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Foto 4 Parte principal da aula de hidroginástica (exercícios de fortalecimento de braço com macarrão). ... Acquatub: ou macarrão, espaguete, salsicha etc.
Tipologia: Notas de aula
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Não perca as partes importantes!
Na FEF/Unicamp, como parte integrante do Projeto Aprender a Nadar, a Hidroginástica vem sendo oferecida como atividade de Extensão. Sua presença contribui mais uma vez para o cumprimento do compromisso social da uni- versidade, pois atua como veículo que, com muita proprie- dade, viabiliza a atuação de futuros profissionais que desenvolvem projetos buscando a vivência prática e o apren- dizado. No presente capítulo, revisitamos a origem da mo- dalidade juntamente com as diversas tendências lançadas no mercado e incorporadas por várias instituições, e as parti- cularidades atribuídas a esse exercício devido às caracte- rísticas específicas da água. Expressam-se e discutem-se também aspectos específicos, como o planejamento semes- tral, a estruturação pedagógica da aula, a apresentação dos materiais utilizados que oferecem trabalho eficiente e di- versificado, a atuação do professor e os cuidados que de- vem ser tomados antes dessa atividade física.
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4.1 As origens e a atualidade
Durante séculos os movimentos aquáticos foram utili- zados com finalidades recreativas e curativas : devido ao prazer que proporcionava, o número de adeptos foi aumen- tando. Hoje, essa prática é mais conhecida como hidrogi- nástica, sendo encontrada também com outros nomes, como Acquagym, Ginástica Aquática, Hidroatividade e Aquaeróbica. Esses nem sem- pre são sinônimos; muitos são programas es- pecíficos que são registrados por seus autores. Porém, a estrutura da aula e os objetivos são os mesmos. No Brasil, segundo Bonachela (2001), a modalidade foi introduzida há aproximada- mente vinte anos, não se sabendo exatamente por quem. No início era executada, na maio- ria das vezes, por pessoas idosas, por não causar lesões osteoarticulares, além de provocar agradável sensação de bem-estar. G^ Com o interesse decorrente, atualmente são vários os objetivos que a demandam: emagrecimento, con- dicionamento físico, desenvolvimento de força muscular, bem como sociabilização e alívio do estresse. Assim, por agradar a muitos, conquistou espaços importantes em clu- bes, spas, academias e hotéis. Pode ser entendida como prática corporal que utiliza o meio líquido para melhora da aptidão física e mental , como afirma Mazetti (1993) na classificação da modalidade como ginástica de força, por aproveitar a resistência da água como
A adoção de movimentos aquáticos foi utilizada com finalidades recreativas e curativas: devido ao prazer que proporcionava, o número de adeptos foi aumentando.
G Termo conceituado no Glossário.
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do respeitando-se as peculiaridades da água, cujo objetivo principal é a melhoria da apti- dão física G^ em qualquer indivíduo que apre- sente um mínimo de adaptação aquática. Em síntese, no Projeto Aprender a Nadar entende-se que a prática da hidroginástica transcende a preocupação estética e corpo- ral para além da melhoria do condicionamen- to físico (resistência, força e flexibilidade), dando espaço à busca do bem-estar. G
4.2 Particularidades
A hidroginástica possui muitas especificidades , sendo a principal a ser explorada a utilização das já discutidas pro- priedades da águaT^ a favor dos objetivos pretendidos. Uma das particularidades é decorrente do tipo de ativi- dade realizada na água. Nesta, é raro ocorrer dor muscular pós-exercício, pois na água a ação muscular é concêntrica – caracterizada por um tipo de contração que provoca encurtamento das res- pectivas fibras. Ocorre, ainda, simetria mus- cular, ou seja, exercita-se de modo equilibrado todos os grupos musculares devido à resistência multidire- cional oferecida pela água. Isso se dá quando não se recorre à utilização de materiais flutuantes nos exercícios.
Dentro da água a ação muscular é concêntrica.
G Termo conceituado no Glossário. T Tema abordado no Capítulo 2.
Em síntese, no Projeto Aprender a Nadar entende-se que a prática da hidroginástica transcende a preocupação estética e corporal para além da melhoria do condicionamento físico (resistência, força e flexibilidade), dando espaço à busca do bem-estar.
H IDROGINÁSTICA^129
A diminuição do impacto também é aspecto vantajoso: ocorre devido à força de flutuabilidade que causa a dimi- nuição do peso corporal, como já descrito. Assim, há a pos- sibilidade de explorar exercícios com saltos, já que as articulações não sofrem como no solo. O alongamento é questão controversa; diversos auto- res discutem sua ação e eficácia. Bonachela (2001) empre- ga o alongamento no início e no final da aula, afirmando que na água as articulações ficam mais soltas e há o relaxa- mento natural da musculatura, o que facilita sua ação. Além disso, apresenta vários de seus objetivos como: redução das tensões musculares, sensação de bem-estar, G^ aumento de amplitude articular, prevenção de lesões, desenvolvimento da consciência corporal e prevenção a diminuição da elasti- cidade muscular. Maglischo (1999) afirma que o alonga- mento pode ser perigoso e cita que entorses, G^ estiramentos e lacerações G^ são tipos de lesões que podem resultar do des- locamento dos músculos e do tecido conectivo além do seu estado de extensibilidade. E sublinha que os alongamentos antes e depois das sessões de aula são funcionais para a pre- paração do tecido conectivo e devem ser feitos até o ponto em que é sentida a resistência, evitando assim possíveis le- sões. Ainda segundo o autor, contrariamente ao que diz Bonachela (2001), o aumento da amplitude articular, ou o aumento da flexibilidade, deve ser buscado em sessões com exercícios e métodos apropriados. Nessa modalidade a carga é constituída pela própria re- sistência que a água oferece e pode ser intensificada de três formas simples, aumentando: i) a velocidade de execução
G Termo conceituado no Glossário.
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do movimento; ii) o comprimento da alavanca, ou seja, fa- zendo o exercício com a maior amplitude; iii) a resistência com a água com materiais flutuantes, como luvas, nadadei- ras, bóias ou aquadisco. Também nesse contexto a música é mar- cante, apresentando-se como fator determi- nante no rendimento da aula, pois a torna mais atraente e bastante funcional no andamento das atividades, sendo estímulo adicional ofe- recido aos praticantes. Com ela podemos pro- gramar sessões temáticas, baseadas em ritmos, o que no Projeto Aprender a Nadar se tornou um hábito, fazendo aumentar assim a interação social dos praticantes durante todo o semestre. Os sentimentos e as percepções dos praticantes e do professor são valorizados com a utilização de sons ade- quados, divertimento, alegria, descontração e euforia, fa- zendo a música deixar de ser mero pano de fundo e tornando-a realmente mais um atrativo. Outra vantagem de seu uso é a possibilidade de resgatar lembranças impor- tantes de cada pessoa; exemplo disso é a utilização das mú- sicas dos anos 1960-70, que agradam grande parte das pessoas. A identificação pessoal com determi- nado cantor e ritmo favorecem a criação de ambiente especial e agradável. No Projeto Aprender a Nadar , o prazer tor- nou-se uma particularidade, pois na elabora- ção das aulas há a preocupação de oferecer satisfação física e mental aos praticantes, para que estes permaneçam na prática regular da ati- vidade. Para isso são realizadas festas come-
São realizadas festas comemorativas, que contam com grande participação dos alunos em datas como: encerramento do semestre, aniversários.
Exemplo disso é a utilização de músicas dos anos 1960/70, que agradam grande parte das pessoas.
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morativas, que contam com grande participação dos alunos, em datas como: encerramento do semestre, aniversários, Pás- coa, festa junina e Natal, entre outros. Tais eventos começam na piscina com atividades recreativas de aproximadamente vinte minutos e se estendem para um espaço fora da água pelo tempo restante. Esse entretenimento tem o objetivo de sociabilizar e di- vertir, gerando o contentamento pessoal e do grupo. Os alu- nos têm a oportunidade de se relacionar com seus companheiros fora do momento da atividade física, além de muitas vezes participarem da elaboração das festas, trazendo idéias, petiscos, elementos decorativos e músicas específicas.
4.3 Pedagogia da hidroginástica
O processo ensino-aprendizagem na hidroginástica ini- cia-se com a programação, que pode ser entendida como
a orientação básica, planejamento e estabelecimento do treinamento e compreende objetivos claros e concretos; determina funções e propõe soluções que devem ser consideradas para se atingirem os objetivos. (Weineck, 1999:40)
Portanto, para planejar um programa de hidroginás- tica tem-se de ter claro qual o perfil dos praticantes e quais as metas a alcançar. Seguindo o American College of Sports Medicine (1995), um programa de atividade física divide-se em três fases que objetivam aprimorar e manter o condici- onamento físico. No Projeto Aprender a Nadar o programa tem duração de dezesseis semanas, sendo cinco semanas para a primeira
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Gráfico 4.1 Comportamento da Freqüência Cardíaca Máxima no primeiro período
Freqüência Cardíaca Máxima (%)tempo (minutos)
100 80 60
20 0
40
5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
uso de jogos recreativos e aulas especiais como dois a dois e recreativa. A segunda fase vai da sexta à décima semana. Como observa-se no Gráfico 4.2, nessa etapa aplica-se intensidade moderada à aula, com zona-alvo de 70 a 75% da FCM. Para isso utiliza-se o aumento da carga dos exercícios e aulas especiais, como “Hidroflot”, “Water Kick” e intervalada. Na terceira fase aplica-se maior intensidade ao treina- mento, o que pode ser observado no Gráfico 4.3, em que a variação da FC permanece entre 70 e 80% da freqüência cardíaca máxima. Exercícios mais intensos são aplicados com maior duração; aulas como “Deep Water”, “Deep Running” podem ser utilizadas. A estrutura pedagógica da aula de hidroginástica com- põe-se de três elementos seqüenciados: aquecimento, parte principal e final. O primeiro prepara o corpo para as ativi- dades específicas, realizadas em seqüência, e a parte final produz efeito de relaxamento de toda a musculatura.
H IDROGINÁSTICA^135
Gráfico 4.2 Comportamento da Freqüência Cardíaca Máxima no segundo período
Freqüência Cardíaca Máxima (%)tempo (minutos)
100 80 60
20 0
40
5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
Gráfico 4.3 Comportamento da Freqüência Cardíaca Máximano terceiro período
Freqüência Cardíaca Máxima (%)tempo (minutos)
100 80 60
20 0
40
5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
No inicio é interessante que o professor faça uma anam- nese com cada aluno objetivando notificar alguma condi- ção especial, como problemas articulares, de coluna, hipertensão arterial, diabetes ou outros, para conscientizá- lo das suas limitações para a prática.
H IDROGINÁSTICA^137
tivo de aquecimento. Exemplo é o jogo de bola ao gol, adap- tação do pólo aquático, porém com o apoio dos pés no chão; a movimentação é constante com caminhadas e corridas e há ainda execução de movimentos de braço para arremesso ou recepção da bola em atividade. A parte principal tem duração de 40 a 45 minutos, e é a fase na qual se propõe a realização de exercícios dirigidos e determinados segundo a programação. Nessa etapa a ên- fase está na melhoria do condicionamento aeróbio, no de- senvolvimento da força, da resistência muscular e da flexibilidade. Esse é o momento em que ocorrem modifica- ções que permitem diferenciar cada aula, podendo ser va- riações aquáticas de modalidades esportivas ou técnicas de treinamento empregados na hidroginástica. Quando o objetivo é o condicionamento aeróbio , bus- cam-se adaptações dos sistemas cardiovascular e respiratório.
Foto 2 Alongamento estático na água.
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A aula é composta por exercícios dinâmicos, exigindo mo- vimentação contínua do praticante, para que sua freqüên- cia cardíaca aumente e fique em torno de 70% da freqüência cardíaca máxima, pois essa é a faixa recomendada para que haja melhora dos referidos sistemas. Por essa razão torna- se imprescindível o monitoramento desta em determina- dos segmentos da aula, para verificar se a atividade está alcançando a finalidade proposta. As corridas de borda a borda são utilizadas, variando a movimentação de braços, pernas (chutes) e tronco (giros). Outras atividades que mantenham as pernas em movimen- to, mas sem deslocamento, também são opções válidas, como a elevação de joelhos ou o toque alternado de calcanhares no glúteo. No entanto, se priorizamos a resistência muscular lo- calizada, as alterações serão no número de repetição e carga
Foto 3 Parte inicial da aula de hidroginástica – aquecimento (jogo).
(^140) A PRENDER A N ADAR COM A E XTENSÃO U NIVERSITÁRIA
Também são empregadas técnicas de relaxamento, como o Watsu , que consiste na aplicação de massagens feitas em duplas, pela turbulência da água provocada por movimen- tos rítmicos, realizados pelo parceiro, próximos ao corpo do indivíduo que executa o relaxamento, sustentado por flu- tuadores. Apresenta-se, no Quadro 4.1, uma visão geral dos com- ponentes da aula , por meio de exercícios básicos, freqüen- temente utilizados pelos monitores do Projeto Aprender a Nadar. A preparação antecipada das aulas na hidroginástica é fundamental para o desen- volvimento organizado e eficiente. O Projeto Aprender a Nadar opera-se com programas semestrais, ou seja, o período letivo. Este é desenvolvido pelos monitores com a parti-
NoProjeto Aprender a Nadar os programas são desenvolvidos pelos monitores com a participação dos auxiliares.
Foto 5 Parte final da aula: exercícios de relaxamento.
H IDROGINÁSTICA^141
cipação dos auxiliares, definindo a atividade de cada mês, e posteriormente entregue para a coordenadoria, que avalia o programa e o discute com os monitores, assegurando a intervenção eficiente e homogênea em todas as turmas do projeto.
Quadro 4.1 Composição básica da aula de hidroginástica no Projeto Aprender a Nadar.
Aquecimento (^) (condicionamento aeróbio)Parte Principal (relaxamento)Parte final
Caminhada com passadas largas Rotação do tronco passando as mãos suavemente pela água; Alongamento de pernas em duplas (um apóia o outro para a sua execução) Relaxamento em duplas (um segura o outro apoiando a cabeça e a região lombar para que o companheiro tenha seu corpo totalmente estendido e seguro sobre a água)
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verbais, e por isso a descrição dos movimentos é muito importante. Há os que preferem executar o movimento com a ajuda do toque – pessoas cinestésicas corpo- rais, necessitando que o professor entre na água. Correlacionar exercícios a elementos da vida diária pode ser uma boa estratégia para que se lembrem rapidamente do exercício proposto; no entanto, isso não descarta a necessidade da demonstração. Existe grande diferença de ritmo dentro e fora da água; por isso o professor deve estar atento para não exigir que o praticante execute o movimento com a mesma ve- locidade que a dele.
Busca-se, também, ambiente agradável, que transmita a sensação de bem-estar. G^ As relações aluno-professor e aluno-aluno devem ser próximas, para que haja interesse de todas as partes e alto grau de motivação. É importante saber o nome do praticante, porque faltou às aulas, permi- tir que expresse sentimentos e esclareça dúvidas, estabele- cendo contatos, diálogos e demonstrando que há interesse da equipe.
G Termo conceituado no Glossário.
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Outro ponto importante é o profissional se interessar pelo bem-estar da turma , apontando soluções para even- tuais problemas e motivando-os para a prática de exercícios físicos, como enfatizar os benefícios que a atividade físicaG trará para suas vidas.
Alguns cuidados são essenciais para a boa prática de exercícios físicos, incluindo a hidroginástica:
Quadro 4.2^ Opiniões de quem pratica a hidroginástica noProjeto Aprender a Nadar “[...] pratico Hidroginástica porque é esporte que pega todo o corpo humano. Já estou a três anos no Projeto Aprender a Nadar e comecei por ter preço aces- sível. Acho as aulas ótimas, trabalham tudo muito bem e cada vez melhor”. ( )
“[...] pratico Hidroginástica para melhorar a saúde juntamente com o físico e mente; isso é uma terapia. Pratico há três anos no Projeto Aprender a Nadar, pois a participação entre aluno e monitor é muito válida e saudável. Escolhi participar por falarem muito bem das aulas e dos monitores. Sobre as aulas, são ótimas, pois os monitores são pessoas compreensivas e aceitam opiniões, críticas e sugestões”. ( )
S.H.S.C.M., mulher
T.C.G.C.S., mulher
G Termo conceituado no Glossário.