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Notícias básicas sobre o processo de pesquisa científica na área de educação, incluindo suas etapas e formas de apresentação. O documento enfatiza a importância da pesquisa para o ensino-aprendizagem e fornece dicas práticas para estudantes e professores em diferentes níveis de ensino.
Tipologia: Notas de aula
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Não perca as partes importantes!
REDE MARISTA
Presidente: Ir. Inácio Nestor Etges Vice-Presidente: Ir. Deivis Alexandre Fischer
COLÉGIOS E UNIDADES SOCIAIS DA REDE MARISTA
Superintende: Rogério Anele Gerente Educacional: Luciano Centenaro Coordenador Educacional: Renato Capitani Coordenador Administrativo: Ernani Aranalde Neto Projeto Gráfico e Editoração: Assessoria de Comunicação e Marketing Revisão: Irany Dias Tiragem: Impressão: Editora: CMC, 2017– 1ª edição
Grupo de Trabalho 2017 | Autores
Elaboração e organização: Gerência Educacional
Coordenação Técnica: Patrícia Saldanha
Andréia Maira Ziegler – Colégio Marista Champagnat Annie Casali – Colégio Marista Ir. Jaime Biazus Bruna Vieira – Colégio Marista Pio XII Cássia Viviane Selbach – Colégio Marista São Pedro Cíntia Greff – Colégio Marista Rosário Denise Correa – Colégio Marista Graças Flavia Renata Serpa – Gerência Educacional Joice Bruhn – Gerência Educacional Juliana Hugo – Colégio Marista Rosário Lisandra Catalan – Gerência Educacional Michelle Pires – Colégio Marista Assunção Paula Eduarda Simões – Colégio Marista Ipanema Patrícia Saldanha – Gerência Educacional Shirley Cardoso – Gerência Educacional Uiliam Terra – Colégio Marista Roque
C691i Colégios e Unidades Sociais da Rede Marista. Gerência Educacional. Iniciação científica: um guia de orientação na Educação Básica - Colégios e Unidades Sociais da Rede Marista. Gerência Educacional; organização Patrícia Saldanha.
30 p.
ISBN 978-85-93475-10-8 (E-book)
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Cintia Borges Greff - CRB 10/
- APRESENTAÇÃO - SOBRE PESQUISA CIENTÍFICA 1 UMA BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO - DA REDE MARISTA 2 A PESQUISA CIENTÍFICA NO CONTEXTO - DAS MATRIZES CURRICULARES 3 A PESQUISA CIENTÍFICA NO CONTEXTO - NOS DIFERENTES SEGMENTOS DE ENSINO 4 A ABORDAGEM DA PESQUISA CIENTÍFICA
Sendo o conhecimento construção do objeto que se conhece, a atividade de pesquisa torna-se elemento fundamental e imprescindível no processo de ensino- -aprendizagem. O professor precisa da pesquisa para ensinar eficazmente; o aluno precisa dela para apren- der eficaz e significativamente; a comunidade precisa da pesquisa para poder dispor de produtos do conhe- cimento; e a Universidade precisa da pesquisa para ser mediadora da educação. (SEVERINO, 2007, p. 25-26).
aos seus aspectos cognitivos, às suas individualidades, à sua leitura de mundo e ao seu contexto sociocultural.
Os Colégios e as Unidades Sociais assumem, assim, o compromisso de preparar os estudantes para as etapas da pesquisa científica, valendo-se de conhecimentos prévios e motivações a fim de que se tornem estudantes-pesquisadores. Nesse sentido, eles poderão exercer, em diferentes momentos e áreas de conhecimento, ações de pesquisa, leitura, escrita e apresentação de resultados em uma perspectiva acadêmica, apresentando análise de dados, resultados, sistematização de ideias e referencial teórico.
Desejamos a todos uma excelente leitura e uso deste material!
A pesquisa científica se define por um conjunto de atividades orientadas e planejadas na busca pelo conhecimento nos âmbitos escolar e/ou universitário. Dessa forma, constitui-se como um significativo recurso, cuja finalidade é obter informações acerca de um determinado assunto, procurando satisfazer uma necessidade inerente ao ser humano, representada pela busca constante de informações rumo ao seu crescimento pessoal e profissional.
A partir de um estudo realizado sobre determinado assunto, o pesquisador tem a oportunidade de aprender por meio de um aprendizado autônomo, isto é, um aprendizado que lhe possibilite uma satisfação a cada etapa vencida de sua produção científica. Assim, ele se torna agente de seu próprio conhecimento, justamente porque passará, por meio de várias leituras e distintas reflexões, a dialogar com opiniões de diferentes autores, posicionando-se como alguém questionador, provido de uma consciência crítica e que age sobre sua própria busca pelo saber. A pesquisa científica é fruto de um trabalho realizado pelo pesquisador, devendo obedecer a padrões previamente estabelecidos, seguindo formas específicas de elaboração.
A pesquisa científica, contudo, difere-se de uma simples pesquisa rotineira, seja no âmbito escolar ou em qualquer outra esfera da sociedade. A pesquisa científica, de acordo com Ruiz (1991, p. 48, grifo nosso): “É a realização concreta de uma investigação planejada, desenvolvida e redigida de acordo com as normas da metodologia consagradas pela ciência”.
Nesse sentido, a pesquisa é concebida como algo complexo, uma vez que compreende um conjunto de etapas, tais como: investigar o assunto e compreendê-lo, buscar informações em fontes distintas, comparar ideias de diferentes autores, selecionando-as sob uma postura crítica e, finalmente, partir para a redação do próprio texto, contandor com o apoio de um referencial teórico que sustente os posicionamentos assumidos pelo autor.
Para construirmos uma prática pedagógica capaz de promover o diálogo entre as ciências, as sociedades e as culturas, segundo o Projeto Educativo do Brasil Marista , faz-se necessário buscar ações que possibilitem entender as necessidades humanas e sociais. Este entendimento pode ser consolidado por meio da pesquisa, pois, ao identificar problemas e soluções, os estudantes podem tornar- se agentes de transformação. Além disso, o desenvolvimento da pesquisa ainda na Educação Básica é fundamental para oportunizar o domínio da cultura científica sendo este um instrumento que permite o desenvolvimento das competências acadêmicas, tecnológicas, ético-estéticas e políticas, pois um problema de pesquisa dificilmente envolve apenas as competências acadêmicas, mas também oportuniza o desenvolvimento educacional, social e econômico.
Neste contexto, as Matrizes Curriculares de Educação Básica do Brasil Marista , indicam que as metodologias de ensino e de aprendizagem devem orientar e regular as ações dos professores e dos estudantes para a construção de competências diversas por meio de um processo didático-reflexivo, caracterizado pela problematização, pesquisa e atenção aos diferentes estilos de ensinar e de aprender. Assim, a iniciação científica na Educação Básica passa a ser uma prática fundamental, pois permite a construção do conhecimento por meio da pesquisa, além de desenvolver a capacidade crítica, impulsionando a democratização ao acesso dos conhecimentos científicos e do seu processo de elaboração. (UMBRASIL, 2016)
A investigação científica se inicia quando se descobre que os conheci- mentos existentes, originários das crenças do senso comum, das religi- ões ou da mitologia, das teorias filosóficas ou científicas, são insuficien- tes e imponentes para explicar os problemas e as dúvidas que surgem. (LAKATOS,1991 p. 80 )
A sociedade é construída por cidadãos que atribuem suas intenções de uma comunidade culta cientificamente e responsável pelas transformações que ocorreram através dos tempos. Assim, faz-se necessário considerar que os processos de construção do conhecimento devem acontecer também no espaço escolar da Educação Básica, dando suporte para que ocorram na prática. (CACHAPUZ, 2004; BACHELARD, 1996).
No mundo em que a ciência e a tecnologia estão presentes na vida dos estudantes, a escola tem um importante papel a desempenhar, não somente na construção de conhecimentos, mas também voltado para a possibilidade de indicar os caminhos para esta construção. Além disso, este processo de pesquisa também envolve o desenvolvimento de atitudes e valores para assegurar aos cidadãos a aplicação e a avaliação desses conhecimentos. Tal processo envolve uma mudança de prática e de condução dos professores, pois requer um estudante que desenvolva habilidades como: a observação criteriosa, o levantamento de hipóteses, a escolha de uma metodologia, o levantamento e tratamento de dados, o lidar com os erros e aprender com eles, até construir suas afirmações e respostas para o problema de pesquisa.
Na Educação Básica, tradicionalmente, a iniciação científica era uma prática adotada pela área das ciências da natureza e assim foi caracterizada por muito tempo. No entanto, esta proposta de trabalho se amplia, pois não se refere apenas a esta área, ou a uma única área, o método científico é empregado em todas as áreas do conhecimento. O fundamental é assumir um problema de pesquisa e seguir as etapas para sua resolução, visando à aprendizagem no processo. As Matrizes Curriculares do Brasil Marista (2016) apresentam como eixo estruturante a Investigação em mais de uma área do conhecimento, pois considera que os saberes das quatro áreas do conhecimento podem ser construídos no viés da pesquisa. Desta forma, o estudante aprende por meio de suas descobertas, torna-se protagonista e independente na etapa escolar, sendo cada vez mais responsável pelo seu processo de aprendizagem.
Cabe destacar que por meio da investigação científica podemos trabalhar com várias propostas de solução indicando que não existe um único caminho para aprender, pois o conhecimento científico não produz uma verdade, mas sim interpretações e representações de fenômenos e processos naturais, tecnológicos, sociais, que devem ser interpretados conforme a realidade. Assumir a pesquisa como princípio pedagógico instiga o estudante no sentido da curiosidade sobre o mundo que o cerca, gerando inquietude. Essa atitude de inquietação diante da realidade, potencializada pela pesquisa, contribui para que o sujeito possa, individual e coletivamente, formular questões de investigação e buscar respostas em um processo autônomo de (re)construção de conhecimentos. (UMBRASIL, 2016).
Esta postura pedagógica exige uma ressignificação conceitual que tem por efeito o estabelecimento de uma nova prática educativa. Ao adulto não cabe mais a responsabilidade de transmitir, de ensinar às crianças tudo aquilo que não sabem numa relação assimétrica. Os educadores necessitam estar atentos e abertos às interrogações que as crianças pronunciam cotidianamente, bem como as ações que realizam na escola, seus interesses e suas produções imagéticas.
A infância hoje se constitui numa categoria social distinta dos adultos, “as crianças estão ativamente envolvidas na construção de suas vidas sociais, das vidas daqueles que as rodeiam e da sociedade em que vivem.” (TROIS, 2012, p. 71). Sendo assim, as crianças produzem cultura, são ativas e interrogativas sobre os objetos de conhecimento e sobre os modos de relação existentes no mundo. O saber e o entendimento sobre o modo como aprendem e se desenvolvem conectadas com o mundo se transformam em “bússolas” na ação educativa, que indicam caminhos e oportunizam relançar propostas que não negligenciem o potencial das crianças.
Traçar percursos investigativos com as crianças é aguçar sua curiosidade sobre o mundo que nos rodeia, partindo de um problema real que afeta o grupo. Deste modo, as crianças lançam hipóteses, pensam sobre a situação-problema e desenham caminhos de investigação buscando informações em diferentes fontes de consulta, interpretando e refletindo sobre os achados da pesquisa. Um processo de pesquisa mediado por uma ação educativa que empodera os saberes, que valoriza as ideias e sistematiza os conhecimentos, garantindo assim sua continuidade e a construção de um acervo intelectual que pode ser acessado a qualquer tempo.
Quando definimos uma postura pedagógica que assume e acredita no protagonismo infantil e nos saberes e competências das crianças pequenas, assumimos um compromisso diante do novo. Um novo modo de olhar, um novo modo de compreender as ações e desejos das crianças e, sobretudo, um novo modo de se relacionar com o outro e com o conhecimento.
Instigados pela curiosidade e movidos pela imaginação, as crianças estão sempre em busca da compreensão do mundo a sua volta. Para elas, perguntar é uma necessidade quase que constante, assim como procurar ativamente as respostas. No período dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, nossas crianças vivenciam mudanças significativas em seu processo de desenvolvimento, encontrando diversas situações que envolvem conceitos e fazeres científicos, além da ampliação da relação com as múltiplas linguagens, intensificando as novas descobertas.
Ao incentivar a pesquisa científica para os estudantes, Martins faz a seguinte consideração:
A criança tem paixão inata pela descoberta e por isso convém não lhe dar a resposta ao que não sabe, nem a solução pronta a seus proble- mas; é fundamental alimentar-lhe a curiosidade, motivá-la a desco- brir as saídas, orientá-la na investigação até conseguir o que deseja (MARTINS, 2007, p. 78).
A construção do pensamento científico, nos anos iniciais, precisa ser gradual. A proposta é aproveitar a curiosidade própria das crianças, para que ocorra a familiarização com a linguagem científica. Para isso, a pesquisa deve servir de estímulo ao questionamento dos estudantes, convidando-os a participar para produzir conhecimentos e valores que colaborem para a compreensão do mundo e suas transformações.
Nesse sentido, a aprendizagem deve partir das experiências e vivências dos estudantes, de modo que expresse sua maneira de ver o mundo. As atividades investigativas devem estar presentes e repletas de intencionalidade pedagógica, de forma que explorem, exercitem o interesse de conhecer e ampliem as formas de ler e formular hipóteses sobre os fenômenos existentes. Cabe à escola proporcionar o contato da criança com o prazer da descoberta, promovendo o encantamento e iniciando um processo de transformação da realidade, o qual permita que o estudante seja sujeito da história.
A aprendizagem nos anos finais e ensino médio deve partir do pressuposto de que nossos jovens compreendem a ciência e seus fenômenos a partir da diversidade e das múltiplas linguagens, no qual o conhecimento é mais do que um constructo teórico, mas uma análise e descoberta do mundo em que vivem. Essa descoberta, que é tão cara aos jovens, precisa ter sentido e significado para que eles se apropriem e realizem uma aprendizagem significativa.
A relação com o saber, nesse nível de ensino, precisa considerar assim as relações de reciprocidade que acontecem entre objeto e sujeito, em que o tempo de aprender e os recursos disponíveis são múltiplos e dependem da natureza da investigação e da área de conhecimento.
Nossos jovens são capazes de produzir conhecimento adequando à sua compreensão a de determinadas realidades, fatos, fenômenos ou relação social. A pesquisa, então, é o resultado de um processo investigativo, em que a principal tarefa é resolver problemas, sanar dúvidas, descobrir o inusitado. A problematização do ensino assim ganha corpo e propriedade, e permite ao estudante observar, analisar, inferir, diagnosticar e experimentar os fenômenos, deixando de lado uma visão superficial da ciência para uma visão subjetiva do saber.
Nesse sentido, o campo da pesquisa, da investigação científica e da problematização do ensino é uma outra forma de traduzir o quanto e como os nossos jovens aprendem. Com essa compreensão, a pesquisa passa a ser uma ferramenta didático-metodológica dentro e fora da sala de aula. A mesma pode significar “[...] condição de consciência crítica e cabe como componente necessário de toda proposta emancipatória. Não se trata de copiar a realidade, mas reconstruí-la conforme os interesses e esperanças.” (DEMO, 2002, p. 40).
Outros dois conceitos que definem bem a pesquisa nessa etapa de escolarização são: a descoberta e a criação, ou seja, o ato de pesquisar caracteriza-se como uma descoberta da realidade a partir da criação e reelaboração do entendimento do mundo, em que são sujeitos capazes de, criticamente, analisar e opinar com autonomia sobre suas investigações com sentido ativo e construtivo.
Assim, aulas com princípio investigativo, nas quais a curiosidade e a pergunta sejam o pressuposto do aprendizado, garantem a emancipação dos sujeitos-jovens e seu entendimento da realidade, tornando o ensino mais atraente, prazeroso e de qualidade. Nesse contexto de aprendizagem, o professor é um instigador/ problematizador do conhecimento por meio da pesquisa, e os estudantes, autores de suas aprendizagens e de seus desejos de conhecer o mundo.
O que torna uma atividade em trabalho científico são as fontes pesquisadas, os instrumentos utilizados para coleta de dados, a argumentação das ideias, assim como um planejamento bem elaborado e a seriedade na execução da pesquisa.
Além desses itens, o trabalho científico, para que seja legitimado, precisa ser passível de verificação, ter fidedignidade das fontes pesquisadas, e os textos de argumentação deverão ser relevantes para a cientificidade do trabalho.
Vale ressaltar que todas as áreas e temas são passíveis de serem validados cientificamente, desde que as investigações partam de um procedimento sistemático de forma a responder as perguntas de pesquisa.
O processo de pesquisa se refere a todas as etapas da construção e da produção de conhecimento acerca do tema investigado, bem como a sua comunicação.
O é um instrumento de auxílio ao pesquisador. Seus elementos embasam e orientam todo o processo da pesquisa. O planejamento das ações registradas nesse documento dependerá do objetivo a ser atingido, do tipo de busca, o que também é determinado pela adoção de uma ou outra metodologia de investigação.