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Conceitos básicos do tecido cartilaginoso, incluindo suas funções, tipos e características histológicas. O texto aborda a origem do tecido, as diferentes formas e suas localizações no corpo humano, além de descrever as células especializadas envolvidas na sua formação. As características histológicas do tecido cartilaginoso são relacionadas às suas funções, destacando a importância da matriz extracelular e da nutrição dos tecidos.
O que você vai aprender
Tipologia: Notas de aula
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Não perca as partes importantes!
TECIDO CARTILAGINOSO
Mostrar conceitos, funções, tipos, aspectos gerais do tecido cartilaginoso e exibir descrição histológica associada com as diversas funções de cada tipo específico.
Ao final desta aula, o aluno deverá: Conhecer os conceitos de tecido cartilaginoso; Entender as funções do tecido cartilaginoso; Identificar os tipos de tecido cartilaginoso e reconhecer as semelhanças e diferenças entre os tipos; Descrever suas características histológicas e relacionar essas características às funções de cada um dos tipos específicos.
Antes de iniciar o estudo do tecido cartilaginoso, faça uma revisão sobre tecido conjuntivo em um livro de Histologia.
Histologia Básica
O tecido cartilaginoso é um tipo especializado de tecido conjuntivo que possui uma matriz firme e flexível, resistente a tensões mecânicas. Este tecido possui células especializadas conhecidas como condroblastos que secretam a matriz na qual, posteriormente, ficam presas e passam a ser chamadas de condrócitos. Os locais na matriz onde essas células ficam aprisionadas são chamados lacunas, que podem conter um ou mais condróci- tos. O tecido cartilaginoso participa da sustentação do corpo e é o tecido precursor de alguns ossos, especialmente a maioria dos ossos longos. Uma característica específica deste tecido é a ausência de vasos sanguíneos. A maioria das cartilagens é envolvida por uma bainha conjuntiva que recebe o nome de pericôndrio, que possui vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. Nesta aula será mostrada a origem do tecido cartilaginoso, os tipos, seus aspectos gerais, como por exemplo, cor e localização, assim como as características que identificam o tecido microscopicamente (particularmente ao microscópio de luz corado pela hematoxilina e eosina-HE). As carac- terísticas histológicas do tecido cartilaginoso serão descritas de forma que você possa relacioná-las à função do tecido, pois existe uma ligação muito forte entre esses fatores. Recomendamos que você observe as figuras do capítulo em todos os seus detalhes, pois isso contribui significativamente para o entendimento do assunto e proporciona uma melhor fixação do conteúdo.
As células do tecido cartilaginoso recebem nutrientes a partir de vasos sanguíneos presentes na bainha de tecido conjuntivo que envolve a car- tilagem, conhecida como pericôndrio. Os nutrientes passam por difusão através da matriz cartilaginosa. Alguns tipos de cartilagem não têm pericôn- drio, como por exemplo, as cartilagens que revestem a superfície dos os- sos nas articulações móveis e recebem nutrientes do líquido sinovial das cavidades articulares. A matriz extracelular da cartilagem é composta por glicosaminoglicanos e proteoglicanos, que estão intimamente associados às fibras colágenas e elásticas embebidas em meio à matriz. A flexibilidade e a resistência da cartilagem à compressão lhe dão a capacidade de funcionar como um amortecedor, e como ela cobre as superfícies articulares dos os- sos, sua superfície lisa torna possível a movimentação das articulações do corpo quase totalmente sem fricção. A maioria dos ossos longos do corpo é formada no embrião primeiro como um primórdio de cartilagem, que serve de molde para posteriormente ser substituído por tecido ósseo. As funções do tecido cartilaginoso dependem principalmente da estru- tura da matriz, que é constituída por colágeno ou colágeno mais elastina,
Histologia Básica
Figura 5B: Fotomicrografia de cartilagem elástica humana de epiglote. As fibras elásticas aparecem como estruturas alongadas em tom de roxo na matriz extracelular. Muitos condrócitos (C) mostrados nesta figura ocupam apenas parte da lacuna (L) (250X). Fonte: Modificado de ROSS & PAWLINA, 2008, p. 245.
Figura 5C: Fotomicrografia de cartilagem fibrosa. Note as fileiras de condrócitos (C) separadas por fibras colágenas (F). (Aumento médio). Fonte: Modificado de JUNQUEIRA & CARNEIRO, 2008, p.133.
Tecido cartilaginoso (^) Aula 5
É o tipo mais frequentemente encontrado no corpo humano e, por isso, o mais estudado. A fresco, a cartilagem hialina é branco-azulada e translúcida. Forma o primeiro esqueleto do embrião, que posteriormente é substituído por um esqueleto ósseo. A cartilagem está presente no disco epifisário, entre a diáfise e epífise dos ossos longos em crescimento e é re- sponsável pelo crescimento do osso em extensão. No adulto, a cartilagem hialina é encontrada principalmente na parede das fossas nasais, traquéia, brônquios, na extremidade ventral das costelas e recobrindo as superfícies articulares dos ossos longos (articulações com grande mobilidade).
A matriz da cartilagem hialina é composta por colágeno tipo II, ácido hialurônico, proteoglicanas e glicoproteínas. As proteoglicanas apresentam em sua constituição moléculas de glicosaminoglicanos que atraem moléculas de água que ficam aderidas a sua superfície, formando um componente con- hecido como água de solvatação. O alto conteúdo de água de solvatação da matriz atua como um sistema de absorção de choques mecânicos, ou mola biomecânica, de grande significado funcional, principalmente nas cartilagens articulares. Outro componente importante da matriz da cartilagem hialina é a glicoproteína estrutural condronectina, que participa da associação de vários componentes da matriz com os condrócitos.
As células condrogênicas são células estreitas, originárias de células mesenquimais. Elas possuem núcleo ovóide com um ou dois nucléolos. Seu citoplasma é escasso. Essas células podem se diferenciar em condroblastos.
Originam-se de duas fontes: células mesenquimais localizadas no in- terior dos centros de condrificação (centros de formação da cartilagem), e células condrogênicas da camada celular interna do pericôndrio (como
Tecido cartilaginoso (^) Aula 5
crescimento da cartilagem, nutrição, oxigenação e eliminação de refugos metabólicos da cartilagem. Morfologicamente as células do pericôndrio são semelhantes aos fibroblastos, porém, as situadas mais profundamente, isto é, próximo à cartilagem podem facilmente multiplicar-se por mitoses e originar condrócitos, caracterizando-se assim, funcionalmente como condroblastos.
A cartilagem surge de um tecido embrionário conhecido como mesên- quima. O primeiro evento da formação da cartilagem é uma modificação observada no mesênquima que consiste no arredondamento das células mesenquimatosas, que retraem seus prolongamentos e, multiplicando-se rapidamente, formam aglomerados. Essas células passam a ser chamadas de condroblastos. Em seguida começa a síntese da matriz, o que afasta os condroblastos uns dos outros e a partir do momento que ficam aprisio- nados na matriz que produziram, passam a ser chamados condrócitos. A multiplicação mitótica dos condrócitos dá origem aos grupos isógenos. O mesênquima superficial vai formar o pericôndrio (Fig. 5E).
O crescimento da cartilagem deve-se a dois processos: o crescimento intersticial, por divisão mitótica dos condrócitos preexistentes; e o cresci- mento aposicional, que se faz a partir das células do pericôndrio. Nos dois casos, os novos condrócitos formados logo produzem a matriz da cartila- gem, de modo que o crescimento real é muito maior do que o produzido
Figura 5E: Desenho esquemático de histogênese da cartilagem hialina. A) Observe o mesênquima. B) Observe que os condroblastos formam um tecido muito celularizado. C) Note que condroblastos estão afastados uns dos outros. D) Note os grupos isógenos. Fonte: JUNQUEIRA & CARNEIRO, 2008, p.132.
Histologia Básica
pelo aumento do número de células. O crescimento intersticial é menos importante e quase só ocorre nas primeiras fases da vida da cartilagem. À medida que a matriz se torna cada vez mais rígida, o crescimento intersti- cial deixa de ocorrer e a cartilagem passa a crescer somente por aposição. Células da parte profunda do pericôndrio multiplicam-se e diferenciam-se em condrócitos, que são adicionados à cartilagem. No entanto, a cartila- gem articular, que não possui pericôndrio, somente aumenta de tamanho por crescimento intersticial, assim como ocorre nos discos epifisários dos ossos longos.
A cartilagem elástica é encontrada no pavilhão auditivo, no conduto auditivo externo, na tuba auditiva, na epiglote e na cartilagem da laringe. Na maioria dos aspectos a cartilagem elástica é idêntica à cartilagem hialina, porém algumas diferenças que podem ser listadas são:
A cartilagem fibrosa também conhecida como fibrocartilagem é um tecido com características intermediárias entre o conjuntivo denso e a car- tilagem hialina. É encontrada nos discos intervertebrais, nos pontos em que alguns tendões e ligamentos se inserem nos ossos, na sínfise pubiana, nos meniscos da articulação do joelho e no disco articular da articulação temporomandibular (ATM). A fibrocartilagem está sempre associada ao conjuntivo denso, sendo imprecisos os limites entre os dois. Muito frequentemente, os condrócitos formam fileiras alongadas. A matriz da fibrocartilagem é acidófila, por conter grande quantidade de fibras colágenas
Histologia Básica
O tecido cartilaginoso é uma variedade de tecido conjuntivo com con- sistência firme, porém flexível, capaz de absorver e resistir à compressão, permitindo que a cartilagem atue na absorção de choques, entre outras funções. O tecido cartilaginoso caracteriza-se por não apresentar nem vascularização, nem inervação própria, e sua nutrição ocorre a partir dos capilares sanguíneos presentes no tecido conjuntivo denso que envolve a peça de cartilagem, denominado pericôndrio. As células presentes no tecido cartilaginoso são os condrócitos, os condroblastos e as células condrogênicas. Outro componente importante do tecido cartilaginoso é a matriz extracelular, constituída por glicosaminoglicanos e proteoglicanos intimamente associados às fibrilas de colágeno principalmente dos tipos II e I. A cartilagem tem origem a partir do mesênquima, onde as células mesenquimais se multiplicam intensamente e se diferenciam em condro- blastos. Os condroblastos após produzirem a matriz ficam aprisionados em compartimentos da matriz cartilaginosa, denominados lacunas, e a partir daí passam a ser chamados de condrócitos. Os condrócitos após se dividirem no interior de uma mesma lacuna constituem grupos celulares denominados grupos isógenos. A formação dos grupos isógenos é o tipo de crescimento denominado crescimento intersticial. Porém, existe outro mecanismo de crescimento da cartilagem conhecido como crescimento aposicional, a partir do pericôndrio. Existem três tipos de cartilagem: hialina, elástica e fibrosa. A cartilagem hialina é a mais abundante do organismo e desempenha várias funções. A cartilagem hialina servirá como molde cartilaginoso para a formação dos ossos durante o desenvolvimento embrionário. Sua matriz é constituída por fibrilas de colágenos do tipo II. A cartilagem elástica além das fibrilas de colágeno tipo II contém grande quantidade de fibras elásticas que conferem certa elasticidade a esse tipo de cartilagem, encontrada, por exemplo, no pavilhão auricular. A cartilagem fibrosa possui na sua matriz, colágeno do tipo I que confere a ela maior resistência à tração. A cartilagem fibrosa, encontrada, por exemplo, nos discos intervertebrais, está sempre associada ao tecido conjuntivo denso, não possui pericôndrio e apresenta substância fundamenta escassa.
Tecido cartilaginoso (^) Aula 5
Hormônios e vitaminas influenciam o crescimento, o desenvolvimento e a função da cartilagem. Muitas dessas substâncias também influenciam a formação e o crescimento do esqueleto. Com relação à “hérnia de disco”, sabe-se que é uma condição que causa dor severa e intensa na região inferior do dorso e nas extremidades e afeta muitas pessoas em diversas faixas etárias. Você poderá ler sobre esses assuntos no livro Tratado de Histologia, dos autores Gartner e Hiatt, nas 136 e 137 (3a edição). A cartilagem tem capacidade limitada de reparo. Leia sobre este assunto no livro Histologia – Texto e atlas, dos autores Ross e Pawlina, na página 192 (5a edição).
Na próxima aula estudaremos os processos de formação do tecido ós- seo, sua classificação, suas funções e como identificá-lo macroscopicamente e microscopicamente.
Faça uma pesquisa sobre os seguintes assuntos: