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Introdução a auriculoterapia, com alguns pontos
Tipologia: Resumos
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APRESENTAÇÃO
Uma das formas de aprimoramento, ampliação e pluralização do cuidado inte- gral aos usuários da Atenção Primária à Saúde (APS) é integrar as Práticas Inte- grativas e Complementares em Saúde (PICS) ao modelo convencional ocidental de cuidado biomédico.
Os profissionais que utilizam as PICS podem atuar realizando uma prática hí- brida, empregando tanto o modelo biomédico^1 como as Práticas Integrativas, alinhados com as expectativas dos usuários, numa construção coletiva do pro - cesso de cuidado.
A utilização das PICS deve ser estimulada de forma a integrá-la no escopo de ações oferecidas pela APS, democratizando seu acesso. O conhecimento e a divulgação destes recursos terapêuticos 2 diferenciados ampliam as possibilida- des de estratégias de intervenção em saúde, proporcionando um cuidado mais integral, aumento do vínculo do usuário com sua equipe de referência, além de contribuir para uma melhor resolução dos problemas de saúde e uma maior qualidade de vida (Amado; 2020).
As PICS, incluindo a Auriculoterapia, adotam abordagens centradas na saúde, no indivíduo e em sua relação com o ambiente. Nesta cartilha, os profissionais encontrarão orientações para selecionar os pontos auriculares, com foco no tratamento complementar da ansiedade, da dor osteomuscular e no controle do tabagismo.
PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NA
ATENÇÃO PRIMÁRIA
As PICS são um conjunto heterogêneo de práticas, produtos e saberes que con- templam sistemas médicos complexos^3 e recursos terapêuticos que buscam estimular os mecanismos fisiológicos naturais de prevenção de agravos e recu- peração da saúde por meio de tecnologias leves, eficazes, seguras e resolutivas no cuidado, auxiliando na promoção da saúde, e na prevenção, recuperação e reabilitação de doenças e agravos (Brasil, 2006; Tesser, 2020). Estas foram
1 Biomedicina/modelo biomédico: Termo utilizado inicialmente pela antropologia para designar a “medicina ocidental contemporânea”, “medicina científica” ou “medicina alopática”, baseados no paradigma positivista e nos fundamentos biológicos das doenças (UFSC, 2016). 2 Sistemas médicos complexos: Abordagens do campo das Práticas Integrativas que possuem teorias próprias sobre o processo saúde/doença, diagnóstico e terapêutica (Luz, 2012; Nascimento, 2014). 3 Recursos terapêuticos: instrumentos utilizados nos diferentes sistemas médicos com- plexos (Brasil, 2006).
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O diálogo entre as PICS e a atenção primária tem como base a compreensão de que as experiências humanas não devem ser reduzidas a problemas médi- cos. O foco deve ser o sujeito, não a doença ou a interrupção de sintomas. A doença é um processo subjetivo, com influência dos contextos socioculturais, vivenciados pelo sujeito, e não se restringe a um conjunto de sinais e sinto- mas (Langdon, 2005). A abordagem deve valorizar, portanto, a subjetividade do usuário, suas aflições e os condicionantes e determinantes da saúde.
Considerando, ainda, que há uma tendência de busca crescente dos usuários pelas PICS, reforça-se a necessidade de que estas devem estar cada vez mais presentes na rotina de atendimentos das unidades de saúde, para ampliar e desburocratizar seu acesso.
AURICULOTERAPIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
A Auriculoterapia é uma técnica terapêutica que envolve a estimulação de pon- tos específicos na orelha que correspondem a regiões e órgãos do corpo hu- mano. Essa estimulação visa modular as respostas fisiológicas do organismo e foi oficialmente reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (WHO; 1990) como uma terapia de microssistemas 4.
Esta abordagem terapêutica é caracterizada por sua segurança, baixo custo e rápida aplicação, podendo ser realizada por profissionais de saúde de dife- rentes áreas, desde que possuam o conhecimento necessário para sua práti- ca. Além disso, a Auriculoterapia é respaldada por um sólido conjunto de evi- dências científicas que comprovam sua eficácia (Santos, 2012; Tesser, 2020), tornando-a uma valiosa ferramenta no contexto da Atenção Primária à Saúde (APS) no Rio de Janeiro.
As intervenções com Auriculoterapia podem ser incorporadas em diversas eta- pas do cuidado em APS, incluindo desde o acolhimento inicial e o atendimento individual (seja por demanda espontânea, agendada ou visitas domiciliares) até ações coletivas e intersetoriais. Exemplos dessas ações incluem grupos de apoio para tabagismo, manejo da dor crônica, participação no Programa Academia Carioca, colaboração com Centros de Atenção Psicossocial e envolvi- mento com o Programa Saúde na Escola.
Vale ressaltar que as sessões de Auriculoterapia não se limitam apenas a abordagens curativas. Elas desempenham um papel fundamental na cons- trução de vínculos entre os usuários e os serviços de saúde, contribuindo para
4 Microssistema: É uma parte do corpo, neste caso a orelha, que representa o cor- po como um todo (Brasil, 2018).
Auriculoterapia na APS: Ansiedade, Dor Osteomuscular e Tabagismo 7
a ressignificação das relações entre os usuários e as unidades de saúde. Esse enfoque mais amplo no cuidado e na resolubilidade da APS é um dos pontos positivos dessa técnica terapêutica.
ATENÇÃO! O acesso ao serviço que utiliza amplos recursos terapêuticos, como a Auriculoterapia, promove uma relação de saúde e de bem-estar�
ANATOMIA DO PAVILHÃO AURICULAR
Antes de abordar o tratamento de Auriculoterapia contra ansiedade, dor osteo- muscular e tabagismo, é necessário revisar a anatomia do pavilhão auricular.
A orelha é dividida em quatro protuberâncias, três sulcos ou cavidades, três incisuras, e uma parte amolecida, conforme a Figura 1 e o Quadro 1, a seguir.
Figura 1. Estruturas anatômicas do Pavilhão Auricular
1.Hélice
6.2. Concha cava
11.Lóbulo
2.1.Ramo superior
7.Escafa
10.Incisura do antitrago e da antélice
6.1.Concha cimba
4.Antitrago
1.1.Raiz da
Fonte: Elaboração própria, 2023.
Auriculoterapia na APS: Ansiedade, Dor Osteomuscular e Tabagismo 9
FUNDAMENTOS DE AURICULOTERAPIA SEGUNDO A
MEDICINA TRADICIONAL CHINESA, REFLEXOLOGIA
E BIOMEDICINA
A Auriculoterapia engloba duas abordagens principais: a escola Francesa (re- flexologia), que se fundamenta nas noções da neurofisiologia, e a Chinesa, que utiliza os conceitos da Medicina Tradicional Chinesa (MTC). Para tornar a com- preensão mais fácil, estas abordagens serão correlacionadas com os estudos que evidenciam o efeito neurobiológico resultante do estímulo do pavilhão au- ricular, seguindo o modelo biomédico.
Para a reflexologia, a grande quantidade de ramificações nervosas que ligam dife- rentes áreas auriculares a diversas regiões cerebrais e, que por sua vez, se comu- nicam com as partes do corpo, baseiam-se na utilização do pavilhão auricular para diagnóstico e tratamento do organismo como um todo. Este princípio se dá pela hipótese de que os órgãos e tecidos se desenvolveram a partir das três camadas germinativas do feto, sendo a orelha uma das poucas estruturas constituídas pe- las três. Assim, podemos considerar que a estimulação de zonas reflexas^5 na ore- lha podem gerar reações reflexas no organismo. As zonas reflexas correspondem à representação de um feto invertido no pavilhão auricular, conforme a Figura 2.
Figura 2. Representação embriológica nas zonas reflexas
Lóbulo da orelha Cabeça e face Concha Órgãos internos
Concha cimba Órgãos da região abdominal
Concha cava Órgãos da região torácica
Fossa triangular Órgãos da pelve e genitais internos Escafa Membros superiores
Antélice Sistema musculoesquelético Ramo superior da antélice Membros inferiores
Ramo inferior Região glútea e ciático
Fonte: UFSC; 2016.
5 Zonas reflexas: Considera o pavilhão auricular como um microssistema, ou seja, nele é identificado todos os órgãos e estruturas do corpo humano (UFSC, 2016).
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A MTC é outra racionalidade médica 6. Desta forma, comparações diretas da MTC com a biomedicina não são pertinentes , uma vez que cada racionalida- de possui suas próprias singularidades e dimensões fundamentais: cosmologia (taoísmo chinês), morfologia humana (correspondente à anatomia), dinâmica vital (fisiologia), doutrina médica (o processo saúde-doença), sistema de diag- nose (meios diagnósticos) e sistema terapêutico (formas de intervenção) (Nas - cimento, 2013; UFSC, 2016). Portanto, há diferenças com relação à natureza do adoecimento e dos processos de cura.
Pela MTC, o sujeito tem íntima e mútua relação com o meio. Cada pessoa re- presenta um microcosmo dentro do Universo (macrocosmo) (UFSC, 2016). Os fenômenos do universo, por sua vez, são conectados e interligados através do Qi, havendo diversas traduções: energia, força vital e fluxo de energia, mas nenhuma delas define exatamente seu significado. O Qi é material e imaterial ao mesmo tempo, num contínuo estado de agregação e dispersão, formando todas as coisas. Quando o Qi está em seu estado máximo de agregação, ori- ginam as substâncias materiais, e quando desagrega, origina formas sutis de energia (Maciocia, 2018:34).
A Energia (Qi) manifesta-se sob dois aspectos principais: um de característica Yang, que representa calor, expansão, explosão, ascensão, claridade, aumen - to de todas as atividades, e o outro de característica Yin, que remete a frio, retraimento, descida, repouso, escuridão, diminuição de todas as atividades. O Yin/Yang se complementam e mantêm entre si um equilíbrio dinâmico. A doença tem origem quando há um desequilíbrio. Por exemplo, quando o Yang sobrepõe-se ao Yin, em desequilíbrio, surge o quadro clínico correspondente à hipertensão arterial, e na sobreposição do Yin no Yang, manifestam-se qua- dros clínicos com características opostas, como hipotireoidismo (Yamamura, 2001:XLVI-XLVIV).
ATENÇÃO! Segundo a MTC, todos os desequilíbrios são advindos da desar- monia entre Yin e Yang, e o objetivo terapêutico é harmonizar e estabele- cer o livre fluxo de Qi pelo organismo.
Outra teoria básica da MTC é a dos Cinco Elementos/Movimentos. De acordo com essa teoria, cinco qualidades intrínsecas (madeira, fogo, terra, metal e água) encontram-se em constante movimento de geração e dominância entre si. Esse fluxo explica como os elementos podem afetar uns aos outros e como eles permanecem em equilíbrio dinâmico (Yamamura, 2001:XLVI).
6 Racionalidade médica: Sistema médico complexo, simbólico e empiricamente estruturado, com seis dimensões fundamentais: cosmologia, morfologia humana, dinâ- mica vital, doutrina médica; sistema de diagnóstico e terapêutico próprios (Luz, 2012).
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A orelha é composta de pontos reflexos^7 ricos em terminações nervosas que, quando estimulados, transmitem informações através dos nervos espinais e nervos cranianos até o sistema nervoso central. Tem, portanto, resposta nas vias inibitórias descendentes de dor, na atividade do sistema límbico (emoções) e no reflexo colinérgico (controle da inflamação).
Montagem da placa de Auriculoterapia
Materiais necessários:
Procedimento:
1. Apoie a placa de Auriculoterapia sobre uma superfície firme; 2. Preencha as fileiras de sementes de mostarda na face da placa de orifícios únicos; 3. Fixe o esparadrapo sobre a placa, como se fosse contact , deixando uma mar- gem de alguns milímetros por toda borda, e aperte o esparadrapo sobre a placa até se certificar de que está bem aderido; 4. Deslize o estilete sobre as linhas guia, e retire os excessos de esparadrapo, de modo a permanecer apenas os quadrados delimitados com as sementes.
Dicas:
removedor de esmaltes ou álcool de cereais. Evite o álcool comum, pois este espalha a cola e a deixa a placa ainda mais grudenta.
sobre este papel, como se fosse uma bandeja. Isso evita o desperdício das sementes.
ATENÇÃO! Um frasco/um saco de sementes de mostarda (25g) é suficiente para a montagem da placa mais de 10 vezes�
7 Pontos: Locais específicos localizados na superfície do pavilhão auricular que re- fletem e estão conectados à atividade funcional do organismo como um todo. Sua ação é reflexa (UFSC, 2016).
Auriculoterapia na APS: Ansiedade, Dor Osteomuscular e Tabagismo 13
Massagem auricular
A massagem auricular tem como objetivo ativar a circulação da área estimula- da e deve ser realizada antes da colocação das sementes, da seguinte forma:
1. Apoie o dedo indicador na região posterior e o polegar na anterior da orelha, pressionando-os, principalmente nas regiões reagentes; 2. Em sentido ascendente, massageie o lóbulo até o ápice da orelha e do trago até o ápice da orelha; 3. Realize a massagem levando em consideração que a duração é determinada pela sensação de aumento da temperatura local percebida pelo usuário na orelha ou pela diminuição da sensibilidade das áreas reagentes; 4. A massagem deve ser sempre de forma bilateral e simultânea.
ATENÇÃO! Devem ser evitados os movimentos de fricção para não causar laceração da pele do pavilhão auricular�
Etapas de aplicação
Materiais necessários:
Procedimento:
1. Separe a placa de Auriculoterapia montada; 2. Realize a anamnese; 3. Realize a inspeção do pavilhão auricular, verificando se há alterações, como pontos de infecção ou inflamação; 4. Realize a palpação do pavilhão auricular, identificando os pontos mais sensí- veis e observando a expressão verbal e facial da pessoa atendida; 5. Associe a queixa descrita na anamnese com a avaliação do pavilhão da orelha e selecione de dois a oito pontos para aplicação das sementes de mostarda, priorizando a queixa principal; 6. Higienize os pavilhões auriculares com algodão embebido em álcool 70° ou swab de álcool; 7. Realize a massagem auricular;
Auriculoterapia na APS: Ansiedade, Dor Osteomuscular e Tabagismo 15
muscular e controle do tabagismo, iremos apresentar o Triângulo Cibernético (ou Triângulo de Harmonização). Trata-se de uma combinação de pontos res- gatada pelo professor Marcelo Pereira de Souza após seus estudos dos antigos mestres de Auriculoterapia.
Os pontos Shen men + Rim + Simpático, nesta ordem e como pontos iniciais de uma sessão , dinamizam qualquer intervenção, proporcionando equilíbrio geral do organismo (Souza, 2013). Pode ser utilizado tanto para o tratamento como para a harmonização do organismo, independentemente de sintomato - logia.
A função dos pontos do Triângulo Cibernético (ou Triângulo de Harmonização) estão apresentados no Quadro 2 e sua visualização na orelha está representa- da na Figura 4.
Figura 4. Localização dos pontos correspondentes ao triângulo cibernético (ou Triângulo da Harmonização)
Pontos Internos
Pontos Comuns
Simpático
Rim
Shen Men
Fonte: Elaboração própria, 2023
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Quadro 2. Pontos, função e localização dos pontos do Triângulo Cibernético
Shen Men
Estabilidade emocional, redução da ansiedade e dor. Ação anti-inflamatória.
Na fossa triangular, no vértice do ângulo formado pelo ramo superior e inferior da antélice.
Rim
Tratamento de transtornos do trato urogenital, problemas articulares, queixas menstruais, incluindo tensão pré-menstrual, amenorreia, enxaqueca e transtorno por uso de substâncias. Fortalecimento da energia essencial.
Na concha cimba, próximo à junção do ramo inferior da antélice, na mesma linha vertical do ponto Shen Men.
Simpático
Função analgésica, alívio de náuseas, vômitos, hiperhidrose, e autorregulação dos sistemas biológicos corporais.
No cruzamento do ramo inferior da antélice e da face interna da hélice.
Fonte: Adaptado de Yamamura, 1991 e UFSC, 2016.
Auriculoterapia para Ansiedade
Ansiedade é o desconforto vago e desagradável, percebido mediante um pe- rigo real ou incerto. Esta pode ser definida como uma reação natural do orga- nismo, que quando excessiva e descontrolada pode ser causadora de intenso sofrimento. Seus sintomas podem variar de insegurança, apreensão antecipa- tória, pensamento catastrófico e irritabilidade até efeitos físicos, como inquie- tação, tensão muscular e insônia, chegando a casos mais intensos que podem apresentar falta de ar, taquicardia, cefaleia e distúrbios gastrointestinais, como epigastralgia, cólicas e diarreia (Brasil, s.d.; UFSC, 2020).
Na Figura 5 e no Quadro 3 temos os pontos recomendados e a descrição de sua localização no pavilhão auricular, além da visualização da localização.
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Coração
Acalma a energia mental e enfermidades cardíacas (palpitações, taquicardia, hipertensão, dispneia).
No centro da concha cava.
Ansiedade
Ansiedade, agitação, insônia, estresse emocional e irritabilidade.
Na porção inferior do lóbulo da orelha, proximal ao rosto.
Neurastenia Tratamento da neurastenia. Acima do ponto de ansiedade.
Fígado
Transtornos gastrointestinais, hematológicos, cutâneos e oculares. Controle das emoções, depressão, irritabilidade e estresse.
Na concha cimba, proximal à junção com a antélice, logo acima do início da raiz da hélice.
Baço
Dispepsia, indigestão, gastrite, constipação, transtornos hematológicos, preocupação, pensamentos obsessivos.
Na porção superior e posterior da concha cava.
Fonte: Adaptado de Kurebayashi, 2017; UFSC, 2016; UFSC, 2020 e Yamamura, 1991.
Auriculoterapia na dor osteomuscular
A dor é caracterizada como uma experiência desagradável, tanto em nível sen- sitivo quanto emocional, que pode estar ligada ou ser semelhante à sensação associada com uma lesão tecidual, seja esta real ou potencial (Raja, 2020).
As intervenções para o controle da dor têm como objetivo o alívio, o controle da queixa dolorosa e a melhora das condições física, psíquica e social do in- divíduo. Para além da abordagem farmacológica, é possível o uso de outros tipos de intervenções, como a Auriculoterapia. Esta medida não farmacológica otimiza a resposta analgésica, interferindo na diminuição da geração do im- pulso, alterando os processos de transmissão e de interpretação do fenômeno doloroso, estimulando o sistema supressor da dor.
Auriculoterapia na APS: Ansiedade, Dor Osteomuscular e Tabagismo 19
Na utilização da Auriculoterapia para dores osteomusculares os pontos po- dem ser escolhidos de acordo com a sua ação reflexa ou combinados com outros pontos que irão auxiliar e potencializar o tratamento. Por exemplo, para gonalgia podemos utilizar o ponto reflexo da articulação do joelho para a dor, associado ao ponto Shen Men que acalma e é analgésico. O tempo de tratamento sugerido é de uma a quatro semanas de tratamento, e os pontos recomendados estão discriminados na Figura 6 e no Quadro 4.
Figura 6. Localização dos pontos de Auriculoterapia recomendados para dor os- teomuscular
Pontos Internos
Pontos Comuns Cervical Torácica
Lombar Sacra
Calcanhar Artelhos
Dedos Tornozelo
Antebraço
Simpático
Tálamo
Subcórtex
Clavícula
Pescoço
Rim
Joelho Shen Men Punho Articulação do quadril
Articulação do ombro
Ombro
Articulação do cotovelo
Fonte: Elaboração própria, 2023