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Insuficiência Cardíaca: Sintomas, Causas, Estágios e Tratamento, Notas de aula de Cardiologia

Este documento aborda a insuficiência cardíaca (ic), uma síndrome caracterizada por intolerância a esforços e sintomas como dispneia e edema, causados por alterações na estrutura e função do coração. O texto discute as diferentes etiologias, estágios e fatores de risco da ic, além de sua classificação e tratamento. O documento também aborda a fisiopatologia da ic, as exames complementares e o diagnóstico.

Tipologia: Notas de aula

2021

Compartilhado em 11/10/2022

isabella-de-melo-pompei
isabella-de-melo-pompei 🇧🇷

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bg1
4- Insuficiência cardíaca (IC)
Manutenção do débito cardíaco às custas da elevada
pressão de enchimento
1- Definição:
IC não é uma doença única
IC é uma síndrome (conjunto de sinais e sintomas
com diversas etiologias)
Diversas etiologias: isquêmicas X não
isquêmicas
Caracterizada pelas presenças de
sintomas
oSintomas: principal - intolerância aos esforços
(dispneia); e/ou
oSinais (por ex: edema, turgência/estase jugular,
bulha 3, estertores, etc)
Ocasionada por alterações cardíaca
oEstrutura : miocárdio, valvas, pericárdio,
sistema elétrico, etc
oFunção - inotrópica (força de contração -
alteração da função sistólica), lusitrópica
(relaxamento - alteração da função diastólica),
cronotrópica (ritmo cardíaco/ frequência
cardíaca - ramos do feixe de Hys),
dromotrópica (sincronia da ativação do
músculo cardíaco - relacionado a transmissão
dos feixes elétricos do coração)
Que resultam em (repouso ou exercício)
oRedução do débito cardíaco (menos comum)
oElevadas pressões de enchimento cardíaca
Via final comum de agressão ao
músculo cardíaca
2- Epidemiologia
Mais comum em homens do que mulheres
Mulheres são protegidas até a menopausa por
causa de queztões hormonais
3- Classificações
Estágios da IC - AHA
A: paciente em maior risco de desenvolver IC no
futuro - mas sem alteração estrutural e funcional
no presente
oFatores de risco para desenvolver IC:
hipertensão, diabetes, tabagismo, já teve
infarto prévio mas sem qualquer dano
B: paciente pode ter uma alteração da estrutura
do coração, mas não tem os sinais e sintomas da IC
-> pode ter infarto -> evolui para queda da fração
de ejeção do VE, mas nega sinais e sintomas
C: tem IC: alteração estrutural/ funcional da IC +
sinais e sintomas da IC -> fazer tratamento
D: IC avançada q não respondeu bem no
tratamento do estágio C -> necessita de
estratégias avançados para tratamento: ex:
transplante
Classe funcional da NYHA: conforme a
intolerância aos esforços
Classe 1: sem nenhuma intolerância aos
esforços
Classe 2: sintomas no dia a dia, mas com sinais
em exercícios mais intensos; no repouso sem
sintomas
Classe 3: bastante limitado; sem sintomas ao
repouso; se vestir, pequena organização já dá
sintomas de IC
Classe 4: sintomas ao repouso
Vantagens: simples, prognóstico, terapêutica
(indicação de tratamento; resposta à terapia)
Desvantagem: baixa concordância entre e intra-
obeservadores (entre classe 2 e 3)
IC direita X IC esquerda
IC direita: principal causa é a IC esquerda
(consequência retrógrada= congestão pulmonar) -
> IC esquerda aumenta pós carga direita
IC direita pura: cor pulmonale= DPOC
(doença 1ária é nos pulmões e tem manifestação
no lado D do coração); lesões valvares primárias
do lado D; IAM do VD
Lado direito: congestão sistêmica
Lado esquerdo: congestão pulmonar
IC aguda X IC crônica
IC crônica: sintomas estáveis ou piora gradual em
período de meses a anos
IC aguda: piora acentuada dos sintomas em alguns
dias ou semanas (rápida ou gradual), com
necessidade de procura por pronto atendimento
(frequentemente requer internação)
oIC aguda de novo (primodescompensação): não
tinha IC e surge uma IC aguda
Ex: IAM
oIC (crônica) descompensada:
Ex: paciente já sabia ter uma IC crônica, mas
que descompensou
CHAMPIT: causas possíveis de IC aguda
oC: síndrome coronariana aguda
oH: hipertensão arterial
oA: arritmia
oM: causa mecânica
oP: embolismo pulmonar
oI: infecções
oT: tamponamento
Classificação quanto a fração de
ejeção do VE
Proporção de sangue ejetado a cada batimento
cardíaco
pf3
pf4
pf5

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4- Insuficiência cardíaca (IC)

Manutenção do débito cardíaco às custas da elevada

pressão de enchimento

1- Definição:

IC não é uma doença única

IC é uma síndrome (conjunto de sinais e sintomas

com diversas etiologias)

Diversas etiologias : isquêmicas X não

isquêmicas

Caracterizada pelas presenças de

sintomas

o Sintomas: principal - intolerância aos esforços

(dispneia); e/ou

o Sinais (por ex: edema, turgência/estase jugular,

bulha 3, estertores, etc)

Ocasionada por alterações cardíaca

o Estrutura: miocárdio, valvas, pericárdio,

sistema elétrico, etc

o Função - inotrópica (força de contração -

alteração da função sistólica), lusitrópica

(relaxamento - alteração da função diastólica),

cronotrópica (ritmo cardíaco/ frequência

cardíaca - ramos do feixe de Hys),

dromotrópica (sincronia da ativação do

músculo cardíaco - relacionado a transmissão

dos feixes elétricos do coração)

Que resultam em (repouso ou exercício)

o

Redução do débito cardíaco (menos comum)

o Elevadas pressões de enchimento cardíaca

Via final comum de agressão ao

músculo cardíaca

2- Epidemiologia

Mais comum em homens do que mulheres

 Mulheres são protegidas até a menopausa por

causa de queztões hormonais

3- Classificações

Estágios da IC - AHA

A: paciente em maior risco de desenvolver IC no

futuro - mas sem alteração estrutural e funcional

no presente

o

Fatores de risco para desenvolver IC:

hipertensão, diabetes, tabagismo, já teve

infarto prévio mas sem qualquer dano

B: paciente pode ter uma alteração da estrutura

do coração, mas não tem os sinais e sintomas da IC

-> pode ter infarto -> evolui para queda da fração

de ejeção do VE, mas nega sinais e sintomas

C: tem IC: alteração estrutural/ funcional da IC +

sinais e sintomas da IC -> fazer tratamento

D : IC avançada q não respondeu bem no

tratamento do estágio C -> necessita de

estratégias avançados para tratamento: ex:

transplante

Classe funcional da NYHA: conforme a

intolerância aos esforços

Classe 1: sem nenhuma intolerância aos

esforços

Classe 2 : sintomas no dia a dia, mas com sinais

em exercícios mais intensos; no repouso sem

sintomas

Classe 3 : bastante limitado; sem sintomas ao

repouso; se vestir, pequena organização já dá

sintomas de IC

Classe 4: sintomas ao repouso

Vantagens: simples, prognóstico, terapêutica

(indicação de tratamento; resposta à terapia)

Desvantagem: baixa concordância entre e intra-

obeservadores (entre classe 2 e 3)

IC direita X IC esquerda

IC direita: principal causa é a IC esquerda

(consequência retrógrada= congestão pulmonar) -

IC esquerda aumenta pós carga direita

IC direita pura: cor pulmonale= DPOC

(doença 1ária é nos pulmões e tem manifestação

no lado D do coração); lesões valvares primárias

do lado D; IAM do VD

Lado direito: congestão sistêmica

 Lado esquerdo: congestão pulmonar

IC aguda X IC crônica

IC crônica: sintomas estáveis ou piora gradual em

período de meses a anos

IC aguda: piora acentuada dos sintomas em alguns

dias ou semanas (rápida ou gradual), com

necessidade de procura por pronto atendimento

(frequentemente requer internação)

o IC aguda de novo (primodescompensação): não

tinha IC e surge uma IC aguda

Ex: IAM

o IC (crônica) descompensada:

Ex: paciente já sabia ter uma IC crônica, mas

que descompensou

CHAMPIT: causas possíveis de IC aguda

o

C: síndrome coronariana aguda

o H: hipertensão arterial

o A: arritmia

o

M: causa mecânica

o P: embolismo pulmonar

o I: infecções

o

T: tamponamento

Classificação quanto a fração de

ejeção do VE

 Proporção de sangue ejetado a cada batimento

cardíaco

 Volume sistólico/ volume diastólico final = fração

de ejeção

o normal= acima de 50/ 55%

Se fração de ejeção diminuída:

o

Diminuição do volume sistólico OU

o Aumento do volume diastólico final: ventrículo

dilatado

 Fração de ejeção reduzida

o FEVE < ou = a 40%

 Fração de ejeção minimamente reduzida

(limítrofe/ borderline)

o FEVE entre 41-49%

Fração de ejeção preservada/ sem alteração

o

FEVE > ou = a 50%

4- Fisiopatologia foco na IC com fração

de ejeção reduzida (predomínio da

disfunção sistólica)

Mecanismos compensatórios:

Agressão ao coração (musculo cardíaco) {ex:

infarto} -> perda transitória de manutenção do

débito cardíaco -> ativação do sistema neuro-

humoral/endócrino -> ativa SNS (barorreflexo -

detecta DC reduzido -> diminui distensão da aorta)

-> promove vasoconstrição periférica, a fim de

manter a perfusão dos órgãos centrais + melhora a

contratilidade do músculo cardíaco (aumenta FC) +

ativa SRAA nos rins (angio 2: faz mais

vasoconstrição + liberação de aldosterona:

reabsorção de sódio e líquido - aumentar volemia)

-> a longo prazo: respostas mal adaptativas

o Ativação simpática a longo prazo:

downregulation (menos responsividade) dos

receptores beta-adrenérgicos

o

Necrose dos miócitos devido a sobrecarga

o Muda arcabouço estrutura do coração ->

fibrose

Desorganização dos miócitos

o Aumenta riscos de arritmias

o

Progressão da falência cardíaca

o Retenção de líquido -> aumenta pós-carga ->

compromete o coração

  • sede -> incha cada vez mais

(Recomendação: restrição hídrica)

 Piora da função sistólica e diastólica

SNS precisa ser bloqueado: é utilizado beta-

bloqueadores como tratamento + bloquear

aldosterona + bloquear SRAA

Mecanismos contra regulatórios :

peptídeo natriuréticos

BNP = peptídeo natriurético do tipo B= produzidos

nos micóticos atriais e ventriculares

(principalmente)

 Estimulo fisiológico para produção: aumento da

tensão pressórica dentro do coração (sobrecarga

dentro do coração)

o Se contrapõem a SRAA

o

Ele faz redução da pressão arterial; natriurese;

diurese; vasodilatação; propriedades

antifibróticas

Paciente com IC: BNP estarão altos pq o estímulo

vai estar excessivo (ajuda no diagnóstico)

BNP são degradados pela Neprilisina, mas hj há

inibidores dessa enzima para tratar a IC

Remodelamento do VE:

 Estímulo mecânico

Ativação neuroendócrina (mal-adaptativa)

Remodelamento

o

Hipertrofia concêntrica: deposição de

sarcômeros em paralelo

Cavidade ventricular reduz e aumento da

espessura da parede -> dificulta a diástole

Estenose aórtica

o Hipertrofia excêntrica: coração se dilata e

parede não aumentam de tamanho ->

deposição de sarcômeros em série

Sobrecarga crônica de volume: doença

aórtica -> problemas nas valvas -> sangue

ejetado e volta um pouco

Relação estrutura e função cardíaca

(diastólica e sistólica)

Concêntrica: Fração de ejeção normal (> 50%)

o

Dificuldade de receber sangue + dificuldade de

relaxamento (recebe pouco) + ejeta pouco

(mas como não está dilatado, a FE está normal)

Excêntrica: disfunção sistólica (contratilidade está

reduzida) e volume diastólico final reduzido

o FE reduzida (< 40%)

5- Manifestações clínicas

Sintomas:

Típicos: dispneia; ortopneia; dispneia paroxística

noturna; intolerância aos exercícios; fadiga; edema

Atípicos: perda de apetite (congestão de vísceras);

depressão; palpitação; síncope

Sinais:

Típicos: turgência jugular; refluxo hepatojugular;

ritmo de B3 (galope); ictus para esquerda

Exame clínico na IC descompensada:

classificação de Stevenson -> guia o tratamento

Redução do débito cardíaco

o Fria: redução do débito cardíaco -> sinais e

sintomas: tempo de enchimento capilar

aumentado; extremidades frias e pegajosas;

rebaixamento do nível de consciência; pressão

HPMA : dispneia aos grandes esforços, melhorava ao

descanso; edema de pés, bilateral e simétrico;

dispneia paroxística noturna. Edema até raiz da coxa;

dispneia ao repouso + tosse com catarro róseo;

dorme com 3 travesseiros (ortopneia)

Discussão:

Causa cardíaca/ causa renal -> edema de membros

inferiores

Pensar em: idade (idoso); história aguda (1 mês);

mas tudo deve ter acontecido antes (doença

crônica agudizada); diagnóstico sindrômico;

diagnóstico de sistemas o que estaria acometido();

hipótese diagnóstica

Diagnóstico sindrômico : Insuficiência Cardíaca:

ortopneia, dispneia ao repouso, edema de

membros inferiores, dispneia paroxística noturna

Diagnóstico topográfico : sistema cardiovascular

(coração)

Hipótese diagnóstica : insuficiência cardíaca

descompensada

ISDA:

PA: 160X

 Respiratório: relata tosse conforme descrição do

HPMA (tosse com secreção rósea)

o Congestão pulmonar ->líquido dentro do

capilar, artéria pulmonar extravasa para dentro

dos alvéolos -> edema -> extravasa células tbm

o Insuficiência cardíaca descompensada + caso

progredindo/ agravado (pq tem tosse com

secreção rósea)

 Urinário: nictúria (edema da IC-> incha mais de

tarde (vespertino) -> na hora que deita, facilita o

retorno venoso -> reabsorve o edema ao longo do

dia -> faz muito xixi); sem espuma (se fosse

problema/ lesão renal, teria muita espuma na

urina)

Cardiovascular: HPMA

 Osteoarticular e pele: infecção na perna há cerca

de 40 dias, com hiperemia e calor local, tardia com

antibiótico por 1 semana

Antecedentes pessoais

Patológico: morava na zona rural; colecistectomia

há 15 anos; HAS há cerca de 20 anos com

tratamento irregular

Hábitos:

o

Ex-tabagista 20 anos/maço

Pessoais:

o

Irmão: "coração grande" por Chagas

o Mãe morreu de "coração grande"; HAS

Exame físico:

 Mal estado geral; eutrófico; estase jugular a 45ºC;

cianótico na periferia; perfusão periférica regular >

3 seg; ictérico (1+/4), afebril

Respiratório: frêmito tóraco vocal diminuído em

bases (significa q deve a pleura visceral e parietal

está afastado -> pode ter líquido na pleura),

percussão com som claro pulmonar exceto nas

bases pulmonares (maciço), sinal de Signorelli +:

percute coluna vertebral e som passa de claro

pulmonar para maciço, ausculta com murmúrio

vesicular abolido em bases, com estertores finos

(congesto) até terço médio, ressonância vocal

diminuída em bases (derrame pleural bilateral) ->

não é secreção pq a ressonância vocal estaria

aumentada

o Ainda não é edema agudo de pulmão pq é até o

ápice

 Cardíaco: bulhas rítmicas normofonéticas com

sopro sistólico 3+/6 (devido a cardiomegalia)

 Abdômen: ausculta com ruídos hidroaéreos

diminuídos nos quatro quadrantes (ausculta reduz

ausculta), percussão com semicírculo de Skoda

positivo. Hepatimetria de 7 cm na linha

hemiclavicular direita e 10 cm na linha axilar

anterior

Extremidades com pulsos presentes distalmente

em membros superiores e membros inferiores,

simétricos e cheios. Edema 4+/4 em MMII, até raiz

da coxa, elástico, frio e simétrico. Sinal da

Bandeira, Bancroft e Homans negativos para

trombose

O que causa cardiomegalia - fator de risco:

HAS de longa data (ventrículo precisa se adaptar a

pressão maior de enchimento -> ventrículo

hipertrofia -> concêntrica e depois evolui para

excêntrica)

 Tabagismo: pode ter infartado e ter uma

cardiomegalia isquêmica

Doença de Chagas

Doenças congênitas : cardiomiopatia hipertrófica

Valvopatia (febre reumática -> estenose de valva

aórtica)

Diabetes

Etilista pesada : pode levar a IC secundária ao

álcool

O que descompensa a IC:

Infecção: aumenta consumo de O2 pela célula

(gripe, celulite, erisipela, infecção do trato

urinário, pneumonia)

Arritmia

Sd./doença coronariana: angina = dor torácica de

origem na irrigação cardiovascular

Alteração de medicação

Ingesta hídrica (se paciente tem fração de ejeção

reduzida -> não pode beber muita água)

Anemia : menos glóbulo vermelho p/ carregar O2,

precisa fazer taquicardia

Evolução da doença: diagnóstico de exclusão

Medicamentos para ser usado em IC com fração de

ejeção reduzida:

IECA/ BRA: inibidor de conversor da angio 2

Betabloqueador: atenolol, metoprolol, carvedilol

Espironolactona (diurético) se for classe funcional

3 ou 4