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Uma análise da interação entre leitor e texto, baseada nas teorias de hans-robert jauss e wolfgang iser. Jauss se dedica à recepção do texto, enquanto iser construí uma teoria do leitor implícito e do efeito estético. O texto destaca a importância da transferência de estruturas do texto para as experiências do leitor, além da participação ativa do leitor na produção de sentido. O documento também discute os mecanismos de leitura, como decodificação, contextualização e inferência, e as características da análise e discussão dos dados, como a natureza do texto literário, a relação entre o leitor real e o leitor ideal, e a função poética da linguagem.
Tipologia: Provas
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Dissertação apresentada ao Departamento de Letras da Pontifícia Universidade Católica como requisito para obtenção do título de Mestre em Letras. Linha de Pesquisa: Literatura e Crítica Literária, sob a orientação do Prof. Dr. Aguinaldo José Gonçalves.
Dissertação apresentada ao Departamento de Letras da Pontifícia Universidade Católica como requisito para obtenção do título de Mestre em Letras. Linha de Pesquisa: Literatura e Crítica Literária.
Goiânia, 16 de março de 2015.
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. Aguinaldo José Gonçalves/PUC Goiás (Presidente)
Prof. Dr. Osvaldo Copertino Duarte/UniR
Prof. Dr. Divino José Pinto/PUC Goiás
Profa. Dra. Lacy Guaraciaba Machado/PUC Goiás
Profa. Dra. Maria de Fátima Gonçalves Lima/PUC Goiás (Suplente)
Agradeço ao universo, por proporcionar durante a minha estada aqui neste planeta, a oportunidade de viver e conviver com tudo e com todos que, de uma forma ou de outra, estiveram comigo nesta caminhada, contribuindo para impulsionar a evolução do meu ser. Seria uma grande injustiça citar e/ou nomear alguém, pois, com certeza, vários anjos se perderiam na traição das minhas memórias. Gratidão... Gratidão... Gratidão... ao Criador e às criaturas.
OLIVEIRA, Valeria Marques. I nteraction between the text and the reader: the reader how it behaves in the construction of the text directions at the time of reception. (Master of Arts: Literature and Literary Criticism). Pontifical Catholic University of Goiás, Goiânia, 2015.
ABSTRACT
This paper aims to analyze and understand the aesthetic effect of the reader’s interaction with the literary work, based on the theory of the aesthetic effect of Wolfgang Iser. The paper presents the results of the research realized with High School subjects, from Colégio Estadual Murilo Braga, of the state system of education on the State of Goiás. The methodology used for the achievement of the study was the Focus Group through the intensive direct observation and the extensive observation, with questionnaires containing open questions, field diary, audiovisual recordings during the meetings with volunteer subjects. The texts that were used: the tale “Eu estava ali deitado”, by Luiz Vilela, extracted from work No Bar (1984), the chronicle “Um domingo”, by Paulo Mendes Campos, from work O amor acaba (1999); the poems “[Cimitério] de bolso”, by Carlos Drummond de Andrade, and “Tudo”, by Arnaldo Antunes, inserted in the works Fazendeiro do Ar (1954) and Tudos (1991), respectively. The field research includes three main steps: awareness, realization of the proposal and the conclusion from the application of the questionnaire. The data analysis of the activities performed enable to realize the subjects distance with the experiences linked to the aesthetic, considering that it was necessary to repeat several times the reading of texts. It is necessary to evidence that, after several readings, there was an interaction of the reader with the texts, and the aesthetic effect was activated.
Keywords : Reading, literary text, aesthetic effect, reader.
Pensar em leitura significa entender que o ato de ler é tanto uma experiência individual quanto interpessoal: trata-se de um processo particular e pessoal, no momento em que cada leitor processa os sentidos do texto, e também interpessoal, visto que os sentidos não se encontram exclusivamente no texto ou no leitor, mas surgem a partir da interação entre ambos. Segundo Iser (1996), os textos se tornam reais ao serem lidos e as suas condições de atualização se inscrevem em sua própria construção, o que permite a constituição de sentido do texto durante o processo de recepção por parte do leitor. Entretanto, percebemos que a interação com o texto durante o processo de leitura não é uma tarefa tão simples para os estudantes do Ensino Médio, uma vez que eles possuem grandes dificuldades para a decodificação dos textos, como atestam resultados de exames, concursos, vestibulares e pesquisas internacionais divulgados por instituições de ensino superior e publicados em jornais e revistas após suas realizações. Essa realidade pode ser constatada no resultado apresentado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), por meio do Programa Internacional de Avaliação de Aluno (PISA), que apresenta a seguinte análise:
Em 2012, o desempenho dos estudantes brasileiros em leitura piorou em relação a 2009. De acordo com dados do Pisa, o país somou 410 pontos em leitura, dois a menos do que a sua pontuação na última avaliação e 86 pontos abaixo da média dos países da OCDE_._^1
Esses resultados confirmam o que sempre nos inquietou como docentes de Língua Portuguesa, e nos levou a desenvolver a presente pesquisa. Sendo assim, a problemática fundamental a ser verificada, é a de como se dá a interação entre o sujeito (leitor) do Ensino Médio e o texto. A partir disso, torna-se possível observar como o sujeito se comporta na construção dos sentidos do texto, no instante da recepção. Para procedermos a este estudo, formulamos a hipótese de que, na sala de aula do Ensino Médio, encontram-se diferentes tipos de sujeitos (leitores) que
(^1) Disponível em: http://educacao.uol.com.br/noticias/2013/12/03/pisa-desempenho-do-brasil-piora-em- leitura-e-empaca-em-ciencias.htm. Acesso em 15/09/2014.
apresentam comportamentos diversificados no processo de recepção de textos literários plurívocos e multidimensionais. Com base nessa hipótese, procuramos contribuir com o tema proposto, ao apontarmos em nossa pesquisa caminhos que direcionam para a superação de dificuldades e barreiras pertinentes ao processo de leitura, recepção e criação. Os tópicos abaixo relacionados serão abordadas com o intuito de apresentar avanços com relação à superação de algumas dificuldades que requerem discernimento e, portanto, encaminhamentos e práticas que, no embate com o texto, vão além da interpretação denotativa ou de senso comum e que levem o leitor a descobrir o inesgotável e, ao mesmo tempo ao palpável universo alquímico descortinado pelo constante laboratório de descobertas que podem fundir os elementos e levar o outrora leitor comum à condição de descobrir a pedra filosofal. Vale ressaltar que esta metáfora só se tornará possível a partir do contato do leitor com a estética ativada durante a leitura do texto. ∑ Grande parte dos sujeitos passa doze anos na educação básica e consegue apenas decodificar, quando muito interpretar um texto, quais são as relações estabelecidas do sujeito (leitor) e texto? ∑ De que forma os estudantes do Ensino Médio enquanto leitores interagem com o texto. Será que eles conseguem estabelecer um diálogo com o texto, extrair sentidos e percebem as questões implícitas e os pressupostos presentes no texto literário, e estabelecem um diálogo com o texto? ∑ Verifica-se que a maioria dos indivíduos alfabetizados, de nível médio e até superior apresentam dificuldades quanto à proficiência no domínio com o uso da língua? ∑ Os sujeitos (leitores) têm dificuldades em compreender, interpretar, analisar textos literários e até mesmo textos referenciais básicos do dia a dia. Por que tendem a não incorporar a leitura como uma atitude crítico-reflexiva? ∑ O texto literário se aproxima, ou não, do sujeito (leitor), Esse modelo de texto produz sentido que remete ao cotidiano do sujeito? ∑ O sujeito (leitor) consegue interagir com o texto durante o processo da leitura?
Para o enfrentamento da problemática levantada, o nosso estudo será desenvolvido à luz da teorização de Wolfgang Iser, bem como das funções da linguagem de Roman Jakobson e da abordagem sobre a natureza do texto literário
A metodologia deste trabalho é abordada no segundo capítulo. Para tanto, é realizada uma revisão bibliográfica de autores que abordam a temática. No terceiro capítulo, apresentamos a análise e a discussão dos dados da pesquisa.
1.1 O que é Leitura?
Minha tarefa pode ser comparada à obra de arte de um explorador que penetra numa terra desconhecida. Descobrindo um povo, aprendendo sua língua, decifrando sua escrita e compreendo cada vez melhor sua civilização. (Arno Stern)
O título deste capítulo nos remete a uma pergunta clássica para a qual procuramos apresentar algumas respostas. O tradicional dicionário Aurélio nos dá três definições para o vocábulo leitura, que, de certa forma, são interligadas entre si:
Ato, arte ou hábito de ler. 2. Aquilo que se lê. 3. Tec. Operação de percorrer, em um meio físico, sequências de marcas codificadas que representam informações registradas, e reconvertê-la à forma anterior como imagens, sons, dados para processamento. (FERREIRA, 2000, p. 422).
Esses significados dicionarísticos nos apresentam uma boa definição técnica do que é leitura. Definição esta que identifica a leitura como sendo uma atividade de decodificar códigos da maneira em que foram escritos. Entretanto, neste estudo, atrelou-se a esta definição amplas discussões sobre leitura que vislumbram uma associação desta à figura do leitor. Portanto, no processo de leitura, a figura do leitor não é relegada apenas ao papel de decodificar códigos, tais quais foram escritos, mas ele se torna co-participante do processo de interpretação do texto. De acordo com Martins (1994), o ato de ler é normalmente associado à escrita, e a figura do leitor é compreendida como um decodificador das letras. Essa associação, pertencente ao senso comum, ainda faz parte da realidade de muitos brasileiros, inclusive daqueles que ainda se encontram na escola, seja do Ensino Fundamental e/ou Médio. São os resquícios de uma alfabetização centrada na mecanicidade, na repetição e na memorização dos sons das letras agrupadas
leitor com as suas experiências de vida, “desde as mais elementares e individuais às oriundas do intercâmbio de seu mundo pessoal e o universo social e cultural circundante.” (MARTINS, 1994, p.17). Com isso, quando organizamos os conhecimentos adquiridos nas diversas situações, de certa forma, habilitamos nossa leitura e atingimos um processo de compreensão abrangente que “envolve componentes sensoriais, emocionais, intelectuais, fisiológicos, neurológicos, bem como culturais, econômicos e políticos.” (MARTINS, 1994, p. 31). Assim:
A leitura se realiza a partir do diálogo do leitor com o objeto lido – seja escrito, sonoro, seja um gesto, uma imagem, um acontecimento. Esse diálogo é referenciado por um tempo um espaço, uma situação; desenvolvido de acordo com os desafios e as respostas que o objeto apresenta, em função de expectativas e necessidades, do prazer das descobertas e do reconhecimento de vivências do leitor. (MARTINS, 1994, p. 33).
Há de se registrar que os PCN`s (Parâmetros Curriculares Nacionais) (1998) nos trazem uma importante concepção de leitura, que de certa forma reforça a crítica sobre a mera decodificação dos signos linguísticos abordada por Martins. Segundo este documento:
A leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de construção do significado do texto, a partir dos seus objetivos, do seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que sabe sobre a língua: características do gênero, do portador, do sistema de escrita etc. Não se trata simplesmente de extrair informação da escrita, decodificando-a letra por letra, palavra por palavra. (PCN’s 1998, p. 41).
De acordo com o OCEM (Orientações Curriculares para o Ensino Médio) (2006), a literatura se consolida como um discurso que vai além dos elementos linguísticos, uma vez que não tem como princípio a aplicação prática. Ela permite ao leitor participar do jogo da leitura literária, proporcionando, assim, o exercício da liberdade. Com base nessas primeiras considerações, podemos dizer que para ler é preciso interagir com o texto. Iser concebe a interação durante a leitura como o processo de influência recíproca entre texto e leitor, ou seja, segundo Iser (1996), no momento da leitura o leitor carrega consigo um repertório social, histórico e cultural, sendo que a interpretação de determinado texto ocorrerá por meio do diálogo entre o repertório do leitor e o texto.
Nesse sentido, evidencia-se que o leitor é uma figura central durante o processo de leitura. Nos próximos itens deste capítulo, será abordada a importância do leitor no processo de leitura literária e como ele é caracterizado durante esse processo. Antes, porém, estabeleceremos um diálogo com a natureza do texto literário.
1.2 Um Olhar sobre a História Literária
Uma das contribuições sobre a natureza do texto literário vem do formalismo russo. Consoante a essa teoria, Schnaiderman (1976) aponta que ela foi elaborada por alguns pensadores da Universidade de Moscou e designada como Círculo Linguístico de Moscou. O principal objetivo dessa vertente de estudiosos era estudar a Poética e a Linguística. Esse grupo de pesquisadores contesta às Interpretações extraliterárias do texto, uma vez que o mais importante era “o princípio da organização da obra como produto estético, jamais um fator externo.” (SCHNAIDERMAN, 1976, P. VIII) De acordo com Eikhenbaum (1976), o formalismo russo resulta de esforços para a criação de uma ciência autônoma. Assim, o termo formalismo não se origina da constituição de um sistema metodológico particular. Como se vê:
O nome de “método formal” solidamente ligado a este movimento, deve ser compreendido como um chamado convencional, como um termo histórico, e não devemos tomá-lo como uma definição justa. O que nos caracteriza não é o formalismo enquanto teoria estética, nem uma metodologia representando um sistema científico definido, mas o desejo de criar uma ciência literária autônoma a partir das qualidades intrínsecas do material literário. Nosso único objetivo é a consciência teórica dos fatos que se destacam na arte literária enquanto tal. (EIKHENBAUM, 1976, p. 5).
Roman Jakobson, conforme Schnaiderman (1976), escreveu um trecho que foi tomado como palavra de ordem do movimento, quase um manifesto. Para este formalista russo, “a poesia é linguagem em sua função estética”. Desse modo, o objeto do estudo literário não é a literatura, mas a literariedade, isto é, aquilo que torna determinada obra, literária (JAKOBSON, apud, SCHNAIDERMAN, 1976, p.VIII )”. Nesse trecho, Roman Jakobson (apud, Schnaiderman, 1976) faz duras críticas aos historiadores da literatura, uma vez que criavam um conglomerado de disciplinas
considerados frequentemente como a característica essencial do romantismo. (JAKOBSON, apud, SCHNAIDERMAN, 1976, P. XII). Assim, essa nova vertente de estudiosos russos buscava na literatura viva aspectos que poderiam caracterizar a linguagem da obra literária, específicos e inerentes à literatura. De acordo com Schnaiderman (1976), esse estudo não se restringia aos monumentos do passado, mas visava à necessidade de fundir a arte na vida cotidiana. Vale ressaltar que, inicialmente, foram adotadas formulações agressivas contra a velha estética com afirmações extremistas, como por exemplo, a independência da literatura em relação às diversas formas da vida social. Entretanto:
Quando se estuda em pormenor a contribuição dos formalistas russos, percebe-se desde o início uma tendência marcada a levar em conta a relação dialética entre sincronia e diacronia, a ver a língua como um fenômeno social e, como tal, relacionada com as demais “séries sociais”, e sobretudo uma acentuada importância atribuída ao estudo histórico tanto da linguagem como da sua expressão literária. (SCHNAIDERMAN, 1976, p. XIV).
Schnaiderman (1976) acentua que além de traçar as normas gerais da evolução da linguagem poética, os formalistas russos apresentaram de forma mais precisa, historicamente, uma série de fatos literários. Na história da literatura, por exemplo:
Estava consagrada a noção de que o grande acontecimento literário na Rússia, a partir da década de 1820, fora a oposição entre clássicos e românticos. Estudando minuciosamente os escritos da época, e analisando particularmente os fatos ligados à linguagem literária, J. Tynianov mostrou, numa série de trabalhos, que esta oposição clássicos-românticos, noção importada, foi muito menos importante, do ponto de vista da formação da nova linguagem literária, que a luta entre “arcaizantes” e “inovadores”. (SCHNAIDERMAN, 1976, p. XIV).
Os estudos desenvolvidos pelos formalistas russos, conforme Schnaiderman (1976), enfatizavam aspectos importantes do processo literário e a necessidade de rever conceitos tradicionais da historiografia. Entretanto, o serviço de “limpeza” do campo literário incomodava a muitos, pois poderia dificultar novas e despreconceituadas pesquisas. Mesmo sofrendo condenação pública e categórica em 1930, o formalismo russo nos proporcionou lançar um novo olhar sobre a história literária e começou a
ser abordado na Academia de Ciências da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (U.R.S.S) em 1962 e na Universidade de Tartu na Estônia em 1964. Atualmente, os estudos, análise e discussões atuais integram o formalismo russo na consciência crítica literária mundialmente. Eikhenbaum (apud, Tadié, 1992) nos diz que a teoria formalista está em constante evolução, uma vez que a teoria e a história formam uma unidade. Tadié (1992), ao citar Eikhenbaum, apresenta alguns momentos importantes do método formal. São eles:
∑ Da oposição “inicial e sumária” entre a poética e a linguagem cotidiana, passou a haver orientação rumo à diferenciação das funções da linguagem cotidiana e dedicação à delimitação entre linguagens poética e emocional. Surgiu uma retórica como necessária, ao lado de uma poética. ∑ Do conceito da forma, passou-se ao do procedimento e, a seguir, ao da função. ∑ Da oposição do ritmo ao metro, chegou-se ao verso como forma particular do discurso, tendo seus próprios traços linguísticos. ∑ Partindo do assunto como construção, concebeu-se o material como “motivação”, elemento dependente da construção. ∑ A análise do “procedimento”, sobre materiais diferentes e diferenciados segundo suas fórmulas, levou à evolução das formas, ao questionamento da história literária. (TADIÉ, 1992, p. 21).
1.2.1 A função poética e os desdobramentos da linguagem
Roman Jakobson é um expoente do formalismo russo. Interessa-nos para o desenvolvimento de nossa pesquisa, sobretudo, seus postulados teóricos a respeito dos elementos da comunicação e a função poética da linguagem em seus desdobramentos estéticos. Jakobson (2003) nos apresenta seis funções básicas do processo comunicativo as quais são amplamente discutidas e utilizadas por estudiosos que se dedicam a investigar as teorias literárias e linguísticas. A linguagem, segundo ele, precisa ser estudada em todas as suas funções a saber:
O REMETENTE envia uma MENSAGEM ao DESTINATÁRIO. Para ser eficaz, a mensagem requer um CONTEXTO a que se refere (Ou “referente”, em outra nomenclatura algo ambígua), apreensível pelo destinatário, e que seja verbal ou suscetível de verbalização; um CÓDIGO total ou parcialmente comum ao remetente e ao destinatário (ou, em outras palavras, ao codificador e ao decodificador da mensagem); e, finalmente, um CONTACTO, um canal físico e uma conexão psicológica entre o