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A historia da arquitetura e do urbanismo
Tipologia: Notas de estudo
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RIO DE JANEIRO NOVEMBRO - 2001 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
Trabalho monográfico apresentado como requisito parcial para a obtenção do Grau de Especialista em Docência do Ensino Superior RIO DE JANEIRO NOVEMBRO - 2001
Dedico este trabalho aos meus pais, responsáveis pelo início de tudo.
Quem, de três milênios, Não é capaz de se dar conta Vive na ignorância, na sombra, À mercê dos dias, do tempo. Johann Wolfgang von Goethe SUMÁRIO RESUMO.................................................................................................................... 6 INTRODUÇÃO........................................................................................................... 7 1.O SENTIDO DA ARQUITETURA........................................................................... 9 1.1.Definição.................................................................................................... 9 1.2. Por quê existe Arquitetura...................................................................... 11
O conhecimento histórico é fundamental para a inspiração do arquiteto, baseado na crítica, não enquanto narração, registro ou estudo, mas como conhecimento do passado humano, no que este passado significa em termos de experiência. O ensino da disciplina em Universidades precisa desenvolver-se de forma responsável para a compreensão do significado crítico da História. A investigação da História revela a vontade que a civilização tem de conhecer e procurar as explicações para seu próprio passado para, por pretensão, não repetir os erros cometidos pelas gerações anteriores. O profissional precisa entender a arquitetura atual. É necessário entender a evolução da arquitetura através dos tempos para criar a possibilidade de antever o futuro, ou seja, a arquitetura dos próximos anos. O estudo da História pode desenvolver a compreensão das sociedades de cada época e como foram satisfeitas suas necessidades espaciais, urbanas, estéticas e tecnológicas. O conhecimento histórico em arquitetura proporciona a ampliação do vocabulário, do arquivo coletivo onde são armazenadas formas, processos de composição, conhecimentos sobre materiais, técnicas construtivas e demais informações que podem ser utilizadas na prática do desenvolvimento de projetos. Para o estudo dos registros do passado alguns fatores precisam ser
lembrados. Estes fatores sempre condicionaram e ainda condicionam a atividade de projeto de uma edificação qualquer. A arquitetura depende de: ‚" qualidades e características do meio físico; ‚" figura do cliente ou solicitante; ‚" técnicas disponíveis no local; ‚" mão de obra local; ‚" materiais industrializados encontrados na região; ‚" legislação urbana de edificações do local; ‚" a figura do arquiteto. Todos estes fatores são fruto da sociedade que molda e registra sob a forma de edificações a história de uma época. O propósito da história não é o de fornecer modelos para utilização contemporânea, pois a realidade do nosso tempo apresenta uma infinidade de situações sem precedentes no passado. O papel da história é o de viabilizar o conhecimento da experiência humana. Neste sentido, a história relaciona-se com a teoria, sem com ela confundir-se e, até mesmo para saber que a história não tem modelos para todas as situações do presente, é necessário o conhecimento do passado.
A obra arquitetônica é o resultado físico (espacial e volumétrico) do que é possível em construção, do que é necessário ao uso e do que é significativo enquanto arte (composição de elementos visuais), pois além de pedra, madeira, ferro e cimento, arquitetura é feita de idéias. A concepção da obra é expressa através de um conjunto de elementos gráficos denominado Projeto de Arquitetura. O profissional responsável pelo desenvolvimento de um projeto e construção de uma obra é o Arquiteto. O programa arquitetônico compõem-se da relação dos espaços a serem construídos, de suas finalidades específicas, dimensões e inter-relações. A classificação é feita de acordo com as finalidades: programas para fins educacionais, culturais, saúde, habitacionais, religiosos, etc. Conhecendo os elementos arquitetônicos básicos, os fatores de influência e sua evolução, temos as bases essenciais que orientam a criação de um movimento histórico. Um conjunto de edificações que apresenta características semelhantes em um determinado período, em uma determinada região pertence a um chamado movimento arquitetônico. Cada período não se esgota em uma determinada data ou acontecimento. Eles interpenetram-se e podem existir simultaneamente, em diversos lugares desenvolvendo características próprias a serem observadas e analisadas criteriosamente pelos estudiosos de história da arquitetura.
1.2. Por quê existe Arquitetura Qualquer obra de arquitetura é uma resposta física (espacial e volumétrica) a um conjunto de necessidades humanas e requisitos exigidos pela natureza específica da construção, que por sua vez, decorre em função das exigências de uma época, de um meio físico ou clima no qual esta época viveu, e de técnicas construtivas relacionadas aos materiais empregados. A arquitetura, com exceção dos monumentos, existe como necessidade de preservação da vida, defendendo o homem do clima, abrigando- o. O instinto de conservação reclamou a existência das construções, como unidade protetora, composta invariavelmente de paredes e tetos, planos verticais e horizontais para a defesa do sol, dos ventos e das chuvas. Uma vez construído o abrigo elementar pelo arquiteto, de acordo com as possibilidades da época, melhorias foram surgindo para proporcionar conforto e prática, em técnicas cada vez mais aperfeiçoadas que permitem, hoje, a um indivíduo, uma família ou a coletividade, viver com o mínimo de riscos e doenças e o máximo em rendimento intelectual e físico. Porém o ato inicial de abrigar-se não era por si só suficiente. As necessidades espirituais também respondem a verdadeiros reflexos dos delírios do homem em construções para a eternidade. Arquitetura trata do espaço e prolonga-se na cidade, nas ruas,
A figura do arquiteto surge, na história, muito depois da própria arquitetura. Na antigüidade, a posição do arquiteto encontrava-se indefinida. As numerosas inscrições mostram que, no Egito das primeiras dinastias, ele estava diretamente ligado ao meio sacerdotal, respeitado pelo seu conhecimento matemático e astrológico. A sociedade grega, cinco séculos antes de Cristo, utilizava o termo “arquiteto” para designar os mestres pedreiros que acompanhavam a concepção e execução de seus templos, responsáveis pelo desenvolvimento de uma arquitetura religiosa e oficial. O objetivo e ambição destes mestres foi a fixação de regras de validade eterna para composição e proporção dos elementos arquitetônicos, ou seja, a elaboração de um ideal de arquitetura clássica. A imagem do arquiteto dada pela literatura grega (Platão, Aristóteles, Luciano...), é ambivalente. É ao mesmo tempo utilizada para o artesão que dá forma à matéria, como também associa-se à ciência das matemáticas, a mais prestigiosa entre as ciências deste período. Na época clássica, seu papel e seu prestígio pessoal são obscurecidos pala figura dos homens políticos que o convocam. A arquitetura romana exprime a autoridade do império, absorvendo e reciclando os elementos
gregos para desenvolver novos programas arquitetônicos (aquedutos, túmulos, arcos triunfais, basílicas, termas, palácios, casas) e novas técnicas construtivas como os arcos e abóbadas. O primeiro arquiteto a ingressar individualmente na história foi o romano Vitrúvio (cerca de 40 a. C.), autor do tratado arquitetônico De Architectura único remanescente da Antigüidade. Trata-se de um discurso em defesa própria para o reconhecimento de uma categoria profissional autônoma. A favor de uma formação intelectual especializada, esta categoria aparece reconhecida no fim do Império Romano e, particularmente, em Constantinopla, por volta do século VII. Com o cristianismo, surge uma nova arquitetura, religiosa, que representa uma revolução funcional do espaço no sentido de lugar para reunião, de oração dos fiéis. Os arquitetos acionaram o vocabulário construtivo dos romanos e gregos e as primeiras igrejas foram erguidas baseadas na organização espacial da basílica, construção destinada às ações políticas e jurídicas do Império. No período bizantino verifica-se um grande desenvolvimento da arquitetura do cristianismo. O termo desapareceu na Idade Média, porém os edifícios românicos e góticos evidenciam que a função do diretor da construção permanece. Aquele que a assume e cujos conhecimentos matemáticos e técnicos aparecem em documentos como os cadernos de Villard de Honnecourt ou em desenhos tais como os conservados no Museu da Obra da Catedral de Estrasburgo, é então denominado magister fabricae (mestre de obra, expressão que permanece em uso) ou ainda magister artificium (mestre em chefe dos artesãos). Essa terminologia revela a estreita relação mantida pelo mestre (pedreiro ou carpinteiro) com a prática e canteiro de obra de um lado e o sistema corporativo do outro. Ela
é estética. Busca-se uma ordem, uma lei, uma disciplina contra a infinitude e a dispersão do espaço gótico e a casualidade do espaço românico. Surgem inovações no sentido psicológico e espiritual. O arquiteto raciocina segundo métodos e processos humanos que não ocultam mistérios ou arrebatamentos religiosos, mas estão presentes com calma e precisão de evidência universal. Surge a ilusão de poder encontrar uma regra para o belo. Lançam-se as bases do pensamento moderno na construção segundo a qual é o homem quem dita as leis ao edifício e não o contrário. Ele é promovido a teórico e artista. As idéias apresentam-se em termos ideológicos nos tratados do século XVI. É nesse período que, além de Leon Battista Alberti, destacam-se os nomes de Giacomo Vignola (1475-1573), Andrea Palladio (1508-1580) e Vicenzo Scamozzi (15521616). Nos outros países da Europa, o título de Arquiteto manifesta-se quase um século depois. Ela marca o aparecimento mais tardio da Renascença e está ligado à introdução da nova arquitetura, vinda da Itália. É o barroco que significa a libertação espacial e mental das regras dos tratadistas, das convenções, da geometria elementar e da estaticidade. Representa uma atitude criativa liberta de preconceitos intelectuais e formais. Na França o termo é reservado, na primeira metade do século XVI aos artistas italianos convocados pelos soberanos. No século XVII, o dicionário da Academia Francesa definiu o arquiteto como aquele que exerce a arte da arquitetura, artista que traça a planta de um edifício, dirige sua execução e assegura sua defesa. Todavia, particularmente sob a influência das academias, a estética
sobressai e surge a concorrência, na França, dos Engenheiros do Rei e em seguida os engenheiros de pontes e estradas. Enfim, os engenheiros politécnicos, confirmam-se concorrentes no domínio da engenharia e organização urbana. Mas o problema assume uma dimensão dramática com a Revolução Industrial pois novas técnicas construtivas são apresentadas (metal, vidro, concreto) dominadas pelos engenheiros e detentoras de um novo vocabulário formal. Os engenheiros são acusados pelos arquitetos de usarem materiais baratos e não terem vocação estética. Em 1867, na França, é instituído o diploma para arquitetos em defesa de seus interesses profissionais. Mas a Revolução Industrial provocou mudanças profundas e irreversíveis das atividades humanas e de seu plano espacial que reclama novas abordagens. O advento do urbanismo surge como disciplina autônoma. As sociedades industriais emergentes aceleram o processo de racionalização no interior de cada setor de atividade. Surgem novos problemas de espaço urbano, bairros periféricos, temas sociais modernos, cidade
eclética”. A ignorância era um princípio pedagógico, uma vez que o ensino acadêmico apresentava a história da arquitetura através da descrição de modelos a serem seguidos. O movimento Pós- Moderno colabora na reabilitação do estudo da História ao permitir o retorno ao passado como fonte de inspiração e reinvenção. Surge como uma crítica ao Movimento Moderno, sobretudo ao postulado de que a forma devia seguir a função a partir da constatação, através do estudo dos edifícios e das cidades históricas, da mudança de função em uma construção sem mudar sua forma. Valoriza a possibilidade de transformação da arquitetura. Atualmente o conceito do papel do arquiteto é o de profissional apto a criar o melhor habitat humano possível, pela elaboração e coordenação, no domínio de construção, das modalidades de transformação e equilíbrio dos meios natural e urbano. O homem está no centro da cultura sobre a qual nasce a arte contemporânea.
3.1. A linguagem arquitetônica Inserindo a Arquitetura no universo dos fenômenos culturais, estabelece-se que ela também possui qualidades comunicativas. Os elementos identificados em obras de arquitetura constituem um vocabulário formal que contribui para a configuração de um “imaginário”. Nele estão agrupadas as idéias relativas à forma, proporção, ritmo, simetria, contraste e por todas as outras qualidades da arquitetura. Os elementos possuem um paralelo com a linguagem. Em algum momento, palavras, expressões, construções gramaticais foram inventadas para preencher uma necessidade particular de comunicação. Assim acontece com a arquitetura. A cultura erudita ocidental, ao longo dos séculos, elegeu como ideal de beleza as formas presentes na linguagem greco-romana, utilizando seu vocabulário em vários ciclos de movimentos arquitetônicos. Um edifício clássico é aquele cujos elementos decorativos derivam direta ou indiretamente do vocabulário arquitetônico greco-romano, do mundo “clássico”, como muitas vezes é chamado. Estes elementos permitem reconhecer edifícios que utilizam a linguagem clássica no mundo ocidental há quase cinco séculos desde a Renascença até os dias atuais. Os principais elementos são as cinco “ordens” arquitetônicas.