Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Helicobacter Pylori: Infecção e Gastrite em Crianças, Notas de aula de Diagnóstico

Uma revisão da literatura sobre a infecção por helicobacter pylori em crianças, incluindo sua história, localização na mucosa gástrica, sintomas, diagnósticos e prevalências em diferentes países. Além disso, discute as gastrites crônicas antrais e nodulares associadas à infecção por hp. O documento também menciona diferentes métodos diagnósticos, como histologia, detecção de igm hp-específica e testes respiratórios.

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Picapal_amarelo
Picapal_amarelo 🇧🇷

4.6

(169)

224 documentos

1 / 219

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE MEDICINA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA: GASTROENTEROLOGIA
INFECÇÃO POR HELICOBACTER PYLORI EM CRIANÇAS
COM DOR ABDOMINAL CRÔNICA E SUA ASSOCIAÇÃO COM
A GASTRITE ENDOSCÓPICA NODULAR
MARIA DA GRAÇA SOARES BAHÚ
Porto Alegre
2000
pf3
pf4
pf5
pf8
pf9
pfa
pfd
pfe
pff
pf12
pf13
pf14
pf15
pf16
pf17
pf18
pf19
pf1a
pf1b
pf1c
pf1d
pf1e
pf1f
pf20
pf21
pf22
pf23
pf24
pf25
pf26
pf27
pf28
pf29
pf2a
pf2b
pf2c
pf2d
pf2e
pf2f
pf30
pf31
pf32
pf33
pf34
pf35
pf36
pf37
pf38
pf39
pf3a
pf3b
pf3c
pf3d
pf3e
pf3f
pf40
pf41
pf42
pf43
pf44
pf45
pf46
pf47
pf48
pf49
pf4a
pf4b
pf4c
pf4d
pf4e
pf4f
pf50
pf51
pf52
pf53
pf54
pf55
pf56
pf57
pf58
pf59
pf5a
pf5b
pf5c
pf5d
pf5e
pf5f
pf60
pf61
pf62
pf63
pf64

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Helicobacter Pylori: Infecção e Gastrite em Crianças e outras Notas de aula em PDF para Diagnóstico, somente na Docsity!

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE MEDICINA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA: GASTROENTEROLOGIA

INFECÇÃO POR HELICOBACTER PYLORI EM CRIANÇAS

COM DOR ABDOMINAL CRÔNICA E SUA ASSOCIAÇÃO COM

A GASTRITE ENDOSCÓPICA NODULAR

MARIA DA GRAÇA SOARES BAHÚ

Porto Alegre 2000

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE MEDICINA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA: GASTROENTEROLOGIA

INFECÇÃO POR HELICOBACTER PYLORI EM CRIANÇAS

COM DOR ABDOMINAL CRÔNICA E SUA ASSOCIAÇÃO COM

A GASTRITE ENDOSCÓPICA NODULAR

MARIA DA GRAÇA SOARES BAHÚ

Dissertaçãoao Programa de deMestrado Pós-Graduação apresentada em Medicina: Gastroenterologia, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, como requisito parcial para obtenção do títulode Mestre em Gastroenterologia.

Orientadora: Profa. Dra. Themis Reverbel da Silveira Porto Alegre 2000

AGRADECIMENTOS

À Jacy Moreira Soares (in memorian), minha mãe, que foi a minha primeira professora, minha alfabetizadora e que desde esta época me incentivava à leitura. Exemplo de honestidade, lealdade, altruísmo e de retidão de caráter, ela acompanhou a maior parte da execução deste trabalho, sempre com incentivo. Agradeço por ter sabido me conduzir sempre com amor, calma e paciência e ter sido a responsável por tudo o que sou e que consegui alcançar.

À professora Themis Reverbel da Silveira, minha orientadora. Devo a ela, muito mais do que a orientação dessa dissertação. Foi a responsável pela minha formação na Gastroenterologia Pediátrica, marcando-me pela sua dedicação à profissão e gosto pela pesquisa. Agradeço, ainda, por todo ensinamento, na sua constante busca de uma melhor resolução no atendimento à criança.

Ao Dr. Ismael Maguilnick, pela co-orientação neste estudo, na área de Endoscopia Digestiva. Agradeço pelas idéias já na realização do projeto de pesquisa, pelo acompanhamento na realização de alguns exames endoscópicos e pelo auxílio quando da elaboração do texto final.

AGRADECIMENTOS v

À Dra. Jane Ulbrich-Kulczynski, pela amizade, sugestões, apoio e inestimável auxílio. Sem a sua colaboração este trabalho não poderia ter sido concluído. Apesar do seu intenso ritmo de trabalho, empenhou-se na realização de todos os exames histológicos, com toda a competência que lhe é peculiar.

Ao Dr. André Cartell e ao Dr. Carlos Tadheu Cerski, que colaboraram com seus conhecimentos, no estudo histológico.

À enfermeira Suzana Muller e demais funcionários do Centro de Cirurgia Ambulatorial do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, pelo auxílio nos procedimentos lá realizados.

Às colegas, Mirela Berti, Ana Bopp Tesheiner e Viviane Scholl, médicas-residentes da Gastroenterologia Pediátrica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, pelo auxílio no preenchimento do protocolo de alguns pacientes.

Ao Dr. Mário Wagner, pelo importante auxílio na análise dos dados, na estatística e epidemiologia.

À Dra. Cristina Ferreira, pelas sugestões e estímulo durante a realização da pesquisa.

À Dra. Ana Luiza Pires, que me encaminhou alguns dos pacientes que fizeram parte do estudo.

AGRADECIMENTOS vii

À Zuleica Santos, pela realização da formatação final do texto. Aos Drs. Davi Zimerman, Rosaura Kirsten, Décio Streit, Esalba Silveira e Cristina Copetti, pelos motivos que eles conhecem.

A todos que de alguma forma colaboraram para a realização deste trabalho.

SUMÁRIO

LISTA DE ABREVIATURAS ..................................................................... xii

LISTA DE FIGURAS ................................................................................. xiv

LISTA DE QUADROS............................................................................... xvi

LISTA DE TABELAS................................................................................. xvii

RESUMO .................................................................................................. xix

ABSTRACT............................................................................................... xxii

1 INTRODUÇÃO....................................................................................... 1 1.1 A INFECÇÃO POR HELICOBACTER PYLORI .............................. 1 1.1.1 Helicobacter Pylori................................................................. 4 1.1.1.1 Histórico................................................................... 4 1.1.1.2 Características microbiológicas ............................... 6 1.1.1.3 Outras bactérias do gênero Helicobacter ................ 8 1.1.2 Mecanismos Patogênicos...................................................... 10 1.1.2.1 Principais fatores de virulência do Hp ..................... 10 1.1.2.2 Resposta do Hospedeiro ao Hp............................... 19 1.1.3 Modo de Transmissão ........................................................... 25 1.1.3.1 Fontes de infecção .................................................. 26 1.1.3.2 Rotas de transmissão .............................................. 27 1.1.4 Fatores de Risco ................................................................... 29

SUMÁRIO x

5.1 CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA ESTUDADA ......................... 86 5.1.1 Características Demográficas ............................................... 86 5.1.2 Características Sócioeconômicas e Culturais ....................... 87 5.1.3 Freqüência das Manifestações Associadas à Dor Abdominal 88 5.1.4 Diagnósticos Endoscópicos................................................... 90 5.2 A INFECÇÃO POR Hp .................................................................. 91 5.2.1 Prevalência da Infecção por Hp ............................................ 91 5.2.2 Diagnósticos Endoscópicos nos Pacientes Hp Positivos ...... 92 5.2.3 Características Demográficas das Crianças com Infecção por Hp.................................................................................. 93 5.2.4 Teste de Urease.................................................................... 94 5.2.5 A Gastrite por Hp................................................................... 94 5.3 A GASTRITE ENDOSCÓPICA NODULAR..................................... 96 5.3.1 Prevalência da Gastrite Endoscópica Nodular ..................... 96 5.3.2 Associação da Gastrite Nodular com a Infecção por Hp ....... 97 5.3.3 Sensibilidade e Especificidade da Gastrite Endoscópica Nodular, Combinadas com o Teste de Urease, no Diagnóstico da Infecção por Hp........................................... 99 5.3.4 Associação da Gastrite Endoscópica Nodular com a Gastrite Folicular ................................................................. 100 5.3.5 Associação da Gastrite Nodular com a Gastrite Crônica Ativa .................................................................................... 101 5.3.6 Correlação Entre Gastrite Endoscópica Nodular e a Intensidade da Gastrite no Exame Histológico.................... 102

6 DISCUSSÃO.......................................................................................... 104 6.1 CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA ESTUDADA ......................... 104 6.2 A INFECÇÃO POR Hp ................................................................... 107 6.2.1 Diagnósticos Endoscópicos nos Pacientes com Infecção por Hp.................................................................................. 112 6.2.2 Prevalência da Infecção por Hp. ........................................... 114 6.2.3 Características Demográficas das Crianças com Infecção por Hp.................................................................................. 117

SUMÁRIO xi

6.2.4 Associação da Infecção por Hp com as Faixas Etárias das Crianças .............................................................................. 118 6.2.5 Teste da Urease.................................................................... 121 6.2.6 A Gastrite por Helicobacter Pylori ......................................... 125 6.3 A GASTRITE ENDOSCÓPICA NODULAR..................................... 128 6.3.1 Prevalência da Gastrite Endoscópica Nodular ...................... 131 6.3.2 Associação da Gastrite Endoscópica Nodular com a Infecção por Helicobacter Pylori ......................................... 135 6.3.3 Associação da Gastrite Endoscópica Nodular com a Gastrite Folicular ................................................................. 140 6.3.4 Associação da Gastrite Endoscópica Nodular com a Atividade e sua Correlação com a Intensidade da Gastrite. 143

7 CONCLUSÕES...................................................................................... 147

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................... 150

ANEXOS ................................................................................................... 170

LISTA DE ABREVIATURAS xiii

H. pullorum – Helicobacter pullorum Hp – Helicobacter pylori H2 – histamina 2 H-E – hematoxilina-eosina IgA – Imunoglobulina A IgG – ImunoglobulinaG IgM – Imunoglobulina M IL- – interleucina IFN-gama – interferon gama IC – intervalo de confiança MALT – tecido linfóide associado à mucosa N – número de pacientes estudados PCR – Reação em cadeia da polimerase RNA – ácido ribonucleico RP – razão de prevalência S – sensibilidade TNT – alfa – fator de necrose tumoral Th – T helper (T auxiliar) vacA – gene que codifica a citotoxina vacuolizante Vac A – toxina vacuolizante codificada pelo gene vacA VPP – valor preditivo positivo VPN – valor preditivo negativo

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Representação do Helicobacter pylori mostrando a sua forma espiralada e os seus flagelos....................................... 6

Figura 2: Reação de hidrólise da uréia pela urease .............................. 12

Figura 3: Classificação da gastrites – Sistema Sydney – Divisão histológica .............................................................................. 57

Figura 4: Classificação da gastrites – Sistema Sydney – Divisão endoscópica ........................................................................... 58

Figura 5: Escala de analogia visual do Sistema Sydney modificado..... 60

Figura 6: Representação dos locais de coleta de biópsias gástricas .... 61

Figura 7: Fluxograma ............................................................................ 83

Figura 8: Gráfico demonstrando a correlação entre a intensidade da gastrite no exame histológico e gastrite endoscópica nodular 103

Figura 9: Teste da urease ..................................................................... 121

Figura 10: Gastrite endoscópica nodular. Verifica-se a presença de nodosidades na mucosa gástrica, mais evidentes na grande curvatura do antro gástrico..................................................... 130

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Métodos diagnósticos para detecção do Helicobacter Pylori. 36 Quadro 2: Critérios para endoscopia digestiva alta em crianças com dor abdominal crônica ............................................................ 79 Quadro 3: Contra-indicações para a endoscopia digestiva alta .............. 79

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Soroprevalência de infecção por H. Pylori em crianças de países desenvolvidos e em desenvolvimento ........................ 31

Tabela 2 - Prevalência de infecção por Hp em crianças e adolescentes no Brasil ................................................................................. 34

Tabela 3 - Comparação de estudos de validação do teste respiratório com C-13 em crianças e adolescentes .................................. 51

Tabela 4 - Gastrite endoscópica nodular e folicular em crianças e adolescentes com infecção por Hp ....................................... 73

Tabela 5 - Escolaridade dos pais.............................................................. 88

Tabela 6 - Manifestações concomitantes à dor abdominal crônica .......... 89

Tabela 7 - Diagnósticos endoscópicos descritivos das alterações gástricas................................................................................. 90

Tabela 8 - Infecção por Hp e grau de densidade da bactéria no estudo histológico .............................................................................. 91

Tabela 9 - Infecção por Hp segundo diagnósticos endoscópicos descritivos .............................................................................. 92

Tabela 10 - Prevalência da infecção por Hp, segundo as faixas etárias das crianças ........................................................................... 93

RESUMO

A infecção por Helicobacter pylori (Hp) é uma das infecções bacterianas mais comuns em todo o mundo. As maiores prevalências da infecção foram encontradas nos países em desenvolvimento, onde, em geral são altas já na infância. O método diagnóstico considerado mais acurado para a infecção por Hp, em crianças, é o exame endoscópico com biópsias gástricas. Alguns autores referem que o único aspecto macroscópico que pode predizer a infecção é o da presença de nodosidades na mucosa gástrica. Este aspecto é denominado de gastrite endoscópica nodular. A especificidade da gastrite endoscópica nodular para a infecção por Hp, entretanto, recentemente foi questionada por outros autores.

Realizamos um estudo transversal em uma amostra de crianças (um a 12 anos) com dor abdominal crônica, que preenchiam os critérios para a realização de endoscopia digestiva alta, no Hospital da Criança Conceição e no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, de setembro de 1997 a setembro de

  1. O objetivo principal foi verificar a associação entre a infecção por Hp e a gastrite endoscópica nodular nessas crianças. A amostra foi constituída de 185 crianças de ambos os sexos, com baixa renda familiar, cujos pais

RESUMO xx

apresentavam baixo nível de escolaridade. Foi realizado estudo histológico das lâminas de biópsia gástrica (no mínimo cinco fragmentos, corados com H-E ou Giemsa), conforme o Sistema Sydney modificado. A infecção por Hp foi caracterizada pela presença de Hp na lâminas de biópsias gástricas dos pacientes e a gastrite folicular, pela presença de folículos linfóides bem formados, em mucosa gástrica inflamada.

A prevalência da infecção por Hp nas crianças com dor abdominal crônica foi de 27% (IC 95%: 20,8-34,0). Foi demonstrada uma associação muito forte entre a infecção por Hp e a gastrite endoscópica nodular nessas crianças (P<0,001; RP = 29,7). Houve um aumento da prevalência tanto da infecção por Hp como da gastrite endoscópica nodular com a idade dos pacientes. A gastrite endoscópica nodular , embora tenha demostrado uma baixa sensibilidade (44,0%), apresentou um valor preditivo positivo de 91,7% para a infecção por Hp. Tanto o teste de urease, como a gastrite endoscópica nodular mostraram-se muito específicas, 94,5% e 98,5%, respectivamente, para o diagnóstico da infecção. Quando se combinou o teste de urease com o aspecto de gastrite endoscópica nodular, encontrou- se, uma sensibilidade muito baixa (34,7%), mas uma especificidade de 100% para a infecção por Hp. A sensibilidade do teste de urease, isolado, para a infecção foi de 60,4% e o seu valor preditivo positivo de 80,5%. O aspecto endoscópico (gastrite endoscópica nodular) teve associação com o microscópico (gastrite folicular) (P<0,001). Houve uma forte e significativa associação entre a infecção por Hp e a gastrite crônica ativa ( P<0,001; RP = 10,8). O mesmo foi demonstrado entre a gastrite nodular e a gastrite