoda a pólis(cidade).Mas, paraisso, oscidadãosprecisamsaber falarbem.

2 A tragédia também era uma reflexão sobre o conflito entre a liberdade individual e o destino, tema que incomodava os cidadãos dademocracia: afinal de contas, até que ponto eles teriam poder sobre suasvidas? Como exemplo temos a história de

Édipo Rei,

escrita por Sófocles

a.C.); baseada

num^

mito,^ narra^ como^

Édipo^

veio

inadvertidamente a assassinar seu pai e se casar com sua mãe, Jocasta, e aspunições que o destino reservou para ele, sua família e sua cidade porcausa desses crimes.

As^ propostas

que^ os

cidadãos

atenienses

defendiam

publicamente eram feitas por meio de discursos proferidos na

ágora. Para

obter a aprovação da maioria, esses pronunciamentos deveriam conterargumentos sólidos e persuasivos: falar bem e de modo convincente eraconsiderado, portanto, um dom muito valioso. Por isso havia cidadãosque procuravam aperfeiçoar sua habilidade de discursar a fim de melhorcon^ vencer os outros.

A necessidade de se expressar bem, juntamente com a importância que foi dada ao indivíduo, naquele período concebido comoo senhor de seu destino, favoreceu o surgimento de uni grupo de filósofoschamados

sofistas

, que dominavam a arte da oratória, isto é, o uso habilidoso da palavra. Esses filósofos eram originários de diferentescidades e viajavam pelas

póleis^ governadas da mesma forma democrática,

especialmente Atenas, onde discursavam em público e ensinavam sua arteem troca de pagamento.

3

Tudo o que sabemos sobre a vida e o pensamento de Sócrates (470?-399a.C.)^ é

proveniente

dos^

comentários

do

filósofos que seguiram suas idéias, pois ele nãodeixou^

nenhum

escrito.

Nossas

principais

fontes são Platão e Xenofonte (431 - 350?a.C.), pensador ateniense que foi um grandeadmirador de Sócrates. Também conseguimosalgumas informações sobre o filósofo a partirde Aristófanes (450? - 388? a.C.), escritor deteatro^ que^ satirizava

os^ sofistas

em^ suas

comédias. Sócrates é personagem de uma desuas peças, As nuvens, mas aparece ali comouma caricatura, como se fosse um desatinado.

Sócrates

era^

filho^

de

Sofronisco, um escultor, e de Fenareta, umaparteira. Nasceu em Atenas, onde passou todaa sua viola. Certo dia, seu amigo Querofontetestemunha

a^ afirmação,

proveniente

do

Oráculo de Delfos, de que Sócrates era “omais^ sábio

dos^

homens”.

inicialmente

intrigado, Sócrates procura o sentido de talafirmação. Sendo um homem sem nenhumconhecimento

especializado,

deduz que^ sua

sabedoria

só^ poderia^

ser^ resultado

da

percepção que tinha da própria ignorância, e,seguindo a indicação do deus ApoIo, passa aquestionar

todo^

aquele^ que^ se considerasse

dotado de sabedoria.

Os^ sofistas,

entretanto, não foram somente professores,

mas também estabeleceram uma corrente de pensamento própria. Suapreocupação filosófica se voltava para o homem e a vida em sociedade; asquestões que ocuparam os pré-socráticos, dirigidas para a natureza e aessência

do^ universo,

foram colocadas

em^ segundo

plano.

Alguns

pensadores sofistas foram Górgias (483?-376 a.C.), Hípias (século 5 a.C. eProtágoras (485?-410? a.C.), a quem se atribui uma famosa frase: “ohomem é a medida de todas as coisas”.

Para^ os

sofistas

tudo^

devia^ ser

avaliado

segundo

os

interesses do homem e de acordo com a forma como este vê a realidadesocial. Isso significava que, segundo as corrente de pensamento, as regrasmorais, as posições políticas e os relacionamento sociais deveriam serguiados conforme a conveniência individual. Para esse fim, qualquerpessoa poderia se valer de um discurso convincente, mesmo que falso ousem conteúdo.

4 2- Sócrates

Os sofistas usavam, de fato,^ complicados

jogos^

de^ palavras,

trocadilhos,

raciocínios

sem^

lógica,

todos^ os

recursos

do^ discurso

para

demonstrar a “verdade” daquilo que sepretendia

alcançar.

Esse tipo^

de

argumento ganhou o nome de

sofisma.

Segundo a sofística, o que importavapara o ser humano era obter prazer coma satisfação de seus instintos, de seusdesejos individuais. Assim, até mesmodominar

outros

cidadãos

seria

justificado,

se^ isso

gerasse

alguma

vantagem pessoal.

Em resumo, a sofística destruía

os^ fundamentos

de^ todo

conhecimento, já que tudo seria relativoe^ os^ valores

seriam

subjetivos,

assim

como impedia o estabelecimento de umconjunto de normas de comportamentoque garantissem os mesmos direitos paratodos os cidadãos da

pólis.^ Foi nesse contexto que surgiu um pensador cujadoutrina

se^ opunha

profundamente à sofística: Sócrates.

“Só sei que nada sei.”

(Sócrates)

“Conhece-te a ti mesmo”

(preceito do Oráculo de Delfos difundido por Sócrates)

Os sofistas aperfeiçoaramtécnicas de discursospersuasivos, mais tarde muitousados especialmente porpolíticos e advogados

Sócrates incorpora aimagem doverdadeiro sábio