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Introdução ao pensamento filosófico
Tipologia: Notas de estudo
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Não perca as partes importantes!
1 No século 5 a.C. Atenas vivia o auge de um regime de governo no qual os homens livres decidiam os interesses comuns a todosos^ cidadãos.
Em^ outras
palavras,
eles^ determinavam,
em discussões
públicas, como a cidade devia ser administrada. Era considerado cidadãoo homem que possuísse alguma propriedade (uma casa, pelo menos), quetivesse^
escravos,
e^ que não^ fosse
estrangeiro.
Ou^ seja,
nem^ todos
participavam das decisões públicas; as mulheres, por exemplo, eramexcluídas. Esse regime de governo era a democracia ateniense, que,embora não^ garantisse
os^ mesmos
direitos
para^ todas^ as
pessoas,
representou uma importante mudança no modo de ver o mundo, poistinha como fundamento a idéia de que o homem tem soberania sobre seudestino.
No mesmo período se deu o auge da produção de um gênero^
de^ teatro
conhecido
como^
tragédia.
Esse^
gênero^
dramático
tematizava
acontecimentos
terríveis,
muitas
vezes^
míticos,
e^ tinha
a
Em Atenas aágora, isto é,a praçapública, é osímbolo dademocracia:ali sedecidem osassuntos detoda a pólis(cidade).Mas, paraisso, oscidadãosprecisamsaber falarbem.
2 A tragédia também era uma reflexão sobre o conflito entre a liberdade individual e o destino, tema que incomodava os cidadãos dademocracia: afinal de contas, até que ponto eles teriam poder sobre suasvidas? Como exemplo temos a história de
Édipo Rei,
escrita por Sófocles
a.C.); baseada
num^
mito,^ narra^ como^
Édipo^
veio
inadvertidamente a assassinar seu pai e se casar com sua mãe, Jocasta, e aspunições que o destino reservou para ele, sua família e sua cidade porcausa desses crimes.
As^ propostas
que^ os
cidadãos
atenienses
defendiam
publicamente eram feitas por meio de discursos proferidos na
ágora. Para
obter a aprovação da maioria, esses pronunciamentos deveriam conterargumentos sólidos e persuasivos: falar bem e de modo convincente eraconsiderado, portanto, um dom muito valioso. Por isso havia cidadãosque procuravam aperfeiçoar sua habilidade de discursar a fim de melhorcon^ vencer os outros.
A necessidade de se expressar bem, juntamente com a importância que foi dada ao indivíduo, naquele período concebido comoo senhor de seu destino, favoreceu o surgimento de uni grupo de filósofoschamados
sofistas
, que dominavam a arte da oratória, isto é, o uso habilidoso da palavra. Esses filósofos eram originários de diferentescidades e viajavam pelas
póleis^ governadas da mesma forma democrática,
especialmente Atenas, onde discursavam em público e ensinavam sua arteem troca de pagamento.
3
Tudo o que sabemos sobre a vida e o pensamento de Sócrates (470?-399a.C.)^ é
proveniente
dos^
comentários
do
filósofos que seguiram suas idéias, pois ele nãodeixou^
nenhum
escrito.
Nossas
principais
fontes são Platão e Xenofonte (431 - 350?a.C.), pensador ateniense que foi um grandeadmirador de Sócrates. Também conseguimosalgumas informações sobre o filósofo a partirde Aristófanes (450? - 388? a.C.), escritor deteatro^ que^ satirizava
os^ sofistas
em^ suas
comédias. Sócrates é personagem de uma desuas peças, As nuvens, mas aparece ali comouma caricatura, como se fosse um desatinado.
Sócrates
era^
filho^
de
Sofronisco, um escultor, e de Fenareta, umaparteira. Nasceu em Atenas, onde passou todaa sua viola. Certo dia, seu amigo Querofontetestemunha
a^ afirmação,
proveniente
do
Oráculo de Delfos, de que Sócrates era “omais^ sábio
dos^
homens”.
inicialmente
intrigado, Sócrates procura o sentido de talafirmação. Sendo um homem sem nenhumconhecimento
especializado,
deduz que^ sua
sabedoria
só^ poderia^
ser^ resultado
da
percepção que tinha da própria ignorância, e,seguindo a indicação do deus ApoIo, passa aquestionar
todo^
aquele^ que^ se considerasse
dotado de sabedoria.
Os^ sofistas,
entretanto, não foram somente professores,
mas também estabeleceram uma corrente de pensamento própria. Suapreocupação filosófica se voltava para o homem e a vida em sociedade; asquestões que ocuparam os pré-socráticos, dirigidas para a natureza e aessência
do^ universo,
foram colocadas
em^ segundo
plano.
Alguns
pensadores sofistas foram Górgias (483?-376 a.C.), Hípias (século 5 a.C. eProtágoras (485?-410? a.C.), a quem se atribui uma famosa frase: “ohomem é a medida de todas as coisas”.
Para^ os
sofistas
tudo^
devia^ ser
avaliado
segundo
os
interesses do homem e de acordo com a forma como este vê a realidadesocial. Isso significava que, segundo as corrente de pensamento, as regrasmorais, as posições políticas e os relacionamento sociais deveriam serguiados conforme a conveniência individual. Para esse fim, qualquerpessoa poderia se valer de um discurso convincente, mesmo que falso ousem conteúdo.
4 2- Sócrates
Os sofistas usavam, de fato,^ complicados
jogos^
de^ palavras,
trocadilhos,
raciocínios
sem^
lógica,
todos^ os
recursos
do^ discurso
para
demonstrar a “verdade” daquilo que sepretendia
alcançar.
Esse tipo^
de
argumento ganhou o nome de
sofisma.
Segundo a sofística, o que importavapara o ser humano era obter prazer coma satisfação de seus instintos, de seusdesejos individuais. Assim, até mesmodominar
outros
cidadãos
seria
justificado,
se^ isso
gerasse
alguma
vantagem pessoal.
Em resumo, a sofística destruía
os^ fundamentos
de^ todo
conhecimento, já que tudo seria relativoe^ os^ valores
seriam
subjetivos,
assim
como impedia o estabelecimento de umconjunto de normas de comportamentoque garantissem os mesmos direitos paratodos os cidadãos da
pólis.^ Foi nesse contexto que surgiu um pensador cujadoutrina
se^ opunha
profundamente à sofística: Sócrates.
(Sócrates)
(preceito do Oráculo de Delfos difundido por Sócrates)
Os sofistas aperfeiçoaramtécnicas de discursospersuasivos, mais tarde muitousados especialmente porpolíticos e advogados
Sócrates incorpora aimagem doverdadeiro sábio