Vida Mahatma - OSP 223322
Humaniza SUS
Resumo
O que entendemos por “acolhimento”?
O acolhimento como ato ou efeito de acolher
expressa: ação de aproximação, “estar com”
(junto) e “estar perto de” (inclusão).
Acolhimento: uma das diretrizes de maior
relevância ética/estética/política da Política Nacional
de Humanização do SUS:
• ética: compromisso com o reconhecimento do
outro, na atitude de acolhê-lo em suas diferenças,
suas dores, suas alegrias, seus modos de viver, sentir
e estar na vida;
• estética: traz para as relações e os encontros do
dia-a-dia a invenção de estratégias que contribuem
para a dignificação da vida e do viver e, assim, para
a construção de nossa própria humanidade;
• política: implica o compromisso coletivo de
envolver-se neste “estar com”, potencializando
protagonismos e vida nos diferentes encontros.
O acolhimento está presente em todas as
relações e os encontros que fazemos na
vida, mesmo quando pouco cuidamos
dele. Entretanto, temos de admitir que
parece ter ficado difícil exercer e afirmar
o acolhimento em nossas práticas
cotidianas.
Qual é o sentido dessas reflexões para as
práticas de produção de saúde?
Pesquisas de satisfação, relatórios de ouvidoria e
depoimentos de gestores, trabalhadores da saúde
e usuários evidenciam a escuta pouco qualificada
e as relações solidárias pouco exercidas.
O grande desafio a ser enfrentado por todos na
construção e na efetivação do SUS é transpor os
princípios aprovados para o setor de saúde nos
textos constitucionais para os modos de operar o
trabalho da atenção e da gestão em saúde.
Os processos de produção de saúde dizem respeito,
necessariamente, a um trabalho coletivo
e cooperativo, entre sujeitos, e se fazem numa rede
de relações que exigem interação e diálogo
permanentes. Cuidar dessa rede de relações,
permeadas como são por assimetrias de saber e de
poder, é uma exigência maior, um imperativo, no
trabalho em saúde. Pois é em meio a tais relações,
em seus questionamentos, e por meio delas que
construímos nossas práticas de co-responsabilidade
nos processos de produção de saúde e de autonomia
das pessoas implicadas, afirmando, assim, a
indissociabilidade entre a produção de saúde e a
produção de subjetividades.
Tradicionalmente, a noção de
acolhimento no campo da saúde tem sido
identificada:
• ora como uma dimensão espacial, que se traduz em
recepção
administrativa e ambiente confortável;
• ora como uma ação de triagem administrativa e
repasse de encaminhamentos para serviços
especializados.
O acolhimento no SUS: um pouco de
história
Tradicionalmente, a noção de acolhimento no campo
da saúde tem sido identificada:
• ora como uma dimensão espacial, que se
traduz em recepção administrativa e
ambiente confortável;
• ora como uma ação de triagem
administrativa e repasse de
encaminhamentos para serviços
especializados.
Ambas as noções têm sua importância. Entretanto,
quando tomadas isoladamente dos processos de
trabalho em saúde, se restringem a uma ação
pontual, isolada e descomprometida com os
processos de responsabilização e produção de
vínculo. Nessa definição restrita de acolhimento,
muitos serviços de saúde:
• convivem com filas “madrugadoras” na porta,
disputando sem critério algum, exceto à hora de
chegada, algumas vagas na manhã. É preciso
salientar que tais serviços atendem principalmente
os “mais fortes” e não os que mais necessitam de
assistência;
• reproduzem uma certa forma de lidar com trabalho
que privilegia o aspecto da produção de
procedimentos e atividades em detrimento dos
resultados e efeitos para os sujeitos que estão sob
sua responsabilidade. Muitas vezes, oferecem
serviços totalmente incongruentes com a demanda e
acreditam que o seu objeto de trabalho é esta ou
aquela doença