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Fundo de Comércio: Avaliação de Empresas Baseada em Bens Intangíveis, Notas de estudo de Comércio

Este documento discute o conceito do fundo de comércio em contabilidade, que se refere aos bens intangíveis registrados e não registrados na contabilidade, como patentes, marcas, clientela, reputação, entre outros. O texto também aborda a importância da análise do lucro líquido anual esperado para determinado período de tempo, aplicável a qualquer empresa, pequena, média ou grande. Além disso, o documento discute o papel do planejamento estratégico na avaliação do fundo de comércio e o uso do enterprise resources planning (erp) para o reestabelecimento de estoque.

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

VictorCosta
VictorCosta 🇧🇷

4.7

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FUNDO DE COMÉRCIO * Pedro Schubert
Esta matéria que não tem bibliografia e o seu conceito no ambiente contábil refere-se aos bens
intangíveis e os autores ficam com os itens intangíveis possíveis de serem registrados pela contabilidade
como patentes, marcas adquiridas, nomes comerciais e os estudiosos acrescentam, já o registrados na
contabilidade, a clientela, o “ponto” e a reputação (imagem, no nosso entender) do dono da empresa, dos
produtos, etc.
Tudo isto é e está correto, mas o fundo de comércio (também denominado GOOD WILL) é isto e
engloba outros itens intangíveis que analisaremos neste artigo.
Podemos afirmar, de modo genérico que o fundo de comércio é a capacidade que o
empreendimento tem de gerar lucros.
VALOR DA EMPRESA
Nas análises realizadas pelos analistas de investimentos, para a avaliação das empresas com o
objetivo de compra; das empresas ou de suas ações, o seu valor é enquadrado no seguinte parâmetro:
VALOR DA EMPRESA = PATRIMÔNIO LÍQUIDO + LUCROS GERADOS EM DETERMINADO PERÍODO DE TEMPO t (t = 1 a n anos)
O Patrimônio Líquido está registrado na contabilidade. O lucro gerado no período de tempo t é o
que vamos chamar de Fundo de Comércio e será analisado nesta matéria.
Caberá então, ao analista de investimentos projetar, a partir destes bens intangíveis, diferentes
cenários (simulações) para, até por métodos estatísticos, quantificar o lucro líquido anual esperado para
determinado período de tempo t.
Este período de tempo t é função direta da empresa sob análise. Para uma casa comercial ou uma
indústria de bens de consumo convencionou-se o tempo t como 5 anos.
Para um empreendimento de longa maturação, como indústrias de base (siderurgia, por exemplo) e
de infra-estrutura (energia elétrica) este tempo t pode ser de 15 a 25 anos.
Só para adicionar mais imponderabilidade ao estudo do fundo de comércio, podemos destacar que,
com a velocidade da tecnologia poderá acontecer que, processos e produtos, em 5 anos estejam superados
e, se, na análise da capacidade da empresa de gerar lucros, esta macro variável não for considerada e se
ocorrer mudanças na tecnologia no período t, considerado na análise e se os novos donos não tiverem
capacidade de ajustarem-se à nova realidade, com certeza, tornar-se-ão inviáveis e os lucros gerados no
período não remuneração o capital investido.
UNIVERSO PARA O CÁLCULO DO FUNDO DE COMÉRCIO
A análise do fundo de comércio pode ser aplicada a quaisquer empresas e de quaisquer atividades e
de quaisquer portes.
Portanto, as empresas de pequeno porte EPP’s, as micro empresas ME’s, médias e grandes
empresas podem ser analisadas, para a quantificação do seu fundo de comércio, com os mesmos
conceitos, princípios e métodos de cálculos.
O que diverge, na prática, é a capacidade financeira para patrocinar um estudo abrangente do
ambiente atual e futuro da empresa ou então, não há tempo para realizar esta análise.
Com isto, podemos definir dois modos para a avaliação do fundo de comércio.
Para o analista de investimentos que tem capacidade profissional (experiência nesta atividade) e
condições financeiras, poderá valer-se do Planejamento Estratégico e de SISTEMAS INTEGRADOS de
Contabilidade, Custo e Tesouraria, bem como de Orçamento e assim possuir dados históricos (da
contabilidade) convenientemente organizados e de simulações de resultados, projetados para diferentes
cenários e períodos de tempo t.
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Baixe Fundo de Comércio: Avaliação de Empresas Baseada em Bens Intangíveis e outras Notas de estudo em PDF para Comércio, somente na Docsity!

FUNDO DE COMÉRCIO

*** Pedro Schubert**

Esta matéria que não tem bibliografia e o seu conceito no ambiente contábil refere-se aos bens intangíveis e os autores ficam com os itens intangíveis possíveis de serem registrados pela contabilidade como patentes, marcas adquiridas, nomes comerciais e os estudiosos acrescentam, já não registrados na contabilidade, a clientela, o “ponto” e a reputação (imagem, no nosso entender) do dono da empresa, dos produtos, etc. Tudo isto é e está correto, mas o fundo de comércio ( também denominado GOOD WILL ) é isto e engloba outros itens intangíveis que analisaremos neste artigo. Podemos afirmar, de modo genérico que o fundo de comércio é a capacidade que o empreendimento tem de gerar lucros.

VALOR DA EMPRESA

Nas análises realizadas pelos analistas de investimentos, para a avaliação das empresas com o objetivo de compra; das empresas ou de suas ações, o seu valor é enquadrado no seguinte parâmetro:

VALOR DA EMPRESA = PATRIMÔNIO LÍQUIDO + LUCROS GERADOS EM DETERMINADO PERÍODO DE TEMPO – t (t = 1 a n anos)

O Patrimônio Líquido está registrado na contabilidade. O lucro gerado no período de tempo t é o que vamos chamar de Fundo de Comércio e será analisado nesta matéria. Caberá então, ao analista de investimentos projetar, a partir destes bens intangíveis, diferentes cenários (simulações) para, até por métodos estatísticos, quantificar o lucro líquido anual esperado para determinado período de tempo t. Este período de tempo t é função direta da empresa sob análise. Para uma casa comercial ou uma indústria de bens de consumo convencionou-se o tempo t como 5 anos. Para um empreendimento de longa maturação, como indústrias de base (siderurgia, por exemplo) e de infra-estrutura (energia elétrica) este tempo t pode ser de 15 a 25 anos. Só para adicionar mais imponderabilidade ao estudo do fundo de comércio, podemos destacar que, com a velocidade da tecnologia poderá acontecer que, processos e produtos, em 5 anos estejam superados e, se, na análise da capacidade da empresa de gerar lucros, esta macro variável não for considerada e se ocorrer mudanças na tecnologia no período t , considerado na análise e se os novos donos não tiverem capacidade de ajustarem-se à nova realidade, com certeza, tornar-se-ão inviáveis e os lucros gerados no período não remuneração o capital investido.

UNIVERSO PARA O CÁLCULO DO FUNDO DE COMÉRCIO

A análise do fundo de comércio pode ser aplicada a quaisquer empresas e de quaisquer atividades e de quaisquer portes. Portanto, as empresas de pequeno porte – EPP’s, as micro empresas – ME’s, médias e grandes empresas podem ser analisadas, para a quantificação do seu fundo de comércio, com os mesmos conceitos, princípios e métodos de cálculos. O que diverge, na prática, é a capacidade financeira para patrocinar um estudo abrangente do ambiente atual e futuro da empresa ou então, não há tempo para realizar esta análise. Com isto, podemos definir dois modos para a avaliação do fundo de comércio. Para o analista de investimentos que tem capacidade profissional (experiência nesta atividade) e condições financeiras, poderá valer-se do Planejamento Estratégico e de SISTEMAS INTEGRADOS de Contabilidade, Custo e Tesouraria, bem como de Orçamento e assim possuir dados históricos (da contabilidade) convenientemente organizados e de simulações de resultados, projetados para diferentes cenários e períodos de tempo t.

Isto permite quantificar os lucros anuais, esperados e aplicar os métodos quânticos de fluxo de caixa descontado e das análises de risco operacional e financeiro. Para o universo de empresas sem condições para analisar o lucro da empresa, neste grau de sofisticação, este planejamento estratégico é desenvolvido – pelos negociadores de empresas ou pelos compradores - pelo “faro”, tino comercial, bom senso, melhor seria pelo senso comum, pelo “feeling” ou sentimento ou todos eles. A avaliação do lucro da empresa, pelo senso comum, toma 1, 2, 3 ou até mais, meses da receita líquida do empreendimento e considera o seu somatório como seu lucro líquido anual e aplica os métodos quânticos já citados ou então, usa o fator (de 1 a 4).

CAMPO DE ATUAÇÃO E ATIVIDADES DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Na análise que fizemos em matéria anterior, procuremos mostrar o universo do planejamento estratégico (ver o livro Planejamento Estratégico – Formulação, Implantação e Controle, de Paulo Vansconcellos Filho e outros, da LTC Editora – Rio) aplicável em quaisquer empresas, mas pouco acessível às empresas de menor porte financeiro. Para estas, fizemos uma análise do ÍNDICE DUPONT e procuramos substituí-lo pelo planejamento estratégico. Este índice DUPONT gera o índice de retorno sobre o ativo imobilizado – RSAO – e com ele, foram aplicados exemplos. Esta comparação e exemplos continuam válidos. A diferença está na fonte dos dados. No RSAO os dados são obtidos da contabilidade, portanto, dados históricos e no planejamento estratégico, os dados são projetados.

INTEGRAÇÃO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO, ORÇAMENTO E OPERAÇÃO

Pacificados a definição do que é Fundo de Comércio e a sua relação com o planejamento estratégico vamos enfatizar que as direções das empresas, nas suas atividades, devem trabalhar continuamente na busca desta integração, para o sucesso dos seus empreendimentos. A busca constante, com o enfoque social, de maiores lucros depende desta abordagem. O QUADRO 1 mostra, de modo sintético esta integração. O nível corporativo ou estratégico desenvolve, de modo contínuo, o planejamento do empreendimento, nas definições de seus objetivos, políticas, diretrizes e de acordo com os resultados, qualitativos e intangíveis, da análise do seu Ambiente Total, define estratégias. O nível gerencial , com base nestas análises e definições, estabelecerá planos e programas, com suas metas e utilizando instrumentos como o Sistema Integrado de Orçamento Empresarial – SIOE – quantificará, através de simulações , diversos cenários, quantificando os recursos e projetando resultados (entre eles, as projeções de lucros) para n exercícios sociais. Assim, teremos os dados para o cálculo do fundo de comércio. O nível operacional programará estes recursos (de material, de equipamentos, de recursos humanos, de tecnologias, financeiros, de sistemas integrados) e utilizando-os nas operações diárias. Nesta atividade, os dirigentes devem utilizar o Sistema Integrado de Contabilidade, Custo e Tesouraria – SICCT e assim, de modo contínuo, podem comparar os recursos orçados com os recursos efetivamente realizados. Isto também permite o ajuste contínuo entre o planejado e o realizado e também, o nível gerencial transmite ao nível operacional, as mudanças que vão ocorrendo, em função das modificações no ambiente estratégico e com isto, mudando a programação dos recursos. É nesta etapa que entendemos que ocorre o Enterprise Resources Planning – ERP que é um fato importante na avaliação do fundo de comércio, o ressuprimento de estoque é, com certeza, uma operação automática do reestabelecimento de estoque, em conseqüência do ERP e de utilizar sistemas integrados. Com base no QUADRO 2 podemos, em primeiro lugar, comparar a atividade do planejamento estratégico que é uma análise sistêmica e contínua do Ambiente Total da empresa com o tino comercial que é uma análise do mesmo Ambiente Total mas de modo intuitivo. Esta análise intuitiva se faz presente

MÉTODOS QUÂNTICOS DE ALTAS FINANÇAS PARA AVALIAÇÃO DE EMPRESAS (1)

Com valores realizados (séries temporais):  Cálculo do valor patrimonial da ação.  Valor financeiro de ação.  Valor da ação (baseado em dividendos pagos ou recebidos).

Com valores projetados:  Valor atual de ação.  Cálculo pelo fluxo de caixa descontado.  Cálculo do valor atual de ação pelo lucro líquido projetado.

(1) ver a revista Decidir ano IV nº 40 – nov/97.

O valor da ação ou quota (Ltda) já incorporado o valor do fundo de comércio, multiplicado pela quantidade de ações ou quotas, registrada no capital social, totaliza o valor da empresa.

AVALIAÇÃO DO VALOR NO FUNDO DE COMÉRCIO

 Temos o método prático de multiplicar o somatório do lucro líquido (de n meses) por um fator que varia de 1 a 4.  Temos os métodos quânticos já citados. Todos fundamentam-se no mesmo dado: o lucro líquido do exercício e no método do fluxo de caixa descontado. Estes métodos permitem expressar a seguinte comparação:

Fundo de comércio = fluxo de caixa descontado

Sendo:. fundo de comércio =  f  LLíquido ^ e

. fluxo de caixa descontado =

LLíquido i

n

t t (^)  



logo: 

LLíquido i

f LLíquido

n

t t (^)  

cancelando o LLíquido, teremos:

n

t

f (^) it 1 1

A fórmula do cálculo do valor da empresa será 

LL PL

i

f LL PL

n

t t (^)   



Se LL for 0 (zero) ou negativo, o fundo de comércio será zero e o valor da empresa será o valor do PL.

 (^) f = fator  (^) i =taxa interna de retorno definida pelo investidor t = número de exercícios sociais  (^) LL = lucro líquido PL = patrimônio líquido

n

t it 1 1

= fator de desconto

Esquematicamente, podemos expressar o fluxo de caixa descontado do seguinte modo:

LL

i

n

t t (^)  

, onde n = 5

que representa o valor do fundo de comércio.

Como já mencionamos, o período de tempo convencionado para esta análise é de 5 (cinco) exercícios sociais, logo n=5 e a taxa i = 15% a.a.

Na igualdade

n

t

f (^) it 1 1

o fator f é função de i e de t , sendo

diretamente proporcional a t e inversamente proporcional a i.

Se i for igual a 0 (zero) e t = 1, f será = 1 e nesta condição, se t = 5 o fator f será 5 que é o seu limite máximo, por convenção. Para i  0 (zero) e t = 5, encontramos as seguintes correlações diretas: i = 5%, o fator é 4,33; se i = 15% o fator é 3,3 e se i = 100%, o fator é 1,00; ou seja, quanto maior a exigência do investidor (maior taxa i ) menor será o fator. Podemos afirmar que os dois métodos se equivalem e podem ser aplicados nos cálculos que dimensionam os valores dos fundos de comércio das EPP’s e ME’s e que o fator f é uma variável dependente de i e de t e assim, a escolha deste fator deixa de ser por “feeling”. Deste modo, i e t devem ser definidos, se possível, por negociação entre as partes em conflito ou em negociação. A taxa i de 15% e o tempo t de 5 anos são aceitos nos estudos de altas finanças para o cálculo do valor do fundo de comércio nas empresas de médio e de grande porte. Nesta definição de i e de t , o ambiente de cada empresa também deve ser considerado pelo adquirente, no momento das definições destas variáveis e a análise do índice RSAO é um bom ponto de partida para a avaliação deste ambiente.

APLICANDO O MÉTODO QUÂNTICO NAS EEP’S E ME’S

Índice de Lucratividade – IL – como examinado no ÍNDICE DUPONT , este índice representa o número de vezes da Receita Líquida mensal que a empresa obtém como Lucro Líquido do Exercício. Assim, o valor da Receita Líquida de um mês, obtida como Lucro Líquido do Exercício, corresponde a 1/12 avos da Receita Líquida Anual ou 8,33%; 2/12 avos ou 16,66%; 3/12 avos ou 25% e assim por diante. Ao quantificar a Receita Líquida Anual da empresa e com base no índice de lucratividade do ramo de negócio ou mesmo, de apurar o efetivo índice de lucratividade da empresa sob análise, o perito tem os dados para quantificar o valor do Lucro Líquido Anual e, utilizando o Método Quântico calculará o valor do Fundo de Comércio.

Para os adquirentes de EPP’s e ME’s uma boa referência é analisar o índice RSAO da empresa para verificar se poderá melhorar o desempenho da empresa, mesmo que no momento da compra, ela não esteja gerando lucros. O fator cabalístico de 1 a 4 , aplicado nas EPP’s e ME’s , sobre a receita de venda média mensal ou sobre a média dos lucros líquidos dos três últimos exercícios sociais para o cálculo do fundo de comércio, corresponde ao valor obtido pelo método do fundo de caixa descontado para um período t de exercícios sociais, passado ou futuro e a uma taxa interna de retorno i. Este fator é diretamente proporcional a t e inversamente proporcional a i. Quanto t for igual a 5 e i for igual a 15% a.a., este fator cabalístico é 3,3.

*Administrador, Autor, Professor da FGV Rio, Perito Judicial TJ-RJ, Contador e Sócio Fundador da BMA Informatica & Assessoramento Empresarial Ltda.