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Desenvolvimento Físico e Perceptual da Criança: Um Olhar à Psicologia do Desenvolvimento, Notas de estudo de Introdução à Psicologia

Neste documento, aprenda sobre as modificações físicas que surgem após o nascimento, o desenvolvimento sensorial e perceptivo da criança, e as influências dos sistemas nervoso e hormonais no crescimento. Além disso, defina conceitos como sensação, percepção, e diferencie comportamentos sensoriais de comportamentos perceptuais.

O que você vai aprender

  • O que é a diferença entre sensação e percepção?
  • Quais são as principais razões para estudar o desenvolvimento físico da criança?
  • Quais são os comportamentos sensoriais e quais são os comportamentos perceptuais?
  • Quais são as ações do sistema nervoso e dos hormônios no crescimento do organismo?
  • Como o desenvolvimento físico da criança afeta as relações com os adultos?

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Gustavo_G
Gustavo_G 🇧🇷

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O DESENVOLVIMENTO FÍSICO
META
Apresentar as modificações físicas que surgem após o nascimento e os principais
aspectos do desenvolvimento sensorial e da percepção da criança.
OBJETIVOS
Ao final desta aula, o aluno deverá:
compreender as razões para se estudar o desenvolvimento físico da criança;
conhecer a continuidade do desenvolvimento orgânico após o nascimento;
as ações do sistema nervoso e dos hormônios no crescimento do organismo.
definir sensação e percepção;
diferenciar comportamentos sensoriais de comportamentos perceptuais.
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Baixe Desenvolvimento Físico e Perceptual da Criança: Um Olhar à Psicologia do Desenvolvimento e outras Notas de estudo em PDF para Introdução à Psicologia, somente na Docsity!

O DESENVOLVIMENTO FÍSICO

META

Apresentar as modificações físicas que surgem após o nascimento e os principais aspectos do desenvolvimento sensorial e da percepção da criança.

OBJETIVOS

Ao final desta aula, o aluno deverá: compreender as razões para se estudar o desenvolvimento físico da criança; conhecer a continuidade do desenvolvimento orgânico após o nascimento; as ações do sistema nervoso e dos hormônios no crescimento do organismo. definir sensação e percepção; diferenciar comportamentos sensoriais de comportamentos perceptuais.

Aula

Introdução à Psicologia do Desenvolvimento

INTRODUÇÃO

Olá caro aluno, neste curso você já teve a oportunidade de entender como ocorre o desenvolvimento humano a nível fetal. Estudou a influên- cia genética e social para a construção do novo ser, e viu também, como se dá o nascimento e como devem ser os primeiros cuidados com o bebê. Na aula de hoje iremos estudar um assunto mais amplo. Começare- mos com o estudo do desenvolvimento físico e em seguida você entrará em contato com algumas idéias sobre o funcionamento sensorial e da percepção do bebê. Mas, o que queremos dizer com o termo amplo? Queremos dizer, caro aluno, que iremos estudar um assunto que ini- cia no nascimento e segue por toda a nossa vida. É neste sentido que usamos a palavra “amplo”. Imagine quantas coisas acontecem na nossa vida enquanto ainda estamos em desenvolvimento: aliás, é graças a este desenvolvimento que podemos vivenciar tantas coisas, incluindo aí, a vivência escolar. Podemos adiantar que para se relacionar com o mundo nós utiliza- mos os sentidos (sistema sensorial) e a nossa capacidade simbólica que ajuda na construção da percepção. Esta é a base para o entendimento e a aprendizagem. Os conceitos aqui trabalhados irão valer por toda a vida e ajudarão a você entender como o aluno toma suas decisões, e você as suas. Boa aula!

Introdução à Psicologia do Desenvolvimento

Vejamos o seguinte exemplo: não é aconselhável treinar uma criança de 10 meses a fazer suas necessidades no penico, pois, ainda não há o devido controle dos esfíncteres por parte da criança já que estes são mús- culos que, neste período, não completaram o seu amadurecimento e são necessários para o processo. Pelo mesmo motivo o bebê pequeno não segurar direito a colher. É que os músculos e os nervos responsáveis pela função de pinça (dedo polegar e indicador associados para segurar algo) ainda não estão amadu- recidos. Com o amadurecimento o organismo vai adquirindo coordena- ção motora. Brigar com a criança ou exigir dela o que ela ainda não tem condições de fazer poderá gerar um clima negativo de incapacidade por parte dela, que irá refletir mais tarde na sua noção de autoconceito.

  1. A EXPERIÊNCIA SERÁ DETERMINADA PELO CRESCIMEN- TO: não é difícil de estudar este tópico. Este é, inclusive, uma continua- ção do anterior. Queremos dizer que a partir do momento que há o cres- cimento, caro aluno, as condições para o surgimento de novas experiênci- as aumentam, concorda? Esta é uma informação que tem validade para todas as pessoas e não só para as crianças. Vejamos dois exemplos, um envolvendo o crescimento corporal que influência o desenvolvimento cognitivo e outro envolvendo a ampliação de conhecimentos (crescimen- to cognitivo), que gera mais crescimento cognitivo. a) Imagine uma criança que aprende a engatinhar. Ela irá aumentar as possibilidades de exploração ambiental. Quando ela aprende a sentar amplia ainda mais, pois agora, além de se movimentar para frente e para os lados ela pode alcançar o que se localiza acima de sua cabeça. Estas ações irão resultar no acumulo de informações e de possibili- dades de novas ações que conseqüentemente ampliarão a sua capacidade de cognitiva. b) Imagine agora um adolescente que já possui o seu organismo (sistema nervoso, ósseo, muscular) formado. Ele ganhou uma nova bicicleta e jun- to com esta, recebeu a autorização para ir à escola e a outros lugares pedalando. Esta situação possibilitará a vivência de novas experiências que dificilmente ele teria se estivesse a pé já que pode explorar muito mais lugares em menos tempo. Estas novas vivências forçam o desenvol- vimento cognitivo. Perceba que o desenvolvimento permite a ampliação da capacidade cognitiva que permite um número maior de respostas ao ambiente geran- do assim, mais crescimento cognitivo.
  2. A CRIANÇA AFETA AS RESPOSTAS DAS PESSOAS COM O SEU CRESCIMENTO: vemos que a forma como os pais e outros adultos se relaciona com a criança vai depender também do desenvolvimento alcan- çado. Se for um bebê você se comporta de uma forma (maior delicadeza). Se tiver cinco anos já entram brincadeiras mais agitadas, e assim por dian-

O desenvolvimento físico (^) Aula

te. Se for do tipo educado há um tipo de resposta por parte dos adultos, se^3 for mal-criado, será outra a resposta.

  1. O AUTOCONCEITO É AFETADO PELO CRESCIMENTO: a formação do autoconceito é de grande importância para a vida de uma pessoa e o seu inicio se dá na infância. A criança, como já vimos, inicia a sua vida sentindo e se movimentando, lembra? E é assim que começa a aprender. O seu corpo passa por uma séria de mudanças desde o seu nascimento, passando pela infância, ado- lescência, vida adulta e velhice. E é este corpo que tanto muda que é responsável pela capacidade de captar os estímulos de sensação do ambiente. Queremos dizer, caro aluno, que durante o de- senvolvimento infantil a criança vai sentir o seu cor- po e isto irá dizer quem ela é. Se estiver muito gran- de é um desajeitado, se está pequeno é baixinho, bobo, se tem o rosto simétrico é bonito. É claro que, todos os conceitos são alimentados pelas pessoas ao redor. Se a criança tem as orelhas para fora os amigos colocam um apelido e assim acontece com as demais características. Isto foi muito bem descrito por Moreno (1997) quando falou sobre a fase de desenvolvimento dos papéis conhecida como “Fase de Espelho”. Neste período que tem início não determinado após os dois anos a crian- ça passa a compreender, a princípio de forma bem simples e depois de uma forma mais complexa, o que os outros acham dela. Se acharem que ela é esperta, se acharem que ela é lenta, bonita ou desajeitada, tudo isto irá interferir no que a criança acha dela mesma. Este é um momento em que a criança está entrando em contato com o mundo simbólico e ela não sabe por si só quem ela é por isso fase de espelho, ou seja, ela se vê a partir do que as outras pessoas demonstram que ela é. Esta relação corpo x ambiente pode ser positiva ou negativa e, de qualquer forma, contribuirá para a idéia de autoconceito. É caro aluno, os motivos para se estudar o desenvolvimento físico são fortes. E para você? Qual destes quatro fatores chama mais a atenção?

CURIOSIDADE

Uma questão nos chama a atenção. Será que utilizamos toda a capacidade física e cognitiva que temos em cada momento de nossa vida? O que você acha? Acompanhe o seguinte exemplo. Pense agora no caso destas três crianças:

Criança no espelho. (fonte: http://oespelho.no.sapo.pt).

O desenvolvimento físico (^) Aula

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COMENTÁRIO SOBRE AS ATIVIDADES

Ao compararmos as três crianças da mesma idade vemos que estas possuem diferenças marcantes, mas também possuem semelhanças. Vamos ver? Com relação ao item crescimento e novos comportamentos, biologicamente falando, todos estão preparados. Todos engatinharam, sentava, andavam, correram etc. Aqui encontramos as maiores semelhanças são as habilidades e comportamentos básicos que teremos. Com relação ao item crescimento e novas experiências encontramos semelhanças, mas também diferenças. É que se aprender a andar aumenta a possibilidade de ter experiência todas passaram por isso já que nos três casos as crianças andam. Cada conquista do corpo físico se reverterá em novas conquistas no campo das experiências. As diferenças surgirão na forma como cada uma utilizará as suas conquistas físicas. Enquanto um anda e vai jogar bola, o outro anda pela cidade. As vivências proporcionadas pelo comportamento de andar vão produzir experiências diferentes neste caso. É importante lembrar aqui que os pais vão diz muito do que os filhos poderão fazer. Com relação às respostas dos outros (adultos) podemos afirmar que, de uma forma geral, se assemelham quando a criança é pequena (cuidados, aproximações, maior delicadeza no transporte). Quando crescem podemos perceber que as respostas dos adultos mudam, passam a ocorrer a partir de parâmetros comportamentais em sua maioria. No caso das crianças do exemplo, existe um comportamento de afastamento das crianças que se assemelham a Elias, você já percebeu? Em contra partida, as pessoas não demonstram uma tendência de afastamento dos outras duas, sem que tenha ocorrido pelo menos uma desavença. Com relação ao autoconceito este irá depender diretamente do seu amadurecimento biológico associado às experiências (as experiências favorecem o desenvolvimento cognitivo). Não podemos afirmar que haverá formação de conceitos positivos em um e não no outro, e o mesmo para os negativos. Como assim? Qualquer criança, caro aluno, poderá se sentir capaz ou incapaz no meio em que ela se desenvolve, umas como mais e outras com menos condições materiais.

Introdução à Psicologia do Desenvolvimento

MUDANÇAS VISÍVEIS

Já percebemos a algum tempo, caro aluno que uma mudança depende da outra, que a conquista de uma nova condição cognitiva não chega por si só. Desta forma é que Cole e Cole (2004) sustentam que é condição básica o desenvolvimento dos ossos, dos músculos e do cérebro. Vejamos então algumas informações mais diretas sobre este desenvolvimento. Os citados autores nos mostram que o bebê saudável triplica de peso no primeiro ano e cres- cem por volta de 25 centímetros neste período. Entre os fatores que interferem no crescimento podemos encontrar a dieta, a genética, a situa- ção sócio-econômica, a exposição à luz (estimu- la a produção de vitamina D), entre outras.

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

Especialistas em pediatria do Hospital Israelita Albert Einstein, localizado em São Paulo explicam que o bebê deverá ter perdido cerca de 10% do seu peso ao sair da maternidade resultante da eliminação do excesso de líquido corporal existente durante o tempo em que esteve na barriga da mãe. O bebê deverá recuperar seu peso inicial nos próximos 10 dias e deverá seguir aumentando de 20 a 30 gramas por dia. No primeiro mês deverá apresentar um crescimento entre 4 e 5 centímetros. Ao final do terceiro mês a criança ainda mostrará o crescimento intenso descrito anteriormente Entre os quatro e os seis meses o crescimento começa a desacelerar. O bebê está ganhando de 400 a 600g e crescendo cerca de 2 centímetros. Aos 6 aos 12 meses, ganho é de 450 gramas ao mês, atingindo aos 8 meses o peso equivalente a duas vezes e meia do peso do nascimento. Mas importante que observar o peso e a altura é verificar o ritmo que estes se dão, se é um ritmo regular ou irregular. Fonte: as informações foram retiradas do capítulo sobre desenvolvimento da publicação “ A saúde dos Nossos Filhos ” produzido pelos médicos pediatras da citada instituição de saúde.

Introdução à Psicologia do Desenvolvimento

ATIVIDADES

Você já sabe até agora que somos o resultado de fatores genéticos associados a fatores ambientais. De alguma forma parece que, no nosso organismo, as coisas tendem a acontecer no momento mais oportuno (no momento “certo”), a menos que algo interfira no processo. Um exemplo é o caso do desenvolvimento do medo de altura que só aparece nos bebês quando estes começam a engatinhar. Comente esta afirmação e aponte um exemplo desta situação encon- trada no quadro curiosidades ósseas.

Cole e Cole (2004) nos mostram que a musculatura do bebê aumenta em altura e espessura e vai continuar assim durante o seu desenvolvimen- to. Nesta fase, este processo se dá principalmente como conseqüência da capacidade de ficar em pé sozinha e andar.

COMENTÁRIO SOBRE AS ATIVIDADES

Observe caro aluno que a resposta aqui deverá ser composta por duas partes, uma que se refere ao seu comentário pessoal baseado no conteúdo estudado e a outra de um exemplo retirado do texto. Vou dar uma resposta que serve como parâmetro, mas a sua não precisa seguir a mesma linha de raciocínio, ela só precisa ser coerente e baseada no texto Resposta: o que podemos entender com o exemplo citado e com as informações que foram repassadas na aula é que existe uma harmonia entre o que é genético e o que é social. Estes dois fatores se complementam e até passam a impressão de que estão organizados (nas condições normais de desenvolvimento). Um outro exemplo é o tamanho da cabeça em relação ao corpo que facilita o desenvolvimento do equilíbrio, ou nervo ótico que esta programado para funcionar diante da luz, mas não dá para garantir para este nervo e para a criança que a luz existe. Esta relação também é evidente se relacionarmos os músculos e ossos que possibilitam a criança andar de bicicleta e a explorar o ambiente quando a condição cognitiva possibilita receber mais informações. Um exemplo das curiosidades ósseas é a formação do crânio que se completa após o nascimento para facilitar a saída do bebê.

O desenvolvimento físico (^) Aula

BEE (2003) observa que o mesmo processo ocorre em meninos e^3 meninas, sendo que o aumento da força é maior nos meninos o que é decorrente de sua constituição física. No homem adulto, cerca de 40% de sua massa corporal é composta por músculos, já na mulher este quadro corresponde a 24%. Duas questões parecem influenciar nesta situação. Uma diretamente na manutenção dos músculos que é a quantidade de atividades físicas, a outra no desenvolvimento destes que parece ser hormonal. Isto porque mesmo com treino e exercício em proporções semelhantes, ainda assim o homem apresenta mais força. Sendo assim, esta diferença é apontada como uma característica do sexo. A gordura é outro elemento importante que começa a se formar na 34º semana de gestação. O pico desta formação é o nono mês após o nascimento. A partir daí, a criança tende a perder gordura até os sete anos, voltando a aumentar até a adolescência. Entre meninos e meninas podemos ver algumas diferenças com relação a este assunto. Nas meninas a tendência é o aumento da gordura corporal enquanto nos meninos é a diminuição. Sem dúvida este é um assunto que provoca grande incomodo nas garotas durante a adolescência, e marca um movimento apos- to ao dos músculos. O coração e os pulmões aumentam consideravel- mente e o ritmo dos batimentos diminui. Nos meni- nos isto é mais acentuado, o que favorece a sua rela- ção com o desenvolvimento da força (BEE, 2003). Sabemos que todo o corpo humano é importante e ninguém quer que algo funcione mal em qualquer uma das suas partes. Neste sentido Cole e Cole (2004) nos falam sobre a importância do desenvolvimento do cére- bro, aquele órgão que coordena o funcionamento das demais ações orgâ- nicas e corporais. As principais evidências mostram que são produzidas sinapses de forma contínua. Aquelas que são mais utilizadas permanecem e as que não são, atrofiam e morrem. As sinapses ocorrem em tempos diferentes nas diversas áreas do cérebro. Por exemplo, caro aluno, mais ou menos aos seis meses acorre uma exploração de sinapses na área do cérebro cor- respondente ao córtex motor. Isto está diretamente associado ao aumen- to dos movimentos das pernas e o alcance coordenado. Se você quer uma dica de como manter as suas sinapses, caro aluno, dê atenção ao seu cor- po. Leia bastante, faça exercícios regularmente e busque atividades que tenham um grau de complexidade progressiva. Assim você estará provo- cando a formação e a manutenção das suas sinapses.

SINAPSE

Ponto de comunicação entre dois neurônios, onde os impulsos nervosos passam de um neurônio para outro por meio de substâncias químicas chamadas neurotransmissores (BEE, 2003, p. 91).

O desenvolvimento físico (^) Aula

NA ADOLESCÊNCIA: Nesta fase o nível de andrógeno aumenta e^3 como ele outros também. É como uma reação em cadeia, o hipotálamo envia uma ordem para a hipófise que inicia a produção de hormônios co- nhecidos como gonadotróficos (são dois nos meninos e três nas meninas). Estes hormônios vão estimular a produção de outros hormônios que serão produzidos pelos testículos e pelos ovários. Nos meninos os testí- culos aumentam a produção de testosterona que pode chegar a um índice 18 vezes maior que no início da sua formação. Nas meninas ocorre a produção de estradiol (hormônios do tipo estrógeno) que chega a aumen- tar até 8 vezes. O período de inicio da produção destes hormônios coin- cide nos meninos e nas meninas. Observe agora a tabela trazida por Bee (2003, p. 138).

PRINCIPAIS HORMÔNIOS

ENVOLVIDOS NO CRESCIMENTO E NO

DESENVOLVIMENTO FÍSICO

ASPECTOS

INFLUENCIADOS

DO CRESCIMENTO

GLÂNDULA HORMÔNIO(S)

SECRETADOS (S)

Tireóide Tiroxina Desenvolvimento cere- bral normal e índice glo- bal de crescimento.

Supra-Renal

Andrógeno da Supra-Renal (quimicamente muito semelhante à testosterona)

Algumas mudanças na pu- berdade, especialmente o desenvolvimento da matu- ridade do esqueleto e dos músculos, principalmente nos meninos.

Células de Leydig nos testículos (nos meninos)

Testosterona Crucial na formação dos genitais masculinos no pe- ríodo pré-natal; desenca- deia nos meninos, a se- qüência de mudanças das características sexuais pri- márias e secundárias na puberdade; estimula uma maior produção de hormônio do crescimento e afeta ossos e músculos.

Introdução à Psicologia do Desenvolvimento

Ovários (nas meninas)

Vários estrógenos, sen- do o mais crítico o estradiol

Desenvolvimento do ciclo menstrual, das mamas e dos pelos púbicos nas meninas.

Hipófise Hormônio do cresci- mento (GH), hormônio estimulador da tireóide (TSH) e hormônios g o n a d o t r ó f i c o s ; hormônio estimulador do folículo (FSH) e hormônio luteinizante

O hormônio do crescimen- to governa o ritmo da maturação física; outros hormônios da hipófise co- municam as respectivas glândulas sexuais que secretam; o hormônio estimulador do folículo e o hormônio luteinizante ajudam a controlar o ciclo menstrual.

ATIVIDADES

Relacione o desenvolvimento cerebral com as mudanças hormonais e as conseqüências para o desenvolvimento.

COMENTÁRIO SOBRE AS ATIVIDADES

Como já sabemos todo o organismo tem sua importância e contribui para o bom funcionamento do corpo. O cérebro é tido como um dos órgãos mais importantes já que comanda a ordenação e o funcionamento dos demais. Relacionar este órgão com os demais não é complicado. Por exemplo, os músculos seguem em grande parte do tempo as ordens conscientes que são emitidas pelo cérebro, além de que, para funcionarem é preciso que existam sinapses construídas que possibilitem a transmissão das informações. Como os hormônios ocorrem algo semelhante. É com o amadurecimento do sistema nervoso que o corpo entende que chegou à hora de liberar mais ou menos hormônios do crescimento, por exemplo, ou ainda, os sexuais.

Introdução à Psicologia do Desenvolvimento

DEFININDO SENSAÇÃO E PERCEPÇÃO

Vejamos então o que é sensação e percepção. Utilizaremos aqui as definições trazidas por Dolgolorrondo (2000)

  • Sensação: é um fenômeno provocado por estímulos que podem ser físicos, químicos ou biológicos diversos que alteram os órgãos receptores (audição, visão, tato, olfato e paladar) estimulando-os. Esses estímulos podem ser originários de dentro ou de fora do organismo.
  • Percepção: é a tomada de consciência do estímulo sensorial por parte da pessoa que sente.

Uma curiosidade, caro aluno, é que, para aqueles que querem estudar os processos de percepção e sensação em sua forma mais pura, estes o fazem em bebês novos pois ainda estão livres das influências da cultura, além de que nos primeiros meses ocorrem mudanças rápidas com relação as habilidades perceptuais, o que anima pesquisadores (BEE, 2003). Vamos ver um exemplo para entender melhor: Joãozinho está passe- ando pela rua e sente um minúsculo estímulo doloroso no braço. Até então temos a sensação, mas aí ele olha para o braço e vê que está sendo mordido por uma muriçoca. Ao tomar consciência de que a dor foi causa- da pela mordida dizemos que você percebeu o ocorrido. Sem a percepção você iria receber o estímulo mas não faria nenhum tipo de identificação.

ESTUDANDO OS PROCESSOS INICIAIS

SENSORIAIS E DE PERCEPÇÃO

A primeira grande questão, caro aluno, é saber como pesquisar algo em alguém que não sabe falar. As crianças (jovens bebê) não respondem diretamente a uma pergunta e sendo assim, torna-se necessário que o pes- quisador praticamente aprenda o que o bebê diz em sua forma de se ex- pressar. Bee (2003) nos mostra que três métodos foram desenvolvidos para se entender um pouco mais sobre como os bebês sentem, ou seja, como o seu sistema sensorial se relaciona com o mundo. A primeira técnica descrita pela autora foi desenvolvida por Robert Frantz e ficou conhecida como técnica de preferência. Neste experimento duas fotos eram apresentadas a vários bebês, ou ainda dois objetos. A partir daí o observador verificava qual imagem prendia

O desenvolvimento físico (^) Aula

a atenção das crianças por mais tempo, se era a imagem “A” ou se era a^3 “B” ou se ambos ou se nenhuma. As diversas reações demonstravam que os bebês enxergavam dife- renças entre as imagens apresentadas além de apontar quais característi- cas estimulavam mais as crianças nesta idade. A segunda técnica apresentada pela autora nos remete a uma caracte- rística que nos acompanha desde o nascimento, é a habituação e a desabituação. O que vem a ser isto? É fácil, imagine que onde você mora tem uma rua barulhenta em que passam muitos carros durante o dia, ou então, no seu quarto o ventilador faz um barulho característica. Após alguns dias de uso ou de exposição a essa rua barulhenta você não mais ouvirá aquele som tão alto, podendo até nem percebê-lo. A isto damos o nome de habituação. Você se acostuma e não responde mais aquele estí- mulo como fazia antes. Porém, se o seu ventilador passa a fazer um barulho diferente ou o som da rua muda (uma freada brusca) você reage novamente e percebe todos os estímulos que antes já não tinham efeito. A isto nos chamamos de desabituação. Sabendo disto, os pesquisadores apresentam um som ao bebê até que ele não reaja mais (habituação), depois este mesmo som é apresentado junto com um outro ruído ou com algum tipo de objeto antes não relaci- onado. Se a criança, a partir deste novo estímulo associado reage nova- mente, significa que ela percebe aquilo como diferente do original. A terceira técnica apresentada se utiliza do condicionamento operante, ou seja, um comportamento da criança é treinado a partir de um estímulo e de um reforço e depois são realizadas algumas modificações. Imagine o seguinte exemplo: toda vez que um som é emitido um brinquedo que a criança gosta é colocado ao seu lado esquerdo. Este brinquedo será o reforço para que a criança olhe para a sua esquerda sempre que ouvir o som. Quando o observador entende que esta resposta está bem aprendida ele pode variar o som para ver se a criança vira ou não vira o rosto. A autora esclarece que o estudo destas questões é dividido em duas categorias: as habilidades básicas e as habilidades mais complexas. O es- tudo das básicas se concentra no sistema sensorial e busca entender quais são as informações que este sistema recebe de fato. “Será que a estrutura do olho permite ao bebê enxergar as cores? A estrutura do ouvindo e do córtex permite ao bebê muito jovem discriminar os diferentes tons? (BEE, 2003, p. 169). Já no estudo das habilidades mais complexas, queremos saber o que é feito pelo indivíduo com as informações sensoriais que chegam, como elas são trabalhadas, interpretadas ou entendidas, ou ainda, de que forma são combinadas.

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brinquedos, o móbile e o seio materno. Ele também é capaz de identificar^3 de perto as pessoas que convive com ele. É claro que a medida que o sistema nervoso vai se desenvolvimento esta capacidade sensorial vai se ampliando e novas necessidades vão surgindo. Bee (2003) nos fala ainda de uma capacidade visual que todos nos temos, é o TRACKING, ou condição de perseguir objetos com a visão. Fazemos isto ao perseguir a bola com os olhos numa partida de futebol, ou com os outros carros no transito ou ainda quando olhamos uma pes- soa que está passando. Esta é uma característica que surge já no recém- nascido que, por não conseguir se movimentar de forma independente, mantém a maior parte do seu contato com objetos que se aproximam ou se afastam. Até os dois meses o bebê consegue acompanhar por algum tempo um objeto que se movimente devagar, mas entre a sexta e a déci- ma semana esta ação torna-se eficiente e rápida. Algo semelhante ocorre com a capacidade de distinguir cores. Os cientistas identificam as células necessárias para enxergar o vermelho e o verde ao final do primeiro mês, e demonstram dúvidas se estas já não estavam lá no nascimento. Com a melhoria da visão esta condição me- lhora como também a condição de diferenciar outras cores. A questão é o que favorece a melhora da visão. É o desenvolvimento de novas sinapses? O desenvolvimento e mudanças no olho ou as diversas experiências que a criança vivencia? AUDIÇÃO à em relação com a visão, a audição do bebê recém-nas- cido é muito mais desenvolvida. Bee (2003) nos mostra que nascemos com uma audição quase tão boa quanto a de um adulto quando nos refe- rimos a tons e alturas equivalentes a da voz humana. Em decorrência disto, o bebê se mostra capaz de localizar a origem de um som, sabemos disto porque ele vira a cabeça para o lado certo. A localização das orelhas ajuda. Por estarem localizadas em lados opostos o som chega primeiro em uma que em outra facilitando a avaliação. Isto só não funciona bem quando o som vem de uma localização central (mesma distância entre as orelhas). Porém, com dezoito meses eles já conseguem localizar quase como um adulto os sons centrais. OLFATO E PALADAR à esta é uma área que foi menos es- tudada mais algumas coisas podem ser ditas. Uma coisa que fica bem evidente é que os dois sentidos estão bem relacionados. Isto é muito fácil de entender, caro aluno. Você já deve ter percebido que quando está resfriado, com o nariz congestionado, o sabor dos alimentos fica diferente. O nosso nariz é revestido por dentro por um conjunto de mucosas que tem a função de re- gistrar os diversos cheiros em variações quase que ilimitados. É por conta desta capacidade que se investe tanto na indústria de perfumes.

Introdução à Psicologia do Desenvolvimento

Já o sabor é detectado pelas papilas gustativas que se localizam na língua e podem distinguir basicamente quatro sabores: o doce, o azedo, o amargo e o salgado. A mistura destes sabores cria novas possibilidades. Bee (2003) cita um trabalho realizado por Jacob Steiner^1 em que este pesquisador demonstrou as reações do bebê aos estímulos do paladar. Foi um trabalho muito interessante, ele fotografou bebês recém – nascidos que ainda não haviam sido alimentados e ministrou cada um deles água com sabor. A primeira foto era do bebê sem o estímulo saboroso. A se- gunda, após a água com sabor doce, a terceira após a água com sabor azedo e a quarta após a água com sabor amargo. Steiner comparou as fotos e observou expressões faciais semelhantes nos bebê diante dos mesmos estímulos, o que comprovou que mesmo sem saber classificar os sabores, a criança reage de uma forma mercante a cada um deles. Esta distinção apontada com os sabores ainda na primeira semana de vida também é observada com relação ao olfato. A criança é capaz de identificar o cheiro da mãe em relação a outras mulheres, principalmente se a criança é amamentada da forma que se espera. Esta situação aproxi- ma o nariz da criança da pele da mãe. TOQUE E O MOVIMENTO à quando falamos de toque e movi- mento estamos falando do que há de mais desenvolvido nas crianças. Estes são necessários desde o nascimento e garantem, entre outras coi- sas, a condição de se alimentar. Isto porque os reflexos que possuem são iniciados em sua maioria pelo toque, incluindo ai o de rotação (vira a cabeça para o lado em que recebem um toque) e o de sucção. Com estes reflexos ele pode localizar o bico do seio da mãe e sugar o leite.

HABILIDADES MAIS COMPLEXAS

Estudando as habilidades mais complexas iremos perceber que, mes- mo muito novo, o bebê tem a capacidade de descriminar sons, imagens e até sentimentos de uma forma precisa. Veremos também que ele é capaz de dar respostas a padrões e não somente a eventos isolados (BEE, 2003)

COM O OLHAR

Analisaremos aqui as habilidades perceptivas ligadas ao olhar. PERCEPÇÃO DE PROFUNDIDADE: esta capacidade nos permi- te avaliar a distância entre a mão e um objeto a ser alcançado, por exem- plo. Podemos avaliar a relação tempo e espaço no nosso dia a dia, é o que acontece quando atravessamos uma rua movimentada sem que ocorra um acidente. Primeiro olhamos para avaliar a distância a ser percorrida,