












Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
O projeto 'integração entre família e escola na contemporaneidade: possibilidade ou necessidade?' desenvolvido no colégio estadual padre manuel da nóbrega, umuarama. O projeto reflete sobre a necessidade de práticas educativas a partir da gestão democrática participativa e legislações educacionais, além de abordar os problemas que interferem nas relações familiares e na escola. O objetivo é aproximar escola e família numa perspectiva de educação integral, garantindo uma educação de qualidade e cumprindo a função social da escola.
O que você vai aprender
Tipologia: Esquemas
Compartilhado em 07/11/2022
4.5
(402)853 documentos
1 / 20
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
Maria Aparecida Coutinho Amaral^1 Helena Izaura Ferreira^2
Resumo: Este artigo possui como objetivo, compreender como as transformações na sociedade interferem nas relações sociais, escolares e familiares, considerando que, os comportamentos familiares também transmitem valores e significados que subjetivamente são assimilados. Na contemporaneidade, escola e família devem ser capazes de encontrar caminhos que fortaleçam vínculos para o enfrentamento das influências externas na formação do ser humano. O projeto intitulado “Integração entre família e escola na contemporaneidade: Possibilidade ou Necessidade?” foi desenvolvido no Colégio Estadual Padre Manuel da Nóbrega, no município de Umuarama, com alunos, pais, professores e o coletivo escolar, refletindo sobre a necessidade de práticas educativas a partir da Gestão Democrática Participativa, Legislações Educacionais, conhecimentos acerca de temas relevantes sobre a formação do pensamento do homem enquanto ser histórico e suas contribuições e implicações na personalidade dos indivíduos se, ao mesmo tempo, procurando aproximar escola e família numa perspectiva de educação integral, responsável na formação do futuro cidadão. As experiências dos encontros realizados com pais, alunos e professores, apresentaram resultados positivos sobre a responsabilidade no cumprimento de seus papéis. Ao final da implementação do projeto, ficou evidente que é necessário que haja interação entre a escola e a família, para que a escola consiga cumprir sua função social Desse modo, foi possível perceber que esses fenômenos devem ser compreendidos de forma dialética, nunca separados ou isolados. Palavras-chave: Contemporaneidade; Gestão Participativa; Parceria e Aprendizagem.
Este artigo é o resultado de um projeto de pesquisa teórico-empírica, culminando com uma intervenção pedagógica no Colégio Estadual Padre Manuel da Nóbrega – Ensino Fundamental, Médio e EJA, em Umuarama/PR, contando com um período de estudos realizados na Universidade Estadual do Paraná – UNESPAR de Campo Mourão, por meio do Programa de Desenvolvimento Educacional PDE- 2016/2017. Esse programa objetiva proporcionar formação continuada aos profissionais da educação da rede pública estadual, bem como instrumentalizar educadores para a possibilidade de mudança da realidade escolar, além de garantir uma educação de qualidade e o cumprimento da função social da escola. A pesquisa sobre “A Parceria entre Família e Escola”, refletiu sobre os resultados da Implementação do Projeto de Intervenção realizado com as famílias e alunos e das contribuições do GTR (Grupo de Trabalho em Rede). Durante a pesquisa e a implementação, foi possível verificar que as famílias na sociedade
(^1) Graduada em História, Faculdade União das Américas, Foz do Iguaçu, PR; Graduada em Pedagogia e Especialização em Gestão e Orientação, Faculdade Dinâmica das Cataratas. 2 Graduada em Pedagogia pela Fecilcam, Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão, PR; Mestrado pela UNIMEP – Universidade Metodista de Piracicaba.
aprendizagem e ao desenvolvimento dos alunos, assim como desgastes e constrangimentos sofridos por ambas as partes. Para que não ocorram frustrações, reclamações recíprocas e culpabilizações, as duas instituições devem adotar atitudes de cooperação na busca da superação dos problemas e não apenas encontrar culpados pelo insucesso ou atitudes comportamentais indesejadas dos filhos. Uma síntese do exposto acima, leva a crer que a legislação por si só não consegue aproximar os segmentos fundamentais da educação, família e escola. Em pleno século XXI, a sociedade dominante num contexto social contemporâneo, continua ditando as regras de comportamento. Interferindo na vida das pessoas, principalmente nos mais jovens, independente de pertencerem ou não às famílias mais tradicionais. Os conceitos sociais produzidos pela sociedade contemporânea, influenciam a formação de crianças e adolescentes por ideologias que produzem estereótipos e comportamentos considerados como exemplo a serem seguidos, tais como: consumismo inconsciente, padrões de beleza, descompromisso com o outro, prazer imediato, liberdade para fazer o que quer, enfim, perde-se o sentido de coletividade. Além das influências acima citadas, existe a ênfase na revolução tecnológica, isto é, o uso demasiado das redes sociais e a mídia interferindo na cultura, na educação, na formação de crianças e principalmente dos adolescentes, e as consequências desse novo modelo de sociedade são refletidas na família, e na escola. Considera-se que, o enfrentamento das consequências desse modelo de sociedade deve ser desenvolvido de forma a compreender como essas ideologias estão afetando o comportamento, a cultura e o modo de viver do ser humano, e, como crianças e adolescentes reagem a elas. A partir do levantamento da problemática, estabeleceu-se os seguintes objetivos: implementar ações para que os pais compreendam a importância da escolaridade no desenvolvimento e na aprendizagem, utilizando subsídios teóricos que promovam a aproximação da família com a escola; compreender o papel do pedagogo e a Gestão democrática na escola; diagnosticar os fatores que impedem a participação da família no processo de ensino e aprendizagem dos filhos a partir da legalidade; relacionar a importância da família no desenvolvimento das funções psicológicas, na formação e na aprendizagem de crianças e adolescentes em atividades educacionais, artísticas e culturais voltadas para os valores éticos.
Considerando que a escola exerce a função social de proporcionar educação de qualidade, é imprescindível a participação da família no processo educacional dos filhos, pois ela é a primeira instituição que transmite os conceitos de socialização, é preciso que ela avance para encontrar soluções e meios para promover encontros entre escola e família, num trabalho conjunto. Ao analisar todas as atribuições do pedagogo nos espaços escolares, de acordo com a natureza do trabalho específico que é o de organização e articulação do trabalho pedagógico no coletivo escolar, percebe-se que, nem sempre esse trabalho ocorre por conta dos conflitos que afetam uma grande maioria dos estudantes, tais como, indisciplina ou desinteresse pelos estudos. Entretanto, o papel do pedagogo é buscar apoio das famílias, para o enfrentamento desses problemas e resolvê-los. Paraná (2010, p.41) argumenta que: Ao discutir o trabalho pedagógico da escola temos que levar em conta os espaços/tempos disponíveis, inclusive para a participação dos pais e alunos nas reuniões. Suas vozes são pouco ouvidas, tanto nas instâncias de participação, quanto na própria sala de aula. Os pais ainda não de sentem a vontade ou quase não falam nas reuniões, até porque eles desconhecem quase que totalmente as questões pedagógicas, e poucos tiveram acesso ao Projeto Político da escola em que seus filhos estão matriculados. Sobre a participação, a importância da família na educação escolar e desenvolvimento dos filhos, Saviani (2013, p.13) afirma que: “[...] a escola configura- se numa situação privilegiada, a partir da qual podemos detectar a dimensão pedagógica que subsiste imbricada no interior da prática social global”. Mas sabemos que a escola não pode assumir toda responsabilidade, pois ela e a família devem integrar-se, para que haja um fortalecimento no trabalho educativo dos elementos internos e externos, ambas encontram dificuldades no que diz respeito às suas funções de educar e ensinar. Nesse contexto, Paro (2007, p.25) considera que: Pode-se pensar em uma integração dos pais com a escola, em que ambos se apropriem de uma concepção elaborada de educação que, por um lado, é um bem cultural para ambos e, por outro, pode favorecer a educação escolar e ipso facto, reverter-se em benefício dos pais, na forma da melhoria da educação de seus filhos
A partir desses depoimentos e das contribuições e discussões durante o Grupo de Trabalho em Rede (GTR), percebemos que o papel do pedagogo é fundamental na articulação da Gestão Democrática Participativa. Nesse sentido, uma das cursistas do GTR, 2017, argumentou que “A escola e a família, assim como outras instituições, vem passando por profundas mudanças ao longo da história, as quais acabam por interferir na estrutura familiar a na dinâmica escolar”. E citando Reis, (2007, p.6), “A escola nunca educará sozinha, de modo que a responsabilidade educacional da família jamais cessará. É preciso diálogo entre escola, pais e filhos”. No segundo encontro, foi trabalhado o tema “As legislações brasileiras e as implicações no processo educacional”. Objetivamos com essa temática, possibilitar aos pais, responsáveis, professores, conhecimento sobre a Legislação Educacional, discutindo sobre a importância de seu envolvimento. Desse modo, a escola não pode assumir toda responsabilidade, ela e a família devem integrar-se, para que haja um fortalecimento no trabalho educativo contra elementos internos e externos dessa natureza, pois ambas, estão encontrando dificuldades no que diz respeito aos seus papéis de educar e ensinar. Nesse contexto, Paro (1997, p.30) considera que: A escola deve utilizar todas as oportunidades de contatos com os pais, para passar informações relevantes sobre seus objetivos, recursos, problemas e também sobre as questões pedagógicas. Só assim, a família irá se sentir comprometida com a melhoria da qualidade escolar e com desenvolvimento de seu filho como ser humano. Na sequência, no terceiro encontro, trabalhamos o Tema: “Aprendendo Ética e Cidadania através do Regimento Escolar”. Na dinâmica proposta houve grande participação dos pais e dos filhos. As maiorias deles não tinham conhecimento do documento. As discussões e debates foram direcionados sobre a função de todos os envolvidos: Equipe Diretiva, Professores, Pais e Alunos, principalmente sobre os Direitos e Deveres de cada segmento escolar. Alguns pais disseram que não conheciam e nem sabiam da existência do documento e um deles argumentou que “entendemos que o Regimento Escolar, atende a todas as necessidades de alunos, professores e família”. Os princípios legais que regem a educação nos documentos oficiais são claros no que se referem às atribuições das duas instâncias. A família possui algumas atribuições que lhes são cobradas perante as leis. No que se refere à
educação, a Constituição Federal Brasileira cita em seu Artigo 205, Capítulo III – Da Educação, da Cultura, e do Desporto - Seção I.
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Analisando a legislação no que se refere à promoção e o incentivo, percebe- se que não há punições ou sansões, cobrando esse “DEVER”, mesmo com a Rede de Proteção que atua através da Promotoria Pública e Conselho Tutelar, nem sempre a escola consegue uma participação efetiva de pais e responsáveis no processo educacional de crianças e adolescentes. Cabe ao Estado, o dever de cobrar de órgãos representativos como o Conselho Tutelar cuja função é, acompanhar e zelar pela integridade da criança, fazendo com que o Estatuto da Criança e do Adolescente seja cumprido, orientando os pais quanto à frequência e ao aproveitamento escolar dos filhos, bem como ao Ministério Público , órgão mediador entre a escola e a família. Analisando as legislações, fica evidente que, a escola não pode assumir toda responsabilidade, ela e a família devem integrar-se, para que haja um fortalecimento no trabalho educativo, cada uma delas, cumprindo seu papel. Para que a Escola Pública tenha um projeto social coletivo, ela depende de políticas de gestão pública: como políticas de formação, gastos internos, regimes de trabalho, dentre outras. São políticas de governo que exigem da escola, atitudes para geri-las com autonomia e deste modo, Paro (2007, p.18), afirma que, “[...] a escola precisa deixar claro que, além da participação coletiva deve ser crítica quanto às políticas financeiras que atuam nas políticas de governo”. Segundo Regattieri e Castro (2010, p.32), é importante identificar e negociar, em cada contexto, os papéis que vão ser desempenhados e as responsabilidades específicas entre escolas e famílias. Quando o assunto é aprendizagem essas responsabilidades se tornam ainda maiores e segundo as autoras, devem ser negociadas.
Em um contexto de pais pouco escolarizados, com jornadas de trabalho extensas e com pouco tempo para acompanhar avida escolar dos filhos, essa divisão pode mostrar-se ineficaz. Por isso, da mesma forma como procura diagnosticar as dificuldades pedagógicas dos alunos para atendê- los de acordo com suas necessidades individuais, a escola deve identificar as condições de cada família, para então negociar, de acordo com seus limites e possibilidades, a melhor forma de ação conjunta.
próprio julgamento, para crítica ou mesmo, para a autocrítica. Mais do que em qualquer outra área, a escola perde a sua função específica, precisamente, a de ensinar às gerações novas o saber acumulado pelas gerações que lhes antecederam (NAGEL, 2015, p.9) Ainda abordando esse tema, houve importantes contribuições de cursistas GTR, A: Trazer à tona essa discussão, no sentido de refletir as graves consequências causadas pelo uso dessas substâncias psicoativas que interferem no psíquico, no emocional e até no físico é de extrema relevância. B : O caminho é buscar sempre meios para que a família possa criar o hábito de participar da vida escolar dos filhos, percebendo o quanto a mesma é importante no processo educativo de seus filhos. Depoimento de pais: A : “[...] com a palestra, temos outra visão sobre como lidar com nossos filhos em questão sobre como conversar com assuntos que, às vezes é um tabu”. B : “[...] A palestra nos mostrou uma nova visão em como lidar com os filhos, quando o assunto são as drogas. Mostrou também como às vezes falar sobre drogas é um desafio”. A partir dessas considerações, o quinto tema discutido foi: “ A atuação do pedagogo na mediação entre: família e aprendizagem”, objetivamos com a temática, contribuir para que pais e responsáveis se apropriem de conhecimentos específicos sobre as mudanças que ocorrem durante as fases de desenvolvimento de crianças e adolescentes. Foi apresentado aos pais, a importância e a necessidade de acompanhamento dos filhos ao longo da vida. Ficou evidente que eles ainda possuem muita dificuldade em dialogar com os filhos as questões relacionadas à sexualidade, gravidez precoce na adolescência, bem como as transformações que ocorrem com os jovens nessa fase da vida, principalmente no que se referem às prevenções contra doenças sexualmente transmissíveis. Numa abordagem histórico-cultural, o desenvolvimento humano está interligado entre o cultural e o biológico, porém o cultural se sobressai, pois o conhecimento produzido historicamente é transmitido de geração em geração, tornando-se parte da natureza humana. Nesse sentido, Vigostski (2004, p.284), afirma que: Tudo no homem pode ser educado e reeducado sob uma correspondente interferência social. Neste caso, o próprio indivíduo não deve ser entendido como forma acabada, mas, como uma permanente e fluente forma dinâmica de interação entre o organismo e o meio.
Desse modo, a função social da escola visa contribuir para que haja mediação entre aluno, aprendizagem e conhecimento. A escola pública precisa demonstrar através de práticas pedagógicas esse compromisso com os alunos, criando condições para seu desenvolvimento moral e social. Ainda sobre a função social da escola, Paro, (2007, p. 34), ressalta que: “A qualidade da educação oferecida deve referir-se, portanto, à formação da personalidade do educando em sua integridade, não apenas à aquisição de conhecimentos em seu sentido tradicional”. Sobre a interação entre família e escola uma cursista (GTR, 2017) complementou dizendo que: “A escola e a família são fundamentais para o processo de aprendizagem, estes dois contextos têm o papel de desenvolver a socialização, a harmonia, a aprendizagem e o afeto nos indivíduos. É no ambiente familiar e escolar que o sujeito se desenvolve de acordo com a realidade vivida, seja cultural ou social, preparando-se para o convívio social”. No sexto encontro, foi abordado o Tema “ A função da escola frente às transformações no desenvolvimento biológico e psicológico durante a transição: nascimento, infância e adolescência”. Objetivamos com esse encontro que pais, professores e responsáveis conhecessem os períodos biológicos do ser humano, principalmente durante a transição da infância para a adolescência. Através de dinâmicas, os pais perceberam que quando eles são parceiros e participam da escola, da educação e da vida escolar dos filhos, é possível evitar alguns problemas durante o desenvolvimento dos filhos na transição entre infância e idade adulta. Ainda sobre a importância da participação da escola e da família dentro de uma gestão participativa, Duarte (2004, p.68), considera que:
É verdade que educamos para a vida, que esta é o árbitro supremo, que o nosso objetivo final não é inocular méritos escolares especiais seja de que espécie for, mas comunicar habilidades e hábitos para a vida, que a iniciação à vida é o nosso objetivo final. Por esse motivo, é preciso envolver família e escola numa integração em que os alunos se apropriem de conhecimentos científicos, para que mudem sua concepção de mundo e de sociedade, que possam ser críticas diante das mudanças na sociedade contemporânea. Após a exposição do tema, um pai e pronunciou dizendo que: “[...] uma ótima palestra sobre filhos adolescentes. É sempre bom
Considerando que a escola exerce a função social de proporcionar educação de qualidade, é imprescindível a participação da família no processo, já que ela transmite à criança os primeiros conceitos de socialização. Segundo Auxiliadora e Dessem (2007, p.29), família e escola devem caminhar juntas. Afirmam ainda que:
A família não é o único contexto em que a criança tem oportunidade de experimentar e ampliar seu repertório como sujeito da aprendizagem e desenvolvimento. A escola também tem sua parcela de contribuição no desenvolvimento do indivíduo, mas especificamente na aquisição do saber culturalmente organizado em suas distintas áreas do conhecimento. Os jovens sofrem as influências da sociedade, mudam seu comportamento em diversos ambientes, mas é na escola que eles são visíveis. Sabemos que os resultados de um fracasso, ou sucesso escolar, não dependem apenas de fatores sociais e familiares, outros fatores ligados às transformações biológicas e psicológicas também afetam o comportamento de crianças e adolescentes, pois as crianças possuem herança biológica e Vigotski, (2006, p.61), reforça ainda que: “[...] desde o nascimento as crianças estão em constante interação com adultos, que ativamente procuram incorporar sua cultura”. Essas transformações é que farão com que eles reconheçam e percebam a diferença entre as pessoas que os cercam, e
[...] a criança percebe que o próprio lugar de sua atividade na vida adulta, na vida “verdadeiramente real” que a cerca, torna-se diferente. [...] sua capacidade física, seu conhecimento e suas habilidades colocam-na, às vezes, em pé de igualdade com os adultos, e até mesmo fazem-na sentir-se superior em relação a uma ou outra coisa. O tema despertou o interesse de todos os professores, pois abordou conflitos que ocorrem durante a adolescência, os quais são refletidos em sala de aula e afirmaram que: A : É preciso reconhecer que ocorrem muitas mudanças na vida das crianças e adolescentes, principalmente suas formas de expressão e os conflitos existentes entre professor e aluno. B : Através dessa abordagem estaremos mais preparados para o trabalho em sala de aula com os adolescentes, entendendo melhor sua postura e assim também, obteremos o melhor resultado no processo ensino-aprendizagem. Para que essa parceria seja efetivada, é preciso um empenho de todos, que as famílias participem das ações da escola, que valorizem mais os professores e o ensino, porque unindo forças, as duas instâncias conseguirão superar os obstáculos
que lhes são imputados diariamente pelas influências sociais, que implicam na formação da personalidade, de crianças e adolescentes.
Com o objetivo de compreender a concepção de educação, ensino e aprendizagem. Que os pais e os alunos têm, sobre as atividades escolares e o tempo em que ficam conectados às redes sociais. Para os pais, utilizamos questionários composto por dez (10) questões, das quais, seis abertas e quatro fechadas e para os alunos formulário composto por dez (10) questões, sete abertas e três fechadas. O objetivo foi comparar respostas dos pais e dos filhos.
Gráfico 1 – Qual seu nível de escolaridade?
Fonte: A autora
De acordo com os resultados obtidos, 44% possuem Ensino Fundamental completo, 44% possuem Ensino Médio incompleto e 6% possuem Graduação. Percebe-se que a maioria dos pais, possuindo parte da Educação Básica, valorizam a educação dos filhos. Gráfico 2 – Sobre a função social da escola
Fonte: A autora
44% 44%
6%6%
Ensino Fundamental completo Ensino Médio incompleto Ensino Superior Nunca estudei Pós-Graduação Outros
28%^ 50%
5% 5%^
Ensinar e preparar para o vestibular Ensinar conceitos morais e éticos Ensinar uma profissão Ensinar conhecimentos científicos
Gráfico 5 - Com que frequência você vai à escola de seu filho?
Fonte: A autora. Nessa questão percebe-se que, a mesma quantidade de pais que afirmaram sobre a necessidade da participação dos pais na escola, são os mesmos que participam ativamente. Já os demais que responderam entre 13% e 7%, são aqueles pais que afirmam que possuem um bom acompanhamento das atividades escolares e do rendimento escolar dos filhos em casa e afirmam ser desnecessário irem com frequência à escola.
Gráfico 6 – Questão 1 – Sexo
Fonte: A autora. Na turma 57% dos alunos são do sexo masculino e 43%, feminino.
Gráfico 7 – Questão 2 – Idade
Fonte: A autora.
13%
80%
7%
Sempre que vejo necessidade, (por iniciativa própria) Sempre que sou convocado para reuniões Quando surge algum problema relacionado ao meu filho e a escola me convoca Raramente vou à escola
43% 57%
Masculino Feminino
4%
18%
4%
2% 11 anos 12 anos 13 anos 14 anos
Com relação à idade, a maioria dos alunos, no geral está na idade correta para a série, possuem entre 11 e 13 anos, o que demonstra ponto positivo. Apenas 2% estão com distorção de série e idade.
Gráfico 8 – Questão 3 – Estado civil de pais e responsáveis
Fonte: A autora. Nessa questão, observa-se que as crianças têm dificuldades em entender e compreender as configurações familiares. A maioria respondeu que os pais são casados. Apenas 5% dos alunos responderam que os pais são solteiros.
Gráfico 9 – Questão 4 – A Importância da Escola
Fonte: A autora. Comparando com as respostas dos pais, os alunos possuem outra visão sobre a importância da escola para a vida. Talvez esse resultado se dê pelo fato de estarem cursando o ensino fundamental ainda. Enquanto a maioria dos pais responderam que, a função social da escola é apenas preparar para a faculdade, 25% dos alunos afirmaram que a função social da escola é apenas ensinar conteúdos, 13% afirmaram que a importância da escola é preparar para estudos posteriores e 8% preparar para o mercado de trabalho. Assim, é necessário que haja parceria entre família e escola com o objetivo de orientar alunos e pais sobre a importância e a valorização do conhecimento para mudança e qualidade de vida.
5%
23%
Solteiros Casados Separados
13%^ 25%
8%
Ensina conteúdos Prepara para a faculdade Prepara para o mercado de trabalho Outros
2
8
principalmente na transição entre, infância e adolescência. Ficou evidente que é preciso oportunizar mais debates e discussões no espaço escolar, oferecendo também aos professores,momentos de estudos de formação continuada na perspectiva da Psicologia Histórico-Cultural, para que possam desenvolver ações pedagógicas considerando as mudanças e o tempo de aprendizagem individual. Devido a fatores temporais, não foi possível incluir as atividades artísticas durante a implementação. Um dos objetivos era promover a integração entre família e escola pelas representações do cotidiano da família, do espaço escolar na sociedade contemporânea. Levando em consideração que através das representações do cotidiano, a Arte leva o aluno a se colocar no lugar do outro e assim compreender o mundo que o cerca. No período de estudos e de acordo com os resultados da pesquisa, percebeu- se que, mesmo com uma jornada de trabalho extensa, muitos pais acompanham o desenvolvimento escolar dos filhos, porém, os filhos permanecem muito tempo, conectados às redes sociais, sem que a família imponha limites. De um modo geral, os pais valorizam a parceria e integração entre Família e Escola. Reconheceram que, os problemas sociais interferem na educação dos filhos, mas que a escola pode e deve contribuir para a formação de valores, educando para a cidadania. Porém, a família não pode se eximir da responsabilidade de educar, impor limites, serem afetivos, ensinando o respeito e a valorização da vida como um todo. A título de conclusão, reforçamos que a parceria entre Família e Escola é possível e necessária, para a melhoria da formação humana do povo brasileiro.
ANJOS, Daniela. Psicóloga. Disponível em: https://amenteemaravilhosa.com.br/impacto-da-tecnologia-nas-familias/. Acesso em 24 de Nov. de 2017
BRASIL. Constituição da República Federativa do, Capítulo III: Da Cultura, da Educação e do desporto. 38ª edição. Art. 205, p. 148. São Paulo: Saraiva. 2006
BRASIL. Código Civil (2002) Código Civil Brasileiro e Legislação Correlata. – 2ª Ed.
DUARTE, Newton. Escola de Vigotski e a educação escolar: algumas hipóteses para uma leitura pedagógica da Psicologia Histórico-cultural. Disponível em:<
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1678-
Acesso em: 28 out. 2017.
INTERAÇÃO ESCOLA-FAMÍLIA: Subsídios para práticas escolares/organizado por Jane Margareth Castro e Mariza Regattieri. – Brasília : UNESCO, MEC,2009.
LA ROSA , Deonira L. Viganó. Revista Mundo Jovem. Como vai a nossa família? Ano 52 - Nº 447 - Junho 2012
______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – 9394/96, 2006)
LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: teoria e prática / José Carlos Libâneo. 5. ed. revista e ampliada – Goiânia: Editora Alternativa, 2004.
LIBÂNEO, Jose Carlos. Educação escolar: políticas, estrutura e organização /José Carlos Libâneo, João Ferreira de Oliveira, Mirza Seabra Toschi –
NAGEL, Lizia Helena. Centro Universitário de Maringá : Filhos da Modernidade (CESUMAR). Disponível em:<http://docslide.com.br/documents/a- educacao-dos-alunos-ou-filhos-da-pos-modernidade.html> Acesso em 24 nov. 2017
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Coordenação de Gestão Escolar - Organização do trabalho pedagógico / Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Coordenação de Gestão Escolar. – Curitiba SEED – Pr, 2010. – 128 p.B
PARO, Vitor Henrique. Gestão escolar, democracia e qualidade do ensino. São Paulo: Ática, 2007.
______. Qualidade do Ensino: a contribuições dos pais. São Paulo: Xamã, 2007.
REIS, Risolene Pereira. In Mundo Joven , nº 373. Fevereiro, 2007.
SAVIANI, Demerval. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações /Demerval Saviani 11.ed.rev- Campinas, SP: Autores Associados, 2013
VIGOTSKY, Lev Semenovich ,1896-1934. Psicologia Pedagógica /L. S. Vigotsky: tradução do russo e introdução de Paulo Bezerra. – 2ª Ed. – São Paulo: Martins Fontes, 2004. – (Psicologia e pedagogia)
VIGOTISKi, Lev Semenovich. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem /Lev Semenovich Vigotiski, Alexander Romanovich Luria, Alex N. Leontiev: tradução Maria da Penha Villa lobos. – São Paulo: Ícone, 2006.