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Este documento discute a anemia por deficiência de ferro, uma problemática global em saúde coletiva, sua diagnóstico clínico e laboratorial, formas de prevenção, tratamentos por via oral e parenteral, suplementos de ferro comercializados e causas da anemia. Adicionalmente, o texto apresenta a terapia anti-hepcidina, um tratamento alternativo para anemia de restrição de ferro.
Tipologia: Exercícios
Compartilhado em 07/11/2022
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Monografia apresentada ao Instituto Nacional de Ensino Superior e Pesquisa e Centro de Capacitação Educacional, como exigência do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Hematologia e Hemoterapia Laboratorial. Prof: Dr. Fabricio Andrade M. Esteves
Recife 2016
Figura 1- Metabolismo do ferro .................................................................................................................................... Figura 2- Prevalência da anemia ferropriva no mundo em crianças menores de 5 anos......................................................................... Quadro 1- Principais exames para a investigação da deficiência de ferro......................................................................................... Quadro 2- Tratamento farmacológico da anemia ferropriva por via parenteral........................................................................................... Figura 3- Ação da terapia do anti-hormônio anti-hepcidina que é utilizada na anemia por restrição de ferro............................................
A Anemia por deficiência de ferro representa um problema de âmbito mundial tanto em países desenvolvidos quanto subdesenvolvidos, mas que também é um problema de questão da carência nutricional o qual é importante na saúde coletiva. É uma doença progressiva, o qual pode levar a redução consequente de estoque de ferro, onde a quantidade de hemoglobina ou células vermelhas presente na corrente sanguínea ficam baixas, tudo isso se deve pela baixa ingestão de ferro. Os principais sintomas são: cansaço, palidez e desmaio, esse tipo de anemia ocorre mais em crianças por não se alimentarem direito. O presente estudo tem o objetivo de apresentar através de uma revisão narrativa de literatura como se determina através de diagnóstico clinico e laboratorial se as crianças apresentam uma deficiência nutricional de ferro. Foram utilizados artigos disponibilizados nas seguintes bases de dados: Bireme (Bibiloteca Virtual em Saúde); Blood Journal (American Society de Hematology), em livros acadêmicos e protocolos da ANVISA (Agência nacional de vigilância sanitária). As referências bibliográficas foram publicadas entreo os anos de 2009 a 2015. O diagnóstico é realizado tanto de forma clinica quanto de forma laboratorial, sendo que o padrão ouro para o diagnóstico da anemia ferropriva ainda o que fecha o diagnóstico é o laboratorial que no caso seria o hemograma o padrão-ouro. O tratamento utilizado para este tipo de anemia pela deficiência de ferro pode ser por via oral ou via parenteral. A perspectiva clinica que está sendo ainda estudada é um hormônio chamado hepcidina com potencial terapêutico. Palavras Chaves: Deficiência de Ferro. Anemia Ferropriva. Crianças. Metabolismo de Ferro e Diagnóstico Clinico e Laboratorial
Iron deficiency anemia is a worldwide problem in both developed countries and underdeveloped, but it is also a matter of problem of nutritional deficiency which is important in public health. It is a progressive disease, which may lead to a consequent reduction in iron stores, where the amount of hemoglobin or red blood cells present in the blood are low, all this is due to the low intake of iron. The main symptoms are fatigue, pallor and fainting, this type of anemia occurs more in children by not feeding right. This study aims to present through a literature narrative review as determined by clinical and laboratory diagnosis if the children have a nutritional deficiency of iron. They used available articles in the following databases: Medicine® (Bibiloteca Virtual Health); Blood Journal (American Society of Hematology) in academic books and protocols of ANVISA (National Health Surveillance Agency). References were published entreo the years 2009 to 2015. The diagnosis is performed both clinical form as laboratory form, and the gold standard for the diagnosis of iron deficiency anemia still closing the diagnosis is the laboratory in which case it would be the CBC the gold standard. The treatment used for this type of the iron deficiency anemia can be orally or parenterally. The clinical perspective that is still being studied is a hormone called hepcidin with therapeutic potential.
Keywords: Iron deficiency. Iron Deficiency Anemi. Children. Metabolism Iron and Diagnosis Clinical and Laboratory
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Sendo que as principais formas de prevenção são: a educação nutricional e a manutenção de condições ambientais satisfatórias, onde deve-se incentivar as crianças as quais são mais susceptíveis a desenvolver a anemia ferropriva, como: a fortificação de alimentos de consumo massivo, o estímulo ao consumo de alimentos que contenham ferro de alta biodisponibilidade e o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês(Arthur Agrizzi, 2014). O tratamento utilizado por crianças que desenvolveram são de dois tipos a saber: tratamento com ferro por via parenteral e tratamento com ferro por via oral. A reposição de ferro por via oral é eficaz no tratamento da maioria dos pacientes com anemia ferropriva, entretanto algumas situações especificas, nas quais a terapia por via oral é insuficiente para normalizar a Hb e/ou restabelecer os depósitos normais de ferro, a administração de ferro por via parenteral é uma alternativa eficaz, efetiva e segura e deve ser considerada (Cançado, Friedirch, 2010). As principais indicações de tratamento com ferro por via parenteral estão relacionados no quadro1. O tratamento da anemia ferropriva foi introduzido por Blaud, em 1832, com um composto cujo principal constituinte era o carbonato férrico. A “pílula de Blaud” permaneceu como pilar do tratamento da deficiência de ferro por mais de cem anos, até o aparecimento de novos compostos com ferro (Cançado,2010). A melhor opção de reposição de ferro é por via oral. O beneficio real de um suplemento de ferro está condicionado a fatores como: efetividade terapêutica, tolerância gastrointestinal, incidência de eventos adversos, perfil de segurança com risco mínimo de toxicidade e número de tomadas diárias necessárias. Por outro lado, a correção da anemia ferropriva sofre influência de fatores, tais como: intensidade da anemia, capacidade de tolerância e de absorção intestinal do paciente aos suplementos com ferro e presença de doença concomitante (Lobo, 2010). Os principais suplementos de ferro disponíveis e comercializados em diferentes países, inclusive no Brasil, são: sais ferrosos, sais férricos, ferro aminoquelado, complexo de ferro polimaltosado (ferropolimaltose) e ferro carbonila (Cançado, Lobo e Friedirch, 2010).
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Baseado no contexto supramencionado, considera-se que o conhecimento da fisiopatologia de anemia ferropriva, bem como a sua identificação na infância são aspectos que podem contribuir para um melhor desenvolvimento infantil.
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Este trabalho trata-se de uma Revisão Bibliográfica narrativa a partir da consulta realizada em duas bases de dados, BDTD, Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações-online e Centro Latino Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde- Bireme, Blood jornal (American Society de Hematology), www.salusvitta.com.br/Anvisa, cartilha da Anvisa e um livro acadêmico. Foram selecionados artigos publicados em versão de acesso livre e em língua inglesa e portuguesa. Foi considerado um período de publicações compreendido de 2009 a
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A anemia ferropriva (deficiência de ferro) é a anemia carencial mais comum em países desenvolvidos. No entanto, em países em desenvolvimento, representa um problema nutricional importante de saúde pública, afetando, principalmente, crianças. As principais causas da anemia ferropriva são: fatores nutricionais (dieta pobre em alimentos que contêm ferro) e fatores patológicos (parasitoses, doenças gastrointestinais e outras doenças que alteram a absorção do ferro (Da Silveira, Melo, 2015). O ferro dos alimentos existe sob duas formas: o ferro heme (Fe+2), presente nas carnes vermelhas e de fácil absorção, e o ferro não heme (Fe+3) contido em verduras, grão e cereais, cuja absorção depende de sua conversão para (Fe+2) pela ação do pH ácido do estômago (Da Silva, Melo, 2015). No hemograma de uma anemia ferropriva, as alterações típicas encontradas são: anemia microcìtica e hipocrômica, ou seja, o VCM e o CHCM estão diminuídos e o RDW, está aumentado. Na citomorfologia do esfregaço sanguíneo, observa-se anisocitose significativa, com pecilocitose caracterizada pela existência de eliptócitos, hemácias em lágrima, leptócitos, hemácias hipocrômicas e, por vezes, plaquetose de discreta a moderada intensidade. Geralmente, a contagem de reticulócitos encontra-se diminuída (Da Silveira, Melo, 2015). No processo da cinética do ferro, o restante esta armazenado na forma de ferritina e hemossiderina no fígado, baço e MO, em mioglobina e em enzimas.
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Segundo a Organização Mundial de Saúde(OMS), a anemia nutricional é definida como a condição na qual a concentração de hemoglobina está abaixo dos valores considerados normais, em consequência à carência de um ou mais nutrientes essenciais, qualquer que seja a origem dessa carência. Caracteriza-se a anemia ferropriva quando a redução na concentração de hemoglobina é consequência de deficiência de ferro.(Naiara Sperandia; Luciana Sant’ Ana; Sylvia Francheschisni e Silvia Priore, 2015). As doenças infecciosas e as deficiências nutricionais têm sido responsáveis pela morte de 11 milhões de crianças por ano no mundo, (Ethel da Silva, 2011), segundo a Organização Mundial de Saúde(OMS). Estima-se que, no mundo todo, 47,4% das crianças menores de 5 anos tenham anemia, com valores distribuídos em 3,4% na América do Norte a 64,6% na África. Na América Latina, os valores são de 39,5% para crianças menores de 5 anos e 31,1% para mulheres grávidas (Melânia Villani, 2011). Já no Brasil, os índices também são alarmantes, especialmente em crianças menores de 2 anos, sendo que a extensão dos anêmicos é de 50% a 83%,(Alice Janh, 2011), variando de acordo com as regiões, grupos populacionais infantis e exposição a fatores de risco.
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HCM Funcional Baixo custo, universalmente disponível
Indicador tardio, baixa especifídade
RDW 11-14% Funcional Baixo custo, útil no diagnóstico
Disponibilidade limitada a determinados aparelhos Zinco protoporfirina(ZPP)<70mcmol/mol Heme
Funcional Baixo custo Necessita de equipamento, específico, sofre interferência pela exposição ao chumbo Ferro sérico 12 - 31mcmol/L adultos
Funcional Baixo custo Baixa específidade
Receptor solúvel da transferrina(sTfR)
Funcional Não altera na informações(?)
Alto custo, sem padronização para crianças Hemoglobina corpuscular dos reticulócitos(HCr). Concentração de Hemoglobina dos reticulócitos(RetHe) VCM reticulócitos(VCMr)
Funcional Indicadores precoces da deficiência de ferro
Estabilidade, disponibilidade limitada a determinados aparelhos % das hemácias hipocrômicas Funcional Baixo custo, indicador precoce da deficiência de ferro
Disponibilidade limitada a poucos equipamentos
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3.2 Diagnóstico Clinico
A deficiência de ferro ocorre quando a quantidade absorvida pela dieta não é capaz de suprir a necessidade do organismo ou a quantia não é suficiente para repor a perda sanguínea adicional. Quando há redução da quantidade total de ferro no corpo, os estoques se esvaziam e há algum grau de deficiência nos tecidos celulares (Cancado, Rodolfo D.; Chiattone, Carlos S, 2012). Como os sinais e sintomas da carência de ferro são inespecíficos, a anemia deve ser identificada por exames laboratoriais. Os principais sintomas são: fadiga generalizada, falta de apetite, palidez da pele e mucosas (parte interna do olho, gengivas, palma das mãos), menor disposição para as atividades diárias. (Ministério da Saúde, 2013). Quando a deficiência de ferro e a anemia são diagnosticadas, por exames laboratoriais e avaliação médica, uma das recomendações é aumentar a ingestão de ferro por meio da alimentação, uma alternativa que possui baixo custo e não produz efeitos colaterais. Estão presentes na dieta dois tipos de ferro: o ferro heme ou o orgânico (presente em alimentos de origem animal) e o ferro não-heme ou inorgânico (encontrados em alimentos de origem vegetal). Via de regra, o ferro proveniente de alimentos de origem animal é melhor absorvido quando comparado ao de origem vegetal (Bortolini, Gisele A.; Fisberg, Mauro, 2013).