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Uma análise detalhada de várias alternativas corretas de justificativas de textos, com ênfase na interpretação de suas ideias e significados. As análises abordam diferentes aspectos, como a manipulação de fatos, subjetividade, interconexão de ideias e uso de linguagem. Além disso, o texto fornece exercícios para a prática da interpretação de textos.
O que você vai aprender
Tipologia: Slides
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Texto I para responder às questões de 01 a 15.
O que diria e o que faria Mandela? O mundo acompanha o drama humanitário e os dilemas europeus sobre acolher e/ou conter migrantes que tentam atravessar o Mediterrâneo da África do Norte para a Europa. São desastres constantes nas embarcações com seus passageiros, nas transações encetadas por traficantes do desespero e da esperança. No último fim-de-semana foi o naufrágio de um barco pesqueiro na costa líbia que deixou centenas de mortos. No entanto, outro drama humanitário se desenrola no sul da África, com a violência e a xenofobia dos últimos dias justamente na nação arco- íris que Nelson Mandela se propôs a construir no lugar do apartheid há pouco mais de 20 anos. [...] A mais recente onda de violência mistura xenofobia e mera criminalidade em um país em crescente crise econômica, taxa de desemprego de 24%, chefiado pelo desacreditado presidente Jacob Zuma e marcado pela percepção, especialmente em comunidades pobres, de que estrangeiros estão roubando os empregos. No entanto, o catalisador da violência (xenofobia) se diluiu em meio à escalada, pois muitos dos mortos e donos de negócios saqueados eram sul-africanos. Nelson Mandela nunca teve sucessores à altura e sempre se soube que seria uma tarefa descomunal construir uma nação arco-íris. O desafio se tornou mais ingrato e o arco-íris está ainda mais distante no horizonte. (Caio Blinder, 21/04/2015. Disponível em: http://veja.abril.com.br/blog/nova-york/africa-do-sul/o-que-diria-mandela/. Adaptado.)
01) Assinale o termo em destaque que exerce função sintática cuja característica é ser um complemento diretamente ligado ao verbo. a) “[...] se desenrola no sul da África [...]” (1º§) b) “[...] acompanha o drama humanitário [...]” (1º§) c) “[...] naufrágio de um barco pesqueiro [...]” (1º§) d) “[...] embarcações com seus passageiros [...]” (1º§)
Os complementos verbais são elementos substantivos que completam o sentido de um verbo. Existem dois tipos: a) o objeto direto – é o complemento que se liga diretamente ao verbo, ou seja, sem o auxílio de preposição; b) o objeto indireto – é o complemento que se liga indiretamente ao verbo, isto é, por meio de preposição. O verbo “acompanhar” possui transitividade direta e tem como complemento núcleo do objeto direto (complemento diretamente ligado ao verbo) “drama”.
Fonte: SACCONI, Luiz Antonio. Nossa gramática completa Sacconi: Teoria e prática. 31. ed. São Paulo: Nova Geração Gram, 2011.
02) A expressão “traficantes do desespero e da esperança” (1º§) empregada para se referir aos agentes relacionados aos desastres nas embarcações, citados no texto, demonstra a) a manipulação dos fatos através das informações midiáticas. b) uma controvérsia entre o fato e o ponto de vista apresentado. c) de modo subjetivo, aspectos opostos que constituem a situação apresentada. d) a existência de dúvida em relação às características atribuídas aos referidos agentes.
A subjetividade está presente quando o autor do texto traduz sua ideia acerca de determinado fato ou situação. “Um discurso não vem ao mundo numa inocente solitude, mas constrói-se através de um já-dito em relação ao qual ele toma posição.” Tal subjetividade está presente através do uso dos marcadores textuais “do desespero” e “da esperança”. Tais expressões, ainda, de acordo com o significado que expressam, apresentam ideias opostas. Desespero = estado de profundo desânimo de uma pessoa que se sente incapaz de qualquer ação; desalento. Esperança = expectativa. Antônimo = decepção, desapontamento, desengano, desesperança, desespero.
Fonte: VAL, Maria da Graça Costa. Redação e Textualidade. 3. ed. Martins Editora, 2006. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. 1ª edição. Rio de Janeiro: Ed. Objetiva, 2009. Dicionário Houaiss de Sinônimos e Antônimos. 3ª edição. São Paulo: Ed. Publifolha, 2011.
03) A partir das ideias e informações trazidas ao texto, julgue as afirmativas a seguir.
I. No primeiro parágrafo, o autor faz referência a dramas humanitários de natureza diferentes, demonstrando a exploração de várias ideias no mesmo parágrafo. II. A expressão “mera criminalidade” (2º§) propõe uma redução da importância da criminalidade praticada no evento descrito no texto. III. Para que haja compreensão textual acerca da referência a Nelson Mandela, é necessário que o contexto sociocognitivo seja ativado. Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s) a) I, II e III. b) I, apenas. c) III, apenas. d) I e III, apenas.
I. No primeiro parágrafo, o autor faz referência a dramas humanitários de natureza diferentes, demonstrando a exploração de várias ideias no mesmo parágrafo. (falso) “o parágrafo é uma unidade de composição, constituída por um ou mais de um período em que desenvolve determinada ideia central, ou nuclear, a que se agregam outras, secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela.” Apesar de haver referência a dramas humanitários distintos, “... sobre acolher e/ou conter migrantes que tentam atravessar o Mediterrâneo da África do Norte para a Europa.” e “... a violência e a xenofobia dos últimos dias...”, a ideia central é o “drama humanitário” os dramas citados relacionam-se pelo sentido apresentado. II. A expressão “mera criminalidade” (2º§) propõe uma redução da importância da criminalidade praticada no evento descrito no texto. (falso) Em “A mais recente onda de violência mistura xenofobia e mera criminalidade em um país em crescente crise econômica,...” o uso do termo “mera” não diminui a importância, negativa, ou seja, a gravidade da criminalidade referida. Indica que um dos elementos para tal violência é por “pura criminalidade”, ou seja, execução do crime apenas pelo “prazer” de fazê-lo. III. Para que haja compreensão textual acerca da referência a Nelson Mandela, é necessário que o contexto sociocognitivo seja ativado. (verdadeiro) O contexto sociocognitivo faz referência a conhecimentos de caráter enciclopédico, sociointeracional, procedural, textual etc. Tais conhecimentos devem ser, ao menos em parte, compartilhados pelo leitor para haja entendimento da mensagem expressa.
Fonte: KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender os sentidos do texto. São Paulo: Contexto,
GARCIA, Othon Moacyr. Comunicação em prosa moderna: Aprenda a escrever, aprendendo a pensar. 27. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2010.
04) “A orientação argumentativa pode-se realizar pelo uso de termos ou expressões metafóricas ou não. Trata-se de uma manobra bastante comum, particularmente em gêneros opinativos.” (KOCH, Ingedore Villaça, ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2006.) A partir de tal pressuposto, indique o segmento que apresenta expressões constituintes de tal orientação argumentativa textual em que há o uso de expressão de sentido metafórico. a) “... outro drama humanitário se desenrola no sul da África...” (1º§) b) “O mundo acompanha o drama humanitário e os dilemas europeus...” (1º§) c) “... nas transações encetadas por traficantes do desespero e da esperança.” (1º§) d) “... xenofobia e mera criminalidade em um país em crescente crise econômica,...” (2º§)
Em “... nas transações encetadas por traficantes do desespero e da esperança.” podemos ver o uso de metáfora na expressão “traficantes do desespero e da esperança”, quando, na verdade tais traficantes transportam pessoas. O desespero e a esperança são uma alusão ao que ocorre em tal situação. Além disso, apenas nesta alternativa, através da metáfora é que existe uma orientação argumentativa, um posicionamento do autor.
Fonte: KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender os sentidos do texto. São Paulo: Contexto,
GARCIA, Othon Moacyr. Comunicação em prosa moderna: Aprenda a escrever, aprendendo a pensar. 27. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2010.
08) Nos trechos selecionados a seguir, os termos sublinhados possuem o mesmo valor sintático, exceto :
a) “[...] migrantes que tentam atravessar [...]” (1º§) b) “[...] nação arco-íris que Nelson Mandela [...]” (1º§) c) “[...] soube que seria uma tarefa descomunal [...]” (3º§) d) “[...] O mundo acompanha o drama humanitário [...]” (1º§)
Nas opções A, B e C a função sintática exercida é a de sujeito da oração. A palavra “que” se classifica de várias formas, entre elas como “pronome relativo” que substitui o substantivo ou pronome substantivo e pode exercer funções sintáticas as mais diversas. Na opção D, em “Nelson Mandela nunca teve sucessores à altura e sempre se soube que seria uma tarefa descomunal construir uma nação arco-íris.” o “que” é integrante, neste caso, o verbo saber é transitivo direto.
Fonte: SACCONI, Luiz Antonio. Nossa gramática completa Sacconi: teoria e prática. 31. ed. São Paulo: Nova Geração Gram, 2011.
09) Em “A mais recente onda de violência mistura xenofobia e mera criminalidade em um país em crescente crise econômica, taxa de desemprego de 24%, chefiado pelo desacreditado presidente Jacob Zuma e marcado pela percepção, especialmente em comunidades pobres, de que estrangeiros estão roubando os empregos”. A proposta de substituição do segmento do texto em que há adequação quanto ao tempo verbal empregado na(s) forma(s) em destaque é a) misturara / estão roubando b) misturaria / estariam roubando c) mistura / estivessem roubando d) misturava / estiveram roubando
Nas opções A, B e C a função sintática exercida é a de sujeito da oração. A palavra “que” se classifica de várias formas, entre elas como “pronome relativo” que substitui o substantivo ou pronome substantivo e pode exercer funções sintáticas as mais diversas. Na opção D, em “Nelson Mandela nunca teve sucessores à altura e sempre se soube que seria uma tarefa descomunal construir uma nação arco-íris.” o “que” é integrante, neste caso, o verbo saber é transitivo direto.
Fonte: SACCONI, Luiz Antonio. Nossa gramática completa Sacconi: teoria e prática. 31. ed. São Paulo: Nova Geração Gram, 2011.
10) O texto a seguir foi redigido com incorreções linguísticas propositais. Considerando o uso da linguagem padrão e o correto emprego do verbo “haver” em “ [...] há pouco mais de 20 anos.” (1º§), identifique os registros em desacordo com a norma padrão da língua. Quando, há(1) alguns meses, o tema foi sugerido e adotado na reunião, todos concordaram unanimemente com o mesmo. Dali há(2) três meses, devido a determinados acontecimentos, alguns mudariam de opinião. Há(3) anos não há um consenso verdadeiro na empresa. Não está(ão) de acordo com a linguagem padrão a) 1, 2 e 3. b) 1, apenas. c) 2, apenas. d) 2 e 3, apenas.
“Há” usa-se quando é possível sua substituição por “faz”: Exemplos: Há tempos não vejo Cristina. (há = faz) Cobramos a nota promissória há 30 dias. (há = faz) Há muito não viajo. (há = faz) De há muito venho insistindo nisso. (há = faz) Na ocorrência registrada em “Dali há três meses” ocorre incorreção gramatical. Não se trata de tempo decorrido, mas de tempo futuro em relação ao fato mencionado anteriormente.
Fonte: SACCONI, Luiz Antonio. Nossa gramática completa Sacconi: teoria e prática. 31. ed. São Paulo: Nova Geração Gram, 2011.
11) Acerca dos elementos evidenciados, informe se as afirmativas abaixo são verdadeiras (V) ou falsas (F) e, em seguida, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta. ( ) Em “para a Europa” , o “para” contém uma ideia de finalidade. ( ) As duas ocorrências da expressão “no entanto” apresentam o mesmo valor. ( ) No último parágrafo do texto, “sempre” traz uma ideia de tempo, assim como “ainda”. ( ) O segmento “o drama humanitário e os dilemas europeus” é sujeito composto pois possui dois núcleos. a) V – V – F – F b) V – F – F – F c) F – F – V – V d) F – V – V – F
Em “para a Europa”, com relação ao valor das preposições, o “para” indica movimento no espaço e não finalidade. As duas ocorrências da expressão “no entanto” apresentam o mesmo valor, visto que em “No entanto, outro drama humanitário se desenrola no sul da África, com a violência e a xenofobia dos últimos dias justamente na nação arco- íris que Nelson Mandela se propôs a construir no lugar do apartheid há pouco mais de 20 anos. [...]” e em “No entanto, o catalisador da violência (xenofobia) se diluiu em meio à escalada, pois muitos dos mortos e donos de negócios saqueados eram sul-africanos.” a locução “no entanto” expressa uma ideia de contraste, oposição. No último parágrafo do texto, “sempre” traz uma ideia de tempo, assim como “ainda”: “Nelson Mandela nunca teve sucessores à altura e sempre se soube que seria uma tarefa descomunal construir uma nação arco-íris. O desafio se tornou mais ingrato e o arco-íris está ainda mais distante no horizonte.” Os termos “sempre” e “ainda” indica uma ideia de tempo, sendo classificados como adjuntos adverbiais de tempo. Em “O mundo acompanha o drama humanitário e os dilemas europeus”, o segmento destacado é classificado sintaticamente como objeto direto, complemento direto do verbo “acompanha”.
Fonte: CUNHA, Celso; CINTRA, Luís F. Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. 6. ed. Rio de Janeiro: Lexikon Editora Digital, 2013. CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa: novo acordo ortográfico. 48. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2010.
12) O título do texto é estruturado a partir de um questionamento; a partir do conteúdo textual, é correto afirmar que
a) tal questionamento é plenamente respondido a partir dos recursos argumentativos utilizados. b) apenas parcialmente, tal questionamento é respondido, de modo que há uma lacuna contextual. c) a partir das informações apresentadas, é possível ao leitor determinar, objetivamente, o complemento de tal questionamento. d) tal estratégia integra de modo adequado a organização estrutural apresentada, objetivando uma característica interativa entre leitor e articulador.
O questionamento “O que diria e o que faria Mandela?” feito no título do texto funciona como estratégia que procura despertar a atenção e interesse do leitor acerca do assunto que será tratado no texto.
Fonte: CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza A. Cochar; CILEY, Cleto. Interpretação de textos. Construindo competências e habilidades em leitura. 2. ed. São Paulo: Atual Editora, 2012. O próprio texto.
A argumentação esteia-se em dois elementos principais: a consistência do raciocínio e a evidência das provas. O texto argumentativo apresenta razões em face de evidência de provas buscando convencer o leitor de que a ideia, posicionamento do articulador é consistente, coerente e correto. O texto em análise possui tais características na estrutura textual apresentada. A partir dos argumentos apresentados como fatos, dado estatístico, raciocínio (evidência da razão); autor do texto mostra-se contrário em relação aos fatos geradores da discussão proposta. Em “O desafio se tornou mais ingrato e o arco-íris está ainda mais distante no horizonte.” o autor mostra-se insatisfeito, contrário aos fatos (desastres constantes, dramas humanitários) apresentados, não os aprovando.
Fonte: GARCIA, Othon Moacyr. Comunicação em prosa moderna: Aprenda a escrever, aprendendo a pensar. 27. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2010. PIMENTEL, Carlos. Redação descomplicada. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
15) Quanto à construção dos referentes textuais e suas estratégias de referenciação, indique a alternativa que apresenta expressão que foi utilizada com tal intencionalidade, ou seja, a retomada de um elemento ou expressão como estratégia de referenciação. a) “São desastres constantes nas embarcações...” (1º§) b) “Nelson Mandela nunca teve sucessores à altura...” (3º§) c) “... no lugar do apartheid há pouco mais de 20 anos.” (1º§) d) “... de que estrangeiros estão roubando os empregos.” (2º§)
Em “O mundo acompanha o drama humanitário e os dilemas europeus sobre acolher e/ou conter migrantes que tentam atravessar o Mediterrâneo da África do Norte para a Europa. São desastres constantes nas embarcações com seus passageiros, nas transações encetadas por traficantes do desespero e da esperança.” a expressão em destaque reativa por meio de uma forma referencial o drama humanitário em foco.
Fonte: KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2006.
Texto II para responder às questões de 16 a 30.
Democracia e autoritarismo O fato de que as pessoas que vivem em um regime democrático não saibam o que é democracia é uma questão por si só muito grave. O saber sobre o que seja qualquer coisa – e neste, caso, sobre o que seja a democracia – se dá em diversos níveis e interfere em nossas ações. Agimos em nome do que pensamos. Mas muitas vezes não entendemos muito bem nossos próprios pensamentos, pois somos vítimas de pensamentos prontos. Creio que, neste momento brasileiro, poucas pessoas que agem em nome da democracia estejam se questionando sobre o que ela realmente seja. É provável que poucos pratiquem o ato de humildade do conhecimento que é o questionamento honesto. O questionamento é uma prática, mas é também qualidade do conhecimento. É a virtude do conhecimento. É essa virtude que nos faz perguntar sobre o que pensamos e assim nos permite sair de um nível dogmático para um nível reflexivo de pensamento. Essa passagem da ideia pronta que recebemos da religião, do senso comum, dos meios de comunicação para o questionamento é o segredo da inteligência humana seja ela cognitiva, moral ou política. [...] a democracia flerta facilmente com o autoritarismo quando não se pensa no que ela é e se age por impulso ou por leviandade. Eu não sou uma pessoa democrática quando vou à rua protestar em nome dos meus fins privados, dos meus interesses pessoais, quando protesto em nome de interesses que em nada contribuem para a construção da esfera pública. Eu sou autoritária quando, sem pensar, imponho violentamente os meus desejos e pensamentos sem me preocupar com o que os outros estão vivendo e pensando, quando penso que meu modo de ver o mundo está pronto e acabado, quando esqueço que a vida social é a vida da convivência e da proteção aos direitos de todos os que vivem no mesmo mundo que eu. Não sou democrática quando minhas ações não contribuem para a manutenção da democracia como forma de governo do povo para o povo, quando esqueço que o povo precisa ser capaz de respeitar as regras do próprio jogo ao qual ele aderiu e que é o único capaz de garantir seus direitos fundamentais: o jogo da democracia. (Marcia Tiburi. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/home/2015/03/democracia-e-autoritarismo/. 18/03/2015. Adaptado.)
16) O título do texto é composto de elementos que
a) processam informações afins. b) se restringem ao campo semântico filosófico. c) complementam-se, sendo o 2º complemento do 1º. d) estabelecem determinada oposição de um em relação ao outro.
A oposição existente entre “Democracia e Autoritarismo” pode ser constatada através do sentido atribuído a cada um dos vocábulos. Democracia = governo em que o povo exerce a soberania. Autoritarismo = qualidade do que ou de quem é autoritário; sistema político que concentra o poder nas mãos de uma autoridade ou pequena elite autocrática.
Fonte: Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. 1ª edição. Rio de Janeiro: Ed. Objetiva, 2009.
17) Cada palavra é constituída por unidades fônicas, as sílabas. A partir das sequências a seguir, indique quais contêm divisão silábica incorreta. I. cre-i-o / de-mo-cra-ci-a / pou-cos II. con-vi-vên-cia / a-ções / de-mo-cra-ci-a III. cog-ni-ti-va / im-po-nho / vio-len-ta-men-te IV. ques-tio-nan-do / dog-má-ti-co / re-fle-xi-vo Apresentam alguma incorreção apenas as sequências a) I e II. b) II e IV. c) I, II e III. d) I, III e IV.
I. cre-i-o, de-mo-cra-ci-a, pou-cos; Separação das sílabas: crei-o. III. cog-ni-ti-va, im-po-nho, vio-len-ta-men-te Separação das sílabas: vi-o-len-ta-men-te IV. ques-tio-nan-do, dog-má-ti-co, re-fle-xi-vo Separação das sílabas: que-ti-o-nan-do
Fonte: SACCONI, Luiz Antonio. Nossa gramática completa Sacconi: teoria e prática. 31. ed. São Paulo: Nova Geração Gram, 2011.
18) Dentre os termos destacados a seguir, indique o que se diferencia dos demais em relação à classificação sintática. a) “O fato de que as pessoas que vivem em um regime democrático não saibam o que é democracia é uma questão por si só muito grave.” (1º§) b) “O saber sobre o que seja qualquer coisa – e neste, caso, sobre o que seja a democracia – se dá em diversos níveis e interfere em nossas ações.” (1º§)
para um nível reflexivo de pensamento.” (2º§) d) “Creio que, neste momento brasileiro, poucas pessoas que agem em nome da democracia estejam se questionando sobre o que ela realmente seja.” (2º§)
Em “neste momento brasileiro” o termo destacado indica a função sintática de adjunto adverbial de tempo, indicando uma circunstância temporal. Diferentemente dos demais termos destacados que exercem a função de sujeito da oração.
Fonte: SACCONI, Luiz Antonio. Nossa gramática completa Sacconi: teoria e prática. 31. ed. São Paulo: Nova Geração Gram, 2011.
22) Dentre os vocábulos a seguir, indique o grupo que apresenta mesma regra que justifique a acentuação de todos os vocábulos. a) níveis, próprios, também b) inteligência, política, está c) provável, nível, dogmático d) democrático, vítimas, prática
A regra de acentuação que justifica a acentuação das três palavras da sequência: democrático, vítimas, prática é a mesma: Acentuam-se todas as palavras proparoxítonas. Tal não ocorre nas demais alternativas: A) níveis: paroxítona terminada em ditongo, próprios: paroxítona terminada em ditongo, também: oxítona terminada em “em”. B) inteligência: paroxítona terminada em ditongo, política: proparoxítona, está: oxítona terminada em “a”. C) provável: paroxítona terminada em “l”, nível: paroxítona terminada em “l”, dogmático: proparoxítona.
Fonte: CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa: novo acordo ortográfico.
23) De acordo com o posicionamento assumido pela autora no texto, informe se as afirmativas abaixo são verdadeiras (V) ou falsas (F) e, em seguida, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta. ( ) Sua posição é contrária a todo e qualquer tipo de manifestação popular. ( ) Diante do desconhecimento acerca da democracia, o autoritarismo instala-se. ( ) A ignorância social em relação ao assunto abordado pode ser suprida através de conquistas de caráter apenas pessoal. a) F – V – F b) V – F – F c) V – F – V d) F – V – V
Sua posição é contrária a todo e qualquer tipo de manifestação popular. FALSO – Em “Eu não sou uma pessoa democrática quando vou à rua protestar em nome dos meus fins privados, dos meus interesses pessoais, quando protesto em nome de interesses que em nada contribuem para a construção da esfera pública.” a autora afirma que é contrária a determinados tipos de ações como o protesto nas ruas em nome de fins particulares, e não a qualquer tipo de manifestação. Diante do desconhecimento acerca da democracia, o autoritarismo instala-se. VERDADEIRO – Os trechos “O fato de que as pessoas que vivem em um regime democrático não saibam o que é democracia é uma questão por si só muito grave. O saber sobre o que seja qualquer coisa – e neste, caso, sobre o que seja a democracia – se dá em diversos níveis e interfere em nossas ações. Agimos em nome do que pensamos. Mas muitas vezes não entendemos muito bem nossos próprios pensamentos, pois somos vítimas de pensamentos prontos” e “a democracia flerta facilmente com o autoritarismo quando não se pensa no que ela é e se age por impulso ou por leviandade.” demonstram o posicionamento da autora de que onde não há conhecimento satisfatório ou suficiente acerca da democracia, o autoritarismo encontra lugar. A ignorância social em relação ao assunto abordado pode ser suprida através de conquistas pessoais. FALSO – “dos meus interesses pessoais, quando protesto em nome de interesses que em nada contribuem para a construção da esfera pública” o trecho anterior apresenta a ideia de que as conquistas pessoais não são suficientes para a construção ou exercício da democracia.
Fonte: O próprio texto.
24) No último parágrafo do texto, a autora utiliza como estratégia argumentativa o uso da 1ª pessoa do singular com o propósito de a) persuadir o leitor através da confissão de atitudes executadas por ela mesma. b) beneficiar-se da posição de autoria e realizar um desabafo diante do seu leitor. c) assumir toda a responsabilidade das ações práticas em detrimento da democracia. d) através de seu posicionamento, convencer o leitor acerca do efeito autoritário de certas ações.
O texto apresentado é altamente pessoal, centrado na opinião do autor, nada impede que seja escrito em primeira pessoa. A escolha feita pela autora, de forma enfática no último parágrafo, tem o propósito não de atribuir as ações citadas apenas e preferencialmente à sua pessoa, mas sim posicionar-se veementemente contribuindo para sua argumentação e persuasão.
Fonte: PIMENTEL, Carlos. Redação descomplicada. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. GARCIA, Othon Moacyr. Comunicação em prosa moderna: Aprenda a escrever, aprendendo a pensar. 27. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2010.
25) De acordo com a situação comunicativa do texto, a linguagem utilizada é
a) linguagem técnica, conferindo credibilidade ao texto. b) linguagem formal, conferindo adequação linguística ao texto. c) linguagem informal, tendo em vista o meio de veiculação do texto em questão. d) linguagem científica, sendo os dados apresentados resultados de pesquisa científica.
Também conhecida como língua padrão e norma culta, a linguagem formal é utilizada na maior parte dos livros, jornais e revistas, em alguns programas de televisão, nos livros científicos e didáticos e é ensinada na escola. Obedece às normas gramaticais, é uma linguagem cuidada.
Fonte: CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza A. Cochar; CILEY, Cleto. Interpretação de textos. Construindo competências e habilidades em leitura. 2. ed. São Paulo: Atual Editora, 2012.
26) Acerca dos operadores argumentativos e organizacionais no processo de coesão conectiva, estabeleça a relação correta entre o valor indicado na 1ª coluna e o destacado na 2ª. (1) causa (2) exclusão (3) oposição (4) disjunção (5) espaço textual (6) metalinguístico
( ) “Mas muitas vezes [...]” (1º§) ( ) “[...] pois somos vítimas [...]” (1º§) ( ) “[...] se age por impulso ou por leviandade.” (3º§) ( ) “e neste, caso, sobre o que seja a democracia” (1º§)
A sequência está correta em a) 1 – 4 – 5 – 6 b) 1 – 3 – 2 – 5 c) 2 – 3 – 4 – 6 d) 3 – 1 – 4 – 5
Segundo Marcuschi , dentro dos esquemas de coesão conectiva estão os operadores argumentativos e organizacionais. Entre os operadores argumentativos temos: 1 – oposição: mas, porém, contudo; 2 – causa: porque, pois, já que; 3 – fim: para, com o propósito de; 4 – condição: se, a menos que, desde que; 5 – conclusão: logo, assim, portanto; 6 – adição: e, bem como, também; 7 – disjunção: ou; 8 – exclusão: nem; 9 – comparação: mais do que, menos do que etc. Entre os operadores organizacionais temos: A – de espaço e tempo textual: em primeiro lugar, em segundo lugar, como veremos, como vimos, neste ponto, aqui na 1ª parte, no próximo capítulo; B – metalinguísticos: por exemplo, isto é, ou seja, quer dizer, por outro lado, repetindo, em outras palavras, com base nisso, segundo fulano etc.
Fonte: MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.
1ª frase = “O questionamento é uma prática, mas é também qualidade do conhecimento.” Sujeito = “O questionamento” 2ª frase = “É a virtude do conhecimento.” Sujeito elíptico = “Ele” em referência a “O questionamento” através da coesão textual. A expressão “subtende-se” permite tal relação, não houve afirmação que está claro o sujeito, mas através do termo “subentende-se” é possível afirmar que a alternativa apresenta a possível relação estabelecida anteriormente.
Fonte: CUNHA, Celso; CINTRA, Luís F. Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. 6. ed. Rio de Janeiro: Lexikon Editora Digital, 2013.