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Este documento oferece uma introdução abrangente à ciência do solo, com foco em conceitos essenciais para estudantes de meio ambiente. Aborda a formação, composição e propriedades dos solos, incluindo textura, estrutura, fertilidade e capacidade de troca de cátions. Além disso, explora a influência do clima e da vegetação na formação do solo, com exemplos práticos e ilustrações. O documento também destaca a importância da mata ciliar na proteção dos ecossistemas aquáticos e a necessidade de práticas sustentáveis para a conservação do solo.
Tipologia: Notas de aula
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Não perca as partes importantes!
Parabéns, estudante! Eu, Leyser, professor da UninCor, fico feliz por você ter aceitado o desafio de dedicar algumas horas de sua manhã de sábado ao estudo dos solos e do meio ambiente. Estou certo de que você aprenderá muito mais do que lendo ou assistindo aulas tradicionais. Algumas dicas são importantes para tirar o máximo proveito dessa aula:
AGRONOMIA – NOTAS DE AULA Av. Av. Castelo Branco, 82 - Chácara das Rosas Três Corações – MG - Tel.: (35) 3239- 1000
CLIMA E MEIO AMBIENTE: TRANSIÇÃO DE BIOMAS
Ao longo desta manhã, estudaremos alguns solos e elementos das paisagens, bem como seus constituintes e fatores de diferenciação. É claro que, devido à complexidade do sistema, somente uma pequena parte dos solos será vista, ainda que a ênfase seja dada para suas particularidades, as quais, para um leigo, passariam despercebidas, o que não pode acontecer para um profissional que estuda meio ambiente ao nível de mestrado. Dentre os vários conceitos que veremos, notadamente, daremos ênfase ao clima e à fertilidade do solo e, consequentemente, à sua capacidade-suporte de geração de vida de plantas. Solo fértil é aquele que contém todos os nutrientes disponíveis e essenciais às plantas, que não apresenta elementos tóxicos em quantidades prejudiciais, e boas propriedades físico-químicas. Solo produtivo é o solo fértil aliado às boas condições de clima e práticas culturais, proporcionando um bom desenvolvimento das plantas e maior produtividade por área. Um solo não fértil pode tornar-se um solo produtivo e vice-versa, dependendo dos cuidados que devemos tomar. Os solos não são todos iguais. A última versão do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos, publicada em 2006 e revisada em 2013, é dividida em 13 ordens de solo. São elas: Argissolo, Cambissolo, Chernossolo, Espodossolo, Gleissolo, Latossolo, Luvissolo, Neossolo, Nitossolo, Organossolo, Planossolo, Plintossolo e Vertissolo.
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Os CAMBISSOLOS que apresentam espessura, no mínimo, mediana (50-100 cm de profundidade) e sem restrição de drenagem, em relevo pouco movimentado, eutróficos ou distróficos, apresentam bom potencial agrícola. Quando situados em planícies estão sujeitos a inundações, que se frequentes e de média a longa duração são fatores limitantes ao pleno uso agrícola desses solos. Os horizontes do solo são camadas distintas e diferentes que compõem o perfil do solo. Essas camadas se formam ao longo do tempo através de processos de intemperismo e transformações físicas, químicas e biológicas que ocorrem no solo. Nem todos os solos apresentam todos os horizontes. A chave de classificação de um solo inicia-se a partir da constatação da presença, ou não, do HORIZONTE B, isto é, pode-se dividir a classificação em dois grandes grupos: solos com HORIZONTE B e solos sem HORIZONTE B. A FIGURA 2, a seguir, ilustra os prováveis horizontes de um solo. Aqui, nesta parada, vemos apenas o horizontes superficiais e parte do Horizonte B. HORIZONTE O HORIZONTE H HORIZONTE A HORIZONTE B HORIZONTE C x (^) x x (^) x (^) x x (^) x (^) x x x x x x x x x x x x x ROCHA-MÃE OU ROCHA-MATRIZ SAPROLITO FIGURA 2. Horizontes de um solo (Fonte: OLIVEIRA, 2008) Embora controverso, alguns autores citam a existência de um HORIZONTE H, de apenas alguns milímetros, como sendo o horizonte que concentra uma grande quantidade de ácidos húmicos, provenientes da decomposição da matéria orgânica.
Quando raso, os CAMBISSOLOS apresentam Horizonte B incipiente (Bi) com textura franco-arenosa. Pode, ainda, apresentar teores uniformes de argila, podendo ocorrer ligeiro decréscimo (diminuição) de argila do horizonte A para o B. A estrutura do horizonte B pode ser em blocos, granular ou prismática, havendo casos, também, de solos com ausência de agregados, com grãos simples ou maciços. Os CAMBISSOLOS são muito utilizados em capeamentos, construções e aterros. Um outro aspecto que se observa nessa parada é a existência de uma draga de areia (FIGURA 3 ) e a ausência de mata ciliar. A relação entre clima e mata ciliar é significativa e influencia a composição e a função desse tipo de vegetação. O clima desempenha um papel importante na determinação do tipo de vegetação que pode crescer em uma determinada área, incluindo a mata ciliar. Também conhecida como vegetação ripária, a mata ciliar é a vegetação encontrada ao longo das margens dos rios, córregos, lagos e outras fontes de água, desempenhando um papel essencial na proteção dos ecossistemas aquáticos. FIGURA 3. Draga de areia instalada no Rio Verde (Fonte: OLIVEIRA, 2023)
Assim, a CTC de um solo, de uma argila ou do húmus, representa a quantidade total de cátions retidos à superfície desses materiais (Ca2+^ + Mg2+^ + K+^ + H+^ + Al3+), sendo que esses teores são obtidos por meio de análises de fertilidade. Para determinar se uma argila apresenta atividade (Targila), utiliza-se a seguinte fórmula: Targila (cmolc/kg) = (CTC a pH 7,0 ÷ % argila) × 100 Se o valor encontrado em Targila for igual ou maior que 27 cmolc/kg, significa que a argila possui atividade alta, tipo 2:1, SOLO POUCO INTEMPERIZADO. Se o valor de Targila for menor que 27 cmolc/kg, significa uma argila de baixa atividade, tipo 1: SOLO MUITO INTEMPERIZADO. Conclui-se, portanto, que é mais comum encontrar argilas 2:1 em solos mais jovens e argilas 1:1 em solos mais velhos. Fica claro, portanto, que, além de nem todas as argilas serem iguais, elas podem possuir diferentes CTC’s. Nessa parada um outro fenômeno que chama a atenção é o selamento superficial do solo. O selamento superficial do solo é um fenômeno que ocorre quando a superfície do solo se torna compactada e endurecida, geralmente devido à ação de chuvas intensas, enxurradas ou tráfego pesado. Esse processo resulta em uma camada compacta e impermeável na superfície do solo, dificultando a infiltração de água e o fluxo adequado de ar para o subsolo. Quando o solo está selado, a água da chuva não consegue penetrar facilmente no solo, resultando em escorrimento superficial. Isso pode levar à erosão do solo, pois a água corre rapidamente pela superfície, carregando sedimentos e nutrientes, e causando perda de solo fértil. O selamento superficial afeta negativamente a capacidade de absorção e retenção de água do solo, levando à diminuição da disponibilidade de água para as plantas. Isso pode resultar em estresse hídrico e redução do crescimento das plantas.
Embora existam divergências quanto às subordens de solo, os NEOSSOLOS se subdividem em 4 sub-ordens: NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS; NEOSSOLOS FLÚVICOS (para alguns autores este solo é apenas um desdobramento DOS NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS); NEOSSOLOS LITÓLICOS e; NEOSSOLOS REGOLÍTICOS. Em termos gerais, NEOSSOLOS são solos pouco evoluídos, jovens, embora não necessariamente rasos, constituídos por material mineral ou por material orgânico, não apresentando Horizonte B. FIGURA 5. NEOSSOLO REGOLÍTICO (a) e NEOSSOLO LITÓLICO (b) (Fonte: OLIVEIRA, 2023) Ao chegarmos em nossa segunda parada, temos a oportunidade de visualizar um NEOSSOLO REGOLÍTICO e um NEOSSO LÍTÓLICO. O se separam os solos desta ordem é o teor de pedregosidade: se inferior a 50% do volume total do solo é REGOLÍTICO; se superior a 50% do volume total do solo é LITÓLICO, podendo, ainda, apresentar grandes extensões de rochas sãs (intactas) ou já fragmentadas, estruturalmente ou quimicamente (saprólito). Os NEOSSOLOS REGOLÍTICOS apresentam horizontes do tipo A/C/R (FIGURA 5 a) e os LITÓLICOS apresentam horizontes do tipo A/R (FIGURA 5 b).
FIGURA 6. Redução do Fe+3^ para Fe2+, promovendo a gleização do solo. c) Horizontes gleizados: Esses solos geralmente apresentam horizontes gleizados, que são camadas de solo com alta plasticidade e brilho causados pela migração vertical de argila e oxidação e redução alternadas. Essa migração ocorre devido à saturação do solo e aos processos de contração e expansão resultantes. d) Acúmulo de matéria orgânica: Os gleissolos podem apresentar um acúmulo significativo de matéria orgânica, devido à retenção de resíduos vegetais e à decomposição lenta nas condições anaeróbias. Essa matéria orgânica pode conferir ao solo uma alta fertilidade natural – ou não. e) Limitações agrícolas: Devido à alta umidade e à periodicidade das inundações, os gleissolos de baixadas podem apresentar limitações para a agricultura. A drenagem inadequada e a baixa disponibilidade de oxigênio podem restringir o desenvolvimento das raízes das plantas e limitar a produtividade. É importante considerar que as características dos gleissolos podem variar dependendo da região geográfica e das condições específicas de cada local. Estas são apenas algumas características gerais que podem ser observadas nesse tipo de solo.
As baixadas estão intimamente relacionadas ao clima de uma determinada região. Em regiões com climas úmidos e chuvosos, as baixadas tendem a ser mais comuns devido ao acúmulo de água proveniente das chuvas intensas. As altas precipitações favorecem o escoamento da água em direção às áreas mais baixas do terreno, resultando em áreas de menor elevação ou depressões. Por outro lado, em regiões com climas mais áridos, as baixadas podem ser menos frequentes devido à menor quantidade de chuvas e, consequentemente, à menor formação de corpos d'água e áreas encharcadas. Além disso, o clima também influencia a vegetação e a cobertura vegetal das baixadas. Em climas mais úmidos, é mais provável encontrar vegetação adaptada a ambientes encharcados, como pântanos, brejos e florestas alagadas, como as taboas (FIGURA 7 ). Em climas mais áridos, as baixadas podem apresentar vegetação mais escassa, como arbustos resistentes à seca. FIGURA 7. Taboas ( Typha domingensis ). (Fonte: OLIVEIRA, 2023)
menos densa e composta por espécies adaptadas à escassez de água. Essas áreas podem ter vegetação mais esparsa, como arbustos resistentes à seca e gramíneas. A vegetação ripária nessas regiões ainda é importante para proteger os corpos d'água, reduzir a evaporação da água e fornecer sombra e abrigo para animais. A diferenciação dos horizontes é um resultado direto do clima e, tão importante quanto eles, é a estruturação física do solo. Um solo qualquer pode apresentar diferentes tipos de estruturas: granular, prismática ou colunar, maciça ( massive ), blocos ( blocky ) e laminar ( platy ). A FIGURA 9 abaixo ilustra os diferentes tipos de estrutura e o seu comportamento quanto a permeabilidade da água. FIGURA 9. Tipos de estrutura do solo. (WORLD SOILS, 2002) Claramente, vemos, nesta parada, que este LATOSSOLO AMARELO apresenta estrutura em blocos.
LATOSSOLOS são solos profundos, porosos, bem drenados, bem permeáveis mesmo quando muito argilosos, friáveis e de fácil preparo. Apesar do alto potencial para agropecuária, é desejável que parte de sua área deve ser mantida com reserva para proteção da biodiversidade desses ambientes. Um fator limitante é a baixa fertilidade desses solos. Por definição, obrigatoriamente, os LATOSSOLOS devem apresentar Horizonte B. Neste ponto, mais próximo do Rio Verde, observamos o remanescente de um aluvião, ou seja, um solo proveniente de material aluvial. (FIGURA 10). Os solos aluviais são formados ao longo de milhares de anos pelo acúmulo de sedimentos transportados pelos rios. Esse processo é conhecido como sedimentação aluvial e ocorre principalmente em áreas próximas às margens dos rios. FIGURA 10. Solo aluvial (WORLD SOILS, 2002) Existem algumas etapas-chave no processo de formação de solos aluviais:
Solo fértil Solo produtivo Heterogeneidade do material de origem Textura do solo (areia, silte, argila) Textura franco-arenosa Estrutura do solo Solos drenados Cor bruna, vermelha, amarelada Solos eutróficos Solos distróficos Horizontes diagnósticos de um solo Horizonte Bi (B incipiente) Tipos de argila (1:1 e 2:1) Capacidade de Troca de Cátions (CTC) Atividade da argila (Targila) Saprólito Materiais coluviais (colúvio) Materiais aluviais (alúvio) Gleização Hidromorfismo (Solos hidromórficos) Solos elânicos Gleissolos Latossolos Cambissolos