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Hemograma resumido para interpretar, Esquemas de Biologia

Importancia do hemograma na rotina laboratorial

Tipologia: Esquemas

2021

Compartilhado em 18/05/2024

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editorial
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J Bras Patol Med Lab • Volume 48 • Número 4 • agosto 2012
244
Hemograma
Complete blood count
Ricardo Rosenfeld
A contagem das células do sangue tem sido uma informação importante, não somente para o diag-
nóstico de doenças, mas também como um “atestado de saúde” nos exames periódicos e no check-up.
Entende-se que um organismo com as contagens normais é capaz de produzir e destruir as células
do sangue em perfeito equilíbrio, mantendo a quantidade e a qualidade das células em circulação. Esse
processo evita infecções e sangramentos e garante o fornecimento adequado de oxigênio às células.
De modo complexo, vários fatores podem interferir nesse equilíbrio, diminuindo a produção ou au-
mentado a destruição de eritrócitos, causando anemias. Fatores genéticos e nutricionais, entre outros,
interferem na síntese de hemoglobina, ocasionando, igualmente, anemias. Estas, portanto, são importantes
indicadores de vários tipos de processos patológicos.
A contagem das células do sangue se modernizou nas últimas décadas com a sofisticação tecnológica
laboratorial. Exames como hemoglobina/hematócrito (Hb/Ht)
, eritrograma, leucograma e contagem de
plaquetas foram substituídos pelo hemograma completo automatizado com contagem diferencial de
leucócitos em cinco tipos – neutrófilos, linfócitos, monócitos, eosinófilos e basófilos – sendo realizado em
menos de 1 minuto em analisadores hematológicos automatizados.
As bancadas se convertem em estações de análise: esteiras, analisadores hematológicos e máquinas
que confeccionam e coram lâminas trabalham em conjunto. Outras metodologias, além da impedância
elétrica, se somam com as análises mais complexas, como colorações citoquímicas especiais, análise celular
pela condutividade e dispersão do laser e, mais recentemente, com o uso de fluorocromos, como corantes
celulares e conjugados de anticorpos monoclonais, viabilizando a imunofenotipagem.
Novos e importantes parâmetros foram incorporados ao hemograma, como o red cell volume distribution width
(RDW) e o volume plaquetário médio (VPM), que passou a ser um exame que combina até 15 parâme-
tros. O aumento do RDW tem sido utilizado como um indicador precoce da anemia, evidenciando a
anisopoiquilocitose antes mesmo que o volume corpuscular médio (VCM) se modifique além dos limites
de referência. Também, diferentemente da anemia ferropriva, o RDW tende a permanecer normal na
talassemia menor. O aumento do VPM tem sido sugerido como um indicador de destruição de plaquetas
no diagnóstico diferencial das plaquetopenias.
A análise automatizada permite a detecção de células anormais por meio de alertas (flags) para pre-
sença de neutrófilos jovens do “desvio à esquerda”, linfócitos atípicos reacionais, eritroblastos circulantes
e blastos, o que determina a confecção de lâminas para a confirmação microscópica.
Não obstante, toda a modernização do hemograma, erros pré-analíticos e analíticos podem ocorrer,
exigindo controle contínuo de qualidade e atenção, além de qualificação e treinamento constante dos
profissionais por meio de educação continuada.
A presença de coágulos na amostra, principalmente nas punções venosas mais difíceis, continua um
importante fator de erro, quando não percebido. A concentração de hemoglobina média (CHCM) é um
dos índices hematimétricos calculados que fornece mais indicações de possíveis erros, uma vez que utiliza
o número de eritrócitos, a concentração de hemoglobina e o VCM. Qualquer desproporção pode causar o
falso aumento da CHCM: amostras hemolisadas ou lipêmicas, aglutinação de eritrócitos e hiperleucocitose.
Especialista em Patologia Clínica pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
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editorial editorial J Bras Patol Med Lab • Volume 48 • Número 4 • agosto 2012

Hemograma

Complete blood count

Ricardo Rosenfeld

A contagem das células do sangue tem sido uma informação importante, não somente para o diag- nóstico de doenças, mas também como um “atestado de saúde” nos exames periódicos e no check-up. Entende-se que um organismo com as contagens normais é capaz de produzir e destruir as células do sangue em perfeito equilíbrio, mantendo a quantidade e a qualidade das células em circulação. Esse processo evita infecções e sangramentos e garante o fornecimento adequado de oxigênio às células. De modo complexo, vários fatores podem interferir nesse equilíbrio, diminuindo a produção ou au- mentado a destruição de eritrócitos, causando anemias. Fatores genéticos e nutricionais, entre outros, interferem na síntese de hemoglobina, ocasionando, igualmente, anemias. Estas, portanto, são importantes indicadores de vários tipos de processos patológicos. A contagem das células do sangue se modernizou nas últimas décadas com a sofisticação tecnológica laboratorial. Exames como hemoglobina/hematócrito (Hb/Ht) , eritrograma, leucograma e contagem de plaquetas foram substituídos pelo hemograma completo automatizado com contagem diferencial de leucócitos em cinco tipos – neutrófilos, linfócitos, monócitos, eosinófilos e basófilos – sendo realizado em menos de 1 minuto em analisadores hematológicos automatizados. As bancadas se convertem em estações de análise: esteiras, analisadores hematológicos e máquinas que confeccionam e coram lâminas trabalham em conjunto. Outras metodologias, além da impedância elétrica, se somam com as análises mais complexas, como colorações citoquímicas especiais, análise celular pela condutividade e dispersão do laser e, mais recentemente, com o uso de fluorocromos, como corantes celulares e conjugados de anticorpos monoclonais, viabilizando a imunofenotipagem. Novos e importantes parâmetros foram incorporados ao hemograma, como o red cell volume distribution width (RDW) e o volume plaquetário médio (VPM), que passou a ser um exame que combina até 15 parâme- tros. O aumento do RDW tem sido utilizado como um indicador precoce da anemia, evidenciando a anisopoiquilocitose antes mesmo que o volume corpuscular médio (VCM) se modifique além dos limites de referência. Também, diferentemente da anemia ferropriva, o RDW tende a permanecer normal na talassemia menor. O aumento do VPM tem sido sugerido como um indicador de destruição de plaquetas no diagnóstico diferencial das plaquetopenias. A análise automatizada permite a detecção de células anormais por meio de alertas ( flags ) para pre- sença de neutrófilos jovens do “desvio à esquerda”, linfócitos atípicos reacionais, eritroblastos circulantes e blastos, o que determina a confecção de lâminas para a confirmação microscópica. Não obstante, toda a modernização do hemograma, erros pré-analíticos e analíticos podem ocorrer, exigindo controle contínuo de qualidade e atenção, além de qualificação e treinamento constante dos profissionais por meio de educação continuada. A presença de coágulos na amostra, principalmente nas punções venosas mais difíceis, continua um importante fator de erro, quando não percebido. A concentração de hemoglobina média (CHCM) é um dos índices hematimétricos calculados que fornece mais indicações de possíveis erros, uma vez que utiliza o número de eritrócitos, a concentração de hemoglobina e o VCM. Qualquer desproporção pode causar o falso aumento da CHCM: amostras hemolisadas ou lipêmicas, aglutinação de eritrócitos e hiperleucocitose.

Especialista em Patologia Clínica pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

editorial J Bras Patol Med Lab • Volume 48 • Número 4 • agosto 2012 editorial

A falsa plaquetopenia decorrente da agregação de plaquetas, algumas vezes induzida pelo anticoagulante EDTA, é uma preocupação constante.

Nesta edição, o artigo O hemograma nas anemias microcíticas e hipocrômicas: aspectos diferenciais aborda anemias frequentes na população geral (anemia ferropriva e talassemia menor) e na hospitalizada (anemia de doença crônica). Muitas informações úteis aos profissionais de laboratório e aos clínicos são apresentadas, valorizando o hemograma, um dos mais clássicos exames laboratoriais.

Boa leitura.

Bibliografia

HENRY, J. B. Diagnósticos clínicos e tratamento por métodos laboratoriais. 20. ed. Barueri: Manole, 2008.

LEWIS, S. M.; BAIN, B. J.; BATES, I. Hematologia prática de Dacie e Lewis. 9. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.

MATOS, J. F. et al. O hemograma nas anemias microcíticas e hipocrômicas: aspectos diferenciais. JBPML, v. 48, n. 4, p. 255-8, 2012.