Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Análise do Comportamento da Luz Natural em Ambientes Internos: Zenitas e Controle Solar, Notas de estudo de Energia

Um estudo sobre o comportamento da luz natural em ambientes internos através de aberturas zenitais e sistemas de controle da luz solar direta. O trabalho analisa a admissão de luz natural em diferentes situações e compara o desempenho de sistemas sem controle, com controles internos e externos.

O que você vai aprender

  • Qual é o objetivo principal do trabalho apresentado no documento?
  • Quais são as principais implicações práticas do estudo apresentado no documento?
  • Quais são as principais características dos sistemas de controle interno e externo analisados no documento?
  • Quais são as principais diferenças no desempenho de sistemas de iluminação com e sem controle de luz solar direta?

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Botafogo
Botafogo 🇧🇷

4.5

(118)

218 documentos

1 / 137

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
ILUMINAÇÃO NATURAL POR ABERTURAS ZENITAIS
COM ELEMENTOS DE CONTROLE
Solange Maria Leder Zeilmann
Dissertação apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Produção e
Sistemas da Universidade Federal de Santa Catarina para a obteão do grau de mestre
em engenharia de produção e sistemas.
Área de concentração: Ergonomia
Orientador: Fernando Oscar Ruttkay Pereira, Phd
Florianópolis
1999
pf3
pf4
pf5
pf8
pf9
pfa
pfd
pfe
pff
pf12
pf13
pf14
pf15
pf16
pf17
pf18
pf19
pf1a
pf1b
pf1c
pf1d
pf1e
pf1f
pf20
pf21
pf22
pf23
pf24
pf25
pf26
pf27
pf28
pf29
pf2a
pf2b
pf2c
pf2d
pf2e
pf2f
pf30
pf31
pf32
pf33
pf34
pf35
pf36
pf37
pf38
pf39
pf3a
pf3b
pf3c
pf3d
pf3e
pf3f
pf40
pf41
pf42
pf43
pf44
pf45
pf46
pf47
pf48
pf49
pf4a
pf4b
pf4c
pf4d
pf4e
pf4f
pf50
pf51
pf52
pf53
pf54
pf55
pf56
pf57
pf58
pf59
pf5a
pf5b
pf5c
pf5d
pf5e
pf5f
pf60
pf61
pf62
pf63
pf64

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Análise do Comportamento da Luz Natural em Ambientes Internos: Zenitas e Controle Solar e outras Notas de estudo em PDF para Energia, somente na Docsity!

ILUMINAÇÃO NATURAL POR ABERTURAS ZENITAIS

COM ELEMENTOS DE CONTROLE

Solange Maria Leder Zeilmann

Dissertação apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Produção e Sistemas da Universidade Federal de Santa Catarina para a obtenção do grau de mestre em engenharia de produção e sistemas. Área de concentração: Ergonomia

Orientador: Fernando Oscar Ruttkay Pereira, Phd

Florianópolis

ILUMINAÇÃO NATURAL POR ABERTURAS ZENITAIS COM ELEMENTOS DE CONTROLE

ESTA DISSERTAÇÃO FOI JULGADA ADEQUADA PARA A OBTENÇÃO DO

TÍTULO DE MESTRE EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS.

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: ERGONOMIA

APROVADA EM SUA FORMA FINAL PELO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO

EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

Ricardo Miranda Barcia - Ph.D.

Fernando O. R. Pereira - Ph. D.

Silvia R. M. Corrêa - Dr

Vera H. Moro Bins Ely - Dr

iv

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Hercilio Paulino Ledra e Rosa Ledra, pelo infinito amor e apoio recebido nesses anos todos. Ao Rodrigo Panosso Zeilmann, pelo amor e carinho, pelas horas de apoio e incentivo e por estar ao meu lado. Ao professor e orientador Dr. Fernando Oscar Ruttkay Pereira, pelo exemplo, dedicação, apoio e orientação no trabalho. À coordenação do Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Produção e Sistemas da Universidade Federal de Santa Catarina. Aos professores membros da banca Dr. Roberto Lamberts, Dr8. Silvia R. M. Corrêa e Dr3. Vera H. Moro Bins Elly. Especialmente à proP. Dr3. Silvia por gentilmente ter cedido seu material de consulta. Ao amigo e ex-prof. Ilson Wilmar Rodrigues Filho pelo incentivo inicial. Agradecimentos especiais à colega de mestrado Arq. Angela Pogere pela amizade, companheirismo e apoio. Ao colega de mestrado Arq. Sigfrido Graziano Junior, aos colegas do LabCon: Arq. Adriano Kremer, Arq. Alexandre de Souza Freire, Arq. Luiz Kuchenbecker, Eng. Marcos Barros de Souza, ao colega do LabEE M. Eng. Aldomar Pedrini, ao colega do LabMicro Elcio Silva.

V

SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS................................................................................................. .. ix

LISTA DE FIGURAS................................................................................................. ... x

RESUMO..................................................................................................................... ... xvii

ABSTRACT................................................................................................................ .. xviii

1 INTRODUÇÃO

1.1 JUSTIFICATIVA................................................................................................. .. 02

1.2 H IP Ó TE S ES ........................................................................................................ .. 03

1.3 VARIÁVEIS DO ESTUDO.................................................................................. .. 04

1.4 OBJETIVOS......................................................................................................... .. 05

1.4.1 Objetivos Específicos...................................................................................... .. 05 1.5 LIMITAÇÕES DO TRABALHO......................................................................... .. 05 1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO.......................................................................... .. 06

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. LUZ NATURAL ................................................................. ................................... .. 07

2.1.2 A Iluminação Natural e o Homem .................................................................. .. 08 2.1.2.1 Visão e contato com o exterior.................................................................... .. 09 2.1.2.2 Benefícios psicológicos e fisiológicos para os usuários ........................ .. 09 2.1.2.3 Elemento arquitetônico e estético.............................................................. .. 10 2.1.2.4 Qualidade da luz natural ............................................................................ .. 11 2.1.2.5 Economia de energia................................................................................... 12

4 RESULTADOS E ANÁLISES

X

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1.1 Representação esquemática do comportamento da luz ao incidir sobre uma superfície de controle interna e externa, abertura monitor.................................................................................................... 04 FIGURA 2.1 Capela Ronchamp, Le Corbusier...................................................... 11 FIGURA 2.2 Desenho esquemático com uma projeção eqüidistante da abóboda celeste sobre um plano dimensional, o diagrama solar... 15 FIGURA 2.3 Exemplo do Diagrama solar eqüidistante com a trajetória aparente do sol...................................................................................... 15 FIGURA 2.4 Exemplo de átrio, Londres ................................................................... 16 FIGURA 2.5 Abertura lateral e abertura zenital...................................................... 17 FIGURA 2.6 Cobertura translúcida........................................................................... 18 FIGURA 2.7 Sistema de iluminação natural ativo................................................... 20 FIGURA 2.8 Sistema de iluminação natural no Museu de Chicago ..................... 20 FIGURA 2.9 Escola Valongo...................................................................................... 21 FIGURA 2.10 Cobertura de uma casa de banho na Turquia .................................. 23 FIGURA 2.11 Detalhe de sistema de iluminação zenital no Antigo Egito............. 24 FIGURA 2.12 Panteon, Roma...................................................................................... 25 FIGURA 2.13 Bazar Persa......................................................................... .................. 25 FIGURA 2.14 Cobertura em ferro e vidro, pavilhão de exposições em Paris ....... 26 FIGURA 2.15 Vista da cobertura do museu Sir John Soane, London ................... 27

FIGURA 2.16 Sistemas zenitais diretamente e parcialmente voltados para o

FIGURA 4.13 Abertura monitor - gráfico da variação na média dos níveis de

  • 2.1.3 As Fontes de Luz Natural e sua Disponibilidade........................................
    • 2.1.4 Trajetória Aparente do Sol............................................................................
    • 2.2 OS SISTEMAS DE ILUMINAÇÃO NATURAL..................................................
    • 2.2.1 Os Sistemas de Iluminação Natural Passivos e Ativos..............................
    • 2.2.2 Os Componentes de Passagem Zenital
      • 2.2.2.1 Histórico.........................................................................................................
      • 2.2.2.2 Tipologia dos componentes de passagem zenital
      • 2.2.2.3 Análises sobre aberturas zenitais
      • 2.2.3 Os Elementos de Controle da luz Solar D ireta.................
      • 2.2.3.1 Elementos de controle inovativos...............................................................
      • 2.2.3.2 Análises sobre os elementos de controle.................................................
        • 2.3 MÉTODOS E PARÂMETROS DE ANÁLISE DA LUZ NATURAL....................
        • 2.3.1 Métodos de Previsão do Comportamento da Luz Natural ...
        • 2.3.2 Os Parâmetros de Análise
          • 2.3.2.1 lluminâncias e fator de luz do dia...............................................................
          • 2.3.2.2 Distribuição dos níveis e iluminação
          • 2.4 CONCLUSÕES SOBRE O CAPÍTULO............................................................
          • 3.1 O MODELO DE ESTUDO.................................................................................. 3. METODOLOGIA
          • 3.1.1 Características Físicas do Modelo de Estudo
            • 3.1.2 Tipologia das Aberturas Zenitais
            • 3.1.3 Os Elementos de Controle da Luz Solar D ireta.........................................
            • 3.1.4 Situação Geográfica e Orientação...............................................................
  • 3.1.5 Época do Ano e Condição do Céu................................................................ vii
    • 3.2 ESTUDO PILOTO COM MEDIÇÕES EM ESCALA REDUZIDA
    • 3.3 SIMULAÇÕES COMPUTACIONAIS COM O MODELO DE ESTUDO
    • 3.3.1 Acesso aos Dados Referentes ao Cálculo da Iluminação F in a l
    • 3.3.2 Os Parâmetros de Desempenho .... - ESCALA REDUZIDA......................................................................................... 4.1 ANÁLISES SOBRE O ESTUDO PILOTO COM MEDIÇÕES EM
      • 4.1.1 O Nível de Iluminação Externo
    • 4.1.2 lluminância Média no Ambiente Interno
      • 4.1.3 Comparação entre a Distribuição dos Níveis de Iluminação Internos
      • 4.1.4 Localização dos Níveis Máximos e Mínimos................................................... - COMPUTACIONAL COM O MODELO DE E S T U D O 4.2 ANÁLISE SOBRE OS RESULTADOS COM A SIMULAÇÃO
        • 4.2.1 Abertura Monitor - Níveis de Iluminação Médios........................................
        • 4.2.2 Abertura Monitor - Níveis Máximos e Mínimos
        • 4.2.3 Abertura Lucernário - Níveis de Iluminação Médios
          • 4.2.4 Abertura Lucernário - Níveis Máximos e Mínimos.......................................
          • 4.2.5 Abertura Monitor - Diversidade e Uniformidade..........................................
          • 4.2.5 Abertura Lucernário - Diversidade e Uniformidade
          • 4.2.7 Análises sobre as Curvas Isolux...................................................................
          • 4.2.7.1 Abertura Monitor - Curvas Isolux................................................................
            • 4.2.7.2 Abertura Lucernário - Curvas Isolux
  • 5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES viii - 5.1 C O NCLUSÕ ES.................................................................................................. - 5.2 RECOMENDAÇÕES DE PROJETO................................................................ - 5.3 LIMITAÇÕES DO TRABALHO - 5.4 SUGESTÕES.......................................................................................................
    • 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS - zénite...........................................................................................................
    • FIGURA 2.17 Abertura zenital tipo cobertura transparente
  • FIGURA 2.18 Abertura tipo dente de serra
    • FIGURA 2.19 Abertura tipo monitor............................................................................
    • FIGURA 2.20 Vista interna de uma abertura tipo lanternin...................................... - zenital...................................................................................................... FIGURA 2.21 Corte esquemático de modelo com variação de forro em abertura
    • FIGURA 2.22 Corte esquemático de tipologias de aberturas zenitais
      • FIGURA 2.23 Reflexão especular e difusa................................................................
      • FIGURA 2.24 Elemento flexível tipo toldo, Montevidéo
      • FIGURA 2.25 Elemento fixo, rígido e externo, Montevidéo
        • FIGURA 2.26 Elemento filtrante, tipo veneziana.......................................
        • FIGURA 2.27 Elemento obstrutivo, tipo cortina
        • FIGURA 2.28 Redirecionamento da luz através de vidro prismático
          • FIGURA 2.29 Detalhe do funcionamento de uma veneziana espelhada
          • FIGURA 2.30 Prateleira de luz ou Tight-shelves”.....................................................
          • FIGURA 2.31 Aberturas zenitais com elementos de controle
          • FIGURA 2.32 Abertura zenital lucernário com captador solar
          • FIGURA 2.33 Abertura zenital com dispositivo de controle interno
            • FIGURA 2.34 Abertura lucernário com dispositivo de controle interno.................
              • FIGURA 2.35 Abertura monitor com dispositivo de controle externo
              • FIGURA 2.36 Variações na geometria de alguns elementos de controle interno.
          • iluminâncias sobre plano de referência no modelo de estudo ...........
  • FIGURA 4.1 Gráfico com os níveis de iluminação externos em 06/março
    • FIGURA 4.2 Gráfico com os níveis de iluminação externos em 08/março
    • FIGURA 4.3 Gráfico com a iluminância média nas medições em escala
    • FIGURA 4.4 Gráfico comparativo entre a iluminância média, 06/03
    • FIGURA 4.5 Gráfico comparativo da diversidade, 06/março, monitor.................
    • FIGURA 4.6 Gráfico comparativo da uniformidade, 06/março, monitor..............
    • FIGURA 4.7 Gráfico comparativo da diversidade, 08/março, lucernário
    • FIGURA 4.8 Gráfico comparativo da uniformidade, 08/março, lucernário
    • FIGURA 4.9 Iluminâncias, monitor, 06/03 às 10:30h
      • FIGURA 4.10 Iluminâncias, monitor, 06/03 às 11:00h
      • FIGURA 4.11 Iluminâncias, lucernário, 08/03 às 10:30h.........................................
      • FIGURA 4.12 Iluminâncias, lucernário, 08/03 às 11:00h......................................... - iluminação.............................................................................................. - níveis de iluminação............................................................................. FIGURA 4.14 Abertura monitor - gráfico da variação dos máximos e mínimos - iluminação.............................................................................................. FIGURA 4.15 Abertura lucernário - gráfico da variação na média dos níveis de - níveis de iluminação FIGURA 4.16 Abertura lucernário - gráfico da variação dos máximos e mínimos
        • FIGURA 4.17 Abertura monitor - gráfico da diversidade
        • FIGURA 4.18 Abertura monitor - gráfico da uniformidade.......................................

xiv

FIGURA 4.19 Abertura lucernário - gráfico da diversidade .................................... .... 92 FIGURA 4.20 Abertura lucernário - gráfico da uniformidade .................................. ... 93 FIGURA 4.21 Gráfico isolux abertura monitor/controle externo - 21/06 céu claro 95 FIGURA 4.22 Gráfico isolux abertura monitor/controle interno - 21/06 céu claro. 95 FIGURA 4.23 Gráfico isolux abertura monitor/sem controle - 21/06 céu claro .... ... 95 FIGURA 4.24 Perspectiva com distribuição espacial das iluminâncias, abertura monitor/controle externo - 21/06 céu claro........................................ ... 96 FIGURA 4.25 Perspectiva com distribuição espacial das iluminâncias, abertura monitor/controle interno - 21/06 céu claro......................................... ... 97 FIGURA 4.26 Perspectiva com distribuição espacial das iluminâncias, abertura monitor/sem controle - 21/06 céu claro ............................................. ... 97 FIGURA 4.27 Gráfico isolux abertura monitor/controle externo - 21/06 céu encoberto................................................................................................ .. 98 FIGURA 4.28 Gráfico isolux abertura monitor/controle interno - 21/06 céu encoberto................................................................................................ .. 98 FIGURA 4.29 Gráfico isolux abertura monitor/sem controle - 21/06 céu encoberto................................................................................................ .. 98 FIGURA 4.30 Gráfico isolux abertura monitor/controle externo - 21/12 céu claro 99 FIGURA 4.31 Gráfico isolux abertura monitor/controle interno - 21/12 céu claro. 99 FIGURA 4.32 Gráfico isolux abertura monitor/sem controle - 21/12 céu claro .... .. 99 FIGURA 4.33 Gráfico isolux abertura monitor/controle externo - 21/ encoberto................................................................................................ .. 100 FIGURA 4.34 Gráfico^ isolux^ abertura^ monitor/controle^ interno^ -^ 21/12^ céu

xvi

claro......................................................................................................... 105 FIGURA 4.47 Gráfico isolux abertura lucernário/sem controle - 21/12 céu claro 105 FIGURA 4.48 Gráfico isolux abertura lucernário/controle externo - 21/12 céu encoberto ........... ........................... ........................................................ 106 FIGURA 4.49 Gráfico isolux abertura lucernário/controle interno - 21/12 céu encoberto................................................................................................ 106 FIGURA 4.50 Gráfico isolux abertura lucernário/sem controle - 21/12 céu encoberto................................................................................................ 106

RESUMO

A necessidade atual de economia de energia e a busca pelo conforto e bem estar do homem tem aumentado o interesse pelo uso da iluminação natural nos ambientes internos. As aberturas zenitais são atraentes pois proporcionam maiores iluminâncias internas e uma distribuição dos níveis mais uniforme. Entretanto, esta tipologia de abertura pode apresentar ofuscamento e calor excessivo decorrentes da penetração de luz solar direta no ambiente interno. Neste caso, elementos de proteção podem ser usados, que são dispositivos projetados para controlar a entrada da luz solar direta no ambiente interno. Com o uso de simulações computacionais, utilizando-se o programa Lightscape ® V.3., este trabalho analisa o comportamento da luz natural admitida em ambientes internos através de aberturas zenitais em conjunto com elementos de controle da luz solar direta. As principais variáveis do estudo referem-se a tipologia da abertura, monitor e lucernário; e ao elemento de controle, interno e externo. Os parâmetros de análise referem-se as iluminâncias e sua distribuição espacial no ambiente interno. Os resultados apresentaram melhor desempenho do elemento de controle interno, na condição de céu claro, porém com limitações na condição de céu encoberto.

1 INTRODUÇÃO

A descoberta da lâmpada incandescente, em 1880, deu início ao processo de substituição das fontes naturais de luz pelas fontes artificiais, ainda que, inicialmente seu custo fosse muito elevado. Mas, na década de 50, com a introdução da lâmpada fluorescente, a luz artificial torna-se rapidamente a fonte de luz preferencial na maioria das edificações, independente da disponibilidade de luz natural presente no ambiente externo, que passa a ser, geralmente, ignorada ou tratada como um problema pelos projetistas (Lam, 1986, p.x; Baker et al, 1993, p.1.15). A partir da crise do petróleo em 1973, o esgotamento dos recursos naturais e a utilização desmedida das fontes de energia artificiais torna-se objeto de questionamentos. Na busca de soluções para a crise de energia, usuários e projetistas encontram na luz natural uma alternativa para a redução do consumo de energia das fontes artificiais. O uso da luz natural, no entanto, não justifica-se somente na economia de energia. O resgate de muitos exemplos históricos conduz a um entendimento da necessidade do homem estar em contato com o ambiente natural e também pela necessidade de qualidade no ambiente construído. A qualidade da luz natural associa-se a fatores como: benefícios psicológicos e fisiológicos para os usuários, elemento estético e arquitetônico, relacionamento com o ambiente externo e qualidade espectral da luz natural. Apesar de todas as evoluções tecnológicas e do grande enfoque dado aos sistemas de iluminação artificial, as aberturas e outros sistemas de iluminação natural têm tido seu espaço e mantêm-se em evolução, principalmente, nas últimas décadas. Porém, ainda há muito que ser desenvolvido para chegar-se a otimização da utilização da luz natural nos ambientes internos. O trabalho desenvolvido nesta dissertação aborda as aberturas, elementos responsáveis pela passagem da luz para o interior de uma edificação e também, os sistemas de iluminação natural mais comumente utilizados. Neste contexto, desenvolveu- se a análise da admissão da luz natural através de aberturas zenitais, quando estas incorporam elementos de controle da luz solar direta.

2

1.1 JUSTIFICATIVA

Localizadas nas paredes externas das edificações ou no envelope1 do edifício, as aberturas dividem-se basicamente em dois grupos: aberturas laterais, situadas nos planos verticais das edificações e aberturas zenitais, situadas nos planos horizontais ou de cobertura das edificações. Historicamente, as aberturas laterais têm sido a forma predominante de iluminação natural, mas proporcionam uma distribuição de iluminâncias desigual, com altos niveis próximo a abertura e baixos níveis no fundo dos ambientes, enquanto as aberturas zenitais apresentam distribuição dos níveis mais uniforme e maiores iluminâncias internas com a mesma área de vidro que uma abertura lateral. Contudo, as aberturas zenitais apresentaram durante muito tempo características que limitaram seu uso, como a grande dificuldade em proteger o ambiente interno das intempéries externas, principalmente água proveniente de chuvas. Apresentam também problemas como ganho de calor e ofuscamento, comuns em sistemas zenitais. A alternativa para solucionar este problema pode estar na utilização de dispositivos de proteção ou controle da luz solar direta, melhorando a performance do sistema e reduzindo assim, problemas com ofuscamento e ganho de calor solar excessivo. Sabe-se que a utilização de elementos de controle em conjunto com sistemas de iluminação, laterais ou zenitais, é uma estratégia de projeto que conduz a um melhor aproveitamento da luz natural em um ambiente interno, (Corrêa, 1997, p.280). Contudo, os sistemas zenitais, bem como os elementos de controle, são pouco utilizados. Percebe- se hoje, em muitas edificações, que na impossibilidade de inserção de uma abertura lateral, sistemas artificiais são preferidos em detrimento da implantação de uma abertura zenital (Leder et al, 1998, p.412-415). O presente trabalho justifica-se na necessidade de ampliar o conhecimento das características de sistemas zenitais e elementos de controle da luz solar direta. Neste contexto, acredita-se que maiores informações sobre comportamento da luz natural, admitida por esses sistemas, poderá desencadear aumento no interesse dos projetistas

1 Envelope - Termo que refere-se ao conjunto de paredes que formam o volume externo da edificação.