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HUMANIZA SUS - RESUMO DA AULA DE SAUDE COLETIVA, Notas de aula de Saúde Pública

HUMANIZA SUS - RESUMO DA AULA DE SAUDE COLETIVA

Tipologia: Notas de aula

2020
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Compartilhado em 20/11/2020

VidaMahatma
VidaMahatma 🇧🇷

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Vida Mahatma - OSP 223322
Humaniza SUS
Resumo
O que entendemos por “acolhimento”?
O acolhimento como ato ou efeito de acolher
expressa: ação de aproximação, “estar com”
(junto) e “estar perto de” (inclusão).
Acolhimento: uma das diretrizes de maior
relevância ética/estética/política da Política Nacional
de Humanização do SUS:
ética: compromisso com o reconhecimento do
outro, na atitude de acolhê-lo em suas diferenças,
suas dores, suas alegrias, seus modos de viver, sentir
e estar na vida;
estética: traz para as relações e os encontros do
dia-a-dia a invenção de estratégias que contribuem
para a dignificação da vida e do viver e, assim, para
a construção de nossa própria humanidade;
política: implica o compromisso coletivo de
envolver-se neste “estar com”, potencializando
protagonismos e vida nos diferentes encontros.
O acolhimento está presente em todas as
relações e os encontros que fazemos na
vida, mesmo quando pouco cuidamos
dele. Entretanto, temos de admitir que
parece ter ficado difícil exercer e afirmar
o acolhimento em nossas práticas
cotidianas.
Qual é o sentido dessas reflexões para as
práticas de produção de saúde?
Pesquisas de satisfação, relatórios de ouvidoria e
depoimentos de gestores, trabalhadores da saúde
e usuários evidenciam a escuta pouco qualificada
e as relações solidárias pouco exercidas.
O grande desafio a ser enfrentado por todos na
construção e na efetivação do SUS é transpor os
princípios aprovados para o setor de saúde nos
textos constitucionais para os modos de operar o
trabalho da atenção e da gestão em saúde.
Os processos de produção de saúde dizem respeito,
necessariamente, a um trabalho coletivo
e cooperativo, entre sujeitos, e se fazem numa rede
de relações que exigem interação e diálogo
permanentes. Cuidar dessa rede de relações,
permeadas como são por assimetrias de saber e de
poder, é uma exigência maior, um imperativo, no
trabalho em saúde. Pois é em meio a tais relações,
em seus questionamentos, e por meio delas que
construímos nossas práticas de co-responsabilidade
nos processos de produção de saúde e de autonomia
das pessoas implicadas, afirmando, assim, a
indissociabilidade entre a produção de saúde e a
produção de subjetividades.
Tradicionalmente, a noção de
acolhimento no campo da saúde tem sido
identificada:
• ora como uma dimensão espacial, que se traduz em
recepção
administrativa e ambiente confortável;
• ora como uma ação de triagem administrativa e
repasse de encaminhamentos para serviços
especializados.
O acolhimento no SUS: um pouco de
história
Tradicionalmente, a noção de acolhimento no campo
da saúde tem sido identificada:
ora como uma dimensão espacial, que se
traduz em recepção administrativa e
ambiente confortável;
• ora como uma ação de triagem
administrativa e repasse de
encaminhamentos para serviços
especializados.
Ambas as noções m sua importância. Entretanto,
quando tomadas isoladamente dos processos de
trabalho em saúde, se restringem a uma ação
pontual, isolada e descomprometida com os
processos de responsabilização e produção de
vínculo. Nessa definição restrita de acolhimento,
muitos serviços de saúde:
convivem com filas “madrugadoras” na porta,
disputando sem critério algum, exceto à hora de
chegada, algumas vagas na manhã. É preciso
salientar que tais serviços atendem principalmente
os “mais fortes” e não os que mais necessitam de
assistência;
• reproduzem uma certa forma de lidar com trabalho
que privilegia o aspecto da produção de
procedimentos e atividades em detrimento dos
resultados e efeitos para os sujeitos que estão sob
sua responsabilidade. Muitas vezes, oferecem
serviços totalmente incongruentes com a demanda e
acreditam que o seu objeto de trabalho é esta ou
aquela doença
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Humaniza SUS

Resumo

O que entendemos por “acolhimento”? O acolhimento como ato ou efeito de acolher expressa: ação de aproximação, “estar com” (junto) e “estar perto de” (inclusão). Acolhimento: uma das diretrizes de maior relevância ética/estética/política da Política Nacional de Humanização do SUS:

  • ética: compromisso com o reconhecimento do outro, na atitude de acolhê-lo em suas diferenças, suas dores, suas alegrias, seus modos de viver, sentir e estar na vida;
  • estética: traz para as relações e os encontros do dia-a-dia a invenção de estratégias que contribuem para a dignificação da vida e do viver e, assim, para a construção de nossa própria humanidade;
  • política: implica o compromisso coletivo de envolver-se neste “estar com”, potencializando protagonismos e vida nos diferentes encontros. O acolhimento está presente em todas as relações e os encontros que fazemos na vida, mesmo quando pouco cuidamos dele. Entretanto, temos de admitir que parece ter ficado difícil exercer e afirmar o acolhimento em nossas práticas cotidianas. Qual é o sentido dessas reflexões para as práticas de produção de saúde? Pesquisas de satisfação, relatórios de ouvidoria e depoimentos de gestores, trabalhadores da saúde e usuários evidenciam a escuta pouco qualificada e as relações solidárias pouco exercidas. O grande desafio a ser enfrentado por todos na construção e na efetivação do SUS é transpor os princípios aprovados para o setor de saúde nos textos constitucionais para os modos de operar o trabalho da atenção e da gestão em saúde. Os processos de produção de saúde dizem respeito, necessariamente, a um trabalho coletivo e cooperativo, entre sujeitos, e se fazem numa rede de relações que exigem interação e diálogo permanentes. Cuidar dessa rede de relações, permeadas como são por assimetrias de saber e de poder, é uma exigência maior, um imperativo, no trabalho em saúde. Pois é em meio a tais relações, em seus questionamentos, e por meio delas que construímos nossas práticas de co-responsabilidade nos processos de produção de saúde e de autonomia das pessoas implicadas, afirmando, assim, a indissociabilidade entre a produção de saúde e a produção de subjetividades. Tradicionalmente, a noção de acolhimento no campo da saúde tem sido identificada:
  • ora como uma dimensão espacial, que se traduz em recepção administrativa e ambiente confortável;
  • ora como uma ação de triagem administrativa e repasse de encaminhamentos para serviços especializados. O acolhimento no SUS: um pouco de história Tradicionalmente, a noção de acolhimento no campo da saúde tem sido identificada:
  • ora como uma dimensão espacial, que se traduz em recepção administrativa e ambiente confortável;
  • ora como uma ação de triagem administrativa e repasse de encaminhamentos para serviços especializados. Ambas as noções têm sua importância. Entretanto, quando tomadas isoladamente dos processos de trabalho em saúde, se restringem a uma ação pontual, isolada e descomprometida com os processos de responsabilização e produção de vínculo. Nessa definição restrita de acolhimento, muitos serviços de saúde:
    • convivem com filas “madrugadoras” na porta, disputando sem critério algum, exceto à hora de chegada, algumas vagas na manhã. É preciso salientar que tais serviços atendem principalmente os “mais fortes” e não os que mais necessitam de assistência;
    • reproduzem uma certa forma de lidar com trabalho que privilegia o aspecto da produção de procedimentos e atividades em detrimento dos resultados e efeitos para os sujeitos que estão sob sua responsabilidade. Muitas vezes, oferecem serviços totalmente incongruentes com a demanda e acreditam que o seu objeto de trabalho é esta ou aquela doença

ou procedimento, atribuindo menor importância à existência dos sujeitos em sua complexidade e sofrimento;

  • atendem pessoas com sérios problemas de saúde sem, por exemplo, acolhê-las durante um momento de agravação do problema, rompendo o vínculo que é alicerce constitutivo dos processos de prod. de saúde;
  • encontram-se muito atarefados, com os profissionais até mesmo exaustos de tanto realizar atividades, mas não conseguem avaliar e interferir nessas atividades de modo a melhor qualificá-las;
  • convivem, os serviços de urgências, com casos graves em filas de espera porque não conseguem distinguir riscos. O acolhimento como um dos dispositivos que contribui para a efetivação do SUS O acolhimento como ação técnico-assistencial possibilita que se analise o processo de trabalho em saúde com foco nas relações e pressupõe a mudança da relação profissional/usuário e sua rede social, profissional/profissional, mediante parâmetros técnicos, éticos, humanitários e de solidariedade, levando ao reconhecimento do usuário como sujeito e participante ativo no processo de prod. da saúde. O acolhimento como estratégia de interferência nos processos de trabalho Colocar em ação o acolhimento, como diretriz operacional, requer uma nova atitude de mudança no fazer em saúde e implica:
  • protagonismo dos sujeitos envolvidos no processo de produção de saúde;
  • valorização e abertura para o encontro entre o profissional de saúde, o usuário e sua rede social, como liga fundamental no processo de prod. de saúde;
  • reorganização do serviço de saúde a partir da problematização dos processos de trabalho, de modo a possibilitar a intervenção de toda a equipe multiprofissional encarregada da escuta e da resolução do problema do usuário;
  • elaboração de projetos terapêuticos individuais e coletivos com eq. de referência em atenção diária que sejam responsáveis e gestoras desses projetos;
  • mudanças estruturais na forma de gestão do serviço de saúde, ampliando os espaços democráticos de discussão e decisão, de escuta, trocas e decisões coletivas. A equipe neste processo pode também garantir acolhimento para seus profissionais e às dificuldades de seus componentes na acolhida à demanda da população;
  • uma postura de escuta e compromisso em dar respostas às necessidades de saúde trazidas pelo usuário, de maneira que inclua sua cultura, seus saberes e sua capacidade de avaliar riscos; O acolhimento é um modo de operar os processos de trabalho em saúde, de forma a atender a todos que procuram os serviços de saúde, ouvindo seus pedidos e assumindo no serviço uma postura capaz de acolher, escutar e dar respostas mais adequadas aos usuários. O profissional deve escutar a queixa, os medos e as expectativas, identificar os riscos e a vulnerabilidade, acolhendo também a avaliação do próprio usuário, e se responsabilizar para dar uma resposta ao problema. Nesse funcionamento, o acolhimento deixa de ser uma ação pontual e isolada dos processos de produção de saúde e se multiplica em inúmeras outras ações, que, partindo do complexo encontro entre o sujeito profissional de saúde e o sujeito demandante, possibilitam que sejam analisados:
    • o ato da escuta e a prod. de vínculo c/ ação terapêut.
      • as formas de organização dos serviços de saúde
  • o uso ou não de saberes e afetos, para a melhoria da qualidade das ações de saúde, e o quanto esses saberes e afetos estão a favor da vida
  • a humanização das relações em serviço
  • a adequação da área física e a compatibilização entre a oferta e a demanda por ações de saúde
  • a governabilidade das equipes locais
  • os modelos de gestão vigentes na unidade de saúde . O acolhimento com avaliação de risco como dispositivo tecnológico e as mudanças possíveis no trabalho da atenção e da produção de saúde O acolhimento como dispositivo técnico- assistencial permite a reflexão e a mudança dos modos de operar a assistência, pois questiona as relações clínicas no trabalho em saúde, os modelos de atenção e gestão e as relações de acesso aos serviços. A urgência de reversão e reinvenção dos modos de operar os processos de acolhimento no cotidiano dos serviços de saúde, objetivando-se:
    • a melhoria do acesso dos usuários aos serviços de saúde, mudando-se a forma tradicional de entrada por filas e a ordem de chegada;
    • a humanização das relações entre profissionais de saúde e usuários no que se refere à forma de escutar os usuários em seus problemas e suas demandas;
    • a mudança de objeto (da doença para o sujeito);
  • Identificar profissionais sensibilizados para a proposta. • Construção coletiva dos passos no processo de pactuação interna e externa.
  • Articulação com a rede de saúde para pactuação dos encaminhamentos e acompanhamento da atenção.