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Este documento explora a importância de conceitos filosóficos na ciência e metodologia, introduzindo a lógica da descoberta científica de karl popper e o conceito de paradigma de thomas kuhn. Além disso, discute a natureza do conhecimento científico, a subjetividade e a homeostasia em sistemas vivos. O texto aborda a célula como a unidade básica de vida e os atributos fundamentais que a caracterizam, como a capacidade de reciclar energia e matéria, autopoiese e manutenção da homeostasia.
Tipologia: Exercícios
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A Mecânica Relativista e a Física Quântica No século XX, a Mecânica Relativista e a Física Quântica balançaram as teorias clássicas, que passaram a ser vistas como idealizações que só poderiam ser aplicadas dentro de certos limites. O espaço e o tempo perderam seu caráter absoluto. Com o advento do Princípio da Incerteza de Heisenberg, os raciocínios clássicos, baseados na exatidão, pouco a pouco cederam terreno aos raciocínios probabilísticos. Esta época marca então um giro na história das ciências. A revisão radical dos conceitos fundamentais recolocou em pauta um bom número de princípios filosóficos ligados à ciência e à metodologia, acarretando as crises do positivismo e do determinismo. "Nenhuma lei teórica pode sair de um conjunto de fatos de maneira lógica e infalível”.
O critério da falibilidade Segundo Paul Langevin, “os físicos têm sido obrigados a refletir de forma mais precisa na maneira como trabalham e na filosofia de sua ciência”. Assim, houve uma reaproximação entre a ciência e a filosofia. Isoladamente, ninguém pode reivindicar a hegemonia no domínio do conhecimento. No livro "A lógica da descoberta científica”, de Karl Popper, filósofo britânico, foi introduzido, em 1934, o critério da falibilidade: uma lei científica é válida até que os fatos provem onde, e como ela é falsa. Ela então não tem mais necessidade de ser inquebrantável para ser científica (o que está conforme o princípio da humildade). Em 1962, Thomas Kuhn, professor de Física do MIT (Universidade de Massachusetts), apaixonado pela história e filosofia da Ciência, publicou "A Estrutura das Revoluções Científicas”. Ele introduziu o conceito de paradigma (modelo). "Os paradigmas são descobertas científicas universalmente reconhecidas que, por um tempo, fornecem, a uma comunidade de pesquisadores, problemas típicos e
soluções”. A ciência progride por revoluções, onde as certezas científicas e os paradigmas devem ser revistos, e numerosos fundamentos perdem sua validade. A ciência moderna tem, então, evoluído para “um clima de inexatidão racional, compatível com o livre-exame e incompatível com todo princípio que se pretenda absoluto”.
O subjetivo no contexto da prática médica Certos cientistas, como Fritjof Capra, são abertos “ao misticismo, capaz de lhes fornecer a matéria-prima para a elaboração de hipóteses experimentais”. Professor de Física na Universidade de Berkeley na Califórnia, Capra declarou, em 1975, em seu livro "O Tao da Física” , que "o método científico de abstração é muito eficaz e possante, mas não devemos lhe pagar o preço. À medida que definimos mais precisamente nossos sistemas conceituais, que traçamos um perfil e elaboramos relações mais e mais rigorosas, cada vez mais eles se desligam do mundo real ." Dito de outra forma, os cientistas, para manipular a Natureza das coisas, devem utilizar modelos tão complexos, que não são mais acessíveis senão a uma elite, se afastando, então, do mundo dos sentidos comuns. Capra afirma que existem outras aproximações possíveis da realidade. Cita o misticismo oriental: com a intuição liberada e isenta do conservadorismo da linguagem e das percepções restritas dos sentidos, o homem oriental percebe a verdadeira natureza das coisas. Segundo Capra, a Física moderna se aproxima desse estado de espírito. As concepções modernas sobre a metodologia tendem então a relativizar e a desmistificar o conhecimento científico, considerado como uma aproximação, entre outros utilizados pelo homem para representar e manipular o universo onde ele vive. Certamente, o conhecimento científico é reconhecido e respeitado sob numerosos aspectos, mas sem o espírito de sistema que pretende, de forma absoluta, submeter tudo à estreiteza analítica de uma metodologia. Sendo assim, não podemos deixar de incorporar o subjetivo no contexto da prática médica. É imprescindível o rigor científico para buscarmos a melhor informação técnica, a fim de analisarmos as situações inerentes à prática médica e aplicá-las, mas temos que estimular, também, nossa capacidade de análise subjetiva e contextual dos nossos pacientes.
sociais, produção de conhecimento e inteligência artificial. Segundo estes autores, a auto-organização apresenta-se como característica do ser vivo e seu diferencial. A grande questão que norteou o trabalho de Maturana e Varela era "o que é a vida?" ou "o que é próprio dos sistemas vivos desde a sua origem, e permanece invariante durante as suas sucessivas gerações?" A resposta para tal questão no entender dos autores estava implícita na resposta de outra: qual é a organização do ser vivo? O ser vivo pode ser facilmente reconhecido quando é encontrado. Mais difícil do que reconhecê-lo, é dizer o que ele é. Suas características tais como reprodução, hereditariedade, crescimento, irritabilidade, adaptação e evolução, desenvolvimento e diferenciação, seleção natural, e assim por diante, podem ser facilmente enumeradas. Mas quando é que esta lista de atributos será suficiente para definir, de forma clara, o ser vivo? Maturana e Varela têm claro que o ser vivo é um tipo especial de máquina, e a partir do paradigma epistemológico que adotam, cabe-lhes, então, definir de que tipo de máquina trata-se, a partir da sua organização. No entender dos mesmos, seria muito ingênuo dizer apenas que máquinas são sistemas concretos de hardware, que se definem pela natureza dos seus componentes e pelo propósito para o qual foram feitas, pois, neste caso, nada teria sido dito sobre a natureza da sua organização. Para Maturana e Varela, os seres vivos são um tipo particular de máquinas homeostáticas, que eles denominam de autopoiéticas. Existem sistemas que mantêm alguns de seus parâmetros, sejam imóveis, sejam ligeiramente flexíveis, no interior de um intervalo restrito de valores. É sobre esta constatação que repousa a noção fundamental de estabilidade ou de coerência de um sistema. Nos sistemas em que o mecanismo responsável pela estabilidade é interno ao mecanismo da máquina, ou seja, nos quais as fronteiras são definidas pela própria organização da máquina, tem-se um tipo especial de máquinas, chamadas de homeostáticas.
A expressão “meio interno” foi criada por Claude Bernard (1813-1878), considerado o fundador da moderna medicina experimental, quando verificou que, mesmo sob fortes variações do meio externo, um organismo vivo sempre tende a manter uma constância. Posteriormente, o conceito definido por Claude Bernard, serviria como
parâmetro para a definição de outro conceito fundamental em Fisiologia, o conceito da homeostasia. O termo homeostasia, formada pelos radicais gregos homeo (o mesmo) e stasis (ficar), foi criado pelo fisiologista americano Walter Canon, em 1929, inspirado no conceito de “fixidez do meio interno”, proposto por Claude Bernard em 1878, para significar a manutenção de condições estáticas ou constantes no meio interno. A homeostasia é a propriedade auto-reguladora de um sistema, ou organismo, que permite manter o estado de equilíbrio de suas variáveis físico- químicas essenciais ou de seu meio ambiente. Dentro do contexto celular, temos o conceito da homeostasia garantindo, por exemplo, o desempenho de uma categoria de proteínas que respondem, em grande parte, pelo funcionamento dos sistemas vivos; estas proteínas fundamentais aos sistemas vivos são as enzimas. Para que as enzimas possam desempenhar suas funções catalíticas, elas dependem de condições internas e ambientais ideais, tais como: temperatura, pH, osmolaridade, além de um vasto conjunto de variáveis que, uma vez mantidos dentro de uma chamada “faixa de normalidade”, viabilizam a sobrevivência das células e dos sistemas por elas compostos. Nas neoplasias, temos um forte comprometimento da constância do meio interno de um determinado sistema, pois os mecanismos de divisão e morte celular fogem do controle, afastando-se daquilo que se compreende como normal ou fisiologicamente esperado.
O termo homeostasia é utilizado pelos fisiologistas para significar a constância do meio interno. No corpo humano, todos os órgãos e tecidos contribuem para a manutenção desta constância. Em síntese, os grandes sistemas contribuem de maneira particular, para a constância homeostática de todo o organismo. Os sistemas funcionais básicos, e suas contribuições para a homeostase do organismo, guardam relações fundamentais com os seguintes conceitos:
A remoção das escórias metabólicas Ao mesmo tempo em que o sangue capta o oxigênio nos pulmões, ele libera o dióxido de carbono, a mais abundante das escórias metabólicas. As demais substâncias tais como a uréia e o ácido úrico, são eliminadas, juntamente com a água e íons, pelos rins. Os rins respondem, não só pela função de filtragem do plasma sanguíneo, mas também pela reabsorção de substâncias necessárias ao metabolismo, e que são filtradas juntamente com as escórias metabólicas, tais como a água, íons, glicose e aminoácidos.
A regulação das funções corporais Estas funções encontram-se a cargo do sistema nervoso e dos sistemas hormonais de regulação. O sistema nervoso pode ser dividido em três porções: sensorial, de processamento e motor. Os receptores sensoriais detectam o estado do corpo e do ambiente ao seu redor, encaminhando estes estímulos ao sistema nervoso central. A porção processadora do sistema nervoso é composta pelo encéfalo e pela medula espinhal, que, após processarem os estímulos recebidos, enviam-nos à porção motora. Existem oito glândulas endócrinas que respondem pelo chamado sistema hormonal. Os hormônios são substâncias que participam da regulação do funcionamento celular. Enquanto o sistema nervoso regula as atividades musculares e secretórias, os sistemas hormonais regulam, principalmente, as funções metabólicas.
A reprodução Muitas vezes a reprodução não é considerada uma função metabólica, mas é ela que garante a reposição dos indivíduos mantendo a continuidade da vida.