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Objetivo deste artigo e analisar as dificuldades enfrentadas pela Forca Expedicionária Brasileira (FEB) durante a sua participação na 2ª Guerra Mundial, entre 1943 e 1945, e também resgatar a memórias dos soldados que lá lutaram.
Tipologia: Trabalhos
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Expedicionária Brasileira (FEB) durante a sua participação na 2ª Guerra Mundial, entre 1943 e 1945, e também resgatar a memórias dos soldados que lá lutaram. Dentro do contexto histórico, vamos realizar uma breve análise política, econômica e social do período. Nas fontes consultadas procuramos avaliar a organização e o treinamento do contingente, quais as dificuldades encontradas enfrentadas pela tropa em solo brasileiro e italiano. Finalizando com a importância de resgatar nas escolas e nos cursos de acadêmicos de história a memória da FEB. PALAVRAS CHAVE: Memória, Força Expedicionária Brasileira, Segunda Guerra Mundial. IMPORTÂNCIA DO RESGATE DA HISTÓRIA DA FEB A Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945) foi uns dos grandes conflitos da história da humanidade, envolvendo as grandes potências econômicas do período. Nos primeiros anos da guerra o Brasil optou pela neutralidade, mas o marco definitivo para entrada do Brasil no conflito, correu em 1942, quando submarinos alemães afundaram embarcações brasileiras. Deste modo, Getulio Vargas declarou guerra contra a Itália e a Alemanha, em agosto daquele ano. Em 1943, cria-se a Força Expedicionária Brasileira. A participação da Brasil na Segunda Guerra Mundial, neste caso especificamente a empreitada da FEB, foi em todas as instâncias difíceis, os problemas provinham desde ordem econômica, política, social, incluindo a militar. Os obstáculos surgiram desde o momento da organização do contingente, passando pela falta de estrutura do Exército, seguidas das dificuldades provenientes aos assuntos burocráticos e desentendimentos da elite governamental, bem como o ceticismo dos compatriotas quanto a real utilização destes homens na guerra. A análise deste artigo abrangerá também as dificuldades enfrentadas em solo italiano. Porém, não basta apenas analisar os fatos históricos da participação da FEB no conflito, pois é de suma importância o resgate da memória dos combatentes praticamente esquecidos nos meios acadêmicos, refletindo nas instituições de ensino fundamental e médio, onde há o desconhecimento dos estudantes a respeito da história e memória da participação brasileira na guerra. Nos próprios materiais didáticos observa-se a reduzida abordagem sobre o referido tema, verificando poucas linhas sobre a FEB e em alguns livros o assunto sequer é mencionado. Resgatar a memória da FEB nos meios acadêmicos, nas instituições de ensino fundamental e médio, incluindo a sociedade em geral, é valorizar os ex-combatentes ainda presentes entre nós e os que tombaram no conflito em prol da liberdade e da democracia, proporcionando a todos os cidadãos brasileiros o verdadeiro significado de patriotismo, indiferente de ideologias políticas.
Os obstáculos encontrados para a formação de uma força expedicionária faz-se necessário um breve comentário sobre o contexto histórico vigente no Brasil no final da década de 30 e início da década de 40. O Brasil neste período era um país essencialmente agrícola, dependente do capital estrangeiro, vivendo no cenário político a ditadura do Estado Novo do então presidente Getúlio Vargas, contava com um exército pequeno e mal armado, completamente sem estruturas e, além disso, seguia a velha doutrina do exército francês, defensores de uma doutrina de cunho defensivo e de guerra de posição, características do primeiro conflito mundial. Com o bombardeio japonês a base aeronaval americana de Pearl Harbour, o governo brasileiro precisou posicionar-se, rompendo as relações diplomáticas com os países do eixo. Em represália ao rompimento das relações diplomáticas, em 1942, embarcações brasileiras foram torpedeadas provocando a morte de 972 brasileiros, entre civis e militares. O incidente provocou forte mobilização civil e militar, motivando o governo brasileiro a declarar guerra aos países do eixo (Alemanha, Itália e Japão). Porém, somente em 1943 após várias negociações políticas entre Brasil e Estados Unidos chegaram a um acordo no qual os Estados Unidos financiariam a construção da Companhia Siderúrgica Nacional, assim como o reequipamento e modernização das Forças Armadas e, em troca o Brasil cederia às bases do nordeste e forneceria materiais estratégicos, e ao mesmo tempo começaram os planejamentos para a utilização de tropas brasileiras no campo de batalha europeu, criando a Força Expedicionária Brasileira. Com a criação da FEB, seria preciso formar e adestrar um novo exército dentro dos princípios americanos. Neste momento, surge uma problemática, primeiramente a descrença de parte dos brasileiros na capacidade das tropas frente ao exército germânico e os obstáculos encontrados pela FEB desde o início da preparação as inúmeras dificuldades enfrentadas pelos soldados brasileiros. Na obra do Marechal Mascarenhas de Morais, “A FEB pelo seu Comandante”, cuja produção segue uma sequência objetiva, relatando desde o processo de formação até o regresso ao Brasil. Num panorama geral, a obra procura elevar a representação dos comandantes dos expedicionários na Itália, minimizando ou ocultando acontecimentos que viessem a denegrir a imagem dos condutores da FEB. Assim como a obra do comandante da FEB, o Tenente-Coronel Manuel Thomaz Castelo Branco, narra em “Seu pensamento militar”, onde descreve uma palestra conferida pelo General Humberto de Alencar Castelo Branco, traçando o perfil do combatente e relatando o grande valor do oficial brasileiro. De acordo com Castelo Branco (1968, p.151): O nosso combatente apresentava uma resistência física incompleta em relação ao americano e ao inglês, motivada sem dúvida pelo terreno da Itália e pela instrução incompleta. E quando o combatente começava, o que caracterizava o homem brasileiro era seu aspecto de homem impressionado. Os primeiros instantes de combate longe estavam de ser instantes de pavor em que passasse pela cabeça do brasileiro a ideia de uma deserção para a retaguarda. Não. O brasileiro mostrava-se impressionado, patenteava um pouco de inibição. Mas, depois, pouco a pouco, ia recobrando a sua própria direção, o tipo e a ligação de um para com o outro. Transformava-se num combatente ardoroso, quando tinha um tenente , um capitão que estava junto de si e o puxava para frente. A FEB foi formada de um grande número de civis provenientes das classes trabalhadoras urbanas e rurais, de baixo poder aquisitivo, com baixo índice escolar, muito dos quais analfabetos, advindos de diversas regiões do país. O que não se pode deixar de mencionar são o enorme número de civis que desconheciam os acontecimentos que geraram a guerra, o envolvimento do país e os motivos que levaram
O Exercito Brasileiro não foi só para o front como, deu a sua contribuição contra o eixo. De setembro de 1944 até abril de 1945, a Força Expedicionária Brasileira foi para o combate, enfrentando 10 divisões alemãs e 03 italianas. Saldo da FEB foi de 450 soldados, 13 oficiais e 8 pilotos mortos, somando aproximadamente 12 mil feridos pelos combates. Por combater o totalitarismo, o Governo Vargas criou um vinculo muito grande com os Estados Unidos. A Segunda Guerra Mundial colocou o governo em xeque, pois enquanto soldados combatiam-na Europa em favor da democracia, no Brasil o que existia era um governo autoritário, que se tornou insustentável e levou Getúlio Vargas a ser deposto do governo. COMO NOSSOS PRACINHAS LUTARAM Quando começou a cair a primeira nevasca no fim de novembro de 1944, os soldados brasileiros que combatiam na frente italiana perceberam que aquela seria uma batalha sem tréguas. Não bastasse o teatro de operações de guerra, eles também enfrentariam o que seria o inverno mais rigoroso nos últimos 50 anos na região apenina. Aliás, se existem duas palavras capazes de descrever o que sentiam os pracinhas nos fronts da Segunda Guerra Mundial, elas são medo e frio. A morte sondava os soldados a todo o instante e eles sofriam com a temperatura média de -20º C, em fardas que em nada protegiam. “A gente, no início, tinha que vestir quase dez camadas de roupas, camisas por cima de suéter. Dormíamos vestidos, calçados. Era terrível”, conta o jornalista e escritor Joel Silveira, que cobriu a Segunda Guerra Mundial na Itália ao lado de soldados brasileiros. No total, foram mais de sete meses de uma guerra ingrata e impiedosa para a Força Expedicionária Brasileira (FEB), desde o primeiro combate, em setembro de 1944, até a última ação, em abril do ano seguinte. É verdade que, ao fim, foram contabilizadas vitórias – Camaiore, Monte Castelo e Montese, entre outras –, mas a maioria dos soldados, inexperiente, teve de aprender na marra a lutar. As tropas do país eram formadas por jovens vindos de classes humildes e sem proximidade com os acontecimentos do mundo exterior. Contrariando todas as expectativas negativas, eles aprenderam rapidamente a guerrear na frente de operações. Após a chegada do escalão da FEB – a primeira força latino-americana a desembarcar em solo italiano –, os soldados foram incorporados ao 5° Exército dos Estados Unidos e seguiram para a conclusão do treinamento de guerra. Iniciada ainda no Brasil, essa preparação foi organizada pelos americanos, que se instalaram no país quando o governo fez a declaração de guerra. Uma vez no front, a situação dos mais de 25 mil soldados que combateram pela FEB não era nada boa. “Nós vivíamos numa cratera, cercados de alemães no cume dos morros. Ficamos em Porreta-Terme, onde estava o quartel-general avançado do general Mascarenhas. De dia, o comando da FEB queimava óleo diesel para fazer uma cortina de fumaça: qualquer movimento que a gente fizesse ali, se os alemães percebessem, era a morte certa”, lembra Joel Silveira. Batismo de fogo A zona de ação de 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária era o vale do rio Reno, na região de Porreta-Terme. A cerca de 15 km dali estava Monte Castelo, uma elevação defendida pelos alemães na região montanhosa dos Apeninos. A dominação das tropas
de Hitler da região impossibilitava o avanço dos aliados até Bolonha, um dos objetivos dos combates na Itália. Afinal, Bolonha, situada entre o paredão de montanhas e a costa do mar Adriático, é a grande porta de acesso à rica planície do Pó, além de caminho para Brenner, na fronteira com a Áustria. Conquistá-la era vencer a batalha na Itália. E foi exatamente em Monte Castelo que aconteceu o mais famoso conflito envolvendo tropas brasileiras na Segunda Guerra. Em quatro ocasiões, na lama e no frio, os pracinhas, juntamente com formações americanas, haviam tentado dominar os germânicos – em 24, 25 e 29 de novembro e 12 de dezembro de 1944 – com ataques frontais. Mas, inexperientes, enfrentaram um inimigo bem preparado e protegido. O resultado: foram massacrados quatro vezes e acumularam centenas de baixas. A maré virou somente no dia 21 de fevereiro do ano seguinte. Atacando pelos flancos, as tropas contaram com a ajuda de fogo de artilharia. E às 17h20, depois de 12 horas de combate, Monte Castelo caiu em mãos brasileiras. As dificuldades aconteceram porque os alemães estavam sempre em cima dos montes, visualizando facilmente a chegada dos inimigos. Além disso, as péssimas condições climáticas dificultavam ainda mais a tarefa. “Cerca de 300 brasileiros morreram só nos combates de Monte Castelo. O combate em Monte Castelo foi um batismo de fogo para os pracinhas. Desse momento em diante, a FEB re-gistrou importantes vitórias. Em 5 de março de 1945, foi a vez de Castelnuovo, com uma manobra tática de duplo ataque. No mês seguinte, na Batalha de Montese, o terreno íngreme e minado e a forte defesa alemã em torno do maciço de Montese resultaram em dezenas de baixas em nosso lado. Mas os brasileiros bateram os germânicos. Nem nessa hora de confronto e morte os brasileiros perderam o senso de humor. Na época, fazia sucesso um samba com o verso “Laurindo desceu o morro chorando”, e um batalhão que entrara em pânico nas investidas contra Monte Castelo passou a ser conhecido na FEB como Laurindo. Agora, no entanto, era vez de cantar vitória. Os soldados desse mesmo batalhão, ao tomar posse de Montese, desabafaram que Laurindo tinha subido o morro. Outro grande feito dos pracinhas foi a detenção em combate da 148ª Divisão de Infantaria alemã, fazendo 15 mil prisioneiros, incluindo dois generais. Aliás, a FEB encerrou a campanha na Itália como a única divisão daquele front a aprisionar uma divisão alemã inteira. E a captura dessa formação, em 29 de abril de 1945, ajudou a apressar o fim do conflito na Itália, que se deu poucos dias depois. Ao fim da guerra, até mesmo chefes germânicos reconheceram a coragem dos brasileiros. Um deles foi o coronel Rudolf Bohmler, que participou da sangrenta Batalha de Monte Castelo: “Sabe-se que não é fácil, para uma tropa não acostumada ao combate, ter de lutar contra veteranos experientes, como os das divisões alemães na Itália. O soldado brasileiro, no entanto, mostrou extrema boa vontade e um grande desejo de lutar”. A participação do Brasil no conflito armado da humanidade escreveu um importante capítulo da história brasileira, caracterizando-se pelas dificuldades encontradas em território nacional e italiano e, pela bravura dos soldados brasileiros. Os obstáculos foram inúmeros, o país não possuía estrutura política, econômica, militar e social no período da guerra. Politicamente vivia-se a ditadura do Estado Novo, contradizendo com os objetivos da guerra, “Ditadura X Democracia”. Economicamente, a nação dependia do capital da maior potência aliada (Estados Unidos). Militarmente, contava-se com um exército pequeno, mal armado e pouco adestrado. A sociedade brasileira somente lembrava-se da existência de uma guerra quando seus interesses eram afetados. Observa-se a completa falta de estrutura para o envio de uma força expedicionária. As tropas brasileiras superaram com extrema coragem as adversidades impostas pela