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As Institutas da Religião Cristã III. CAPÍTULO I AS COISAS QUE FORAM. DITAS ACERCA DE CRISTO NOS SÃO. PROVEITOSAS EM VIRTUDE DA OPERAÇÃO.
Tipologia: Exercícios
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que tem de ser lida de forma pausada, refletida, cuidadosa, sem sofreguidão nem açodamento, a atenção voltada para com o contexto e a tônica da matéria enfocada. Afigurou-se proveitoso cotejar a tradução presente com outras de fácil acesso. Destarte, fiz uso da Edição Francesa, texto atualizado de Pierre Marcel e Jean Cadier, de 1955 (abreviatura: EF), da valiosa tradução para o inglês de Ford Lewis Battles, edição de 1961 (abreviatura: B), da tradicional tradução de John Allen, 7a. edição americana, de 1936 (abreviatura: A), da versão alemã de Karl Muller, edição de 1928 (abreviatura: KM) e da espanhola de Cipriano de Valera, na forma da revisão de 1967 (abreviatura: CR). Até onde possível, verifiquei as referências feitas aos acervos da Patrologia Latina de Magne (PLM) e sua congênere, a Patrologia Grega (PGM), bem como à Loeb Classical Library (LCL) e ao Corpus Scriptorum Ecclesiasticorum Latinorum (CSEL), de outra sorte citados conforme se mencionam nas versões cotejadas. Ponto que merece esclarecimento é o referente às citações de textos bíblicos. Mantive a forma adoptada pelo próprio Calvino. Não é o texto da Vulgata, pelo menos na Versão Clementina, dela divergindo, por vezes, sensivelmente. É matéria para interessante consideração da Crítica Textual. Ademais, parece Calvino modifica-los, alterá-los, adapta-los, fundindo passagens ou fracionando-as, conforme o a que visava, proceder longe de estranhável em uma época em que a moderna divisão capitular e versicular ainda não era generalizada, muito menos estereotipada, nem os cânones critico-textuais fixados e reconhecidos como hoje. Este é, portanto, um aspecto em que se há de atualizar ou revisar o texto ao aplica-lo em moldes correntes. A fidelidade histórica, entretanto, não permitiria referi-los em termos das traduções modernas ou do texto agora vigente.
PREFÁCIOCARTA ÀAO 1ª EDIÇÃOE Muito e a muitos teria de registrar meu profundo agradecimento para que pudesse levar a cabo esta para mim venturosa empreitada. Primeiramente, a Deus, Pai Amantíssimo, que me conservou com vida e conferiu a capacidade para esta delicada e morosa tarefa; à Christian Reformed Church o propiciar-me período de estudos que me facultaram o contacto primeiro com o esforço de tradução, bem como o interesse na presente edição, objetivando em valioso subsídio financeiro; ao Dr. Peter de Klerk, bibliotecário do Calvin College, Grand Rapids, Michigan, a valiosa colaboração prestada no uso de obras de seu acervo e informações fornecidas posteriormente; assim, ao Rev. Júlio Andrade Ferreira que, generosamente, tanto me assistiu com livros de que tive necessidade ao longo de todo o demorado labor da tradução; à Unicamp o sólido apoio à iniciativa, expresso na aceitação deste trabalho como parte dos encargos exigidos dos docentes; ao professor Rodolfo Ilari, colega de docência, a inestimável ajuda na consecução desse apoio; ao Rev. Celsino da Cunha Gama, Diretor Executivo de Luz Para o Caminho, o empenho em fazer com que a obra viesse a lume, assumindo de começo a dura tarefa de publicação; ao presbítero Glaycon Andrade Ferreira, que se desdobrou na revisão primeira da composição; ao presbítero Dr. Paulo Breda Filho, Presidente do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil, ao presbítero Antonio Ribeiro Soares, Diretor Superintendente da Casa Editora Presbiteriana, e ao Rev. Sabatini Lalli, o interesse em ter a obra publicada sob o patrocínio da Igreja Presbiteriana do Brasil, como sempre desejamos. Ao Rev. Sabatini, ademais, o penoso trabalho de revisão final e as oportunas sugestões feitas na parte redacional. À minha nobre esposa, Amélia Stephan Luz, a dedicação e ajuda prestadas de mil e uma formas, sem o que não teria eu tido condições de levar a cabo a árdua empreitada. Aos estudantes do Seminário Presbiteriano de Campinas e a muitos colegas o generoso estímulo, demonstrado vezes tantas e de tantas maneiras. De reconhecimento especial, finalmente, é credora a Comissão Calvino, constituída de ilustres irmãos do Norte, centralizados no Recife, que me respaldaram o esforço com sugestões preciosas, certa ajuda financeira até que assumi a docência com tempo integral na Universidade, leal incentivo e muita oração. Que lhes recompense a todos a nobreza de alma o grande Senhor Nosso. E que seja este esforço, fruto de intenso labor e especial carinho, ricamente abençoado por Deus de sorte que dele possam muitos auferir grande proveito espiritual e muito estímulo para testemunhar eficazmente de Cristo e seu Evangelho. Campinas, junho de 1984 Waldyr Carvalho Luz 20 LIVRO I
Ao Mui Poderoso e Ilustre Monarca, FRANCISCO, Cristianíssimo Rei dos Franceses, seu Príncipe, JOÃO CALVINO Roga Paz e Salvação em Cristo
preclaro Rei, que escrever algo que, depois, houvesse de ser apresentado perante tua majestade. O intento era apenas ensinar certos rudimentos, mercê dos quais fossem instruídos em relação à verdadeira piedade quantos são tangidos de algum zelo de religião. E este labor eu o empreendia principalmente por amor a nossos compatrícios franceses, dos quais a muitíssimos percebia famintos e sedentos de Cristo, pouquíssimos, porém, via que fossem devidamente imbuídos pelo menos de modesto conhecimento. Que esta me foi a intenção proposta, no-lo diz o próprio livro, composto que é em uma forma de ensinar simples e, por assim dizer, superficial. Como, porém, me apercebesse de até que ponto tem prevalecido em teu reino a fúria de certos degenerados, de sorte que não há neles lugar nenhum à sã doutrina, dei-me conta da importância da obra que estaria para fazer, se, mediante um mesmo tratado, não só lhes desse um compêndio de instrução, mas ainda pusesse diante de ti uma confissão de fé , mercê da qual possas aprender de que natureza é a doutrina que, com fúria tão desmedida, se inflamam esses tresloucados que, a ferro e fogo, conturbam hoje teu reino. Pois nem me envergonharei de confessar que compendiei aqui quase que toda a súmula dessa mesma doutrina que aqueles vociferam deveria ser punida com o cárcere, o exílio, o confisco, a fogueira, que deveria ser exterminada por terra e mar.
Sei perfeitamente de quão atrozes denúncias teriam eles enchido teus ouvidos e mente, no afã de tornar nossa causa diante de ti a mais odiosa possível. Mas, em função de tua clemência, isto deve ser-te cuidadosamente ponderado, se é suficiente
haver acusado, que nenhuma inocência haverá de subsistir, nem nas palavras, nem nas ações. Se no interesse de suscitar ódio, porventura alguém alegue que esta doutrina, da qual estou tentando dar-te a razão, já por muitos tem sido condenada pelo veredicto de todos os Estados, solapada por muitas sentenças peremptivas dos tribunais, outra coisa não estará a dizer senão que, em parte, ela tem sido violentamente pisoteada pela facciosidade e prepotência dos adversários; em parte, insidiosa e fraudulentamente oprimida por suas falsidades, invencionices e calúnias. Constitui arbitrariedade o fato de que, não facultada oportunidade de defesa a uma causa, contra ela se passem sanguinárias sentenças; é dolo que, à parte de qualquer delito, ela seja acusada de fomentar sedições e promover malefícios. Para que não pense alguém que estamos a queixar-nos dessas coisas injustamente, tu mesmo, ó Rei nobilíssimo, podes ser-nos testemunha de com que mentirosas calúnias ela é diariamente trazida diante de ti, como se a outro fim não disponha senão arrebatar das mãos dos reis os cetros, pôr por terra todos os tribunais e normas judiciárias, subverter a todas as instituições e estruturas político-administrativas, perturbar a paz e a tranqüilidade públicas, anular todas as leis, desmantelar domínios e posses, enfim, promover total ruína de tudo. E, no entanto, o que ouves é apenas uma parcela mínima. Pois que certas coisas horrendas se espalham entre o povo, coisas que, se fossem verdadeiras, deveria o mundo inteiro, com merecida razão, julgá-la digna, juntamente com seus autores, de mil fogueiras e cruzes. Quem a esta altura haveria de surpreender-se de que, onde se dá crédito a essas civilizações profundamente iníquas, contra ela se tem inflamado o ódio público? Eis por que todas as suas classes, de comum acordo , concordam e cooperam em nossa condenação, bem como de nossa doutrina, arrebatados por esta paixão, quantos se assentam nos tribunais para exercer o juízo, em lugar de sentenças reais , pronunciam os preconceitos que trouxeram de casa. E julgam haver-se criteriosamente desincumbido de suas funções, se a ninguém ordenam que seja levado ao suplício, a não ser que seja incriminado por confissão direta ou por sólidos testemunhos. Mas, de que crime? Dessa doutrina condenada, dizem- no. Mas, em bases de que direito foi ela condenada? Ora, isto deveria ser a essência da defesa, a saber , não repudiar a própria doutrina, ao contrário, havê -la por verdadeira. Aqui, no entanto , nos é vedado até mesmo o direito de falar em surdina!
3. APELO EM FAVOR DOS FIÉIS OPRIMIDOS E assim, não sem justa razão, ó Rei invictíssimo, rogo-te que empreendas cabal investigação desta causa, causa que até agora tem sido tratada desordenadamente, quando não de todo tumultuada, e sem nenhuma sistemática de direito, e mais sob a agitação do impulso de seriedade condigna do judiciário. Nem julgues que estou aqui arquitetando minha defesa pessoal, mercê da qual me resulte seguro regresso à pátria, da qual, embora a ame tanto quanto é próprio do sentimento humano, no pé em que estão as coisas atualmente não deploro profundamente estar dela distanciado. Antes, estou a abraçar a causa comum de todos os piedosos, que outra não é senão a própria causa de Cristo que, de todos os modos, jaz hoje em teu reino lacerada e espezinhada, dir-se-ia reduzida a desesperada condição, isto, por certo, mais em decorrência da tirania de certos fariseus do que de teu querer. Aqui, porém, a nada leva denunciar como isso acontece. O certo é que esta causa está sofrendo dura opressão. Isto, pois, os ímpios têm conseguido: que a verdade de Cristo, se não é