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Planejamento de Capacidade: Definindo a Produção Máxima em Longo Prazo, Transcrições de Gestão Industrial

Saiba como planejar a capacidade produtiva de uma empresa para atender à demanda e maximizar a eficiência. Aprenda sobre economias e deseconomias de escala, e como medir e melhorar a utilização da capacidade. Este documento inclui um vídeo animado para melhor compreensão.

Tipologia: Transcrições

2020

Compartilhado em 24/02/2020

juliano-machado-20
juliano-machado-20 🇧🇷

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Planejamento da
capacidade
Introdução
Agora que já entendemos a importância da função produção nas organizações, vamos estudar
o planejamento da capacidade. Imagine que você irá abrir um novo negócio e umas das decisões
mais importantes no planejamento dele é definir o quanto você pretende vender para viabilizar o seu
projeto. Após definir essa estratégia de vendas/marketing, é necessário construir uma estrutura para
atender à demanda.
Se você está projetando um novo hospital para fazer 20 cirurgias por dia, é necessário planejar
a estrutura para isso. Você precisará construir salas de cirurgia, leitos para internar os pacientes,
comprar os equipamentos necessários, montar estruturas de atendimento ao paciente, contratar
equipes de médicos e equipes de enfermagem, além de outras áreas de apoio para atingir a sua
meta inicial.
Figura 01 - Planejamento da capacidade
Sem um planejamento adequado da capacidade, nenhuma empresa conseguirá atingir seus
objetivos de vendas.
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Baixe Planejamento de Capacidade: Definindo a Produção Máxima em Longo Prazo e outras Transcrições em PDF para Gestão Industrial, somente na Docsity!

Planejamento da

capacidade

Introdução

Agora que já entendemos a importância da função produção nas organizações, vamos estudar o planejamento da capacidade. Imagine que você irá abrir um novo negócio e umas das decisões mais importantes no planejamento dele é definir o quanto você pretende vender para viabilizar o seu projeto. Após definir essa estratégia de vendas/marketing, é necessário construir uma estrutura para atender à demanda.

Se você está projetando um novo hospital para fazer 20 cirurgias por dia, é necessário planejar a estrutura para isso. Você precisará construir salas de cirurgia, leitos para internar os pacientes, comprar os equipamentos necessários, montar estruturas de atendimento ao paciente, contratar equipes de médicos e equipes de enfermagem, além de outras áreas de apoio para atingir a sua meta inicial.

Figura 01 - Planejamento da capacidade

Sem um planejamento adequado da capacidade, nenhuma empresa conseguirá atingir seus objetivos de vendas.

Capacidade produtiva

Capacidade é a quantidade máxima de produtos e/ou serviços que podem ser produzidos numa mesma unidade produtiva, num dado intervalo de tempo. Unidade produtiva pode ser uma fábrica, um armazém, uma loja, um departamento, um posto de trabalho, uma máquina, um equipamento etc. (CORREA; CORREA, 2008).

Para entender o conceito/processo de capacidade produtiva, assista ao vídeo/animação abaixo. Este vídeo/animação faz parte da sequência desta aula e, portanto, é essencial para a aprendizagem.

Planejar a capacidade é, portanto, definir a quantidade máxima de produtos ou serviços que uma empresa será capaz de produzir em longo prazo. Os planos de capacidade lidam com investimentos em novas instalações e equipamentos e exigem a participação e a aprovação da alta gerência. Esses planos geralmente têm prazos de dois anos, mas podem ser mais longos em função dos tempos de espera com obras e possíveis problemas de disponibilidade de recursos financeiros (KRAJEWSKI et al., 2005).

O Brasil, por exemplo, precisa planejar sua capacidade de logística e de estádios para atender à demanda que a Copa do Mundo de futebol de 2014 irá trazer. Um dos problemas a resolver será o de ampliar a capacidade dos aeroportos para atender um maior número de voos necessários para transportar os turistas, equipe de futebol e demais profissionais desse evento. Através deste exemplo podemos observar que o cálculo da capacidade não está restrita a produção/fabricação de um produto, mas também a execução de um serviço.

Calcule a parcela de custo fixo que cada produto vendido irá receber: Custo unitário fixo = custo fixo total/quantidade vendida

Teremos: 10.000/100 (itens vendidos) = 100 reais por unidade. Então vamos simular um aumento de produção, ou seja, vamos dobrar a produção dessa loja para 200 calças vendidas, mantendo o custo fixo.

Teremos: 5.000/200 (itens vendidos) = 25 reais por unidade. Aqui chegamos a uma importante concepção no mundo dos negócios:

Quanto mais eu consigo produzir, menor será o custo fixo por unidade vendida (seja ela uma mercadoria ou um serviço prestado).

  1. Redução dos custos da ampliação das instalações: Reduzindo os custos de construção: algumas atividades e despesas são necessárias para construir tanto instalações pequenas como grandes, licenças de construção, honorários de arquitetos, aluguel de equipamentos para construção. A duplicação do tamanho da instalação normalmente não dobra os custos de construção.
  2. Redução dos custos com materiais: Reduzindo os custos de materiais comprados dos fornecedores. Quando se trabalha com grandes volumes, maior será o "poder" de negociação com os fornecedores. Imagine que um grande varejista provavelmente conseguirá um melhor preço na compra de latas de cerveja do que um pequeno mercado de bairro. A explicação está no fato de que o fornecedor de cerveja dará um desconto na venda de uma grande quantidade, pois ele também irá usufruir das economias de escala proporcionadas por um grande pedido.

Até aqui é possível constatar que aumentar a capacidade de uma empresa quando existe uma demanda para atender parece ser um ótimo caminho. Mas, cuidado, nem sempre expandir uma instalação poderá trazer benefícios, em alguns casos, em vez de gerar economias de escalas, irá gerar o que chamamos de deseconomias de escala.

Deseconomias de escala

É quando o custo médio por unidade aumenta à medida que o tamanho da instalação aumenta. O motivo é que o tamanho excessivo pode trazer complexidade, perda de foco e ineficiências que elevam o custo da unidade média de um serviço ou produto. Muitos níveis hierárquicos e burocracias podem fazer com que a gerência perca o contato com funcionários e clientes. A empresa acaba perdendo agilidade e flexibilidade para atender às necessidades dos seus clientes e às mudanças tecnológicas do ambiente (KRAJEWSKI et al., 2005).

Exemplificando: Um hospital de 500 leitos teria um custo médio menor por paciente do que um hospital de 20 leitos usufruindo dos benefícios da economia de escala. Porém, ao expandir sua capacidade para 750 leitos, poderia apresentar deseconomias de escala caso essa expansão gerasse uma complexidade administrativa, elevando o custo médio por paciente. Mas lembre-se de que isso não é uma regra, trata-se apenas de um alerta de que nem sempre aumentar a capacidade produtiva de um negócio trará apenas benefícios.

Agora será conceituada a sequência de decisões:

  1. Medir a demanda e capacidade

Na maior parte das organizações, a previsão de demanda é de responsabilidade do departamento de vendas e/ou de marketing. A previsão de vendas, ou seja, o quanto uma empresa irá vender em um determinado período, é a principal informação do planejamento e controle de capacidade, que é de responsabilidade do departamento de produção/operação.

Porém, de nada adianta uma previsão expressa em valores monetários, é preciso que a informação seja traduzida nas mesmas unidades que a capacidade (por exemplo: quantidade de produto/serviço a ser realizado, horas-máquinas por ano, pessoal operacional necessário, espaço etc.)

Nessa hora, é importante se preocupar com as flutuações sazonais de demanda. Algumas indústrias são afetadas por sazonalidades, como alguns setores de alimento de agriculturas sazonais, serviços de viagens pelas épocas de férias, materiais de construção pelas condições econômicas etc. Alguns eventos sazonais são previsíveis (estação climática, férias, festas etc.), já outros são variações inesperadas no clima e por mudanças econômicas.

Esta imagem interativa faz parte da sequência desta aula e, portanto, é essencial para a aprendizagem.

Medir a capacidade significa dizer o quanto a empresa pode produzir por determinado período. Para muitas operações, definir a capacidade não é tão simples, especialmente quando uma gama muito mais ampla de produtos apresenta demandas variáveis para o processo; então as medidas de produção são menos úteis. Nesse caso, as medidas baseadas em insumos (entradas) são usadas para definir a capacidade. Veja os exemplos na tabela a seguir, e observe que o que está em negrito

é a medida mais comumente usada de capacidade:

Tipos de Capacidade

  1. Instalada ou Plena;
  2. Disponível, Teórica ou de Projeto;
  3. Efetiva ou de Carga
  4. Realizada

Capacidade Instalada ou Plena

Esta capacidade é tida com a operação do sistema

produtivo utilizando seus recursos plenamente, sem nenhum

tipo de interrupção, durante 24 horas por dia, 7 dias por

semana. Na prática, é impossível que isto ocorra, servindo

esta informação apenas como uma referência para os

gestores.

Exemplo: A empresa LNS1 tem, em seu processo

produtivo, 2 máquinas com capacidade produtiva de 10

unidades por hora. Determinar a capacidade instalada

unidades por hora, com jornada de trabalho de 9 horas

por dia, durante 5 dias por semana. Determinar a

capacidade disponível/teórica/projetada do sistema.

Observe que, no projeto, agora está determinada a

jornada de trabalho de 9h/dia e 5 dias/semana. Assim,

teremos:

Resolução:

Capacidade Efetiva ou de Carga

Para o planejamento da Capacidade Efetiva,

devemos considerar as interrupções conhecidas

(planejadas) que irão ocorrer no processo

produtivo. Uma máquina necessita de

manutenção preventiva (sua periodicidade é

informada pelo fabricante), os colaboradores

necessitam de intervalos para descanso e

refeições (previstos em Lei), as mudanças de tipos

de produtos a serem produzidos necessitam do

preparo da linha de produção (setups), entre

outras. Estas interrupções são programadas

(planejadas) e devem ser subtraídas da

capacidade teórica, uma vez que irão ocorrer

sempre. Portanto, a capacidade efetiva é

quantidade que pode ser produzida em condições

normais de trabalho.

Exemplo: A empresa LNS1 tem, em seu processo produtivo, 2

máquinas com capacidade produtiva de 10 unidades por hora, com jornada

diária 9 horas. Sabe-se, ainda, que os colaboradores dispõem de 20% de

sua jornada diária para refeição e descanso. Determinar a capacidade

efetiva mensal da empresa.

Se haverá uma interrupção de 20% na jornada dos colaboradores,

então o sistema irá trabalhar 80% do tempo disponível (100% - 20%),

teremos:

Resolução:

Capacidade Real ou Liquida (Volume Real

Produzido)

É a capacidade apurada ao final de um

determinado período. Durante o transcorrer

do processo produtivo, poderemos ter

alguma interrupção não programada, como a

falta de um colaborador, a quebra de uma

máquina, falha no fornecimento de matéria-

prima, queda de energia elétrica, greve de

sindicatos de trabalhadores, peças com

Tendo em vista essas colocações, podemos agora definir duas

grandezas fundamentais quando se estuda a capacidade de uma

unidade produtiva, que seriam:

I. Grau de utilização: é um parâmetro para medir a efetiva

utilização da capacidade projetada, sendo obtido por meio da

relação percentual entre a capacidade efetiva e capacidade

disponível/teórica/projetada. Utilização:

Capacidade efetiva

Capacidade teórica

II. Eficiência do sistema: é a proporção entre o volume de

produção realmente conseguido pela unidade produtiva com a

sua capacidade efetiva, ou seja: Eficiência:

Produção Realizada

Capacidade efetiva

Novamente, tomando como base o exemplo dado, teríamos:

Grau de utilização:

Capacidade efetiva/Capacidade Teórica = 720/900 = 0,80 ou

80% de utilização. Isso quer dizer que a empresa em condições

normais está utilizando 80% da capacidade disponibilizada.

Eficiência do sistema:

Produção realizada/Capacidade Efetiva = 670/720 = 0,

ou 93,06% de eficiência.

Isso quer dizer que empresa utilizou apenas 93,06% da

capacidade que ela esperava obter em condições normais, ou seja,

a empresa perdeu 6,94% da capacidade produtiva (100% -

  1. Identificar as políticas alternativas de capacidade

Com a compreensão da demanda e da capacidade, o próximo

passo é definir como a empresa se posicionará para os casos de

variação da demanda. Conforme Slack et al. (2009), há três opções

para lidar com essas variações:

Referências