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Business e conhecimento. O que as empresas precisam entender e desenvolver para implantar em suas áreas. Como compreender os dados e tomar decisões.
Tipologia: Notas de estudo
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1 Empoderando vidas. Fortalecendo nações.
Equipe técnica Hugo Pedro Huornik, estagiário, graduando da EACH/USP Marise Barbosa, pesquisadora, doutoranda, FEA/USP Ana Carolina Ferreira Siqueira, pesquisadora, mestranda, FEA/USP Ações de sensibilização Oficina de Gestão do Conhecimento no Ecossistema de Negócios de Impacto: Profa. Dra. Graziella Maria Comini, professora associada FEA/USP Prof. Dr. Edgard Barki, professor FGV/EASP Vivianne Naigeborin, Potencia Ventures Equipe Apoio: Edson D´Amario, Hugo Guornik de Oliveira, Marise Uemura, Monica Galvão, Simone Sousa, FEA/USP Agradecimentos Organizações participantes da oficina de Gestão do Conhecimento no Ecossistema de Negócios de Impacto: Aliança Empreendedora: Cristina Filizzola e Fabiano Salgado Artemísia: Priscila Martins AOKA: Ricardo Gravina Bemtevi: Ricardo Mastrotti Deloitte: Larissa Nakano Derraik e Menezes: Carlos Eduardo Gonçalves Din4mo: Mariana Salton EACH/USP: Sylmara Dias e Tania Christopoulos ESPM: Prof. Maurício Turra FEI: Edson Sadao FOCO: Ana Beatriz Roth GIFE: Graziela Santiago Governo do Estado de São Paulo: Eduardo Henrique de Azevedo ICE: Célia Cruz e Beto Scretas Insper: Prof. Geraldo Setter Instituto Quintessa: Ana Luiza Kato Latin America Angels Society: Marco De Biasi Ministério da Industria, Comercio Exterior e Serviços (MDIC): Lucas Ramalho Mov Investimentos: Denis Nakara Neoalta: Adriano Nunves Pipe Social: Mariana Fonseca Ponte a Ponte: Rachel Añon Sistema B: Tatiana Mendizabal Sitawi Finanças do Bem: Paula Bonazzi Vox Capital: Gilberto Ribeiro Worth a Million: Valentim Biazotti Edição PNUD Brasil Projeto Gráfico e diagramação Rafael Melo Primeira edição Abril 2018 Tiragem 1000 exemplares
Os desafios do desenvolvimento são cada vez mais interdependentes, afetam simultaneamente países do Norte e do Sul e evoluem em um ritmo cada vez mais rápido. Em 2030, estima-se que teremos 8,5 bilhões de habitantes no planeta, do quais aproximadamente 223 milhões de pessoas devem viver no Brasil 1. Para atender às demandas econômicas e sociais desta população, lidar com os efeitos de megatendências, como a inteligência artificial e a mobilidade, e preservar o meio ambiente, precisaremos de soluções audaciosas com inovações sociais e tecnológicas disruptivas. Com capacidade de implementar, de se adaptar rapidamente e de inovar, os negócios de impacto social estão bem posicionados para encontrar novas soluções para alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentável em 2030, uma agenda universal que, entre seus numerosos desafios, procura erradicar a pobreza extrema e a fome no mundo. Esta agenda apresenta oportunidades significativas para que os negócios abram novas novos mercados, atraindo investimentos, valendo-se das competências, expertises e recursos das empresas. Sua relevância também se coloca cada vez mais na agenda de investimento. Estima-se que aproximadamente 3 a 4 trilhões de dólares por ano são direcionados para esta agenda nos países em desenvolvimento. Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) só podem ser alcançados se o país conseguir criar pequenos negócios bem estruturados e competitivos 2. Sabemos que 34 em cada 100 brasileiros adultos possuem uma empresa ou estão envolvidos com a criação de um negócio próprio^3. Soma-se a isto a contribuição incontestável dos pequenos negócios para o desenvolvimento do país ao responderem por 27% do PIB e 51% dos postos de trabalho 4. Desta forma, desempenham um papel vital para promover o crescimento econômico inclusivo e sustentável, o emprego e o trabalho decente, bem como impulsionar a produção sustentável e fomentar a inovação. Os negócios também estão cada vez mais empenhados em responder às necessidades da sociedade através de mecanismos de mercado. Ao desenvolverem soluções comerciais inovadoras para melhorar a vida das pessoas, os negócios de impacto social colocam a geração de valor social no centro de sua missão. Contribuem assim para ampliar a oferta de serviços em saúde, telemedicina, energias renováveis, gerenciamento de resíduos ou mesmo para tornar as cidades mais resilientes, entre outras. (^1) Fonte: IBGE, Projeção da população do Brasil para o período 2000-2060. Revisão 2013. (^2) Fonte: OECD, Entrepreneurship at a Glance, OECD Publishing, 2016. (^3) Fonte: Global Entrepreneurship Monitor, 2015. (^4) Fonte: SEBRAE, 2014.
O primeiro relatório mundial sobre empreendedores sociais, realizado pelo instituto de pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) em 2009, mostrou que quase 2% da população adulta estão envolvidos em alguma atividade social, em áreas que vão de educação e desenvolvimento econômico à preservação do meio ambiente. Uma minoria significativa lidera iniciativas sem fins lucrativos, seguindo preceitos de ferramentas de negócios, e muitos dos que ainda não trabalham nesse campo expressaram vontade de implementar projetos desse tipo em um futuro próximo. Desde 2014, o SEBRAE inseriu na sua agenda estratégica de atuação, a temática dos negócios de impacto social e ambiental, como um dos eixos estratégicos de atendimento aos pequenos negócios. Estamos empenhados em contribuir na geração de negócios com propósito e lucro, estimulando pessoas da base da pirâmide a serem sócias, parceiras ou mesmo fornecedoras de produtos e serviços para o negócio de impacto social e ambiental. A transformação digital e a economia do compartilhamento são chaves para a atuação mais efetiva dos negócios na economia do século XXI. Nesse contexto, a parceria do SEBRAE com o PNUD para a implementação do Projeto INCLUIR – Fortalecimento dos Negócios Inclusivos e Sociais no Brasil reúne ações para apoiar os pequenos negócios no aumento da competitividade e na integração desses nas cadeias globais de valor. Ou seja, os modelos de negócios de impacto social e ambiental podem gerar valor ao preencher lacunas de oportunidades para a solução de problemas globais. As chamadas cadeias de valor híbridas refletem o ponto de encontro entre as empresas e os negócios sociais, podendo ter outros atores públicos envolvidos também para a geração de ganhos. Elas englobam uma mudança sistêmica na forma como esses atores interagem, porque tendem a capitalizar sinergias e forças complementares para incrementar benefícios, baixar custos e realizar a missão de atender a problemas globais. Cada vez mais passamos a conhecer várias empresas que participam dessas iniciativas, na maior parte das vezes, concebidas e lideradas por empreendedores inovadores e visionários que, como não estão presos ao pensamento de negócios tradicional, podem identificar as melhores oportunidades para criar valor compartilhado. Enquanto as empresas contribuem com sua experiência em produção, capacidade de gerar escala e gerenciamento de operações e finanças, os empreendedores sociais colaboram com os baixos custos, as fortes redes sociais e o amplo conhecimento de suas comunidades e dos potenciais clientes. A estratégia de atuação nacional do Macrossegmento Negócios de Impacto Social e Ambiental vem sendo operacionalizada junto ao SEBRAE nos estados, observando as janelas de oportunidades nas cadeias de valor dos setores do Agronegócio, Indústria e Comércio e Serviços, a partir de um olhar sistêmico para as dimensões da produtividade, produto e mercado e desenvolvimento Local. Os principais segmentos onde surgem os negócios de impacto social e ambiental são: Educação, Saneamento básico e Habitação, Serviços Financeiros, Tecnologia da
Informação, Saúde, Meio Ambiente, Artesanato, Agricultura, Cultura, Energia, Mobilidade Urbana, entre outros. Na 1ª. Edição da Chamada INCLUIR 2017 - SEBRAE/PNUD mapeamos 857 iniciativas empreendedoras que estão espalhadas pelo nosso Brasil em diversos segmentos. A partir daí, com parceiros de todo ecossistema, o desafio é dar apoio contínuo na gestão desses modelos de negócios inovadores para que tenham acesso a capacitação, mentorias e investimentos, de forma sustentável. Soma-se a relação dos negócios de impacto social com a Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável que são outro aspecto fundamental a nortear a nossa atuação, pois são esses modelos inovadores de impacto que têm plena aderência aos 17 desafios globais apresentados, com um campo fértil para o desenvolvimento de soluções inclusivas. Esperamos que as informações aqui apresentadas possam servir de insumos para empreendedores interessados em conhecer mais profundamente sobre a temática dos negócios de impacto social e ambiental e dos instrumentos que estão disponíveis para apoio nas tomadas de decisão. Boa leitura!
Kofi Annan (2002) afirmou que o desenvolvimento sustentável seria um sonho distante sem a participação do setor privado e isto só é possível por meio da revisão de seus modelos organizacionais, dos produtos/serviços que são criados e da forma como é gerenciada a cadeia de valor. Com a agenda 2030 e a implementação dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), o setor privado assume uma relevancia aninda maior para desenvolver soluçoes economicamente viáveis e capazes de responder às demandas sociais e ambientais nos contextos onde atuam. Como afirma Guterres (2017), sem o setor privado, não teremos a inovação, nem mesmo, a capacidade necessária para descobrir novos mercados, novos produtos, novos serviços e para desenvolver novas áreas da economia. Neste sentido, os negocios de impacto social encontram-se amplamente alinhados com esta agenda do desnvolvimento global, pois já trazem na construção do seu modelo de negócios a intenção de enfrentar os desafios sociais ou ambientais. A evolução do ecossistema de negócios de impacto passa pela consolidação de boas iniciativas as quais podem servir de inspiração e referência para outros empreendedores. Os relatórios analisados tendem a associar o sucesso de um empreendimento à sua capacidade de escalabilidade. Neste aspecto, é fundamental que o ecossistema faça uma distinção entre profundidade e abrangência das inovações socioambientais e seus respectivos impactos. Pesquisa desenvolvida por Comini (2016) indica que os negócios de impacto são caracterizados por diferentes lógicas de atuação e, portanto, suas contribuições ao desenvolvimento sustentável não são homogêneas. Negócios de impacto com forte lógica social tende a desenhar e estruturar suas atividades com o propósito de gerar valor socioambiental em diferentes dimensões, sua contribuição tende a ser mais qualitativa e com maior profundidade de impacto. Por outro lado, negócios de impacto com uma lógica de atuação fortemente direcionada ao mercado tendem a provocar resultados de maior abrangência em dimensões específicas do desenvolvimento sustentável, sua contribuição tende a ser em termos de abrangência e, portanto, quantitativa e escalável. Não há um tipo ideal: é necessário fomentar tanto negócios que tenham potencial de atingir um número elevado de pessoas, bem como aqueles negócios que gerem transformações profundas em uma localidade, embora muitas vezes atinjam um número menor de beneficiados. Quem Faz? 579 Negócios de impacto (Pipe, 2017) 857 Inscritos, 308 na categoria ideias inovadoras (PNUD/SEBRAE, 2017) Quem Apoia? 256 Iniciativas de aceleração/ incubação 53 Com iniciativas de alto impacto (Ande, 2017) (PNUD/SEBRAE, 2017) Quem Financia? 2011 14 investidores (Ande, 2016) 2016 29 investidores de impacto USD 186 milhões Trabalhos colaborativos e Co-investimentos
A clareza dos interesses e o alinhamento de expectativas entre empreendedores, organizações intermediárias e investidores possibilita diminuir as tensões que são naturais no relacionamento e evita frustrações que foram sinalizadas pelos atores ao longo dos relatórios analisados. Campo Novo e em Expansão Muitos negócios na fase de ideação e validação Presença ainda tímida do governo, mas com boas iniciativas Há exemplos em todos os estados Aceleradoras: dependência de recursos de filantropia e governo Preferência dos investidores: setores de inclusão financeira, saúde e educação 14 estados possuem algum tipo de programa de aceleração Atuação ainda isolada do setor financeiro tradicional e do terceiro setor Diversidade de org. de apoio: Monitoramento/ Avaliação; Recursos e serviços financeiros; Conhecimento e informação; Gestão e acesso a investidores
Sumário Introdução “Quem Faz”: Perspectiva dos empreendimentos “Quem Apoia”: Perspectiva das Organizações Intermediárias “Quem Financia”: Perspectiva dos investidores e dos fundos de investimento Cronologia dos Relatórios Apresentação dos Resultados Referências Bibliográficas Anexos p 12 p 15 p 18 p 19 p 23 p 32 p 40 p 43 Visão de futuro do campo: reflexões sobre ações necessárias para seu fortalecimento p 36
diferentes momentos. O ecossistema não é estático, reflete a transformação e mutação de seus membros ao longo do tempo. Este relatório tem como objetivo apresentar um panorama dos desafios e oportunidades identificadas no ecossistema de Negócios de Impacto a partir da análise evolutiva dos dados secundários produzidos pelos seus atores e debate realizado com membros do ecossistema. Constitui como uma contribuição no âmbito da Iniciativa INCLUIR: frente de trabalho de cooperação técnica entre o Programa de Nações Unidas para o Desenvolvimento e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) para o fortalecimento de negócios inclusivos e sociais no Brasil. Os resultados foram divididos nas três categorias de atores do ecossistema (“quem faz”, “quem apoia” e “quem financia”). A seguir, a cronologia dos relatórios analisados. Um ecossistema pode ser avaliado por três d i m e n s õ e s ( E N D E AV O R , 2 0 1 6 ) : m a g n i t u d e , r e s u l t a d o s e autossustentabilidade. A magnitude indica o número de organizações e pessoas que apoiam e influenciam outros empreendedores por meio de relações pessoais e profissionais. Os resultados são mapeados por meio do número de organizações que ganham escala e geram impactos positivos e por fim, autossustentabilidade, a qual está relacionada com o reinvestimento de recursos na rede.
2015 2016 2017 Delloite: Mapeamento dos recursos financeiros disponíveis no campo social do Brasil com o objetivos de identificar recursos potenciais para Finanças Sociais Foco: Organizações de Fomento Delloite: Pesquisa de intermediários do Ecossistema de Finanças Sociais e Negócios de Impacto Foco: Organizações Intermediárias Quintessa: Guia 2. Foco: Organizações Intermediárias PNUD: Mercados Inclusivos no Brasil: Desafios e Oportunidades do Ecossistema de Negócios Foco: Negócios Inclusivos Inspirare: Empreendedores de Impacto: As dores e Delícias de Inovar em Educação Foco: Negócios de Impacto FLÔR et. al.: As Aceleradoras Brasileiras: levantamento para identificação do foco, atuação e distribuição territorial Foco: Aceleradoras PNUD e World Bank: Negócios Inclusivos: Relatório do G para Cúpula de 2016 Foco: Negócios Inclusivos e Governo Endeavor: Criando uma Rede de Empreendedores Sociais: uma análise do ecossistema empreendedor para Negócios Sociais em São Paulo Foco: Negócios Sociais ANDE: Panorama do Setor de Investimento de Impacto na América Latina Foco: Organizações de Fomento ANDE: O Panorama de Aceleradoras e Incubadoras no Brasil Foco: Aceleradoras e Incubadoras PIPE Social: 1º Mapa de Negócios de Impacto Social + Ambiental Foco: Negócios de Impacto Aliança Empreendedora: Mapeamento do Ecossistema de Apoio ao Microempreendedor Brasileiro Foco: Microempreendedor Individual de Baixa Renda PNUD/SEBRAE: Fortalecimento de Negócios Inclusivos e Sociais no Brasil Foco: Negócios Inclusivos