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Compreendendo o Sistema Solar: Uma Abordagem Prática para o Ensino de Astronomia, Slides de Astronomia

INPE - Instituto nacional de pesquisas espaciais Curso de Introdução a astronomia e astrofísica

Tipologia: Slides

2021

Compartilhado em 18/04/2021

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everton-silva-hqo 🇧🇷

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CURSO DE
INTRODUÇÃO À
ASTRONOMIA E ASTROFÍSICA
APOSTILA DE ATIVIDADES
Divisão de Astrofísica
2018
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CURSO DE

INTRODUÇÃO À

ASTRONOMIA E ASTROFÍSICA

APOSTILA DE ATIVIDADES

Divisão de Astrofísica

APRESENTAÇÃO

Esta apostila apresenta algumas sugestões de atividades relacionadas a temas tratados no Curso de Introdução à Astronomia e Astrofísica do INPE e que podem ser levadas para a sala de aula pelos professores de Ensino Médio e Fundamental. As atividades propostas na parte “Astronomia no dia a dia” são de autoria de André de Castro Milone. Foram baseadas na seguinte bibliografia: Programa de la Asignatura, Curso Único de Astronomia , 1991, Uruguai ; Astronomia a régua e compasso , Marcos D. Neves (para a atividade do relógio de Sol). As atividades relacionadas ao Sistema Solar foram extraídas da apostila “Oficina de Astronomia” do Instituto de Física da Universidade do Estado do Rio de Janeiro de autoria do Prof. Dr. João Batista Garcia Canalle a quem agradecemos a permissão para a reprodução dos textos.

SUMÁRIO

  • 1 ASTRONOMIA NO DIA A DIA
    • 1.1 MEIO-DIA SOLAR E ORIENTAÇÃO GEOGRÁFICA
    • 1.2 LATITUDE GEOGRÁFICA DE UM LUGAR DO HEMISFÉRIO SUL
    • 1.3 RELÓGIO DE SOL EQUATORIAL PORTÁTIL (PARA O HEMISFÉRIO SUL)
    • 1.4 PÔR DO SOL E ESTAÇÕES DO ANO
    • 1.5 FASES DA LUA E MÊS LUNAR
    • 1.6 DISTÂNCIAS E DIMENSÕES RELATIVAS DO SOL, TERRA E LUA
    • 1.7 MOVIMENTOS APARENTES DOS 5 PLANETAS VISÍVEIS A OLHO NU
  • 2 SISTEMA SOLAR
    • 2.1 O SISTEMA SOLAR NUMA REPRESENTAÇÃO TEATRAL
    • 2.2 COMPARAÇÃO ENTRE OS TAMANHOS DOS PLANETAS E DO SOL
    • 2.3 O SISTEMA SOLAR EM ESCALA
    • 2.4 PRIMEIRA LEI DE KEPLER - LEI DAS ÓRBITAS
    • 2.5 TERCEIRA LEI DE KEPLER – LEI DOS PERÍODOS
    • 2.6 ACHATAMENTO DOS PLANETAS

oeste, o ponto sul ficará à esquerda da pessoa se ela estiver olhando para o ponto oeste. Para o hemisfério norte da Terra, o ponto cardeal norte será também aquele à esquerda da pessoa. Passos alternativos para determinar apenas a orientação dos pontos cardeais: 9 Repetir os passos de A a F. 9 Iniciar o experimento às 10h. 9 Marcar a posição da extremidade da sombra num dado instante qualquer bem antes do meio-dia (anote a hora por curiosidade). 9 Traçar sobre o papel, com muita atenção, uma circunferência centrada no gnômon (furo da superfície) com o compasso ou com o barbante amarrado no gnômon (+ um lápis). 9 Quando a extremidade da sombra atingir novamente a circunferência traçada, marque o ponto onde isso ocorre (anote a hora por curiosidade). 9 Traçar segmentos de reta que liguem o centro da circunferência com os pontos marcados sobre cada uma delas. 9 Obter e traçar a bissetriz do ângulo formado pelo par desses segmentos de retas. Resultado(s): A linha norte-sul do lugar estará na direção da bissetriz (ou bissetriz média se mais de uma circunferência for traçada) do ângulo obtido. Apresente suas dificuldades e conclusões. Importante: Traçar no terreno, onde a atividade foi realizada, as direções norte-sul e leste- oeste. Se quiser, aproveite para desenhar uma rosa dos ventos.

1.2 LATITUDE GEOGRÁFICA DE UM LUGAR DO HEMISFÉRIO SUL

Finalidade: Calcular a latitude geográfica por meio da medição da sombra mínima de um gnômon, e consequentemente, da altura máxima do Sol (culminação ao cruzar o meridiano celeste local) na ocasião do solstício do inverno austral, por volta de 21 de junho, ou data próxima. Material necessário: Além do gnômon e do material citados na atividade anterior, você vai precisar de uma calculadora científica. Passos: 9 Anotar, no papel fixado na base de seu gnômon, a data e o comprimento efetivo do gnômon. 9 Obter a sombra mínima e medir sua extensão segundo os procedimentos da atividade anterior. 9 Calcular a altura da culminação do Sol. A altura máxima do Sol é o ângulo formado entre a direção do mesmo na culminação e o horizonte do lugar. Neste instante, o Sol está “desenhando” um triângulo retângulo formado pela sombra mínima e pelo gnômon, que serão os catetos. A hipotenusa desse triângulo é definida pelo raio de luz solar que tangencia a extremidade do gnômon. A altura do Sol é igual ao ângulo formado pela sombra e pela hipotenusa desse triângulo. Então, é só obter a tangente desse ângulo fazendo a divisão entre o comprimento do gnômon e a extensão da sombra. Daí, tem-se, o ângulo da culminação. 9 Calcular a latitude do lugar aplicando conhecimentos astronômicos básicos sobre o sistema de coordenadas equatoriais (posição do pólo elevado, equador celeste, latitude, altura de culminação e declinação) como mostrado na Figura 1.1. 9 A latitude do lugar, em módulo, é dada pela fórmula adiante, para lugares no hemisfério sul entre o equador e o círculo polar na ocasião do solstício do inverno austral: ~ latitude ~ = 90 q – (altura-do-Sol) - 23 q , Para um lugar ao norte do equador, a atividade deve ser feita num dia próximo ao solstício do inverno boreal (21 de dezembro). Resultado(s): Comparar a latitude calculada com aquela apresentada por um atlas ou mapa geográfico. Pode-se repetir a medida, quantas vezes preferir, para obter um valor médio mais confiável. O pólo celeste sul (ou norte) está na direção sul (ou norte) a uma elevação angular é exatamente igual ao módulo da latitude do lugar; veja a Figura 1.1. Apresente suas dificuldades e conclusões.

1.3 RELÓGIO DE SOL EQUATORIAL PORTÁTIL (PARA O HEMISFÉRIO

SUL)

Finalidade(s): Determinar, em primeira instância, a hora solar verdadeira. Pode-se preferir, também, o cálculo prévio da latitude do lugar com um gnômon (atividade anterior) ou usar aquela obtida de um atlas geográfico. Pode-se obter a hora solar média através de uma adição ou subtração (da equação do tempo). A hora civil só pode ser obtida caso se conheça a longitude e o fuso horário do lugar. Leia a SEÇÃO DIAS E NOITES do Capítulo 1 da apostila texto desse Curso. Material necessário: Um círculo rígido com furo central (ex. de papelão ou um CD inútil), uma haste fina e comprida, um lápis ou caneta de escrita fina, um transferidor, um relógio, um anuário astronômico e uma calculadora (científica de preferência). Passos: 9 Desenhe, nas duas faces do círculo furado, marcações para as horas espaçadas de 15q, de acordo com a ilustração da Figura 1.2. As horas devem coincidir nos mostradores austral (S) e boreal (N). As marcas das 12h (meio-dia solar verdadeiro), uma de cada lado do disco, deverão tocar a superficie horizontal quando o relógio solar estiver construído como na Figura 1.2. 9 Introduza a haste no furo do círculo e ajuste seu comprimento (desde o chão até o disco) de modo que o ângulo formado por ela e pela superfície horizontal seja igual ao módulo da latitude do lugar. Meça o raio do disco utilizado e aplique o conceito de tangente de um ângulo num triângulo retângulo, tangente-da- latitude = cateto-oposto (raio-disco) y cateto-adjacente (comprimento da haste), para calcular o comprimento da haste em função do raio do círculo e da latitude como visto na Figura 1.2. 9 Escolha um lugar onde haja incidência da iluminação solar por boa parte do dia. 9 Oriente seu relógio de Sol portátil de modo que a haste esteja paralela à direção norte-sul. A parte mais alta da haste ficará, assim, apontando para o pólo celeste sul. Consequentemente, a haste ficará disposta paralelamente ao eixo de rotação da Terra. O plano do mostrador será paralelo ao plano do equador celeste (e terrestre). 9 Leia, através da sombra da haste, a hora solar verdadeira local (HVL) no mostrador boreal ou austral. Note que quando a sombra ocorre no mostrador boreal o Sol está ao norte do equador celeste e vice-versa. Nos dias dos equinócios, a sombra será projetada em ambos mostradores (o Sol está exatamente sobre o equador do céu). 9 Para obtermos a hora solar média local (HML), basta adicionar uma correção (positiva ou negativa) denominada de Equação do Tempo (ET), a qual é tabulada diariamente num anuário astronômico. Essa correção é no máximo de 15 min para mais ou menos. HML = HVL + ET Resultado(s): Compare as horas solares verdadeira e média locais com a hora civil de seu relógio. Se quiser obter a hora civil ou legal (HL), terá que adicionar o fuso horário e subtrair a longitude (horária) do lugar. A longitude do lugar é positiva a leste de Greenwich e negativa para oeste. O fuso horário de Brasília, DF, é - 3 h. Por

curiosidade, a hora ou tempo universal (TU) é a HML do meridiano de Greenwich cujos fuso e longitude são nulos. HL = HML + FUSO - (longitude-do-lugar) FIGURA 1.2 - ILUSTRAÇÃO ESQUEMÁTICA DO RELÓGIO SOLAR EQUATORIAL PORTÁTIL (DO LIVRO ASTRONOMIA A RÉGUA E COMPASSO DE MARCOS D. NEVES). A LETRA D REPRESENTA O RAIO DO MOSTRADOR CIRCULAR, L O COMPRIMENTO DA HASTE, DESDE A SUPERFÍCIE PLANA ATÉ O DISCO, E M O ÂNGULO DE LATITUDE DO LUGAR. NOTE QUE A TANGENTE DE M DEVE SER IGUAL A DIVISÃO DE D POR L (tg M = D y L).

1.5 FASES DA LUA E MÊS LUNAR

Finalidade(s): Observar visualmente a sucessão das fases da Lua ao longo de um mês começando pela fase nova. Acompanhar, também, o movimento aparente mensal da Lua por entre as estrelas e constelações do Zodíaco. Leia a SEÇÃO FASES DA LUA do Capítulo 1 da apostila texto deste Curso. Material: Um relógio, um lápis, folhas de papel, um mapa celeste (ex. Figura 1.3) e um binóculo. Passos: 9 Inicie as observações entre 18h e 24h um a três dias após a fase nova da Lua. É prefirível escolher um horário fixo para as mesmas. 9 Faça um desenho da Lua por entre as estrelas e constelações do Zodíaco reconhecidas no mapa do céu, mostrando a aparência da mesma (fase lunar). 9 Anote, se possível, a hora do ocaso da Lua. 9 Repita diariamente as observações, pelo menos, até um pouco além da fase cheia. 9 Com o binóculo, observe o aspecto lunar para cada fase. Você perceberá coisas incríveis sobre o relevo da Lua. Resultado(s): Verificar o movimento aparente mensal da Lua. Construa um modelo simplificado esquemático do sistema Sol-Terra-Lua para explicar as fases da Lua e seu movimento mensal aparente no céu por entre as constelações zodiacais. Como exemplo poderia ser uma representação coreográfica num ambiente escuro com pelo menos três pessoas, uma representando a Terra, outra a Lua, e a terceira segurando uma fonte de luz para ilustrar a iluminação do Sol (ex. uma lanterna potente). Apresente suas dificuldades e conclusões. COMPLEMENTO DA ATIVIDADE Aproveitando a representação coreográfica para compreender as fases da Lua, sugere-se que haja uma tentativa de explicação para os eclipses da Lua e do Sol. A referência é a SEÇÃO FASES DA LUA do Capítulo 1 da apostila texto deste Curso.

1.6 DISTÂNCIAS E DIMENSÕES RELATIVAS DO SOL, TERRA E LUA

Finalidade(s): Tentar visualizar em escalas relativas distintas os tamanhos comparados do Sol, Terra e Lua e as distâncias entre eles. Veja a TABELA 1.2 do Capítulo 1 da apostila texto deste Curso. Material necessário: Um globo terrestre geográfico, uma bola de isopor, um barbante, um balão de festa amarelo (tamanho gigante), uma calculadora, uma trena métrica e um lápis. Passos: 9 Medir o diâmetro equatorial do globo terrestre (que na falta de um, pode ser uma bola de futebol, voleybol ou basquete). Um diâmetro de uma esfera é igual a 2 raios da mesma. Basta medir o perîmetro da circunferência do globo sobre o equador do mesmo e dividir por S para se obter o diâmetro equatorial. 9 Com o valor do diâmetro do globo em mãos, calcular os diâmetros da Lua e do Sol nessa mesma escala relativa usando a regra de três. O diâmetro da Lua corresponde a 0,2725 do diâmetro do globo (se quiser ¼ aproximadamente). O diâmetro do Sol corresponde a 109,1 vezes o diâmetro do globo (se preferir | 100 vezes maior). 9 Novamente, conhecendo-se o diâmetro terrestre, calcular a distância Terra-Sol nessa mesma escala assim como a distância Terra-Lua. A distância média da Terra ao Sol corresponde a 11.728 vezes o diâmetro terrestre (ou | 12.000) e a distância média Terra-Lua a 30,135 vezes (ou | 30). 9 Procure usar uma bola de isopor adequada ao tamanho calculado para a Lua. 9 Veja se é possível usar o balão de festa, inflando-o até adquirir um diâmetro próximo ao calculado. Use o barbante para dimensionar o perîmetro equatorial solar relativo. 9 Tente colocar seus protótipos da Terra, Lua e Sol na escala relativa. Resultado(s): Discuta com os seus estudantes como o Sistema Sol-Terra-Lua foi representado. Apresente suas dificuldades e conclusões. COMPLEMENTOS DA ATIVIDADE Você pode demonstrar a fenomenologia dos dias e das noites, estações do ano, fases da Lua e eclipses a partir desse protótipo? O que está faltando? A escala relativa de distâncias é adequada? Você precisará de uma fonte intensa de luz num ambiente escuro. Os raios luminosos da fonte devem incidir nos modelos da Terra e Lua de forma aproximadamente paralela entre si. A escala de distância, certamente, deverá ser reduzida para que a visualização e entendimento das fases da Lua e dos eclipses sejam satisfatórios assim como dos dias/noites e das estações do ano. Lembre-se, que essa é maneira sob o ponto de vista heliocêntrico de demonstrar e explicar os fenômenos astronômicos citados. Há, ainda, as visões topocêntrica e geocêntrica. Inclusive, todas as dimensões do sistema Sol-Terra-Lua foram fornecidas sem qualquer reflexão. Seria pertinente, rever suas determinações históricas por meio dos experimentos clássicos de Eratóstenes (raio da Terra) e de Aristarco (distância Terra-Sol): FIGURAS 1.1 E 1.18 do Capítulo 1 da apostila texto do Curso.

FIGURA 1.3 - CARTOGRAFIA DO CÉU DISPOSTA EM DECLINAÇÃO (GRAUS) VERSUS ASCENSÃO

RETA (HORAS) COM ALGUMAS CONSTELAÇÕES E ESTRELAS IDENTIFICADAS ASSIM COMO A

TRAJETÓRIA ANUAL APARENTE DO SOL (ECLÍPTICA). AS CONSTELAÇÕES ZODIACAIS CÂNCER

(ENTRE LEÃO E GÊMEOS) E PEIXES (ENTRE ÁRIES E AQUÁRIO) NÃO ESTÃO IDENTIFICADAS.

2 SISTEMA SOLAR

2.1 O SISTEMA SOLAR NUMA REPRESENTAÇÃO TEATRAL^1

João Batista Garcia Canalle Resumo Durante os cursos de aperfeiçoamento que ministrei, para professores de primeiro grau da Rede Pública do Município de São Paulo e do Núcleo Regional de Pato Branco, Sudoeste do Paraná, foram desenvolvidas as atividades abaixo descritas, que têm a finalidade de propor uma forma alternativa para ensinar os movimentos dos planetas, luas e cometas do sistema solar. Inicialmente é apresentado um modo ”gráfico” de se visualizar as distâncias dos planetas ao Sol, fazendo-se uso de uma escala apropriada. Utilizando esta escala, pede-se ajuda aos alunos para desenharem círculos sobre uma quadra de esportes. Sobre estes círculos, que representam as órbitas dos planetas, os alunos caminham, correm, giram, etc., mostrando, assim, o sistema solar em movimento. O movimento dos satélites (luas) também é representado. Usando a mesma escala dos círculos, um barbante e duas pequenas estacas, mostramos como desenhar a elipse referente à órbita do cometa Halley. O seu movimento também é representado por um aluno que anda (e corre) sobre esta elipse. Esta ativa participação dos alunos na confecção dos círculos, elipse e movimentação como planetas, luas e cometas é que chamamos de representação teatral. O tema “Sistema Solar” geralmente é abordado na quinta ou sexta série do primeiro grau, o que depende da seqüência do currículo elaborado pelas Secretarias de Educação dos Estados. Nos cursos de formação de professores de primeiro grau é ensinado pelos professores de Física. Nestas atividades o professor tem a oportunidade de fazer o aluno participar ativamente de sua aula, tornando-a prática e, como verão, também divertida. Além de astronomia, os alunos também estarão trabalhando, praticamente, com a geometria, ao traçarem no chão, círculos e elipse. Os professores que exercitam o salutar hábito de questionar seus alunos antes de explicar, descobrirão alunos com “explicações intuitivas” das mais absurdas; algumas citarei no texto. Professores de pré-escola que tiveram contato com estas atividades disseram que elas são parcialmente aplicáveis também na pré-escola! Introdução Quando os livros abordam o tema “Sistema Solar”, geralmente trazem uma figura esquemática do mesmo. Esta figura, normalmente é constituída pelo Sol e planetas, sendo que não estão em escala os diâmetros do Sol e dos planetas e nem tão pouco as distância dos planetas ao Sol e não há nenhuma referência nos textos para esse fato. Apesar de não estarem em escala, os planetas maiores são representados por círculos grandes e os planetas menores por círculos pequenos, mas tão fora de escala que a Terra parece ser a metade de Júpiter e este, 3 ou 4 vezes menor que o Sol. Um procedimento experimental para resolver este problema será apresentado num outro artigo. Outro problema dos livros didáticos é sobre as distâncias dos planetas ao Sol. Estas figuras nunca obedecem a uma escala para (^1) Caderno Catarinense de Ensino de Física, v. 11, no. 1, p. 27-32, 1994

Esta é uma atividade que o aluno pode fazer em casa ou em sala de aula e, é claro, a tira fica com ele, para que possa mostrá-la aos familiares e amigos. Só mesmo fazendo a tira para percebemos como os planetas mais distantes estão incrivelmente mais distantes do Sol, do que os planetas Mercúrio, Vênus, Terra e Marte. O movimento dos planetas ao redor do Sol Para mostrar que os planetas giram ao redor do Sol (todos no mesmo sentido) fazemos o seguinte: sobre a tira de papel do item anterior, colocamos um barbante esticado, e sobre o Sol e cada planeta damos um nó. Enrolamos o barbante num cabo de vassoura (de aproximadamente 10 cm de comprimento) para não embaralhar o barbante. Em seguida vamos a uma quadra de esportes e no centro dela seguramos fixo o nó que representa o Sol, mantendo esticado o barbante e segurando um giz no nó que representa Mercúrio, traçamos um círculo sobre a quadra. Repetimos este procedimento traçando um círculo para cada planeta. Traçados os 9 círculos no piso da quadra, colocamos um aluno, representando o Sol, sobre o centro dos círculos (onde está o Sol). Colocamos outro aluno para andar sobre o círculo de Marte, outro sobre o círculo de Júpiter, outro para andar sobre o círculo de Saturno e idem para Urano, Netuno e Plutão. Sobre os círculos de Mercúrio, Vênus e Terra, não é possível colocar ninguém, pois eles estão próximos demais do aluno que representa o Sol. Feito este posicionamento inicial, sugiro, abaixo uma série de procedimentos para ilustrar o movimento dos planetas, seus satélites e cometas. 1º - Explicar que a velocidade dos planetas diminui com a distância dele ao Sol; assim sendo, o aluno que representar Marte deve correr sobre a órbita (círculo) de Marte, aquele que representar o movimento de Júpiter deverá correr mais devagar, quem representar Saturno apenas andará, e assim sucessivamente, tal que o aluno-Plutão caminhará pé-ante-pé 2º - Explicar que o tempo gasto pelo planeta (aluno) para dar uma volta ao redor do Sol é chamado de período de translação e representa a duração do ano do planeta. A Terra gasta 365,25 dias para fazer este movimento. Os planetas mais próximos do Sol gastam menos tempo que a Terra e aqueles que estão mais distantes gastam mais tempo que a Terra. Pode-se observar do movimento dos alunos que aqueles que estão mais próximos do Sol gastam muito menos tempo para dar uma volta ao redor do Sol do que aqueles que estão mais distantes. 3º - Coloque os alunos a se moverem, representando o sistema solar, e dê as explicações 1 e 2 acima. Depois de algumas voltas dos alunos, pare-os e explique que, além dos planetas girarem ao redor do Sol, eles giram ao redor de si mesmos, vamos pedir então, para que os alunos-planetas também façam isso, ou seja, caminhar sobre o círculos enquanto giram sobre si mesmos. Para que possam combinar os dois movimentos é preciso que transladem mais devagar, para se evitar quedas. 4º - Explicar, também, que o tempo gasto pelo planeta para girar sobre ele mesmo é chamado de período de rotação. A Terra executa esse movimento em 24 horas

(aproximadamente). É esse movimento que dá origem ao dia e à noite. Na translação todos os planetas giram no mesmo sentido, horário, digamos, mas na rotação 8 planetas giram sobre si no mesmo sentido, horário, por exemplo, sendo que Vênus gira no sentido contrário. Também é preciso lembrar que o eixo de rotação dos planetas não é perpendicular ao plano de sua órbita, ao contrário do que vemos na quadra, onde o eixo de rotação dos alunos-planetas é perpendicular ao plano da quadra. 5º - Explicar o dia e a noite da seguinte maneira: supondo que a cabeça dos alunos que estão orbitando (circulando) o Sol, seja a Terra, quando o aluno está de frente para o Sol é dia no seu rosto e noite na sua nuca, e quando ele está de costas para o Sol é dia na sua nuca e noite no seu rosto, pois ele está vendo o Sol. 6º - Além desses movimentos (translação e rotação) os planetas executam outros movimentos, mas que não são factíveis de serem representados com o corpo humano. 7º - Também é preciso chamar a atenção para o fato de que o plano das órbitas dos planetas não são coincidentes, como ocorre na quadra, mas que na verdade, estão ligeiramente inclinados uns em relação aos outros. 8º - Falta ainda esclarecer que as órbitas dos planetas não são exatamente círculos, como desenhados no chão, na verdade são órbitas ligeiramente achatadas, que chamamos de elipse e serão estudadas mais adiante. O movimento das luas ao redor dos planetas Depois dos movimentos de translação e rotação dos alunos-planetas e das explicações acima, podemos incluir as luas (satélites naturais) nos movimentos do sistema solar. Com exceção de Mercúrio e Vênus, todos os demais planetas possuem luas que giram ao redor deles. Vejamos como representar o movimento das luas ao redor dos planetas. 9º - Inicialmente vamos ilustrar o movimento da Lua ao redor da Terra. Vamos fazer um aluno representar a Terra, e como a órbita (círculo) da Terra está muito próximo ao pé de aluno que está representando o Sol, vamos usar o círculo que representa a órbita de Urano. Os demais planetas (alunos) não participam desta atividade, apenas observam. Enquanto o aluno-Terra gira sobre si o ao redor do Sol (muito lentamente), outro aluno, que representa a Lua, deve girar ao redor da Terra, mas sempre olhando para a Terra, pois a Lua sempre mostra a mesma face para a Terra, O aluno-Terra não fica olhando para a “Lua”. Já encontrei pessoas que acreditavam que o ocidente via uma face da Lua e que o oriente via só a outra face da Lua. Outras pessoas não imaginam que a Lua gira sobre si mesma. Esta atividade ajuda a esclarecer tais dúvidas. 10º - Marte tem duas luas, chamadas Fobos e Deimos. Vamos representá-las de modo análogo ao que fizemos para o sistema Terra-Lua. Substitui-se os alunos Terra e Lua, por outro que será Marte e outros dois que representarão as luas Fobos e Deimos. Marte gira ao redor do Sol e sobre si mesmo, enquanto que suas luas giram ao seu redor. Também é preciso usar o círculo que representa a órbita de Urano, pelo motivo exposto no item 9. Ainda não é sabido se as luas dos demais planetas apresentam sempre a mesma face para eles, como faz a lua da Terra.