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O estudo buscou identificar e discutir conceitos, manifestações, evolução histórica e debates sobre o que envolve a economia criativa. Page 13. 13. E “As ...
Tipologia: Resumos
Compartilhado em 07/11/2022
4.5
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Santa Maria
Yuri dos Santos Machado
Projeto Experimental apresentado ao Curso de graduação em Comunicação Social, Curso de Relações Públicas, Departamento de Comunicação Social, Universidade Federal de Santa Maria, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Relações Públicas.
Orientador: Prof. Dr. Flavi Ferreira Lisbôa Filho
Santa Maria
Durante todo o ano me questionei se faria ou não os agradecimentos, pois acredito que gestos contém mais do que palavras, e é assim que pretendo agradecer a cada pessoa que fez parte de alguma maneira de minha caminhada. Porém, não poderia deixar a oportunidade de agradecer em especial algumas pessoas. O primeiro agradecimento vai em conjunto, pois essas duas são uma só para mim. Mãe e Vó, acredito que só escrevo estes agradecimentos para poder expressar o quanto eu amo cada uma de vocês. Vocês duas são meus exemplos de luta, garra, família, alegria e amor. Espero um dia retribuir por vocês terem feito de mim quem eu sou hoje, se estou aqui é por causa de vocês duas. Agradeço por ter uma irmã como a Lavínia, pois antes de tudo somos amigos. Não tenho como não agradecer por cada conversa e cada conselho que ouvi entre Porto Alegre e Viamão. Pai, Carmem e Cecília, vocês fazem parte deste momento, principalmente, por muitas vezes me fazerem pensar com maturidade sobre meu futuro, amo vocês. Não tenho como citar o nome de cada amigo que eu gostaria de agradecer, então escolhi dois nomes que representam melhor a característica de amigos: agradeço o Gustavo pela extrema parceria, alegrias de convívio, Descubras, e horas de risadas. E agradeço também a Paola, que se apresentou como uma pessoa que sempre motivou e colaborou nos momentos mais difíceis do caminho percorrido durante minha pesquisa. Não posso deixar de agradecer a cada colega que vou levar para a vida, bem como os professores que me marcaram. Aqui deixo um agradecimento especial ao grande amigo que a FACOS me proporcionou, obrigado Flavi por entender e acreditar neste projeto, ele não aconteceria se não fosse por ti. Agradeço por cada momento, por cada pessoa que fez e que faz parte desta caminhada. Muito Obrigado.
Naquela mesa ele juntava gente E contava contente o que fez de manhã
E nos seus olhos era tanto brilho
Que mais que seu filho
Eu fiquei seu fã
(Sérgio Bittencourt)
Experimental Design Public Relations course Universidade Federal de Santa Maria
Author: Yuri dos Santos Machado Adviser: Flavi Ferreira Lisbôa Filho
Increasingly, the event management takes the role of protagonist with the society. Aware of the advances of the event market in the last years, we notice the increasing importance of this sector within governments and organizations. This paper comes with the proposal to present possibilities for the planning and reporting of events accounts, being justified by the need to be constantly updated and prepared for their practices, considering that we live in a moment when great changes and advances might occur in a short time. Based on a contextualization of creative economy scenarios and the event market in Brazil, we are located in the alternatives and possibilities of the sector, followed by a bibliographical review in which authors and different perspectives that compose their models of planning and reporting are presented, making possible the organization of a practical and effective and efficient proposal of models
Keywords : Event management, Planning, Accountability, Efficiency, Effectiveness.
Com tantos avanços, o mercado exige que os profissionais da área se mostrem, cada vez mais criativos e potencializem seus resultados. Neste interim, surgem algumas inquietações que o trabalho busca sanar, pois um campo que sofre tantas mudanças deve estar preparado e se atualizar em relação a conteúdos que sirvam de base para o desenvolvimento de atividades na gestão de eventos, em especial no que diz respeito ao planejamento e consequentemente prestação de contas. Outro fator que motiva a realização deste trabalho é minha afeição^1 e proximidade que tenho com o tema, por influência de minha família convivo com a gestão de eventos desde a infância. Durante minha vida acadêmica mais uma vez fui atraído para atividades relacionadas ao tema, minha experiência mais recente se deu na disciplina de Gestão de Eventos onde desempenhei a função de monitor da turma, podendo acompanhar de perto os processos de ensino e de práticas na gestão de eventos. As experiências vividas até então me motivam ainda mais para pensar sobre a necessidade de um modelo mais “idealizado” que possa colaborar para que se maximizem os processos da gestão de eventos, pois em um cenário onde os pilares são a criatividade e a inovação, o gestor de eventos deve estar constantemente atualizado e preparado para desenvolver suas atividades de maneira prática, otimizando seu tempo e recursos. Este trabalho está estruturado em quatro capítulos. No primeiro deles, apresenta-se a metodologia, já que ela perpassa todo o trabalho dado seu caráter bibliográfico e propositivo. No segundo, intitulado “Economia Criativa e Gestão de Eventos”, abordamos inicialmente os temas economia criativa e mercado de eventos, situando na sequencia a gestão de eventos e definições dos termos eficiência, eficácia e efetividade. Em um terceiro momento, trazemos a revisão bibliográfica métodos e estratégias usados na gestão de eventos por meio das possibilidades de planejamentos e de relatórios de prestações de contas. Por fim, no quarto e último capítulo apresentamos nossas propostas de possibilidades para o planejamento e para o relatório de prestação de contas de um evento.
(^1) Peço licença para falar em primeira pessoa, pois diz respeito a vivências minhas.
Como bases metodológicas, o trabalho primeiramente fará uso da pesquisa da pesquisa, fazendo parte de um movimento de aproximação com objeto de estudo. Cada nova pesquisa não pode, portanto, ignorar a existência de outras investigações que a antecederam. Nesta busca, podemos encontrar informações e dados que poderão servir em termos de desenvolvimento relacionados ao tema em que se inscreve. (BONIN, 2006) Com um levantamento inicial foram revisadas as pesquisas existentes analisando possíveis aproximações tanto de conteúdos, seus textos e autores que puderam ser incorporados ao trabalho. Após pesquisa junto a Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, foram encontradas duas dissertações ambas do Programa de Pós-Graduação em Administração de Organizações da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto. A primeira delas, desenvolvida por Hélio Afonso Braga de Paiva intitulada “Proposta de método de planejamento e gestão estratégica de marketing para empresas organizadoras de eventos em redes de turismo” do ano de 2008 apresenta uma proposta de métodos ou uma sequencia de etapas com conceitos, análises e atividades fundamentais para a realização de um planejamento. Já a segunda dissertação desenvolvida por Rodrigo Alvim Afonso do ano de 2012, intitulada “Proposição de um método de planejamento e gestão estratégica de clusters”, visa por meio de pesquisas qualitativas, explicativas e de estudos de casos, construir um método de planejamento e de gestão estratégica aplicável a realidades de empresas. Em consulta ao Banco de Teses da CAPES, foram localizados dois trabalhos desenvolvidos pela pesquisadora Mariângela Benine Ramos Silva. A tese “Planejamento e organização de eventos: um modelo para profissionais de relações públicas e marketing”, apesentada no ano de 2003 na Universidade Federal do Rio Grande do Sul que tinha por objetivo elaborar um modelo para o planejamento e organização de eventos para profissionais de relações públicas e marketing. O estudo, entre outros, contemplou as etapas da organização de eventos, bem como sua viabilidade econômica e captação de recursos. Através de uma revisão bibliográfica, a autora buscou levantar as discussões e inovações a respeito de sua temática. E um artigo do ano de 2005, apresentado na Universidade Estadual de Londrina sob o título: “O evento como estratégia na comunicação das organizações: modelo de planejamento
E “As dimensões teóricas do evento”, apresentada na Universidade Anhembi Morumbi em 2004 por Fátima Marita Barbosa tratando sobre gestão de eventos. O trabalho que tem como objetivo colaborar com o crescimento e o enriquecimento do conteúdo acadêmico sobre a área visa propiciar elementos que possam colaborar com pesquisas futuras. O trabalho constrói, também, uma cronologia onde é feita uma análise sobre os eventos desde seu surgimento até os dias atuais. Após localizar e acessar esses dados, definiu-se a metodologia para o desenvolvimento do trabalho como pesquisa exploratória, de base bibliográfica, posto que se trata da apropriação dos conhecimentos adquiridos até então. No que se refere à pesquisa exploratória Bonin (2006), considera que, de modo simplificado, implica um movimento de aproximação à concretude do objeto empírico (fenômeno concreto a ser investigado), buscando perceber seus contornos, suas especificidades, suas singularidades. Para Gil (2007) a pesquisa exploratória promove maior familiaridade com o problema, visando torná-lo mais explícito ou então, construir hipóteses. O autor ainda explica que “a grande maioria dessas pesquisas envolve: (a) levantamento bibliográfico; (b) entrevistas com pessoas que tiveram experiências com o problema pesquisado; e (c) análise de exemplos que estimulem a compreensão” (GIL, 2007, p.41). Segundo Piovesan et al (1995), para que possamos obter determinada resposta, precisamos, antes de tudo, fazer a pergunta correspondente. Além disso, para que se obtenham "boas" respostas, precisamos fazer "boas" perguntas. Mas para que façamos "boas perguntas", ou perguntas pertinentes e de interesse, precisamos conhecer com antecipação as possíveis respostas, que consistiriam no "Universo de Respostas". Ainda sobre a pesquisa exploratória o autor afirma que:
O estudo exploratório colabora para a resolução de algumas dificuldades encontradas na pesquisa. Uma delas é a que se refere ao desenvolvimento de programas, pensando-se na população como um recipiente vazio e que a tarefa educativa se resumiria em preenchê-lo. Nada mais que um engano, pois a população é rica de conhecimentos e esses conhecimentos, opiniões, valores e atitudes é que vão se constituir, muitas vezes, em barreiras. Essas barreiras podem ser conhecidas por meio do estudo exploratório e, pelo menos, parcialmente contornadas, a fim de que o programa educativo alcance maior aceitação. (PIOVESAN ET AL, 1995, p.6). A técnica escolhida para ser utilizada na metodologia do trabalho é a da revisão bibliográfica, pois segundo Vianna (2011), para proporcionar o avanço em um campo do conhecimento é preciso primeiro conhecer o que já foi realizado por outros pesquisadores e quais são as fronteiras do conhecimento naquela área.
Segundo Fonseca (2002, p.32) “a pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências anteriormente analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos. Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto”. O autor ainda reforça que existem também, pesquisas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, buscando recolher conhecimentos prévios sobre o problema do qual se busca resposta. Boccato (2006) considera a pesquisa bibliográfica como uma revisão da literatura sobre as principais teorias que norteiam um trabalho científico. A revisão pode ser realizada em livros, periódicos, artigos de jornais, sites da Internet e outras fontes. Ainda conforme o autor: A pesquisa bibliográfica busca a resolução de um problema (hipótese) por meio de referenciais teóricos publicados, analisando e discutindo as várias contribuições científicas. Esse tipo de pesquisa trará subsídios para o conhecimento sobre o que foi pesquisado, como e sob que enfoque e/ou perspectivas foi tratado o assunto apresentado na literatura científica. Para tanto, é de suma importância que o pesquisador realize um planejamento sistemático do processo de pesquisa, compreendendo desde a definição temática, passando pela construção lógica do trabalho até a decisão da sua forma de comunicação e divulgação. (BOCCATO, 2006, p.266). Segundo Lakatos e Marconi (1987, p. 66) a pesquisa bibliográfica trata-se de um levantamento, seleção e documentação de toda a bibliografia já publicada sobre o assunto que está sendo pesquisado, em livros, revistas, jornais, monografias, teses, dissertações, com o objetivo de colocar o pesquisador em contato direto com o material já escrito sobre o mesmo. Com as consultas para a elaboração da revisão bibliográfica, podemos, além de ter acesso ao que foi publicado na área, coletar e apontar potencialidades isoladas que servirão de base para a proposição de um modelo eficaz de planejamento e de prestação de contas na gestão de eventos.
leque de sobreposições de sentidos acionados pelo termo. O complexo de significados indica uma longa argumentação sobre as relações entre desenvolvimento humano geral e um modo específico de vida, e entre ambos e as obras e as práticas da arte da inteligência. O supracitado autor ainda destaca que no século XVIII encontramos um momento importante na história da palavra, pois a palavra “culturas” é usada pela primeira vez no plural, mostrando que o pensamento da época, se atentava para a existência de culturas específicas, ou seja, que poderiam apresentar variações conforme grupos sociais e econômicos presentes no interior de uma nação. A palavra apresenta muitas questões não resolvidas e respostas variadas para sua aplicação. O fato de variar de língua para língua, dificulta ainda mais o processo na criação de sentidos e referências para a mesma. Além das alternâncias em seu sentido etimológico, a cultura sofreu uma enorme expansão durante o século XX e se estende até hoje impactando fortemente em todos os aspectos de nossa vida social. “[...] A cultura tem assumido uma função de importância sem igual no que diz respeito à estrutura e à organização da sociedade moderna tardia, aos processos de desenvolvimento do meio ambiente global e à disposição de seus recursos materiais”. (HALL, 1997) Os avanços tecnológicos assumem papel importante na expansão da cultura, pois são através das revoluções e inovações na forma com que se produz e se veiculam informações que ocorrem expansões e trocas nos meios de produção e de cultura. Cada país apresenta suas peculiaridades na forma em que a população consome sua cultura, conforme Matias (2010) o deslocamento populacional na antiguidade, era responsável pela fomentação de trocas culturais por meio de feiras em aldeias e cidades, espaço de troca onde a população encontrava espaço para negociar sua produção. No Brasil, não era diferente, as cidades eram palcos de grandes feiras onde desde agricultores, até grupos de atores encontravam espaço para expor e disseminar sua cultura. Segundo Pinto (1999) a disseminação de notícias e cultura teve início no período de colonização, pois não existiam ainda, os serviços de emissão de comunicação oficiais. Eram os tropeiros os responsáveis por serem os transmissores de informações entre as localidades. Porém com o avanço da colonização, tanto a expansão quanto a disseminação da cultura, passaram a estar atreladas aos meios de comunicação. Primeiramente com seus periódicos, jornais e revistas, meios de comunicação pelos quais a população se informava e tomava conhecimento do que se passava nas capitais. Posteriormente na década de 1920 ou “era rádio”, momento em que surgem os primeiros programas de auditório e período onde os
festivais culturais (atividade muito comum da época), passaram a ser transmitidos ao vivo para a população. O momento marcante de nossa história se deu com a chegada da televisão na década de 1950 em nosso país. Até hoje, é por meio da televisão que cultura e suas tendências são apresentadas à população brasileira de maneira massiva, tendo em vista que mais de 97% das casas no território brasileiro possuam ao menos um aparelho televisivo (IBGE, 2014). Mesmo com o fenômeno das redes sociais que potencializa e faz com que a cultura seja disseminada de maneira instantânea, é pela televisão que padrões de cultura e bens são divulgados de maneira abrangente em território nacional. Em nível global, segundo Hall (1997), as mudanças culturais ocorrem de maneira rápida, criando uma mudança social que se reflete em sérios deslocamentos culturais. Como reflexo desses deslocamentos ocorre uma propensão a uma homogeneização cultural. Podemos tomar como exemplo comunidades indígenas que ao passar dos anos veem suas tradições serem enfraquecidas e suas novas gerações assimilando e se apropriando de traços culturais pertencentes a outras culturas, por exemplo. Muito dessa homogeneização cultural se dá por meio do impacto da mídia, que com o passar do tempo se mostrou com um grande poder de persuasão sobre a população. Hall (1997) reflete sobre o papel de poder desempenhado pela mídia nos dias atuais, visto que é a mídia quem sustenta os circuitos globais de trocas econômicas dos quais depende todo o movimento mundial de informação, conhecimento, capital, investimento, produção de bens, comércio de matéria prima e marketing de produtos e ideias. Em um mundo globalizado e conectado, as tendências culturais, tendem a se espalhar rapidamente gerando certa homogeneização da cultura consumida, pois seguimos um padrão que nos foi apresentado e estipulado como “aceito”. Ao mesmo tempo em que muito se fala sobre a homogeneização da cultura em função da globalização, vários grupos e coletivos são formados com a intenção de promover os traços culturais de uma localidade. No caso do estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, a reafirmação de heranças e da tradição gaúcha, servem como exemplo de atitudes com a finalidade de regular a manutenção das antigas tradições culturais, mesmo que sejam apenas as hegemônicas. Isso pode ser visto como uma estratégia para tentar conter essa homogeneização cultural. No festival de música Planeta Atlântida^2 , por exemplo, que ocorre
(^2) Realizado pela Rede de Rádio Atlantida do Grupo RBS de Comunicação, o Planeta Atlântida é apontado como o maior festival de música do sul do país. Desde o ano de 1996, o festival ocorre anualmente durante o verão trazendo atroções nacionais e internacionais em seus diversos palcos.
como sujeitos individuais. Nossas ideias são, em resumo, formadas culturalmente. (HALL, 1997) As mudanças culturais não ocorrem apenas nos âmbitos de vida cotidiana e de mundo, elas também ocorrem no campo do conhecimento, mesmo que de maneira lenta. Está claro que ocorre uma revolução do nosso pensamento em relação à cultura. As mudanças referem- se em como o termo “cultura”, que a partir de uma análise social, passou a ser vista como uma condição constitutiva da vida, e não mais como apenas uma variável dependente, gerando, assim, uma alteração no paradigma nas ciências sociais e humanas que passou a ser conhecida como “virada cultural”. Ainda para Hall (1997, p. 10), a virada cultural está intimamente relacionada a esta nova atitude em relação à linguagem, pois a “[...] cultura não é nada mais do que a soma de diferentes sistemas de classificação e diferentes formações discursivas aos quais a língua recorre a fim de dar significado às coisas”. Podemos dizer que, em parte, no seu sentido epistemológico, a centralidade da cultura se apresenta nas alterações de paradigma que a virada cultural provocou em disciplinas tradicionais, e em seu peso explicativo que o conceito cultura carrega (HALL, 1997). Um dos reflexos disto seria a expansão da cultura vista de maneira mais ampla, hoje, ouvimos sobre a cultura empresarial, a cultura do trabalho, cultura da magreza, cultura de compras, cultura de eventos, etc. O que representa a apropriação do termo carregando seus próprios significados distintos e práticas, mesmo que as mesmas não façam parte da esfera cultural, no sentido tradicional da palavra. Como reflexo desta ampla expansão da “cultura”, os olhos da academia e do mercado econômico se voltam para a área que cresce e se fortalece a cada dia. O mercado da cultura se mostrou um ambiente extremamente abrangente e maleável, ao seu entorno se criaram nichos que com o decorrer do tempo ganham espaço em nossa sociedade, como por exemplo, a economia da cultura. Com o passar do tempo, os bens e serviços culturais passaram a exercer outra forma de valor, indo além de suas dimensões econômicas. Esse valor abstrato representa o valor cultural, que não segue o padrão habitualmente usado pelo mercado econômico. Tomando por exemplo os eventos, o valor referido não se trataria apenas de entender sobre a formação de preços de serviços, pensando de maneira extremamente econômica. Mas sim, de compreendermos que um evento carrega consigo, valores que não são de natureza mercadológica, como o senso de identidade proporcionado pelo serviço, ou os vínculos ali formados, que podem atrair e gerar sentidos de pertencimento para a população ou públicos de objetivo.
Mesmo que de maneira tardia, a economia se atentou para o mercado da cultura e de eventos como um meio competitivo no qual valores deixaram de ser mensurados apenas no papel, por consequência, se formou ao seu redor uma cultura criativa que influencia e movimenta o setor. Hall (1997) salienta que uma revolução conceitual de peso está ocorrendo nas ciências humanas e sociais. Isso vai muito além da aprendizagem que nos leva a pôr as questões culturais numa posição mais central, ao lado dos processos econômicos, das instituições sociais e da produção de bens, da riqueza e de serviços. A partir do momento em que se visualiza cultura como produtora de valores e sentidos na produção de bens, se cria um novo espaço que dita e movimenta o meio, a economia criativa. A Economia Criativa se mostra como a mais recente linha de pesquisa em economia, segundo dados apresentados pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro - Firjan, no ano de 2014 a economia criativa movimentou mais de R$126 bilhões, representando 2,7% do produto interno bruto (PIB), indicador que mede a soma de riquezas produzidas pelo país. O estudo aponta que no Brasil existam mais de 810 mil pessoas sendo empregadas pela economia criativa desenvolvendo suas atividades dentro de 2400 empresas. Os mesmos dados ainda apontam que em um período de dez anos, houve um crescimento de 69,8% no PIB da economia da cultura, valor acima dos 36,4% apresentados no mesmo período pelo PIB nacional. Criatividade e conhecimento são as bases para as transformações nos processos de produção, de consumo e de avanços na economia. Portanto, existe uma valoração das atividades desenvolvidas através da cultura. Países como o Brasil se destacam e apresentam um cenário muito favorável para a economia criativa, pois possuem uma vasta diversidade cultural que pode ser amplamente explorada. No território nacional podemos contemplar amplas diversidades (de imigração, climáticas, fronteiriças, de identidade e etc.), com tanto campo, o mercado da produção cultural se apresenta como um caminho de variadas possibilidades para o contato direto com o público. Para Howkins (2013), habilidade e criatividade são pontos que dão origem e se destacam na economia criativa, quando empregados de maneira estratégica, são geradores de emprego e renda fazendo uso da propriedade intelectual. A economia criativa apresenta potencial capaz de fomentar, a criação de empregos e o crescimento econômico, ao mesmo tempo em que promove a inclusão social, a diversidade cultural e o desenvolvimento humano. Já para Reis (2008), podemos definir a economia criativa como um processo que abrange a