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Guias e Dicas
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Investigando o Ensino de Piano em Conservatórios: Uma Análise Sistemática, Exercícios de Música

Uma pesquisa sobre o ensino de piano em conservatórios, com ênfase na situação atual e na compreensão dos aspectos que se consolidaram ou se transformaram nos últimos anos. O autor realizou entrevistas com professores de piano para analisar a metodologia utilizada, condições de trabalho, perfil dos alunos e expectativas do professor, entre outros temas. Além disso, o autor buscou conhecer a trajetória dos conservatórios desde sua fundação, enfatizando os currículos adotados e sua importância para o ensino de piano na época.

Tipologia: Exercícios

2022

Compartilhado em 07/11/2022

usuário desconhecido
usuário desconhecido 🇧🇷

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ANA LÚCIA IARA GABORIM MOREIRA
INICIAÇÃO AO PIANO PARA CRIANÇAS:
UM OLHAR SOBRE A PRÁTICA PEDAGÓGICA EM
CONSERVATÓRIOS DA CIDADE DE SÃO PAULO
Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista - UNESP
SÃO PAULO
2005
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Baixe Investigando o Ensino de Piano em Conservatórios: Uma Análise Sistemática e outras Exercícios em PDF para Música, somente na Docsity!

A NA LÚCIA I ARA GABORIM MOREIRA

I NICIAÇÃO AO PIANO PARA CRIANÇAS:

UM OLHAR SOBRE A PRÁTICA PEDAGÓGICA EM

CONSERVATÓRIOS DA CIDADE DE SÃO PAULO

Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista - UNESP

SÃO PAULO

A NA LÚCIA I ARA GABORIM MOREIRA

I NICIAÇÃO AO PIANO PARA CRIANÇAS:

UM OLHAR SOBRE A PRÁTICA PEDAGÓGICA EM

CONSERVATÓRIOS DA CIDADE DE SÃO PAULO

Dissertação apresentada ao

Programa de Pós-Graduação em Música,

Mestrado, do Instituto de Artes da UNESP –

Universidade Estadual Paulista, para a

obtenção do título de Mestre em Música,

área de concentração “Musicologia /

Etnomusicologia”

Data de aprovação: 04/04/

____________________________________________

Profª Drª Marisa Trench de Oliveira Fonterrada

_____________________________________________

Prof.ª Drª Ilza Zenker Leme Joly

______________________________________________

Profª Drª Dorotéa Machado Kerr

Ficha Catalográfica

M OREIRA , A NA LÚCIA I ARA GABORIM. Iniciação ao piano para crianças: um olhar sobre a prática pedagógica em conservatórios da cidade de São Paulo São Paulo, 2005.. / Ana Lúcia Iara Gaborim Moreira. Dissertação (Mestrado em Música) - Instituto de Artes – Universidade Estadual Paulista - UNESP , 2005. Orientador: Profª Drª Marisa Trench de Oliveira Fonterrada Área de Conhecimento: 8030300 - 5 - Música Área de Concentração: Musicologia / Etnomusicologia

  1. Piano – Instrução e ensino. 2. Educação musical. CDD 780.

Ao meu esposo Marcelo Fernandes,

principal incentivador deste trabalho.

Ao meu filho Erik,

que só tem me dado alegrias.

Aos meus pais,

que desde o início motivaram

e possibilitaram meus estudos musicais.

À minha avó Amabile Seleguim Gaborim

(in memorian),

por seu exemplo de vida e por suas

palavras de encorajamento que

sempre se fizeram presentes, principalmente

nos momentos mais difíceis.

Agradecimentos Especiais Aos conservatórios visitados e às professoras entrevistadas: Conservatório Musical Anchieta Conservatório Musical Brooklin Paulista Conservatório Musical do Imirim Conservatório Musical Maraíza Conservatório Musical Leopoldo Miguéz Conservatório Musical do Morumbi Fundação Magda Tagliaferro Conservatório Musical do Butantã Conservatório Musical Mozart Conservatório Musical Souza Lima Conservatório Musical Villa-Lobos Profa. Diva Garbini Morano Profa. Maria Teresa Gonzaga Profa. Rosana Helena Padial Profa. Kátia Barrios Profa. Lourdes Fonsi Martuscelli Profa. Maria Ignes Carnetti de Andrade Profa. Sylvia Della Colletta Chiapetta Profa. Mônica Ajej Bonani Profa. Olga Molina Profa. Maria Aparecida Simões da Silva Profa. Yara Sisti de Vincenzo

RESUMO

Esta pesquisa desenvolveu-se a partir da experiência pessoal da autora, que detectava alto índice de desistência entre alunos dos cursos de piano, e teve por objetivo investigar as possíveis causas dessa evasão, bem como compreender a atual situação do ensino desse instrumento. Para atender às questões propostas, realizou-se um estudo em conservatórios da cidade de São Paulo, por meio de entrevistas e questionários aplicados a professoras de piano e diretores, entre os anos de 2003 e 2004. Esse estudo englobou o material didático utilizado, a organização das aulas, a formação docente e a estrutura oferecida pelos conservatórios. Além disso, investigou-se a história do ensino do piano no Brasil, desde o século XIX, e os métodos e recursos utilizados pela pedagogia pianística a partir da década de 1930. A partir desse estudo, apresenta-se o resultado das reflexões da pesquisadora a respeito da pedagogia pianística, tal como praticada hoje em conservatórios paulistanos, acentuando-se as questões relacionadas ao peso da tradição presente nesse ensino e à necessidade de se responder aos desafios da época atual. Com isso, espera-se que esta pesquisa possa contribuir para a melhoria da qualidade do ensino do piano no Brasil.

Palavras-chave: Piano, conservatórios; educação musical. Área de Conhecimento: 8030300 – 5 - Música.

SUMÁRIO

  • Introdução
    1. OS PRIMÓRDIOS DO ENSINO PIANÍSTICO NO BRASIL
      • 1.1. Precedentes
      • 1.2. A ascensão do piano na sociedade imperial
      • 1.3. A criação dos conservatórios
      • 1.4. A influência da música popular
      • 1.5. A situação dos conservatórios no século XX
    1. PEDAGOGIA PIANÍSTICA NO SÉCULO XX – OBRAS DIDÁTICAS
    • 2.1. A escola moderna
    • 2.2. A atuação do professor
    • 2.3. Técnica do peso do braço ou “escola natural do peso”
    • 2.4. Estudo individual (preparo técnico) - 2.4.1. Análise da obra - 2.4.2. Repetição e memorização - 2.4.3. Ritmo - 2.4.4. Sonoridade - 2.4.5. Interpretação
    • 2.5. Especificidades do ensino para crianças
    • 2.6. Livros Didáticos – um breve histórico
    1. UM PANORAMA ATUAL DOS CONSERVATÓRIOS PAULISTANOS
    • 3.1. Características Gerais
    • 3.2. Corpo docente
    • 3.3. Métodos Ativos de Educação Musical - 3.3.1.Método Dalcroze - 3.3.2.Método Willems - 3.3.3. Método Kodály
      • 3.3.4. Abordagem Orff
      • 3.3.5. A Musicalização e a iniciação ao piano
    • 3.4. Projeto pedagógico - Curriculares Nacionais para o Ensino Profissionalizante 3.4.1. A relação entre os Programas de Ensino e os Referenciais
      • 3.4.2. Os novos desafios para a aula de piano
    1. UM ESTUDO SOBRE A PRÁTICA PEDAGÓGICA
    • 4.1. Organização das aulas
    • 4.2. Critérios de escolha do material didático
  • Considerações Finais
  • Bibliografia
  • Anexos
    • dos conservatórios Anexo A - Síntese dos questionários aplicados aos diretores
    • conservatórios (estrutura das aulas) Anexo B - Síntese das entrevistas realizadas com professoras de piano dos
    • Anexo C - Transcrição das entrevistas com professoras de piano

Figura 2.7. Primeira lição de "Alfred’s basic piano library – Lesson Book, level 1A (LETHCO, MANUS & PALMER, 1988, p.8)………..

Figura 2.8. Lição do “Caderno Preparatório” (DRUMMOND, 1988, p.22)...................

Figura 2.9. Primeira lição de “Palitos Chinos” (GAINZA, 1987, p.12)...........................

Figura 2.10. Lição de “Tecla en tecla” (TUÑEZ & ZABALA, 2003, p.37).....................

Figura 2.11. Atividade do livro “Piano Brincando” (FONSECA & SANTIAGO, 1993, p.17)...............................................................................

Figura 2.12. Lição n o^ 5 de “Europäische klavierschule” (EMONTS, 1992, p.32)............

Figura 2.13. Lição n o^ 7 de “Divertimentos” (LONGO, 2003, p.30)..................................

LISTA DE TABELAS

Quadros 1, 2 e 3 – Caracterização dos conservatórios consultados....................................

Quadro 4 - Livros adotados nos conservatórios pesquisados............................................

INTRODUÇÃO

docente. E ainda, em sentido mais amplo, ajudar a fomentar a arte pianística dentro da cultura brasileira atual.

Como metodologia, foi utilizada a técnica descritiva, por meio da qual procurou-se traçar um panorama da educação pianística atual, a partir de informações fornecidas pelos próprios conservatórios visitados. Quanto aos procedimentos adotados, foi realizada uma coleta de dados a respeito do funcionamento dessas instituições, utilizando- se como estratégia a aplicação de questionários estruturados aos seus diretores. Além disso, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com professores de piano que lecionavam para crianças em fase de iniciação. Nessas entrevistas, deu-se ênfase à questão da evasão dos cursos de piano e da utilização de materiais didáticos de iniciação ao piano pelas professoras, além de outros aspectos relevantes ao ensino, como: a metodologia utilizada nas aulas, condições de trabalho, perfil dos alunos e expectativas do professor em relação ao ensino/aprendizagem do piano, sua filosofia de trabalho, formação acadêmica e interesses de atualização profissional.

Ao abordar a questão dos livros didáticos utilizados, torna-se necessário um esclarecimento a respeito do termo em si: é uma tradição, no ensino de instrumento, o uso da palavra “método” para designar o livro didático adotado para a iniciação ao instrumento. Segundo o professor Cipriano Carlos Luckesi, o método - do grego meta (=para) + odos (=caminho), constitui "um caminho para se chegar a um determinado fim" (1991, p. 149). Dessa forma, completa a professora Sanny da Rosa, o caminho a ser percorrido está comprometido com o fim a atingir, depende dele e está definido. “É essa noção de finalidade, de objetivo, que se encarrega de tornar evidente a abrangência mais ampla do sentido original do termo” (ROSA, 2000, p.47). Sendo assim, se o livro didático é

considerado um “método”, ele é encarado como um caminho suficiente para a aula de instrumento. Isso se vê, muitas vezes, entre professores de piano, que se limitam ao uso de um único método, acreditando que ele possa dar conta do aprendizado de música naquele nível determinado. Nesse caso, o objetivo das aulas passaria a ser, então, chegar ao final do livro e isso, aliás, tem se mostrado uma prática usual em muitos conservatórios, durante o período de iniciação pianística.

No entanto, não é isso que se pretende privilegiar nesta pesquisa. Ao contrário, tem-se por meta investigar outros caminhos condutores da aula de piano, situados além do “método”, e refletir a respeito dos critérios a serem adotados para sua escolha e utilização, de modo que a aula possa adequar-se à realidade do aluno e do meio em que vive.

Para o desenvolvimento do presente trabalho, foi necessária a adoção de diferentes referenciais teóricos, para que se pudesse atender aos vários aspectos que cercam a discussão do tema da pesquisa. Para efetuar a revisão histórica, estudou-se obras de José Geraldo Vinci de Moraes (1994), Marcelo Fagerlande (1996) e José D’ Assunção Barros (2002). Com respeito às questões ligadas ao ensino do instrumento em cada momento histórico, pelo fato de não se ter encontrado, na bibliografia consultada, dados suficientes que explicitassem os modos de atuação do professor de música nas instituições estudadas, buscou-se conhecer a trajetória dos conservatórios, desde sua fundação, enfatizando os currículos adotados e sua importância para o ensino de piano na época, como recurso para cobrir essa informação.

Para elucidar o tratamento dado à questão do ensino/aprendizagem da linguagem musical, buscou-se suporte na área pedagógica, em especial textos que

A presente Dissertação foi organizada em 4 capítulos, precedidos por uma Introdução e seguidos por Considerações Finais.

O primeiro capítulo traz a retrospectiva histórica do ensino de piano no Brasil a partir do século XIX, enfatizando o quanto questões políticas e sociais da época influíram na valorização do instrumento - piano - e seu ensino, bem como da própria música durante esse período. Convém ressaltar que, nesta pesquisa, constatou-se a escassez de publicações voltadas à história do piano no Brasil, o que reforça a importância da inserção deste capítulo no presente trabalho. O segundo capítulo trata especificamente da pedagogia pianística no século XX, ou seja, das questões concernentes à atuação do professor, tendo por base as descobertas da Pedagogia e da Psicologia recentes à época e sua aplicação ao ensino do piano, referindo-se, em especial, aos elementos relativos à técnica e à interpretação pianística. Na pesquisa, foram encontradas onze obras, que mostram de que modo se processou o ensino de piano entre as décadas de 1930 e 1980, a saber:

  • Almeida, Waldemar de. Normas pianísticas (1956, primeira edição em 1940) ;
  • Campos. Lina Pires de. Pedagogia e técnica pianística (1987);
  • Fontainha, Guilherme. O ensino do piano – seus problemas técnicos e estéticos (1956);
  • (__________________). A criança e o piano (1968);
  • Hazan, Eduardo. O piano – alguns problemas e possíveis soluções (1984);
  • Kaplan, José Alberto. Teoria da aprendizagem pianística (1987);
  • Lacerda, Armando Moura. O piano - de um professor para um aluno (1973);
  • Pelafsky, Israel. Introdução à pedagogia do piano (1954);
  • Pimenta, Victoria Serva. Conselhos práticos aos que se dedicam ao estudo do piano (s/d ) ;
  • Sá Pereira, Antonio Leal. O ensino moderno do piano (1964, primeira edição em 1933).
  • Silva. Raphael Batista da. A educação auditiva do pianista (1940). Nesse capítulo, destaca-se ainda o surgimento de materiais didáticos específicos para o ensino de piano infantil, no mesmo período, e mostra-se sua estrutura e organização didática. O terceiro capítulo faz a caracterização dos conservatórios visitados e de seu corpo docente, além de abordar a prática da musicalização infantil em aulas coletivas que, em alguns casos, complementam o ensino de piano nos conservatórios. Essas aulas têm por objetivo proporcionar o contato e o relacionamento do aluno com a música e suas estruturas por meio de vivências práticas, que correm independentemente do ensino do instrumento, aprimorando seu desenvolvimento artístico-musical e privilegiando aspectos expressivos e criativos. Em geral, elas são baseadas nos chamados métodos ativos em educação musical, que surgiram a partir do início do século XX, propostos por educadores musicais europeus e que, ainda hoje, exercem influência no ensino de música do país. Ao final do capítulo, apresentam-se os projetos pedagógicos dos conservatórios visitados, com os Programas de Ensino de seus cursos. Uma vez que esses Programas de Ensino precisam estar em conformidade com a legislação brasileira, para que o funcionamento do curso técnico seja autorizado, estudou-se os Referenciais Curriculares Nacionais (RCNs) para o ensino profissionalizante de Artes-Música, documentos oficiais elaborados em 2000 pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC). Acredita-se que, nas instituições que oferecem cursos técnicos profissionalizantes, os cursos livres sofrem a influência desse fato, e seus currículos e Programas de Ensino trazem indícios disso na