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Este documento discute a intolerância à lactose, uma condição que dificulta a digestão de laticínios e pode causar sintomas desagradáveis. Através de referências científicas, aprenda sobre as causas, sintomas, diagnósticos e soluções para lidar com essa condição. Alimente-se de informações precisas e melhore sua qualidade de vida.
O que você vai aprender
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Texto dissertativo apresentado no curso de Nutriçãodo Centro Universitário AGES, como um dos pré-requisitos para obtenção da nota parcial nas disciplinas de Avaliação Nutricional e Técnica Dietética (Ana Carolina), Bromatologia e Tecnologia de Alimentos (Marina), Economia e Finanças (Augusto Teixeira) e Higiene e Legislação dos Alimentos (Jackson). Orientador (a): Dr. Daniel Delgado Queissada Tuma: 5º período Turno: Noturno Paripiranga/BA
Outubro de 2017
1. INTRODUÇÃO Corina, 27 anos, mora em Ribeira do Pombal, e foi a uma consulta com uma amiga que é nutricionista na cidade de Paripiranga. Ao começar a consulta, Corina relatou que está com intolerância à lactose, por isso está com grandes dificuldades de adequar as refeições, pois antes tinha um grande consumo de laticínios e não consegue fazer a substituição dos produtos sem lactose, devido ao seu alto custo que acaba sendo desproporcional ao seu orçamento. A deficiência da enzima lactase pode estar relacionada a muitos fatores. Devido Corina ter um alto consumo de alimentos industrializados e um baixo consumo de frutas e legumes, provavelmente ela tem uma deficiência de micronutrientes, o que em longo prazo provocou uma redução enzimática, causando patologias intestinais que acabam lesionando a mucosa intestinal e deixando deficiente a produção de lactase, ou devido à diminuição na produção de lactase, que ocorre naturalmente na maior parte da população mundial ao atingir a idade adulta e causando uma má absorção da lactose. 2. DESENVOLVIMENTO A intolerância a lactose ocorre porque a mucosa intestinal não consegue digerir o carboidrato lactose, devido à deficiência de uma enzima denominada lactase (ß- D- galactosidade) ou de uma grande diminuição da mesma, causando um quadro de hipolactasia, gerando o quadro de intolerância e provocando vários sintomas desagradáveis. Quando isso acontece a lactose não é absorvida no intestino delgado em forma de glicose, onde é direcionada para o colón. Lá ela é convertida em ácidos graxos, gás carbônico e gás hidrogênio pela flora bacteriana (MATTAR; MAZO, 2010). Na maior parte da população a lactase é produzida em quantidades adequadas para garantir a absorção eficiente, fazendo a hidrólise da lactose em glicose e galactose. Logo ao nascimento a produção da lactase é alta, pois a alimentação dos recém-nascidos é exclusivamente o leite que é rico em lactose. A atividade de lactase diminui drasticamente quando o recém-nascido se desenvolve para a adolescência e na fase adulta. Apenas uma pequena porcentagem da população tem uma boa absorção da lactose durante toda a sua vida adulta (WHITNEY, 2008). Muitas vezes a intolerância a lactose é confundida com a alergia à proteína do leite de vaca, como a caseína, lactoglobulina, lactoalbumina, soroalbumina, imunoglobulinas, porém a alergia diferente mente da intolerância a lactose, é causada pela proteína do leite, que está
a pressão osmótica no intestino grosso, e a grande quantidade de gases e ácido láctico nas fezes (MATTAR; MAZO, 2010). Além dos sintomas citados acima, outro sintomas podem ser sentidos pelos intolerantes a lactose, como dor de cabeça, pouca concentração, dor muscular e nas articulações e fadiga crônica (BOURGAIN, 2012). Para identificar a intolerância ou a má absorção de lactose, existem vários métodos para ter um diagnóstico preciso. Os testes utilizados são o do hidrogênio expirado, teste da curva glicêmica, testes moleculares e glicose no sangue e medidas de galactose na urina. Os testes para saber a tolerância a lactose são realizados inicialmente com uma grande ingestão de lactose, onde os sintomas vão ser avaliados entre duas a três horas (ALVES et al, 2002; MATTAR; MAZO, 2010). Os testes mais utilizados são o do hidrogênio expirado, que é um dos melhores e mais requisitados para o diagnóstico de intolerância à lactose. É um método não invasivo, e bastante preciso no diagnostico. Esse teste mede a quantidade de hidrogênio que é expirado antes e depois da ingestão da lactose pelo paciente. (MATTAR; MAZO, 2010), Quando o paciente tem intolerância à lactose, a lactose não é absorvida pela flora intestinal, onde o corre a fermentação e produzindo grandes quantidades do gás hidrogênio que entra na corrente sanguínea e é expirado pelos pulmões. Através do uso de um analisador eletroquímico portátil de hidrogênio que é analisado, quando há um aumento de 20ppm é considerada uma intolerância a lactose. Para fazer esse teste o paciente tem fazer umas preparações como, evitar alimentos fermentados e com lactose no dia anterior, não tomar antibióticos pelo menos um mês antes, não fumar, não praticar exercícios físicos, pois ambos aumentam o hidrogênio expirado e fazer um jejum de 10 a 12 horas antes do exame. Todos esses cuidados são importantes para ter um diagnostico preciso (MARTEAU, 2005; MATTAR; MAZO, 2010) Outro teste que é feito freqüentemente nos laboratórios de analises clinicas é a por curva glicêmica, onde faz a coleta da glicemia em jejum de 8 a 10 horas, e logo depois da faz a sobrecarga de lactose no individuo, onde é verificada a concentração de glicose no sangue. Pois se o paciente tiver absorvido a lactose, a glicemia vai aumenta de 1,4mmol/l ou mais, caso não tenha absorvido a glicemia não terá alterações significantes, caracterizando intolerante a lactose. É muito importante que o paciente esteja em jejum total para receber a sobrecarga de lactose, para ter um resultado preciso. (PEREIRA FILHO; FURLAN, 2004). Se diagnosticado com a intolerância a lactose é importante que seja feita uma dieta adequada, visando a diminuição dos sintomas. Pois não existe cura, apenas pode diminuir ou evitar os sintomas tirando da dieta produtos com lactose, como leites e derivados ou
consumindo controladamente produtos que contenham pouca lactose (MATTAR; MAZO, 2010). É importante que as pessoas estejam sempre atentas aos rótulos para não consumirem alimentos com traços de lactose. Além de ter bastante atenção aos ingredientes que contenha ato teor de lactose. O consumo de lactase exógena é uma ótima solução para controlar o quadro de intolerância a lactose, para melhores resultados deve ser levado em consideração o tipo da hipolactase ingerida, da idade do individuo e a forma da ingestão. Os resultados satisfatórios também dependem do funcionamento do metabolismo de cada pessoa. (BARBOSA, 2011; BURGAIN, 2012). O uso de pró-bióticos em alguns casos pode ajudar a diminuir os sintomas, devido às bactérias presentes no mesmo, podem aumentar a capacidade da metabolização da lactose não digerida e até mesmo promover um aumento da atividade da lactase (CUNHA, 2008). Mesmo a intolerância a lactose provocando vários sintomas indesejados, tirar completamente produtos com lactose da dieta pode trazer diversos danos a saúde, por isso deve ter uma cautela, devido ao prejuízo nutricional de micronutrientes como minerais e vitaminas. Essa exclusão pode provocar deficiência de cálcio, fósforo e vitamina D (MATTAR; MAZO, 2010). Deve ser levado em consideração que a falta do cálcio pode levar a diminuição da densidade mineral, ocasionando, fraturas. O cálcio é muito importante para a densidade mineral óssea e suporte estrutural do esqueleto, mas também tem várias funções biológicas como, na regulação do impulso nervoso ou sináotico, na secreção de hormônios, coagulação sanguínea, e contração muscular. (PEREIRA et al., 2009; BARBOSA, 2011 ). Dependendo da alimentação feita pelo individuo, a biodisponibilidade do cálcio pode aumentar ou até mesmo ser prejudicada. Os produtos lácteos juntamente com a vitamina D, vegetais como brócolis, couve, repolho, mostarda e folhas de nabo, a vitamina C, e o feijão podem contribuir de forma bastante significante na biodisponibilidade do cálcio. Já os fitatos, oxalatos e os taninos que incluem os alimentos fonte de fibra e folhosos escuros podem ser insolúveis com o cálcio, prejudicando a sua absorção. Deve ser levado em consideração também que na maioria das vezes as quantidades de ácido oxálico encontrados nos vegetais folhosos escuros não são suficientes para interferir na absorção do cálcio. O consumo adequado de cálcio pode estar relacionado à prevenção de várias doenças com, osteoporose, câncer de cólon, hipertensão arterial entre outros. (PEREIRA et al., 2008) A vitamina D é a principal reguladora do cálcio, tem a função de manter os níveis séricos do cálcio e do fósforo regulados para uma boa promovendo uma boa mineralização
Se por acaso Corina conseguir consumir alimentos com baixa concentração de lactose sem ter nenhum sintoma, o tratamento dietético vai ser mais fácil de ser adequado, por ser uma dieta menos restritiva. Ela poderá fazer o consumo de iogurtes, queijos e derivados do leite que tenham baixa concentração de lactose. Como o orçamento de Corina não permite que ela substitua o leite e produtos lácteos normais por produtos sem lactose devido ao preço mais elevado. Ela pode aumentar o consumo de vegetais verdes escuros como, couve, agrião, brócolis, alcachofra e de frutas com a banana, além de peixes de águas profundas, como a sardinha. O uso da caseína que é uma proteína do leite da vaca, também é uma ótima alternativa. REFERÊNCIAS ALVES, G.M.S, MORAIS,M.B, NETO, U.F. Estado nutricional e teste de hidrogênio no ar expirado com lactose e lactulose em crianças indígenas terenas. Jornal de Pediatria. Vol.78, n.2, 2002. BUENO, A.L.; CZEPIELEWSKI, M.A. A importância do consumo dietético de cálcio e vitamina D no crescimento. Jornal de pediatria, Porto Alegre, v. 84, n. 5, set./out. 2008. BARBOSA, C, R. ANDREAZZI, M. Intolerância à lactose e suas consequências no metabolismo do cálcio. Revista Saúde e Pesquisa, v.4, n.1, p.81-86, jan/abr, 2011. BURGAIN, J. et al. Maldigestion du lactose: formes cliniques et solutions thérapeutiques. Cahiers de nutrition et de diététique, v.47, p.201-209.2012. CUNHA, M.E. et al. Intolerância à lactose e Alternativas tecnológicas. Rev. Unopar Cienc.Cient. Biol e de saúde. Londrina, v. 10, n.2, 2008. 14. FOURREAU, D. et al. Complications carrentielles suite a l'utilisation de laits vegetaux, chez de nourrisons de deux mois et demi à 14 mois. Presse Med, v.42, 2012. GARCIA, R.V. et al. Desenvolvimento de requeijão cremoso light de leite de cabra. Rev. Inst. Latic. N.362, mai/jun, 2008. GASPARIN, F.S.R, TELES, J.M, ARAUJO, S.C. Alergia à proteína do leite de vaca versus intolerância à lactose: as diferenças e semelhanças. Revista Saúde e Pesquisa, v.3, n.1, p.107-114, jan/abr, 2010. MARTEAU, A. Entre intolerance au lactose et maldigestion. Cah. Nutr. Diet. 40, série 1,
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