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Este trabalho acadêmico propõe a criação de um museu dedicado aos orixás, com o objetivo de combater o preconceito e a intolerância religiosa, além de promover a valorização da cultura afro-brasileira. O projeto aborda a história dos orixás, a influência da cultura yoruba no brasil, a importância da história oral e a necessidade de um espaço que promova o respeito e a compreensão da cultura afro-brasileira.
Tipologia: Esquemas
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Arquitetura e Urbanismo MÁRIO LÚCIO MEIRELES DOS SANTOS JÚNIOR MUSEU DOS ORIXÁS GAMA-DF 2021
Arquitetura e Urbanismo MÁRIO LÚCIO MEIRELES DOS SANTOS JÚNIOR MUSEU DOS ORIXÁS Trabalho Final de Curso desenvolvido como requisito para obtenção do título de bacharel, do curso de Arquitetura e Urbanismo pelo Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos – UNICEPLAC. Orientador: Prof. Ricardo Luiz Targino. GAMA-DF 2021
O trabalho em questão desenvolvido sobre o Museu dos Orixás tem como princípios a resistência, a cultura e o conhecimento, a luta por visibilidade de maneira positiva e o respeito dos que desconhecem o assunto. A ideia de apresentar um museu é para atrair a atenção e aguçar a curiosidade tanto dos que já possuem interesse pelo assunto, mas possui bloqueio com relação aos terreiros, como também dos que nunca cogitaram estudar tal temática. A problemática criada pelo preconceito a respeito dos Orixás e religiões afro-brasileiras me motivaram a querer buscar uma forma de tentar mudar esse cenário e apresentar a verdadeira beleza e riqueza dessa cultura, a maneira mais adequada encontrada foi transmitir o conhecimento de maneira diferente e acessível. Palavras chave: Museu, cultura, religião e respeito
The work in question developed on the Museum of the Orixás has as principles the resistance, the culture and the knowledge, the struggle for visibility in a positive way and the respect of those who do not know the subject. The idea of presenting a museum is to attract attention and pique the curiosity of both those who already have an interest in the subject, but have a block in relation to the terreiros, as well as those who have never considered studying this theme. The problem created by prejudice about the Orixás and Afro-Brazilian religions motivated me to want to look for a way to try to change this scenario and present the true beauty and richness of this culture, the most appropriate way found was to transmit knowledge in a different and accessible way.
Pretende-se então, criar um memorial com o objetivo de recuperar a história dos Orixás. Assim, apresenta-se a religião de fora dos “terreiros” e de forma não praticada, onde a intenção é atrair as pessoas para conhecerem esta história e tentar incentivar essas pessoas a perder quaisquer receios descobrindo o que de fato são os Orixás. A intenção é, portanto, reduzir o preconceito e a intolerância e também levar mais conhecimento para todos aqueles se interessem por essa religião, tanto os que simpatizam e já conhecem de forma superficial e também aqueles que possuem curiosidades a respeito, tendo como fonte principal a História Oral a partir das experiências de pessoas que cultuam a religião, sofrem com o preconceito e também o que pensam os não praticantes. 3 REVISÃO DA LITERATURA 3 .1 OS ORIXÁS E A RELIGIÃO De acordo com artigos publicados nos sites “Educa mais Brasil” e “Brasil Escola” os povos Yourumbás, Fons, Maís, Hauçás, Éwés, Axântis, Congos, Quimbundos, Umbundos, Macuas, Landas e diversos outros tinham suas crenças baseadas em que os Orixás são divindades criadas por Olodumaré ou Olorum considerado o Deus supremo e cada Orixá rege uma força e/ou um elemento da natureza. O termo Orixá vem dos povos Yorubá, porém, as crenças sobre eles divergem com relação a local e época, matéria de Alan Geraldo Myleo no site Brasil Escola - Meu Artigo. Myleo cita que existem duas vertentes de estudo, a histórica e a mitológica, porém a histórica possui poucas fontes e registros oficiais e a mitológica se difere de acordo com como a história é contada, elas possuem contradições, mas também existem pontos comuns, como “a teoria do criacionismo de Olodumaré” citada no início do tópico. “Tais fatores nos mostram que na origem do Candomblé, fatos se misturam aos símbolos. História se funde com mitologia. Evidências com representações. Em meio à tamanha complexidade poderíamos estabelecer um conceito sobre o que é um Orixá: é uma energia primordial que representa as forças da natureza e que foram concentradas em ancestrais comuns à um
determinado povo, em um determinado tempo e espaço. Ou seja, reis e rainhas, príncipes e princesas, guerreiros e guerreiras, pela força de seu Ori, de seus feitos, de seu significado perante seu povo, foram associados e eternizados junto às forças da natureza vitais à nossa existência.” Myleo Geraldo - Meu artigo, Brasil Escola O início no que hoje conhecemos como Brasil se dá com a chegada dos portugueses, trazendo diversas pessoas da África para servirem como escravos e de diversas tribos diferentes da época, o intuito de trazer essas pessoas de diferentes tribos era evitar uma rebelião uma vez que as tribos falavam idiomas diferentes, porém, isso fez com que mais hábitos e culturas diferentes fossem trazidas junto com os escravos. A igreja católica muito influente na época, não aceitava cultos de crenças diferentes, então os africanos trazidos e os indígenas foram escravizados forçados a seguir seus dogmas, mas muitos não queriam abandonar suas crenças, então celebravam datas nos mesmos dias dos santos católicos e muitas divindades foram associados a santos católicos, altares eram postos com imagens de santos católicos expostos e de Orixás escondidos, mas tendo representatividade nas imagens expostas. Com essa miscigenação de crenças surgiram novas religiões como a Umbanda, que basicamente consiste em uma mistura de Kardecismo, Candomblé, Catolicismo e crenças indígenas como Jurema. Existem muitas religiões no Brasil que cultuam os Orixás, as mais conhecidas são o Candomblé e Umbanda, mas ainda temos Xangô, Babaçuê, Batuque, Tambor-de- mina, Catimbó, Cabula, Macumba, Pajelança, Toré, Xambá, Encantaria, Jurema Sagrada e de Terreiro, Quimbanda, Omolokô e Terecô. Site: Educa mais Brasil - Sincretismo e Religiões Afro-brasileiras 3 .2 INTOLERÂNCIA RELIGIOSA Através de uma pesquisa autoral feita via formulário Google, obtive o resultado de que pessoas que cultuam religiões de matriz africana já tiveram mais medo ou vergonha de assumir sua religião com relação às demais e todas essas pessoas
espaços simples semelhantes a casas, porém a disposição e divisão dos ambientes é elaborada conforme a necessidade para conceber seus rituais de forma devida. Assim como em igrejas ou templos de outras religiões, existem espaços para culto destinado aos fiéis como também existe uma área restrita para estudo e desenvolvimento da mediunidade ou espiritualidade, na umbanda temos o congá que é um espaço destinado aos médiuns e a assistência que é destinado a quem busca o trabalho dos médiuns. No que se diz respeito a parte construtiva, os terreiros consistem em diversas casas dividas em um lote, onde essas possuem funções diversas, algumas dessas são os barracões, local divido em áreas de festividades públicas e área restrita para desenvolvimento da religião, a cozinha para preparo das comidas em geral (para consumo comum e para rituais), os quartos de Santo onde fica os objetos destinados aos Orixás, o quarto dos graduados que consiste em um cômodo para os iniciados na religião e os assentamentos de divindades que são pequenos santuários para os Orixás. Figura 2 Casa de Òsùmàrè A figura 2 mostra um pouco de algumas dessas áreas citadas anteriormente.
De acordo com a Dra. Elizabeth Rodini em Khan Academy, a palavra “museu” tem como origem as Musas gregas. “O significado original da palavra “museu” vem do grego mouseion: “templo ou morada das musas, ou seja, um local de inspiração divina e de onde provinham aquelas que estimulavam a criatividade dos artistas e intelectuais”. O primeiro prédio a receber esta denominação foi a Biblioteca de Alexandria destruída em 640 d. C.” Origem do Museu, Portal Educação Os museus considerados mais antigos são os europeus do século XVIII pois se assemelham a forma como conhecemos hoje, contudo, já haviam locais de exposições anteriores a este modelo europeu como as praças públicas ou fóruns da Roma antiga, tesouros medievais da igreja e santuários japoneses tradicionais onde itens sagrados ou de guerras e artes eram expostos. O Wunderkammern eram gabinetes de artefatos diversos montados por nobres e estudiosos. Estes locais eram restritos a seus colecionadores, pessoas próximas e possíveis visitantes que possuíssem uma carta de apresentação. Por ser algo tão íntimo, os visitantes podiam tocar e até reposicionar os objetos. Em meados do século XVIII, uma estrutura diferente de museu relacionada a várias tendências importantes emergiu. O Museu Britânico traz ideais do Iluminismo, foi fundado em 1750 por Sir. Hans Sloane e sua coleção principal são espécimes como plantas, pássaros e conchas, por exemplo, e objetos adquiridos de exploradores. É no período do Iluminismo que se iniciam coleções dedicados, como museus de arte (Capitolino, Louvre e Alte Pinakothek), desta forma também as coleções de plantas (jardins botânicos) e de até animais (zoológicos). Esta nova forma possuía layouts lineares e mais didáticos, setorizados e dedicados a narrativa de desenvolvimento e progresso. O chamado “cubo branco” foi uma nova tendência de museu que surgiu nos Estados Unidos mais explorada em 1930 no Museu de Arte Moderna de Nova York
estrutura em balanço. Na parte debaixo, diretamente ligada ao piso superior, ficam as salas de aula, biblioteca, auditório e áreas administrativas. Figura 4 Memorial dos Povos Indígenas - Vista Frontal Figura 5 Memorial dos Povos Indígenas - Pátio Central
Com uma arquitetura moderna e arrojada o Museu dos Povos Indígenas ainda traz traços característicos de sua origem e inspiração, seja em detalhes como pinturas tribais ou na própria forma arredondada remetendo as malocas. O museu possui tal forma proposital, a exposição anelar em volta remete as ocas construídas em segmento circular deixando um grande espaço aberto no interior para práticas de suas atividades culturais como as danças, o pátio por sua vez simboliza essa área das atividades culturais e recebe apresentações dessas práticas. Figura 6 Dança de Guerra do Povo Xavante
O Terreiro Tigongo Muende desenvolvido pelo arquiteto Adriano Mascarenhas fica localizado em Salvador, Bahia e chamou a atenção da Universidade Harvard por quebrar certos padrões ocidentais e possibilitar novos designs para cidades brasileiras e da África Ocidental. Figura 8 Terreiro Tigongo Muende - Vista Superior Mascarenhas destaca as informações de todas as etapas do projeto e diz "Embora não seja profundo conhecedor da tradição do candomblé, como cidadão baiano sou consciente da indissociável relação etnográfica das práticas diaspóricas afro- religiosas, do culto ancestral dos orixás no processo civilizatório brasileiro, nos traços e no cotidiano de fé da nossa sociedade, presente no ar que se respira em Salvador. Assim, mergulhamos numa investigação intensa sobre o tema para a concepção de um terreiro de candomblé a partir de um marco zero" (site InfraFM - PROJETO DE ARQUITETURA PARA TERREIRO DE CANDOMBLÉ É DESTAQUE EM HARVARD, 11 de outubro de 2019).
Figura 9 Terreiro Tigongo Muende - Interior Figura 10 Terreiro Tigongo Muende - Decorações Dados a seguir foram retirados do site InfraFM, “Projeto de arquitetura para terreiro de candomblé é destaque em Harvard”. Motivações: